sábado, 14 de dezembro de 2019

EUA registram prisões de 18 mil brasileiros na fronteira em 2019

EUA querem aplicar programa para manter brasileiros no México dirante processo de imigração e pedido de asilo
O número de brasileiros presos pela Patrulha de Fronteira dos Estados Unidos (CBP, sigla em inglês) aumentou no ano passado para cerca de 18.000, em comparação a 1.600 do ano anterior. Estas informações foram divulgadas com base em relatórios da agência.
A quantidade de prisões superou, em muito, qualquer ano desde 2007. Os registros mostram que o maior índice de detenções de brasileiros na fronteira era de cerca de 3.200 no ano fiscal de 2016.
De acordo com a CBP, o aumento de detenção de brasileiros na fronteira ocorreu em meio a um aumento geral de imigrantes que chegaram à fronteira sul, impulsionados em grande parte em famílias que usaram o sistema “cai-cai” para entrar no país.
O vice-secretário interino de Departamento de Segurança Interna, Ken Cuccinelli, disse na terça-feira (10), durante uma entrevista no Centro de Imprensa Estrangeira do Departamento de Estado, que os EUA estão em "discussões contínuas" com o Brasil sobre um número crescente de cidadãos que chegam à fronteira.
Nos dois primeiros meses do ano fiscal de 2020 - outubro e novembro - pouco mais de 3.000 brasileiros foram presos pela Patrulha da Fronteira, acompanhando o mesmo ritmo do ano passado. "Temos um diálogo aberto com elas (autoridades brasileiras). As questões de imigração continuam sendo discutidas ativamente com o Brasil. Estamos vendo mais brasileiros aparecendo na fronteira sul e isso está aumentando a intensidade do lado americano tornando um desafio para o nosso país", disse Cuccinelli em resposta a uma pergunta sobre se os EUA planejam chegar a um acordo com o Brasil semelhante ao da Guatemala.
As políticas adotadas no ano passado para impedir que os imigrantes se aproximassem da fronteira entre os EUA e México excluíram amplamente os brasileiros.
No geral, mais de 850.000 imigrantes foram presos na fronteira sul em 2019. Houve um aumento de imigrantes de países da América do Sul, particularmente Brasil, além de Equador e Venezuela, de acordo com os novos dados.
Paulo Sotero, diretor do Brazil Institute, no Woodrow Wilson Center, uma instituição dos EUA de estudos de geopolítica, disse que o Brasil enfrenta problemas econômicos há anos, com alto desemprego e baixo crescimento, levando a uma imigração contínua para os EUA. "Este país, mesmo em tempos como este, quando você tem um líder falando sobre a construção de muros, continua a ser o mais atraente para os imigrantes do mundo, ilegal ou legal", disse ele.
O comissário interino da CBP, Mark Morgan, disse na segunda-feira (09) que o foco do governo no ano passado foi abordar o aumento de famílias dos países do Triângulo Norte. No entanto, ele acrescentou que a agência também está monitorando o aumento de famílias mexicanas, bem como a chegada de imigrantes do Brasil, Haiti e países africanos.
“Contrabandistas e cartéis estão constantemente modificando sua abordagem para continuar a ganhar dinheiro e explorar imigrantes de todos os lugares", acrescentou Morgan.
Ele também disse que a agência estava considerando expandir o programa de Protocolos de Proteção à Migração, também conhecido como "Permanecer no México", para populações de outros países, incluindo o Brasil.
O programa permite que as autoridades enviem imigrantes para o México enquanto aguardam seus procedimentos nos tribunais de imigração nos EUA.
Apenas imigrantes de países de língua espanhola foram inseridos no programa, portanto, os brasileiros ficaram fora, de acordo com uma fonte do DHS. "Estamos confiantes de que o mesmo tipo de abordagem e as mesmas iniciativas aplicadas às famílias dos países do Triângulo do Norte poderão ser aplicadas a imigrantes de outros países”, finalizou.
 Brazilian Times.
www.miguelimigrante.blogspot.com

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