segunda-feira, 30 de junho de 2025

‘Migrante não vem tirar o espaço de ninguém, só quer ser tratado como ser humano’, diz padre em SC

 

Religioso integra um grupo de trabalho do Ministério Público do Trabalho (MPT) sobre condições análogas à escravidão - Reprodução/Scalabrinianos

No Dia Nacional do Imigrante, celebrado nesta terça-feira (25), o padre Gabriel Battistella, coordenador da Pastoral do Migrante – Missão Scalabrini, em Santa Catarina, afirma que o Brasil ainda tem um longo caminho para se tornar um país verdadeiramente acolhedor para quem chega de fora. Segundo ele, embora o país seja visto como um destino seguro por migrantes, a realidade encontrada após a chegada é marcada por obstáculos como xenofobia, dificuldades de regularização e exploração no mercado de trabalho.

“Tem-se a possibilidade de se desenvolver aqui”, afirma o padre, em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato. “Mas não é somente passar uma fronteira que tudo vai ser realizado”, pondera. Um dos pontos mais críticos, segundo Battistella, é a oferta de empregos degradantes a migrantes, especialmente em frigoríficos do oeste catarinense.

“Muitos trabalhos que acabam sendo oferecidos para os migrantes são trabalhos que os autóctones locais não têm mais interesse”, relata. “Infelizmente, com um trabalho bastante desgastante […] às vezes a família acaba nem podendo se encontrar, porque está em turnos de trabalho diferentes”, conta.

O padre integra um grupo de trabalho do Ministério Público do Trabalho (MPT) sobre condições análogas à escravidão. Ele aponta que a burocracia na documentação e no reconhecimento de diplomas também contribui para a vulnerabilidade. “Nós temos muitos profissionais da área da saúde que trabalham em frigoríficos, trabalham em vendas de shoppings, por essa dificuldade”, revela.

“Muitos trabalhos que acabam sendo oferecidos para os migrantes são trabalhos que os autóctones locais não têm mais interesse”, relata. “Infelizmente, com um trabalho bastante desgastante […] às vezes a família acaba nem podendo se encontrar, porque está em turnos de trabalho diferentes”, conta.

O padre integra um grupo de trabalho do Ministério Público do Trabalho (MPT) sobre condições análogas à escravidão. Ele aponta que a burocracia na documentação e no reconhecimento de diplomas também contribui para a vulnerabilidade. “Nós temos muitos profissionais da área da saúde que trabalham em frigoríficos, trabalham em vendas de shoppings, por essa dificuldade”, revela.

O religioso também critica o preconceito contra migrantes do Sul Global. “Às vezes gostamos da música, da culinária, da dança, das cores. Mas não gostamos da pessoa. A pessoa incomoda. […] O preconceito é o espelho da pobreza da pessoa. Essa pobreza de espírito e intelectual, essa mesquinhez humana”, lamenta.

Encerrando o mês do migrante, a Pastoral promove no dia 29 de junho a Festa da Partilha, em Florianópolis, com celebração em espanhol, almoço coletivo e uma festa intercultural. Mais informações podem ser acessadas no site da organização. “Convidamos cada nacionalidade para vir com seus trajes típicos e também, se possível, trazer um prato típico da sua cultura. E nós, brasileiros, estaremos integrando essa festa com a nossa tradicional festa junina”, anuncia.

Editado por: Thalita Pires

brasildefato.com.br/

www.miguelimigrante.blogspot.com

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