Os frequentes fluxos migratórios verificados no Brasil nos últimos anos têm Mato Grosso do Sul entre os principais destinos. No entanto, acolhida humanitária para os que estão de passagem e mesmo para os que decidem fixar residência por aqui ainda enfrenta impasses. O desafio mais recente é o abrigo de venezuelanos. Na intenção de qualificar a recepção, grupos da sociedade civil e órgãos públicos articulam rede de apoio para atuar a partir de 2020.
Até março deste ano, o Ministério da Defesa contabilizou a interiorização de 5 mil imigrantes no Brasil em 12 meses da Operação Acolhida. Deste total, 278 tinham o Estado como destino. O número, porém, está defasado. A Cruz Vermelha contabilizou a chegada de oito grupos com cerca 100 pessoas no Estado até novembro deste ano.
Mesmo com fluxo pequeno de imigrantes comparado há de outros estados, a DPE (Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul), por meio do Nudedh (Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos ), instaurou cinco procedimentos para investigar a existência, e nos casos positivos, a eficiência de políticas públicas voltadas aos refugiados venezuelanos no estado.
Em reunião realizada na tarde desta quinta-feira para articulação de rede de acolhida, a irmã Rosane Costa Rosa, da Pastoral do Migrante, lembrou que os grupos encaminhados pelo governo Federal de Roraima, estado que faz fronteira com a Venezuela, não representam a situação de todos os imigrantes. “Tem os que veem por conta própria. Estes são mais vulneráveis que o de imigração organizada”, destaca.
Reunião para criação de rede para acolhimento humanitário foi realizada na Arquidiocese de Campo Grande (Foto: Tainá Jara)
Conforme levantamento da Pastoral, os principais desafios para os imigrantes no Estado são a falta de locais de acolhimento, especialmente para migrantes temporários; atendimento médico; e ingresso no mercado de trabalho. Os principais destinos para os que pretendem fixar residência são as cidades de Dourados, Ponta Porã e Corumbá.
A fronteira com cidades do Paraguai e Bolívia tornou a imigração rotina no Estado. No entanto, a partir de 2010, com ocorrência de terremoto catastrófico no Haiti, fluxo migratório de outra natureza foi verificado. A experiência dos haitianos também foi colocada em debate para qualificação da acolhida aos venezuelanos, além de colombianos e cubanos que também passam por terras sul-mato-grossenses.
Campo Grande News
www.miguelimigrante.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário