terça-feira, 17 de outubro de 2023

Arquidiocese do México alerta para sobrecarga de centros de acolhimento a migrantes


 fluxo de migrantes na cidade do México “aumentou de tal forma que criou uma verdadeira crise humanitária”, alerta a arquidiocese local numa declaração divulgada nas redes sociais, em que apela a todos aqueles “que tenham possibilidade” para “fornecer ajuda financeira ou em espécie” aos vários centros de acolhimento que têm vindo a ser improvisados pela Igreja, ou então a oferecer-se como voluntário.

A arquidiocese não tem um registro oficial do número de migrantes acolhidos, mas o padre Benito Torres, responsável por uma das paróquias que aos poucos transformou a sua igreja numa casa de abrigo temporário, fala em “milhares que chegam todos os dias”, e confessa: “A situação está superando todas as nossas forças e a nossa capacidade”.

Num vídeo que acompanha a declaração (veja abaixo) são partilhadas imagens desse centro improvisado, que acolhe no seu interior cerca de 700 pessoas. No exterior da igreja, acumulam-se pequenas tendas, outros dormem em caixas de cartão. E há apenas oito casas de banho para todos.

A maioria dos migrantes vem do Haiti e da Venezuela, mas “há pessoas de todos os países”, afirma o padre. “Incluindo da Europa e da Ásia… da China, e bastantes de África também”, acrescenta.

Na declaração, além de pedir ajuda a “todas as pessoas de boa vontade”, a arquidiocese insta as autoridades civis “a agilizarem os processos legais para a estabilidade dos migrantes”, bem como a “concederem vistos humanitários para que possam transitar livremente até ao seu destino”, destacando a urgência de criar um mecanismo para avaliar o direito ao asilo humanitário, antes de proceder à deportação de pessoas.

À população em geral, a hierarquia católica pede “que sejam sensíveis e pacientes com aqueles que viajam pelo território em direção ao país vizinho ao norte, e que considerem os enormes riscos que correm quando viajam como ilegais”.

A rota de migração terrestre mais mortal do mundo

De acordo com a agência de migração das Nações Unidas, a fronteira México-Estados Unidos é “a rota de migração terrestre mais mortal do mundo”.

O relatório mais recente da Organização Internacional para as Migrações (OIM), divulgado no mês passado, mostra que centenas de pessoas morrem todos os anos a tentar chegar aos EUA. Do total de 1.457 mortes e desaparecimentos de migrantes registados em 2022, 686 aconteceram na região da fronteira entre os Estados Unidos e o México, no ano considerado “o mais mortal já registrado” desde que o Projeto de Migrantes Desaparecidos da OIM começou, em 2014.

A agência alerta que o número real de vítimas pode ser muito maior, tendo em conta a falta de dados oficiais. Para o organismo da ONU, os números “alarmantes” são reflexo das consequências fatais de medidas dos países que não conseguem “garantir rotas de migração seguras e regulares”.

Para proteger os migrantes em busca de um futuro mais seguro, a OIM pede às autoridades nacionais que abordem as causas profundas da migração irregular, e melhorem a ajuda humanitária e a proteção aos grupos vulneráveis.

ihu.unisinos.br

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