sexta-feira, 6 de setembro de 2019

IMIGRAÇÃO JUDAICA NO BRASIL, SOB O OLHAR ATENTO DE LASAR SEGALL

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Reprodução
Considerado um artista que soube olhar com sensibilidade para o mundo a seu redor, Lasar Segall terá gravuras expostas no Memorial da Imigração Judaica e do Holocausto entre 26 de agosto e 26 de setembro, com o apoio do Ministério da Cidadania.
Lasar Segall se instalou no Brasil em 1923, residindo lá até sua morte, em 1957. Conforme destaca o Museu, o drama da emigração o marcaria por toda a sua vida, e parte de suas obras é dedicada à experiência judaica, noção de identidade e o exílio dos que são obrigados a deixar seus países.
As gravuras revelam a identificação do artista com imigrantes que, assim como ele, atravessaram o Atlântico em busca de melhores condições de vida na primeira metade do século 20. Muitos deles tornaram-se refugiados que padeceram do antissemitismo em larga escala gerado pelo arbítrio sem limites do regime nazista, que culminou no Holocausto.
Dezenas de gravuras de Segall sobre a imigração, produzidas entre 1926 e 1930, serão expostas no Memorial da Imigração Judaica e do Holocausto. Serão exibidas desde imagens de imigrantes que conversam sentados no tombadilho até marinheiros que cuidam de chaminés, passando por gaivotas que pousam nos respiradouros do navio, tudo retratado com a conhecida maestria modernista de Segall.
Irradiador do modernismo brasileiro
Na opinião de Celso Lafer, jurista e membro da Academia Brasileira de Letras, Lasar Segall é um dos grandes artistas plásticos do século XX. “Participou criativamente do expressionismo alemão e, depois de radicar-se no Brasil, teve um papel de grande e irradiador relevo no modernismo brasileiro. São múltiplos os seus olhares e diversificadas as fontes de sua inspiração que se objetivaram no alcance universal de sua produção artística”, observa Lafer.
“As gravuras que integram esta exposição podem ser vistas como parte do ateliê de criação artística de Segall. Contribuem para o entendimento de diversas facetas de um quadro que foi pensadíssimo. Por outro lado, tem uma autonomia estética própria”. 
Hoje, o Museu Lasar Segall funciona na casa em que o artista viveu, preservando sua memória e divulgando sua obra, marcada por notável proficiência técnica, que lhe garantiu virtuosismo invejável. Em suas palavras: “Sem técnica, sem conhecimento do método, o artista não fala – gagueja”.
JOSEANE PEREIRA
UOL
www.miguelimigrante.blogspot.com

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