Mais de 9 mil brasileiros são deportados dos EUA em quatro anos

 

De outubro de 2019 a maio de 2023, o Aeroporto de Confins recebeu um número crescente de voos com deportados, totalizando 9 mil brasileiros expulsos dos Estados Unidos

Cerca de 9 mil brasileiros foram deportados dos EUA em um período de quatro anos, de acordo com dados recentes. Apenas nos primeiros cinco meses deste ano, 597 pessoas que tentaram entrar ilegalmente nos Estados Unidos desembarcaram no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins.

De outubro de 2019 até maio de 2023, um total de 8.969 pessoas foram deportadas dos Estados Unidos para o Brasil, sendo que 94 aviões pousaram em Confins trazendo homens, mulheres e famílias inteiras em situação irregular no país ou que foram detidos ao tentar atravessar a fronteira pelo México.

O Aeroporto de Confins se tornou o destino de todos os voos com brasileiros deportados dos EUA desde 2019, principalmente devido ao fato de que muitas dessas pessoas são provenientes de Minas Gerais, segundo informações da BH Airport, concessionária que administra o terminal.

A Polícia Federal informou que cerca de 90% dos deportados são homens com idades entre 20 e 40 anos. Recentemente, três pessoas foram presas pela Polícia Federal por suspeita de envolvimento em um esquema de migração ilegal para os Estados Unidos. Estima-se que 250 pessoas tenham entrado ilegalmente no país, incluindo 100 crianças e adolescentes.

Os imigrantes chegavam a pagar até US$ 25 mil para participar do esquema, com a promessa de facilitar sua entrada nos Estados Unidos. No entanto, muitos acabaram retornando para casa, mesmo após enfrentarem maus-tratos por parte das autoridades norte-americanas. Relatos de brasileiros indicam que alguns tiveram que viajar algemados na frente de seus filhos.

Desde 2019, os voos de deportação foram intensificados devido ao aumento das detenções de brasileiros na fronteira sul dos Estados Unidos, conforme declarado pelo Itamaraty. O governo de Donald Trump endureceu as políticas de imigração nos EUA, e mesmo com a eleição de Joe Biden em 2020, a situação não sofreu grandes alterações.

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