segunda-feira, 2 de junho de 2025

Travessias no Canal da Mancha voltam a atingir máximos

 




Em 2024, a maioria dos migrantes que chegaram ao Reino Unido era proveniente do Afeganistão, Síria e IrãoFoto: Johan Ben Azzouz/PHOTOPQR/VOIX DU NORD/MAXPPP/picture alliance


As autoridades britânicas registaram no sábado a chegada de 1.194 migrantes que atravessaram o Canal da Mancha em pequenas embarcações, o número mais elevado desde o início do ano, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais. No mesmo período, as autoridades marítimas francesas resgataram 184 pessoas no Estreito de Pas-de-Calais, entre a noite de sexta-feira (30.05) e a tarde de sábado (31.05).

Desde janeiro, mais de 14.800 migrantes chegaram ao Reino Unido por via marítima, ultrapassando já os números do mesmo período do ano passado e apontando para um novo recorde anual, depois das 36.800 chegadas contabilizadas em 2024. 

O recorde absoluto de travessias num só dia remonta a setembro de 2022, com 1.305 entradas. Nesse ano, o total anual foi de 45.774 migrantes. Em 2023, verificou-se uma quebra, mas os números voltaram a subir significativamente em 2024.Apesar das medidas conjuntas entre Londres e Paris para travar estas travessias, o fenómeno mantém-se. Desde o início do ano, pelo menos 15 pessoas morreram na travessia, incluindo uma mulher e uma criança ao largo de Calais, na noite de 20 para 21 de maio. Em 2024, o número total de mortes foi de 78, o mais elevado desde 2018, quando começaram a intensificar-se as travessias ilegais entre França e o Reino Unido.

Fotografias divulgadas nos últimos dias, mostrando agentes franceses a observarem migrantes a abandonar a praia sem intervir, geraram forte reação no Reino Unido, sobretudo na comunicação social conservadora. O ministro da Defesa britânico, John Healey, classificou as imagens como "chocantes" e insistiu na necessidade de Paris aplicar o acordo bilateral que prevê a atuação preventiva nas águas pouco profundas.

O Governo trabalhista de Keir Starmer reiterou o compromisso de combater a imigração ilegal e está a debater no Parlamento uma nova lei de controlo de fronteiras, que inclui mais poderes para a polícia e possíveis "centros de regresso" fora do território britânico para requerentes de asilo rejeitados. A proposta de nova legislação surge num contexto de pressão crescente sobre o governo trabalhista, nomeadamente devido à ascensão do partido de extrema-direita Reform UK, que tem feito da imigração uma das suas bandeiras principais. Em resposta, o Executivo comprometeu-se a reduzir tanto a imigração regular como a irregular.

Em 2024, a maioria dos migrantes que chegaram ao Reino Unido era proveniente do Afeganistão, Síria e Irão.

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