terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Nenhuma solução rápida para a crise migratória no norte do Chile

 


Com o destacamento de pessoal militar protegendo a fronteira norte contra o afluxo maciço de imigrantes indocumentados, o governo chileno ainda está tentando encontrar uma solução para a crise migratória que se agravou na última semana.


Nesta terça-feira, os ministros do Interior, Defesa e Relações Exteriores são esperados em Colchane, uma pequena cidade que se tornou o epicentro do problema, para aprender no terreno a seriedade da situação e tentar encontrar uma saída.

No dia anterior, o Presidente Sebastián Piñera se referiu ao que está acontecendo em Colchane, onde já existem mais imigrantes indocumentados – vivendo ao ar livre e sem ajuda – do que os locais, o que está pressionando a coexistência e ameaça ficar pior.

Mas o presidente se limitou a culpar o governo de sua antecessora Michelle Bachelet, ressaltando que quando chegou a La Moneda havia 'uma grande desordem' em matéria de migração e também se chocou na Venezuela, referindo-se à crise em Colchane, devido ao alto número de imigrantes ilegais daquela nacionalidade.

Entretanto, os prefeitos do norte acusaram o governo de desconexão e falta de diálogo, e o prefeito do município de Colchane, Javier García, disse que não se coordenaram com ele para discutir medidas para resolver a crise.

Em declarações relatadas por Biobío.cl, o prefeito de Arica, Gerardo Espíndola, disse que o território também enfrenta problemas de tráfico de pessoas, e que o governo não o contactou enquanto anunciava decisões em nível central. Seu homólogo em Iquique, Mauricio Soria, insistiu na falta de comunicação do Executivo e pediu para reforçar o controle das fronteiras e estabelecer hospitais de campo para atender imigrantes que, disse ele, desde setembro até hoje, são mais de 20 mil.

Mas ele foi mais longe e em referência direta à visita anunciada dos ministros considerou que estes 'deveriam ser para resolver, não para saber porque isso já é bem conhecido'.

O problema assumiu maior relevância quando os corpos de uma venezuelana e de uma colombiana foram encontrados em dois locais diferentes perto de Colchane na semana passada.

Entretanto, no dia anterior, a Clínica relatou que uma mulher haitiana, também indocumentada, sofreu um aborto espontâneo após passar três dias pernoitando em uma parada de ônibus em Colchane, com dor e sangramento sem receber atendimento médico.

As organizações de migrantes e os políticos da oposição exortaram o governo a abordar esta situação não como um problema de segurança nacional, mas como uma crise humanitária e a buscar uma solução de acordo com o respeito aos direitos humanos.

Prensa Latina
www.miguelimigrante.blogspot.com

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