terça-feira, 22 de outubro de 2019
As migrações na história da humanidade
As migrações são um assunto muito atual. O presidente americano Donald Trump quer construir um muro na fronteira dos Estados Unidos com o México. Para impedir que mexicanos e outros latino-americanos continuem entrando no território do Tio Sam. Aqui no Brasil o governo tenta conter levas de venezuelanos que cruzam nossa fronteira norte fugindo do regime de Nicolas Maduro. E no oriente médio as guerras constantes, com o Estado Islâmico, a Síria e a Turquia provocam levas de refugiados que enfrentam a morte no Mar Mediterrâneo para chegar na sonhada Europa.
Agora o tema recebeu uma análise profunda no livro “Maré Humana” do pesquisador Paul Morland, que está saindo pelo selo da editora Zahar. Morland mostra como a movimentação das populações humanas pode mudar o curso da história, exercendo uma influência tão forte no destino das nações como as forças políticas mais conhecidas. Mudanças demográficas, diz o autor, estão por trás da ascensão meteórica da China, que de país pobre virou superpotência em poucas décadas. Porque a Grã-Bretanha votou pelo Brexit, ou seja, a saída da União Europeia ou a eleição do Donald Trump nos Estados Unidos.
O livro relaciona a economia, a política, o poderio militar e as tendências culturais com a história de demografia, mostrando como tudo se inter-relaciona. As migrações humanas estão por trás da ascensão e queda do Império Britânico, da transformação dos Estados Unidos em uma superpotência, cujo poderio é agora desafiado pela China, e os desafios globais como o nazifascismo e a Guerra Fria. Esses dois últimos são fenômenos que tentam ressurgir em tempos modernos. Com a eleição de governos de direita ultranacionalistas como reação contra a perda de empregos para migrantes de outros países.
O livro é leitura obrigatória para quem se interessa pela história contemporânea e quer entender o que há por trás das manchetes que vemos na mídia. E ajuda a entender o papel que todos nós desempenhamos no curso da história, mesmo quando não temos o poder político nem militar, mas apenas o poder dos números.
Diario do Vale
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