sexta-feira, 4 de agosto de 2023

15 filmes para entender os desafios enfrentados pelos refugiados

 


acnUR

O deslocamento forçado já inspirou e continua a inspirar diversas obras audiovisuais. A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) preparou uma lista com 15 filmes para te ajudar a entender os desafios enfrentados pelos refugiados e a se inspirar a apoiar a causa. Confira:

1. As Nadadoras (2022), de Sally El Hosaini

Yusra e Sara se divertindo no mar.

© Divulgação de The Swimmers

O filme, que chegou ao top 10 da plataforma de streaming Netflix, é baseado na história real das irmãs Yusra e Sara Mardini Mardini, refugiadas sírias que tiveram que nadar por suas vidas. O filme é um retrato da força, da esperança e da perseverança que as jovens demonstraram frente a uma adversidade que jamais imaginaram ter que enfrentar: ter que sair de seu país para sobreviver à guerra. Hoje, Yusra é atleta Olímpica e Embaixadora da Boa Vontade do ACNUR. Uma curiosidade é que alguns atores do filme eram de fato refugiados.

Trailer | Disponível no streaming Netflix.

2. TFH: Aeroporto Central (2017), de Karim Aïnouz

© Reprodução de Mar Filmes

© Reprodução de Mar Filmes

Documentário do cineasta cearense Karim Aïnouz resgata a importância do extinto Aeroporto de Tempelhof, em Berlim. Entre 2015 e 2019, o local teve seus hangares usados como abrigos de emergência para refugiados que buscavam asilo. É neste cenário que o espectador acompanha Ibrahim, estudante sírio de 18 anos, e o fisioterapeuta iraquiano Qutaiba. O documentário recebeu o Troféu Anistia Internacional, no Festival de Berlim em 2018.

Trailer | Disponível nos streamings Now, Vivo Play, Oi Play, Itunes, Google +, Filme Filme e Looke.

3. Para Sama (2019), de Waadal-Kateab

Divulgação de Para Sama

© Divulgação de Para Sama

A jornalista síria Waad al-Kateab registra em primeira pessoa a intimidade de sua família em meio ao conflito em Alepo, na Síria. A obra é uma espécie de carta aberta à filha Sama, nascida entre bombardeios. O relato dramático e sensível de Waad traz uma perspectiva feminina sobre a violência extrema que aflige o país, sem perder a doçura de memórias esperançosas. O público acompanha de perto as angústias de uma mãe, cuja maternidade é marcada por vulnerabilidade e dificuldades extremas, como acesso à saúde e aspectos psicológicos da gestação. “Em que vida eu a coloquei, Sama? Será que um dia você vai me perdoar?”, questiona Waad em um dos momentos mais comoventes do filme, quando ela e o marido são coagidos a escolher entre ficar e ir embora.

Trailer | Disponível nos streamings Amazon Prime e Now.

4. Humanflow — Não existe lar se não há para onde ir (2017), de Ai Weiwei

Cena de Human Flow

© Cena de Human Flow

O filme-documentário é dirigido por Weiwei, um ativista político que foi preso, perseguido e expulso de seu país. A obra faz um panorama de crises de refugiados de mais de 20 países e expõe os motivos que levam milhões de pessoas ao redor do mundo a deixarem seus países e iniciarem uma jornada dura, incerta e cruel. “Human flow” é um retrato sobre as dificuldades que as pessoas deslocadas encontram pelo caminho:  travessias perigosas, humilhações e pouca receptividade.

Trailer | Disponível nos streamings Amazon Prime, Google Play e YouTube.

5. Cafarnaum (2019), de Nadine Labaki

Foto divulgação de Cafarnaum

© Foto divulgação de Cafarnaum

Quando a irmã mais nova de Zain (interpretado por Zain Al Rafeea, um refugiado sírio de 12 anos) é forçada a se casar com um homem mais velho, ele foge de casa e passa a viver nas ruas. Em troca de comida e abrigo, o garoto começa a cuidar do filho pequeno de Rahil, uma imigrante etíope sem documentos. O filme aborda também o drama de milhares de refugiados africanos e sírios que escapam da polícia e do tráfico de pessoas em Beirute, capital do Líbano. Com atuações fortes, sob o olhar único da diretora libanesa, a obra traz para as telas o caos social que inspira o título da produção. Cafarnaum significa “lugar de tumulto e desordem”. O filme saiu vencedor no Festival de Cannes 2018 e foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro.

Trailer | Disponível nos streamings Amazon Prime, NOW, Google Play, Vivo Play, Youtube, Looke, iTunes, Playstation, SKY Play e Xbo.

6. Exodus – De onde vim não existe mais (2017), de Hank Levine

Divulgação de Exodus

© Divulgação de Exodus

Em “Exodus”, o espectador acompanha as trajetórias de Napuli, Tarch, Dana, Nizar, Bruno, Lahtow e Mahka em busca de uma vida em segurança. Napuli é uma ativista política que teve de deixar o Sudão do Sul, passou por Uganda e agora luta para permanecer na Alemanha. Tarcha nasceu no Saara Ocidental e precisou fugir para a Argélia, onde vive em um campo de refugiados. Nascida na Síria, Dana chegou no Brasil via Turquia e está desesperada para reunir sua família no Canadá. A jornada de Nizar, um sírio-palestino, passa pelo Brasil, Cuba, e Europa, onde ele espera receber refúgio e reunir sua família. Bruno, de Togo, viveu em campos de refugiados na Alemanha durante nove anos, até ser finalmente legalizado e passar a ajudar outros refugiados. Lahtow e Mahka, de Mianmar, tiveram que deixar suas casas devido a conflitos militares. As histórias são narradas por Wagner Moura.

Trailer | Disponível no YouTube.

7. Zaatari: Memórias do Labirinto (2019), de Paschoal Samora 

Cena de Zaatari

© Cena de Zaatari

Ambientado no deserto de Mafrak, fronteira da Síria com a Jordânia, o documentário registra o nascimento de um dos maiores campos de refugiados do mundo. O lugar, chamado Zaatari, foi criado como uma estrutura transitória, mas que já se tornou a quarta maior cidade da Jordânia e o quinto maior centro financeiro do país. A obra contou com o apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e revela como os refugiados refazem suas vidas e procuram superar os traumas da guerra.

Trailer.

8. Cidade de Fantasmas (2017), de Matthew Heineman

Cena de Cidade de Fantasmas

© Cena de Cidade de Fantasmas

O olhar do premiado cineasta Matthew Heineman volta-se, com um acesso inédito até então, para os jornalistas anônimos do grupo Raqqa is Being Slaughtered Silently (RBSS – Raqqa está sendo assassinada silenciosamente), que arriscam a vida diariamente para denunciar em vídeos e fotos as atrocidades terroristas na Síria. A obra narra não só a história do grupo, cujos fundadores tiveram que buscar refúgio na Turquia e na Alemanha, como também expõe parte de seus trabalhos, contrapondo imagens da dura realidade de violência na região.

Trailer | Disponível no streaming Amazon Prime.

9. Era o Hotel Cambridge (2016), de Eliane Caffé

Cena do filme Era o Hotel Cambridge

© Cena do filme Era o Hotel Cambridge

Além de tratar da luta por moradia na cidade de São Paulo, a ficção também aborda a dinâmica do que é ser um refugiado no Brasil a partir da atuação de refugiados reais, que compartilham suas vivências valiosas.  As fronteiras não são as únicas barreiras em suas jornadas pela sobrevivência. Idioma, costumes, convivência com a população local e xenofobia também podem ser empecilhos para o conforto de “sentir-se em casa”.

Trailer.

10. Fogo ao Mar (2016), de Gianfranco Rosi

Reuters

© Reuters

Para além de ser mais um documentário expositivo sobre os infortúnios de pessoas que deixam a África e Oriente Médio em busca de refúgio na Europa, “Fogo ao Mar” é um retrato de realidades distintas, e como elas se cruzam. Samuelle, garoto de 12 anos com problemas de vista, atentamente escuta a avó falar sobre a guerra e as bombas que faziam o mar incendiar. Enquanto prepara o almoço, uma mulher escuta no rádio o número de pessoas que morreram tentando chegar à ilha. Um médico tenta se comunicar com uma sobrevivente durante um exame de ultrassonografia. Tudo isso divide a tela com os dramáticos resgates no mar.

Trailer | Disponível nos streamings Amazon Prime, Google Play, YouTube.

Bônus Oscar 2022:

11. Flee (2021), de Jonas Poher Rasmussen

Flee é um filme de docudrama de animação independente de 2021 dirigido por Jonas Poher Rasmussen. Nawabi reconta e compartilha histórias sobre sua jornada que nunca havia revelado antes, descrevendo as condições que forçaram sua família a fugir do país, como ele se separou de seus irmãos na Rússia e como ele se descobriu um homem gay na Europa. O longa aborda a necessidade de um homem confrontar seu passado para realmente ter um futuro.

12. Duna (2021), de Denis Villeneuve

Inspirado na série de livros de Frank Herbert, Duna se passa em um futuro longínquo. O Duque Leto Atreides administra o planeta desértico Arrakis, também conhecido como Duna, lugar conhecido por ser fonte da substância rara chamada de “melange”, usada para estender a vida humana, chegar a velocidade da luz e garantir poderes sobre-humanos. Eles vão para Duna, com o intuito de garantir o futuro de sua família e seu povo.

13. Encanto (2021), de Byron Howard e Jared Bush

Forçada por um conflito armado a fugir de casa, a jovem Alma Madrigal perde seu marido Pedro, mas salva seus filhos trigêmeos: Julieta, Pepa e Bruno. Sua vela adquire poderes mágicos – um “milagre” – e derrota seus inimigos, criando uma casa consciente, a “Casita”, para os Madrigais morarem, junto com uma vila protegida por altas montanhas. A magia deste Encanto abençoou todos os meninos e meninas da família com um dom único, desde a superforça até o poder de curar. Todos, exceto Mirabel.

14. Three Songs for Benazir (2021), de Elizabeth Mirzaei e Gulistan Mirzaei

A história de Shaista, um jovem que – recém-casado com Benazir e morando em um campo para deslocados em Cabul – luta para equilibrar seus sonhos de ser o primeiro de sua comunidade a se juntar ao Exército Nacional Afegão com as responsabilidades de começar uma família. Mesmo que o amor de Shaista por Benazir seja palpável, as escolhas que ele deve fazer para construir uma vida com ela têm consequências profundas.

15. Belfast (2021), de Kenneth Branagh

Na Irlanda do Norte dos anos 60, um menino de 9 anos experimenta o amor, a alegria e a perda. Em meio a conflitos políticos e sociais, o garoto tenta encontrar um lugar seguro para sonhar enquanto sua família busca uma vida melhor. O jovem Buddy percorre a paisagem das lutas da classe trabalhadora, em meio a mudanças culturais e violência extrema.

 

Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) trabalha em 134 países para salvar as vidas, proteger os direitos e garantir um futuro digno às pessoas que foram forçadas a se deslocar em virtude de conflitos, perseguições e graves violações de direitos humanos. Sua doação transforma a vida de quem foi forçado a deixar tudo para trás. Ajude refugiados hoje mesmo.

Por Alana Oliveira, originalmente em abril de 2020, com edições posteriores

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