quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Acolhimento de refugiados precisa melhorar, aponta debate

 Dados de 2022 registram que mais de 108 milhões de pessoas tiveram que migrar do país de origem para buscar abrigo em outro país por motivos variados, como a perseguição política e religiosa, mudanças climáticas ou mesmo a guerra. Nessa corrente migratória, o Brasil já acolheu cidadãos do Afeganistão, Síria, Haiti e Ucrânia, que recebem vistos humanitários.

Apesar de contar com uma legislação avançada na área de imigração, o Brasil ainda precisa avançar na política de inclusão social das pessoas que chegam ao território brasileiro. Essa opinião foi repetida por especialistas durante audiência pública realizada pela Comissão Mista sobre Migrações e Refugiados (CMMIR) nesta quinta-feira (29).

A reunião, comandada pela senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), presidente do colegiado, abordou mais especificamente dois temas que afligem migrantes: a possibilidade de exercer a sua profissão no país de destino e o futuro de crianças que migram e acham refúgio em outras nações.

No que diz respeito ao exercício profissional, um dos problemas apontados é a revalidação dos diplomas de ensino superior.

— É urgente tramitarmos com mais celeridade as propostas legislativas para garantir a revalidação de diplomas de ensino superior, para que migrantes e refugiados possam trabalhar no Brasil nas áreas que escolherem — afirmou Mara Gabrilli.

Sobre o assunto, Luana Medeiros, coordenadora-geral do Comitê Nacional para os Refugiados, sugeriu que o processo de aceitação de diplomas deve ser desburocratizado, para que os profissionais estrangeiros possam desempenhar suas habilidades também no Brasil:

— A revalidação de diplomas é um procedimento burocrático que tem como ser o primeiro elemento, solicitar que as pessoas apresentem o seu diploma. No cenário em que a gente trabalha, migrantes e refugiados muitas vezes, uma grande maioria das vezes, ouso dizer, não têm a mínima condição de apresentar sequer essa documentação. Então, além de que a pauta seja conhecida, de que as pessoas saibam, que as universidades saibam como fazer, que a gente consiga fazer essa capacitação, é importante que esse processo seja feito de uma forma simplificada e adaptada à realidade das pessoas em deslocamento forçado.

Primeira infância

A presidente da CMMIR também falou sobre os desafios enfrentados por crianças que chegam a um novo país:

— É urgente também que a gente desenvolva uma política pública robusta para a primeira infância. Nos últimos anos, o perfil migratório no Brasil mudou. Há mais crianças e adolescentes de outros países chegando ao Brasil.

Os participantes da audiência admitiram que o Brasil ainda precisa avançar no acolhimento das crianças para que elas tenham acesso a políticas sociais, especialmente de saúde e educação.

— Nós temos uma resposta naquilo que diz respeito ao acolhimento emergencial. Mas quando a gente vai para a segunda fase, o pós-emergencial, pós-interiorização, a gente ainda precisa avançar bastante — disse Carlos Alberto Ricardo Júnior, que participou do debate como representante do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania.

— Um desafio que nós vivenciamos no dia a dia aqui no Brasil é a efetivação desses direitos, ou seja, que na prática as pessoas de fato possam acessar esse direito, possam acessar as políticas públicas associadas a esse direito, e certamente o tema da educação é um tema central — observou Paulo Sergio de Almeida, Oficial de Meios de Vida do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).

 

Agência Senado 

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Boric anuncia expulsão de imigrantes irregulares no Chile

 

Foto Wikipedea 

O Chile expulsará imigrantes irregulares que não forneceram seus dados a um plano de registro biométrico voluntário, anunciou na quinta-feira (30) o presidente Gabriel Boric, ao endurecer seu discurso contra a migração irregular.

"Aqueles que estão irregulares no Chile, vamos expulsá-los", disse Boric, durante uma cerimônia que apresentou um plano para reforçar as tarefas das forças policiais no controle territorial, desenvolvido perante ao aumento nos índices de criminalidade e aos registros inéditos sobre a percepção de insegurança pública entre a população.

O líder esquerdista ordenou às autoridades policiais que detenham e expulsem, no prazo de cinco dias, os imigrantes irregulares que tenham mandado de detenção pendente.

"Em relação aos estrangeiros que estejam em situação irregular e não tenham concluído o registro voluntário, embora não tenham um mandado de detenção contra eles, será emitida uma ordem de expulsão", especificou Boric.

Este ano, o governo promoveu um plano de registro biométrico para estrangeiros irregulares. O processo, que já foi concluído, conseguiu armazenar os dados de 127.000 pessoas.

A iniciativa focou em corrigir o déficit de informação sobre a identidade dos estrangeiros que entraram irregularmente no Chile nos últimos cinco anos, a grande maioria vindos da Venezuela.

No Chile, o aumento da imigração irregular prevalece em debate, após uma série de casos policiais com estrangeiros envolvidos ganharem uma grande repercussão - como o ataque com uma granada contra um agente da polícia, em 19 de Novembro.

A oposição da direita ameaçou iniciar um julgamento político contra a ministra do Interior e Segurança, Carolina Tohá, caso não seja concluída a expulsão de 12 mil migrantes irregulares antes do final do ano.

O território chileno registra desde 2017 um aumento exponencial na chegada de migrantes provenientes da Venezuela, milhares dos quais cruzaram a fronteira através da Bolívia ou do Peru através de passagens clandestinas.

Segundo estimativas oficiais, dos 1,7 milhão de estrangeiros que chegaram ao Chile nos últimos anos - quase metade são venezuelanos.

O projeto da nova Constituição, que os chilenos deverão votar em plebiscito no dia 17 de dezembro, contém um artigo que exige a expulsão de migrantes irregulares no menor tempo possível.

folhape.com.br

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quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Unesco realiza Fórum Global contra Racismo e Discriminação em São Paulo

 

 Unsplash/Ying Ge

Pessoas se reunindo em uma manifestação em Montreal. (Arquivo)


A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, realiza a 3ª edição do Fórum Global contra o Racismo e a Discriminação até esta sexta-feira em São Paulo, Brasil. 

Segundo dados da ONU, uma em cada seis pessoas sofre discriminação por diferentes motivos globalmente. O evento da Unesco busca catalisar ações coletivas para enfrentar o racismo e a discriminação.

Agenda de desenvolvimento

Esta edição, que tem como tema “Rumo ao avanço: a igualdade racial e a justiça no topo das agendas de desenvolvimento”, vai abordar a importância de colocar as questões raciais no centro das estratégias do desenvolvimento socioeconômico. 

Ministros de mais de 20 países e outros representantes de governos, formuladores de políticas, profissionais, acadêmicos, membros da sociedade civil e comunidades artísticas estão entre os convidados para discutir estratégias eficazes para combater o racismo sistêmico. 

O evento conta com a presença da diretora-geral adjunta da Unesco para Ciências Humanas e Sociais, Gabriela Ramos, e a ministra da Igualdade Racial do Brasil, Anielle Franco. 

Sociedades inclusivas

Para Gabriela Ramos, “é hora de transformar palavras em ação”. A diretora-geral adjunta para Ciências Humanas e Sociais da Unesco adiciona que representantes de todo o mundo vão a São Paulo para “aprender, ouvir e apresentar soluções concretas para alcançar sociedades mais pacíficas e inclusivas”.

O fórum também será a plataforma para o lançamento do Panorama Global da Unesco contra o Racismo e a Discriminação, um relatório que apresenta pontos de vista e dados regionais sobre a discriminação racial no campo digital.

A agência ainda deve apresentar outras incitativas sobre igualdade de gênero e antirracismo O fórum ainda deve fazer um balanço das contribuições da Recomendação da Unesco sobre a Ética da Inteligência Artificial no combate aos estereótipos e à discriminação online. 

Racismo sistêmico

O evento também vai estabelecer as bases para aprimorar o projeto da Unesco "Rota dos Povos Escravizados", que lançará uma série de celebrações em 2024 para seu 30º aniversário. 

O programa fornece análises e continua documentando fatos históricos e lugares de memória conectados às tendências atuais sobre o racismo sistêmico. Apesar do aumento da conscientização e da ação no mundo contra todos os tipos de discriminação, as evidências mostram que ainda há muito a ser feito. 

Lucia Xavier, coordenadora geral da ONG Criola, falou ao Conselho para reforçar as vozes que atuam contra o racismo, com destaque para aquele sofrido pelas mulheres.
Unicef/Luis Kelly
 
Lucia Xavier, coordenadora geral da ONG Criola, falou ao Conselho para reforçar as vozes que atuam contra o racismo, com destaque para aquele sofrido pelas mulheres.

A discriminação contra mulheres e meninas continua a ser alta. Atualmente, as mulheres ganham apenas US$ 0,77 para US$ 1 ganho pelos homens em todo o mundo. Com os índices atuais, serão necessários 70 anos para fechar essa lacuna. 

A violência dos homens contra as mulheres aumentou substancialmente em muitos lugares do mundo. As meninas são impedidas de ir à escola no Afeganistão, e ainda há muitos países nos quais a discriminação contra as mulheres é legal e aplicada pelas autoridades públicas.

Programação

A Unesco pretende fortalecer esses esforços e aprender com as melhores práticas com o lançamento da Rede de Lideranças contra o Racismo e a Discriminação. O objetivo é desenvolver soluções políticas inovadoras nesse campo. 

Com mais de 30 painéis e atividades paralelas, o fórum deve reunir especialistas de diversos setores para discutir ideias e assumir compromissos para construir sociedades mais inclusivas e sustentáveis.

A Unesco implementa ações de combate ao racismo e a todas as formas de discriminação por meio da educação, da ciência, da cultura e da comunicação há mais de 75 anos. 

Em 1978, a agência adotou a Declaração sobre Raça e Preconceito Racial, que reafirma que "todos os seres humanos pertencem à mesma espécie e têm a mesma origem. Nascem iguais em dignidade e direitos, e todos fazem parte da humanidade". 

*Com reportagem da Unesco Brasil


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Unicamp assina convênio para colaboração no ingresso de estudantes refugiados

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O Eresp também prestará auxílio na tradução de documentos oficiais de identificação, nacionalidade e escolaridade vindos de países que tenham representação diplomática brasileira

O programa de refúgio acadêmico da Unicamp será aprimorado por meio de uma parceria inédita entre a Universidade e o Itamaraty. O reitor Antonio José de Almeida Meirelles e a subchefe do Escritório de Representação do Ministério das Relações Exteriores em São Paulo (Eresp), embaixadora Irene Vida Gala, assinaram um termo de cooperação técnica para que o Itamaraty preste auxílio na comprovação de veracidade dos documentos apresentados por solicitantes de refúgio acadêmico.

“Para mim, o elemento primordial é a convergência de interesses entre a Unicamp e o projeto de país que o Brasil tem revelado na política do governo em relação ao refúgio”, disse a embaixadora. A iniciativa do convênio partiu da Cátedra Sérgio Vieira de Mello (CSVM) da Unicamp, órgão vinculado ao Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).

Atualmente, a Unicamp conta com cerca de 20 estudantes em cursos de graduação e pós-graduação que ingressaram por meio do programa de refúgio acadêmico da CSVM. São alunos de várias faixas etárias, oriundos do Afeganistão, de Angola, do Congo, do Egito, de Gana, do Irã, da Palestina, da Rússia e da Síria.

Para essas vagas, a Unicamp aceita, no momento, pessoas refugiadas, apátridas ou indocumentadas. Os procedimentos envolvidos na comprovação dessas condições não são triviais – por isso, a colaboração do Itamaraty revela-se tão oportuna, avalia a embaixadora.

“A nossa disposição de acelerar os procedimentos de verificação da documentação é total. Nós manifestamos interesse em fazer esse acordo porque a realidade do refúgio se torna cada vez mais forte. E o Brasil quer ser uma referência. Eventualmente, esse modelo de convênio pode ser estendido para outras universidades e outros Estados”, complementa.

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Atualmente, a Unicamp conta com cerca de 20 estudantes em cursos de graduação e pós-graduação que ingressaram por meio do programa de refúgio acadêmico da CSVM

Para o reitor, o acordo é um passo adicional no esforço da Unicamp para ser um espaço aberto de acolhimento de refugiados na estrutura de ensino, pesquisa e formação. “O Ministério das Relações Exteriores, com seu acesso a informações no mundo todo, pode nos auxiliar bastante nesse esforço”, afirmou.

O Eresp também prestará auxílio à Unicamp na tradução de documentos oficiais de identificação, nacionalidade e escolaridade vindos de países que tenham representação diplomática brasileira.

Atualmente, 40 instituições de ensino superior do país são conveniadas à CSVM, das quais 22 contaram com procedimentos de ingresso facilitado entre 2022 e 2023.

O assistente sênior de proteção da Acnur, William Laureano, esteve presente na reunião de assinatura do convênio e declarou que a parceria inédita firmada entre a Unicamp e o Itamaraty pode se tornar referência para outras instituições. 

“A cátedra é um dos nossos projetos mais importantes. A presença da Unicamp aqui em Campinas, que é uma região com um número significativo de refugiados, tem se traduzido em muito apoio para nós. A Universidade não apenas oferece ingresso facilitado nos cursos, mas também atividades de extensão”, disse Laureano.

O acordo foi assinado em uma reunião realizada na Unicamp no dia 22 de novembro. Também participaram do evento a presidenta da CSVM, Ana Carolina de Moura Delfim Maciel, a chefe de gabinete adjunta da Unicamp, Adriana Nunes Ferreira, a chefe do setor de Ciência, Tecnologia e Inovação do Eresp, Mariana Ferreira, e o assistente consular do Eresp, Cássio Teles.

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O reitor Antonio José de Almeida Meirelles e a subchefe do Escritório de Representação do Ministério das Relações Exteriores em São Paulo (Eresp), embaixadora Irene Vida Gala: parceria inédita 

Nova perspectiva de vida

Globalmente, apenas 5% das populações em situação de deslocamento forçado têm oportunidade de entrar em alguma universidade, segundo dados da Acnur. Nesse cenário, a Unicamp tem promovido a ampliação do seu programa de refúgio acadêmico por meio da CSVM.

Essa ampliação traz vários desafios, como o conhecimento de leis e tratados internacionais, a tradução de documentos e o contato com embaixadas e escritórios consulares – daí surgiu a ideia do convênio com o Itamaraty, conforme explicou Maciel, que fez inicialmente a proposta de parceria a Gala. 

“Será fundamental contarmos com a expertise e a consultoria do escritório do Itamaraty. Temos, por exemplo, documentos que chegam em farsi e outros idiomas pouco comuns”, diz Maciel.

O drama humanitário das migrações forçadas, algo que se intensificou nos últimos anos, tende a se agravar ainda mais, em termos globais, em decorrência do conflito entre Israel e o Hamas. A CSVM emitiu uma manifestação sobre a situação no início de novembro. Leia aqui

“A Cátedra Sérgio Vieira de Mello prossegue na sua missão de acolhimento de indivíduos em situação de risco e vulnerabilidade, possibilitando acesso ao ensino superior e conferindo uma nova perspectiva de vida”, conclui a presidenta do órgão. 

A chefe de gabinete adjunta da Unicamp destaca que a Universidade se beneficia e se engrandece ao implementar o programa de refúgio acadêmico – algo que vai além da questão da responsabilidade social.

“Além do acolhimento, que faz parte da missão da Universidade, existe a dimensão da ampliação do escopo de pesquisas, porque, quando a gente traz essas pessoas, nossas pautas são modificadas. A formação dos nossos alunos é modificada na direção de torná-los cidadãos do mundo, cidadãos mais conscientes”, avalia Nunes Ferreira.

Imagem de capa
Encontro celebrou a parceria inédita, para as vagas do programa Refúgio Acadêmico, a Unicamp aceita, no momento, pessoas refugiadas, apátridas ou indocumentadas

Encontro celebrou a parceria inédita, para as vagas do programa Refúgio Acadêmico, a Unicamp aceita, no momento, pessoas refugiadas, apátridas ou indocumentadas


unicamp.br/unicamp

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terça-feira, 28 de novembro de 2023

Curso de português, na paróquia Nsa. Sra. Das Graças, em Vicente de Carvalho/ Guarujá- SP


O curso de português, na paróquia Nsa. Sra. Das Graças, em Vicente de Carvalho/ Guarujá- SP começou em 31 de julho deste ano. 

A motivação para o curso partiu dos próprios imigrantes assistidos pela Pastoral da Mobilidade Humana, Senegaleses que estão na cidade a cerca de 5 anos. Contamos com o apoio da Missão Paz, para os materiais, apostilas, para iniciar o curso do Básico I. 

Durante esses meses de curso, a motivação dos alunos foi primordial para a continuação do curso no próximo ano. Irá ter uma pausa pela temporada na cidade, em que os alunos trabalham de forma integral nas praias. 

O curso tem uma extensão de forma online, sendo uma família venezuelana assistida. Para o próximo ano a necessidade de voluntários para o curso é essencial. Se quiser conhecer o nosso trabalho, entre em contato conosco. 

Contato: Joyce (13) 99627-6547

Endereço: Rua Padre Anchieta 107- Vicente de Carvalho- Guarujá

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Mais de 140 afegãos estão acampados em aeroporto de São Paulo

Rovena Rosa /Agencia Brasil 

 Refugiados afegãos continuam chegando ao Brasil pelo Aeroporto de Guarulhos, onde ficam acampados à espera de abrigo. A prefeitura de Guarulhos informou que 148 pessoas estão no Terminal 2 do aeroporto, segundo levantamento feito nesse domingo (26). Alguns dos estrangeiros estão há mais de três semanas aguardando providências.

Aline Sobral, do Coletivo Frente Afegã, destaca as inúmeras dificuldades dos refugiados enquanto esperam no aeroporto. Entre elas, a falta de acesso a banho, que, segundo ela, pode gerar um novo problema de saúde. A voluntária lembra que, em junho, houve um surto de sarna entre os afegãos acampados no saguão.

São Paulo (SP), 27/11/2023 - Refugiados afegãos com visto humanitário acampam no Aeroporto Internacional de Guarulhos a espera de abrigo. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Refugiados afegãos acampam no Aeroporto de Guarulhos à espera de abrigo - Rovena Rosa/Agência Brasil

“É uma condição desumana, é uma condição sub-humana. Eles são praticantes da religião islâmica, que faz cinco orações diárias. Eles têm que ter, no mínimo, cinco asseios no seu corpo para poder fazer a oração. Isso está prejudicando eles em todos os sentidos, sem falar que estão se sentindo excluídos, porque não estão sendo acolhidos da forma correta que se deve acolher uma pessoa que pede refúgio no país”, criticou.

Desde 2021, quando o governo brasileiro concedeu visto humanitário para afegãos em função da tomada do poder do Talibã no Afeganistão, uma leva de imigrantes e refugiados afegãos tem chegado ao país. O governo brasileiro concedeu mais de 12 mil vistos e pouco mais de 7,2 mil refugiados já chegaram ao país, segundo dados atualizados até setembro.

A concessionária GRU Airport afirmou, em nota, que a atuação direta de acolhimento é feita pela prefeitura de Guarulhos. De acordo com o governo municipal, as 257 vagas existentes em abrigos do município e do governo estadual para imigrantes e refugiados estão ocupadas.

São Paulo (SP), 27/11/2023 - Refugiados afegãos com visto humanitário acampam no Aeroporto Internacional de Guarulhos a espera de abrigo. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Atualmente, mais de 140 refugiados afegãos estão acampados no Aeroporto de Guarulhos  - Rovena Rosa/Agência Brasil

A prefeitura afirma que tem garantido a segurança alimentar dos refugiados dentro do aeroporto fornecendo três refeições diárias, além de kits de higiene e cobertores.

Novo complexo

A Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social informou, em nota, que está em avançadas tratativas para acolher mais 150 refugiados em um complexo localizado na região metropolitana de São Paulo, com potencial para até 300 pessoas. “Os primeiros a serem transferidos serão os afegãos que permanecem acampados no aeroporto.”

A nova estrutura deverá estar pronta em 30 dias. “O Governo de SP investiu, em 2023, mais de R$ 6 milhões para acolher migrantes e refugiados em 10 serviços, sendo duas casas de passagem e oito repúblicas com capacidade para mais de 200 pessoas. Todos continuam com capacidade 100% ocupada”, diz o texto.

Recursos

Em nota, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) informou que segue acompanhando a situação dos refugiados afegãos e apoia o estado e o município nas medidas de proteção. 

“As ações na área de assistência social realizam-se de forma articulada, cabendo as normas gerais ao governo federal e a execução dos programas, em suas respectivas esferas, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios”, diz a pasta.

O MDS destaca que o município de Guarulhos foi considerado elegível para receber “recursos emergenciais para a oferta de ações socioassistenciais em decorrência do recebimento de imigrantes e refugiados oriundos de fluxo migratório”. Inicialmente foram repassados R$ 240 mil com base na estimativa de atendimento de 100 imigrantes. Com o aumento do fluxo, o município e o estado de São Paulo solicitaram mais recursos em junho de 2023.

Em agosto deste ano, segundo o órgão, o estado de São Paulo recebeu R$ 1,2 milhão para o acolhimento emergencial de 500 imigrantes e, ao município de Guarulhos, foi direcionado o valor de R$ 360 mil para o acolhimento de 150 imigrantes. O MDS informa ainda ter participado de uma série de reuniões de apoio técnico ao município e ao estado. 

“Houve novo repasse de recursos [em setembro], no valor de R$ 15 milhões, por meio da Minha Rede SUAS [Sistema Único de Assistência Social], referente à portaria MDS Nº 886/2023, que estabelece diretrizes e procedimentos para a execução de despesas extraordinárias em ações e serviços do SUAS.” Os recursos, segundo a pasta, são destinados a apoiar a qualificação e o incremento dos serviços socioassistenciais de Guarulhos.

* Matéria atualizada no dia 28 de novembro às 10h20 para inclusão de informações do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social.

Edição: Juliana Andrade

agenciabrasil.ebc.com.b


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segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Mais de 150 mil refugiados e migrantes estão empregados no mercado de trabalho formal no Brasil

A venezuelana Sidenia (ao centro) e os filhos Raquel e Rafael trabalham no hospital. A.C. Camargo Cancer Center. ©Divulgação/Mauricio Tomé

 A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), começa a divulgar informes mensais sobre a empregabilidade formal de pessoas afegãs, haitianas e venezuelanas no Brasil. Os relatórios são baseados em dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED).

Levando em consideração as nacionalidades mencionadas, o saldo de contratações até agosto de 2023 é de mais de 153 mil postos ocupados, sendo 107.258 por refugiados e migrantes venezuelanos; 45.655 por haitianos; e 739 por refugiados afegãos.

“As pessoas refugiadas que chegam ao Brasil em busca de segurança trazem consigo uma bagagem diversa de conhecimentos, saberes e cultura, e têm um enorme potencial para contribuir com as comunidades de acolhida, além do desenvolvimento e diversificação da economia local”, afirma o representante do ACNUR no Brasil, Davide Torzilli.

É o caso da venezuelana Sidenia e dos dois filhos dela, Rafael e Raquel. Os três trabalham no hospital. A.C. Camargo Cancer Center. A mãe, Sidenia, que atua na preparação de alimentos aos pacientes, foi a primeira a ser contratada, em 2019. “Nunca imaginei que ia ter a oportunidade de trabalhar neste hospital por causa do meu idioma, pois eu ainda não sabia falar português, mas as pessoas que me entrevistaram foram pessoas com muita empatia, cheias de amor e compreensão”, relembra.

Até a contratação de Sidenia, Rafael e Raquel mantinham a família de seis pessoas com o salário de atendentes em uma lanchonete. Raquel, que estudava Nutrição na Venezuela e chegou a vender frutas nas ruas de Boa Vista, começou como jovem aprendiz no A.C. Camargo e foi efetivada em 2022. “Eu estou muito orgulhosa da pessoa que estou me tornando dentro desta instituição, e grata pela oportunidade que a empresa me proporcionou”, diz ela, que trabalha no setor de atendimento, assim como o irmão.

Com a vivência no hospital, Rafael faz planos de cursar Enfermagem: “No primeiro dia que eu estava aqui, todos foram bastante acolhedores na parte do treinamento. Eu estava preocupado pelo idioma, mas falaram que não tinha problema, que é um processo e que iríamos aprender. O bom é que aqui temos oportunidade de estudar, fazer cursos e capacitação. É uma porta boa para o futuro”, afirma.

Para o oficial associado de Economia do ACNUR no Brasil, Nikolas Pirani, o monitoramento do mercado formal de trabalho é importante para identificar as principais tendências de entrada e saída, e atuar em parceria com os setores público e privado para ações de mitigação de possíveis gargalos. “Com a análise dos dados, podemos potencializar a empregabilidade dessas populações, abordar possíveis desigualdades e identificar a necessidade de apoio e oferta de capacitações em diferentes estados”.

Pessoas refugiadas afegãs

Entre setembro de 2021 e agosto de 2023, o saldo de contratações de pessoas refugiadas do Afeganistão no mercado de trabalho formal brasileiro é de 739 pessoas. A maioria dos contratados são jovens adultos de 18 a 24 anos (33,1%) e homens (68,6%), e o perfil educacional das admissões indica que 86,3% das pessoas concluíram o Ensino Médio e, dessas, 8% têm o Ensino Superior completo.

O salário médio das admissões é de R$ 1.891,60 e tende a aumentar na medida em que se eleva o nível educacional. Ainda assim, é inferior ao salário médio das admissões no país no último mês (R$ 2.032,56).

As principais categorias ocupacionais do saldo de contratações são: (i) Operadores do comércio em lojas e mercados, (ii) agentes, assistentes e auxiliares administrativos, e (iii) trabalhadores auxiliares nos serviços de alimentação.

Pessoas haitianas

O saldo de contratações de pessoas haitianas no mercado de trabalho formal brasileiro é de 45.655, entre janeiro de 2012 a agosto de 2023. A maioria dos contratados são adultos de 30 a 39 anos (41,3%) e homens (66,3%).

O perfil educacional das admissões indica que 50,3% das pessoas concluíram o Ensino Médio e, dessas, 1,8% têm Ensino Superior completo.

O salário médio dos haitianos é de R$ 1.924,60 e tende a aumentar na medida em que se eleva o nível educacional. Ainda assim, é inferior ao salário médio das admissões no país no último mês (R$ 2.032,56).

As principais categorias ocupacionais do saldo de contratações são: (i) magarefes e afins, (ii) alimentadores de linhas de produção, e (iii) trabalhadores nos serviços de manutenção de edificações.

Refugiados e migrantes venezuelanos

Entre abril de 2017 e agosto de 2023, o saldo de contratações de pessoas refugiadas e migrantes da Venezuela no mercado de trabalho formal brasileiro é de 107.258. A maioria dos contratados são adultos de 30 a 39 anos (29,2%) e homens (64,5%).

O perfil educacional das admissões indica que 71,8% das pessoas concluíram o Ensino Médio e, dessas, 8,6%, têm o Ensino Superior completo.

O salário médio das admissões é de R$ 1.905,30 e tende a aumentar na medida em que se eleva o nível educacional. Ainda assim, é inferior ao salário médio das admissões no país no último mês (R$ 2.032,56).

As principais categorias ocupacionais do saldo de contratações são: (i) Alimentadores de linha de produção, (ii) Magarefes e afins, e (iii) trabalhadores nos serviços de manutenção de edificações.

Acnur

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sábado, 25 de novembro de 2023

Projeto que acolhe refugiados e migrantes no Brasil apresenta resultados em Salvador

 

De 2019 a 2023, mais de 3,3 mil pessoas foram interiorizadas em diversos estados do país

Com o objetivo de divulgar os resultados da sua atuação nos últimos quatro anos promovendo a integração de venezuelanos no Brasil, a Associação Voluntários para o Serviço Internacional (AVSI Brasil), organização sem fins lucrativos, sediada em Salvador, realiza, no dia 30 de novembro, o seminário “Estudo de avaliação de efeito e impacto de integração local de refugiados e migrantes venezuelanos no Brasil”.

O evento acontece no auditório da Unifacs Imbui, das 17h30 às 20h. As inscrições devem ser feitas por aqui.

O seminário, realizado em parceria com a Unifacs, vai apresentar os resultados da pesquisa de efeito e impacto sobre a integração socioeconômica em cidades de acolhida por meio do trabalho, e contará com a participação de representantes de diversas instituições e organismos internacionais que atuam em parceria com a Operação Acolhida – resposta humanitária do Governo Federal direcionada ao atendimento de refugiados e migrantes venezuelanos.


Segundo o diretor-presidente da AVSI Brasil, Fabrizio Pellicelli, a integração socioeconômica de venezuelanos migrantes e refugiados no Brasil é um percurso humano integral, que implica acolhimento, proteção, promoção e integração.

“Nesse contexto, a AVSI Brasil desenvolveu o projeto ‘Acolhidos por meio do trabalho’, iniciativa que, desde 2019, promove as capacidades individuais dos refugiados e migrantes venezuelanos abrigados em Roraima, visando facilitar o acesso ao mercado de trabalho junto ao setor privado, promovendo a interiorização voluntária de venezuelanos para trabalharem formalmente em outras localidades do Brasil”, afirma.

“De 2019 a 2023, houve a interiorização voluntária de 3.360 pessoas membros de núcleos familiares de refugiados e migrantes venezuelanos. Desse grupo, 1.329 indivíduos foram integrados com emprego regular”, completa ele.  

Na Bahia, o projeto possui cursos voltados para a população brasileira em situação de vulnerabilidade, implementados no Centro de Orientação da Família (COF), localizado na região de Novos Alagados, subúrbio de Salvador, além do programa de Jovens Aprendizes.

Parcerias


As empresas interessadas em fazer parcerias, podem contatar a equipe do projeto diretamente através do endereço acolhidos@avsi.org.br. Os interessados devem apresentar condições mínimas para dar início a parceria – contratações formais, indicar quais são as necessidades das posições, jornada de trabalho, benefícios, critério de faixa etária, urgência da vaga. Não há restrição de setor nem de cidade.

A ação é uma aliança entre a Fundação AVSI, AVSI USA, implementado pela AVSI Brasil e Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH) e conta com o financiamento do Departamento de População, Refugiados e Migração (PRM), do governo dos EUA.

Publicado por Hilza Cordeiro | Foto: AVSI/Divulgação

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Rotaract Club Universidade Mackenzie promove o 1º Festival Culturas à Mesa - Edição Afeganistão em parceria com a Instituição Missão Paz

 

O Rotaract Club Universidade Mackenzie tem o prazer de anunciar o 1º Festival Culturas à Mesa - Edição Afeganistão, um evento que busca celebrar a diversidade cultural por meio da culinária e das tradições afegãs, promovendo um intercâmbio cultural enriquecedor. O festival acontecerá no dia 3 de dezembro de 2023, das 12h às 18h, na Instituição Missão Paz, localizada na Rua do Glicério, 225, no bairro da Liberdade.

A Instituição Missão Paz, conhecida por seu trabalho exemplar na acolhida e apoio a refugiados e imigrantes, se torna o cenário perfeito para sediar esse evento que destaca a presença dos imigrantes afegãos no Brasil. O festival não apenas proporcionará uma experiência gastronômica única, mas também pretende criar um espaço de reflexão sobre as histórias e desafios enfrentados pelos refugiados afegãos que encontraram no Brasil um novo lar.

Segundo dados da ACNUR, agência da ONU para refugiados, até setembro de 2023, o governo brasileiro autorizou 12.642 vistos humanitários para afegãos e a adaptação deles segue além dos desafios do idioma e da cultura, já que a grande maioria chega sem ter onde morar e sem trabalho, mas com muita esperança de um futuro melhor.

O cardápio diversificado incluirá pratos autênticos afegãos, como Kabuli Pulai, Kebab, Bolani, e deliciosas sobremesas como Sheer Pira e Jalebi, acompanhadas por uma refrescante bebida com iogurte. Além disso, os participantes terão a oportunidade de desfrutar do tradicional churrasquinho brasileiro.

A programação do evento não se limita apenas à gastronomia, abrangendo apresentações culturais, música e uma feirinha de produtos artesanais feitos por imigrantes. Este festival é uma celebração da união de diferentes culturas, promovendo a compreensão mútua e respeito.

Os ingressos estão disponíveis por R$10,00, e para aqueles que desejam vivenciar ainda mais a experiência, há a opção do ingresso com consumação por R$50,00, que oferece um combo afegão especial.

“Ao participar do 1º Festival Culturas à Mesa - Edição Afeganistão, você não apenas desfrutará de sabores únicos, mas também contribuirá para a causa dos imigrantes refugiados no Brasil, todo o lucro do evento será revertido em projetos sociais do Rotaract na Missão Paz”, afirma Beatriz Mota, 25 anos, atual presidente do Rotaract Club Universidade Mackenzie.

Para mais informações e compra de ingressos, entre em contato com os integrantes do Rotaract Club Universidade Mackenzie pelo instagram @rotaractmackenzie ou acesse https://bit.ly/Ing_CulturasAMesa

Sobre o Rotaract Club Universidade Mackenzie

O Rotaract é um organização sem fins lucrativos vinculada ao Rotary Internacional, formado por jovens a partir de 18 anos  de todos os continentes e culturas, que entram em ação para buscar soluções de longo prazo para grandes problemas da humanidade. Em todo o globo, 1,4 milhão de associados de rotary e rotaract  se unem para fortalecer seus vínculos e o compromisso com a melhoria da qualidade de vida dos mais necessitados. Todo ano, nossos associados investem  incontáveis horas de trabalho voluntário em iniciativas sustentáveis para promover saúde, paz e prosperidade em comunidades locais e internacionais. O Rotaract une alcance global, recursos locais e voluntários altamente qualificados para fornecer água limpa e saneamento, apoiar a educação, prevenir e tratar doenças, salvar mães e filhos, fortalecer economias locais, promover a paz e proteger o meio ambiente.
O Rotaract Club Universidade Mackenzie faz parte dessa rede global de ação desde 1969,  baseado na Universidade Presbiteriana Mackenzie e aberto ao público em geral.

Sobre a Missão Paz


Missão Paz é uma instituição filantrópica vinculada aos Missionários de São Carlos, conhecidos também como Scalabrinianos, que atua no acolhimento e apoio a migrantes e refugiados desde os anos 1930 na região do Glicério, em São Paulo.. A instituição oferece serviços variados para atendimento dessa população, além de contar com um abrigo, a Casa do Migrante, e um dos Centros de Estudos Migratórios da Scalabrini International Migration Network (SIMN). A Casa do Migrante tem capacidade para acolher até 110 pessoas, com divisão dos dormitórios em uma ala masculina (85 vagas) e outra feminina (25 vagas). A casa também tem espaços de convivência, como salas de televisão e brinquedoteca para as crianças. São oferecidos para os moradores alimentação, itens de higiene pessoal e de vestuário, além de acompanhamento médico e psicológico. Há aulas de português e outras atividades de integração cultural, incluindo cursos, encaminhamento profissional e celebrações

Saiba mais: https://missaonspaz.org/

Contato Imprensa: Bárbara Luchetta da Fonseca - (47) 99917-0043

Rotaract Club Universidade Mackenzie 

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sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Caminhos e artivismos migrantes – Migracine

 

O Migracine (Observatório de Cinema e Migrações Transnacionais) do PPGCOM ESPM promove no dia 30/11, às 18h, o painel Caminhos e artivismos migrantes com a participação do realizador audiovisual Cristian Cancino (diretor)  e do ator boliviano César Chui Quenta (ator), ambos radicados no Brasil. A conversa se dará a partir do filme “Por trás da Pele” que estará acessível para as pessoas inscritas assistirem. O evento é online, gratuito e aberto ao público. Assistir ao filme é uma sugestão, mas não uma condição para participar do encontro. As inscrições podem ser feitas através o seguinte link:

https://doity.com.br/painel-caminhos-e-artivismos-migrantes-evento-do-migracine-observatorio-de-cinema-e-migracoes-transn


Sobre o evento:

Imigrantes e refugiados têm encontrado através da arte meios de trabalhar, trocar e contribuir com a sociedade. A cultura também representa a possibilidade de elaborar relações afetivas, transformar espaços e se sentir pertencente ao cenário das grandes cidades. São filmes, peças, grupos musicais e de dança, saraus literários, performances e múltiplas expressões que contribuem para a diversidade cultural das cidades brasileiras. "Por Trás da Pele" traz os protagonismos haitiano e aymara na capital paulista e é o único projeto migrante de cinema já contemplado pela SpCine

Painel Caminhos e artivismos migrantes – evento do Migracine (Observatório de Cinema e Migrações Transnacionais) do PPGCOM ESPM (https://www.observatoriomigracine.com/ )

Conversa a partir do filme Por Trás da Pele (Brasil, 25’, 2018) https://vimeo.com/795093821

Convidados: Cristian Cancino (diretor) e César Chui Quenta (ator)

Dia 30 de novembro de 2023 – 18h

Online via Zoom

Sobre os convidados

Cristian Cancino (diretor)

Cristian Cancino nasceu em Wallmapu, atual Chile, e migrou em 1980 para o Brasil. É jornalista formado pela PUC-SP e mestre em Humanidades, Direitos e Legitimidades pelo Diversitas (FFLCH-USP). Tornou-se realizador audiovisual em 1999, quando dirigiu "A Soltura do Louco", contemplado pelo Prêmio Rumos Cinema e Vídeo, do Itaú Cultural, e que atualmente integra a exposição Ensaio para um Museu das Origens, no Instituto Tomie Ohtake. Desde então, realizou como diretor, co-diretor e roteirista, mais de dez filmes, incluindo a série documental “Onde Está América Latina?” (2004), recebendo diversos prêmios. Estreou seu primeiro longa-metragem, “Sertão Progresso” (2011), na 14a Mostra Tiradentes de Cinema. Nos últimos anos realizou o curta-metragem de ficção “Por Trás da Pele” (2018), através do Edital de Curtas da SP Cine e que recebeu o prêmio aquisição pela Sesc TV na 3ª Mostra Sesc de Cinema (2019), e seu segundo longa-metragem documental, “Hay Días Buenos, Hay Días Malos”, sobre as migrações contemporâneas no Brasil, em parceria com as universidades de Strathclyde (Reino Unido), Grenoble (França) e UFAC (Universidade Federal do Acre). O longa também é fruto do projeto “Cine Cartografias Líquidas”, contemplado pela Bolsa FUNARTE de Residências Artísticas (2019). Hoje também ministra oficinas de audiovisual e sua produção mais recente é o curta documental “Ñande Mbaraete’I Katu - Vamos juntos nos fortalecer” (2023).

César Chui Quenta (ator)

Cesar Chui Quenta nasceu em La Paz, no Estado Plurinacional da Bolívia, e chegou ao Brasil em 1987. Xamã e multiartista, fez carreira, tanto no Brasil como na Bolívia, como ator, músico, locutor, cenógrafo, palestrante de cosmovisão andina, medicina tradicional, história e também é lutier de instrumentos autóctones. Como artista de teatro, formou-se em La Paz no Teatro Kollasuyo e, como músico, no Instituto Don Bosco. Trabalhou em diversas peças de teatro pelo mundo, esteve na Europa como músico integrando companhias de dança bolivianas, como Toque com Sendales, Boliviamanta, Expresion Aymara. No Brasil, é fundador do grupo Kollasuyu Maya e integra a Cia. Nova de Teatro desde 2011, onde atuou nos espetáculos Caminos Invisibles (2011) e Entrelaçados (2023). No cinema, atuou no curta-metragem Por Trás da Pele (2018).

Migracine 

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Encontro reúne bispos responsáveis das Conferências Episcopais para a Pastoral da Mobilidade Humana

 

Foto: Miguel Ahumada

Encontro reúne bispos responsáveis das Conferências Episcopais para a Pastoral da Mobilidade Humana Realizou-se em São Paulo (SP), no Brasil, nos dias 22 e 23 de novembro de 2023, o primeiro "Encontro com os bispos responsáveis das Conferências Episcopais para a Pastoral da Mobilidade Humana". Junto com bispos, participaram também a Direção Geral e as Direções Regionais e Provinciais da Congregação dos Missionários de São Carlos (Scalabrinianos). E participou, ainda, o Padre Fábio Baggio, Subsecretário do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral da Santa Sé, no Vaticano. 

O encontro ocorreu num espaço histórico para a solicitude aos migrantes e refugiados no Brasil - junto ao Instituto Cristóvão Colombo (ICC), que há mais de 120 anos acolhe os órfãos de migrantes, e ao Instituto de Teologia de São Paulo (ITESP). O evento está em sintonia com a voz e os gestos proféticos do Papa Francisco, e sua atenção particular para com os migrantes e refugiados de todo planeta.

Estiveram presentes 15 bispos de vários países e de todos os continentes, representando de forma especial os países onde atuam os missionários scalabrinianos junto à Pastoral dos Migrantes. 
Ao lado dos bispos, estiveram presentes também os sacerdotes religiosos scalabrinianos que trabalham junto aos migrantes, refugiados e marítimos dos diversos países de todo o mundo.

O principal objetivo do encontro foi identificar as convergências, os desafios e as propostas entre a Congregação Scalabriniana e as respectivas Conferências Episcopais, sobre a temática do fenômeno das migrações. As migrações hoje, mais do que nunca, interpelam as Igrejas Locais e as Congregações e institutos que têm esse carisma da solicitude pastoral ao povo sem raiz e sem pátria, população crescente na economia globalizada.
 

Pe. Alfredo J. Gonçalves é sacerdote da Congregação dos Missionários de São Carlos (scalabrinianos), cujo carisma é atuar com migrantes e refugiados. Durante 5 anos, foi assessor do Setor Pastoral Social da CNBB, depois Superior Provincial e Vigário Geral na Congregação supracitada. Hoje, exerce a função de vice-presidente do Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM). Recentemente lançou o livro Retratos da Metrópole, organizado pela Missão Paz

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