terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Pesquisadores de Mato Grosso ganham o premio SemeAd 2020 com trabalho sobre migração

 

Esta premiação é realizada anualmente, o simpósio é um dos maiores eventos na área de administração no pais



O trabalho intitulado “A situação de vulnerabilidade social de imigrantes e refugiados acentuada pela pandemia: um estudo do cenário mato-grossense, de autoria dos professores Kelly Pellizari(UFMT) e Henrique Alves(UNEMAT) foi premiado na categoria Pesquisa Aplicada, pelo Semead edição 2020, evento organizado pela Faculdade de Administração- FEA-USP. O estudo faz uma avaliação inicial dos principais impactos da pandemia  sobre a população imigrante e refugiada no estado de Mato Grosso. Teve como pano de fundo a realidade migratória de migrantes que foram e estão sendo acolhidos pela Pastoral do Migrante de Cuiabá, uma das casas de acolhida pertencente à congregação scalabriniana, assim como, a Casa do Migrante da Missão Paz.  O artigo também aborda questões de uma pesquisa que foi realizada na Missão Paz que propôs reflexões sobre a temática migratória.  

Mato Grosso embora não seja um estado altamente populoso e onde a falácia de “estado agrícola rico” não se configura uma realidade para todos, teve um aumento considerável da população imigrante e refugiada na última década, que ao tentar se inserir socialmente depara-se com as mais variadas desafios, intensificadas com a chegada da pandemia. A dificuldade em conseguir um trabalho que já vinha sendo uma realidade para muitos imigrantes em Mato Grosso, sobretudo daqueles que residem na capital do estado, passou a fazer parte da vida daqueles que buscaram outras cidades interioranas para viver.

A vulnerabilidade social se apresenta de várias formas no contexto social, com a pandemia de covid-19, as interfaces da vulnerabilidade foram ganhando novos rostos e contornos, os imigrantes e refugiados passaram a incorporar com maior frequência, os já anteriormente populosos grupos dos marginalizados socialmente. A pandemia de covid-19 trouxe à tona, mais uma vez, as desigualdades sociais que assolam aqueles que estão inseridos à margem da sociedade brasileira por não terem condições, sobretudo financeiras, de manterem-se ativos dentro da lógica capitalista de produção.

Os principais resultados apontam para o fato de que a pandemia de coronavírus intensificou a situação de vulnerabilidade social de muito imigrantes e refugiados em Mato Grosso. Eles que já conviviam com a dificuldade do desaquecimento do mercado formal de trabalho e escassez de vagas, agora se veem desamparados com a falta de políticas públicas efetivas na área da saúde, da habitação, do emprego, dentre outras limitações que restringem o acesso ao trabalho e renda, impostas pela atual crise sanitária.

Kelly Pellizari

www.miguelimigrante.blogspot.com

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