Imigrantes na região Sul do Brasil têm o menor rendimento médio do país e respondem pela maior parcela de inscritos no Cadastro Único do governo federal.
Dados de 2022 apontam que a maioria dos inscritos, mais de 33%, são da região Sul, quase 30% do Nordeste, 23% do Norte, 9,5% do Centro Oeste e 3,5% da região Sudeste.
Os dados estão no relatório anual do Observatório das Migrações Internacionais, divulgado nesta quarta-feira (18), Dia Internacional do Migrante. Neste ano, a publicação focou nas dinâmicas migratórias entre as regiões do Brasil.
O relatório mostra que a maior parte das solicitações de residência na região Norte estiveram relacionadas à Acolhida de Venezuelanos, Acordos para América do Sul e Reunião Familiar.
Em relação ao mercado de trabalho, segundo o relatório, havia mais de 42 mil trabalhadores migrantes formalizados em 2022 e 2023 no Centro Oeste do país. A principal nacionalidade foi a venezuelana, 50% do total. Na sequência, estão os haitianos, com 15%, e os paraguaios, com 10%. 66% desses trabalhadores eram do sexo masculino, com idades entre 20 e 39 anos. A maioria, 55%, possuía ensino médio completo.
Segundo Luana Medeiros, diretora de Migrações do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o relatório vai ajudar na construção de uma política pública que atenda efetivamente as necessidades dos migrantes e das comunidades acolhedoras em todo o país.
Medeiros lembra que o Ministério da Justiça está desde o ano passado construindo a Política Nacional de Migrações, Refúgio e Apatridia, instrumento já previsto na lei de imigração, aprovada em 2017, mas que ainda não foi plenamente regulamentado.
A diretora do Instituto Migrações e Direitos Humanos, Irmã Rosita Milesi, destaca que políticas de integração para os migrantes são fundamentais, assim como a regularização de documentos para que possam acessar as políticas públicas.
O relatório traz ainda informações sobre investimentos feitos por migrantes no país. Em 2023, foram investidos quase R$ 35 milhões em atividades produtivas na região Sudeste, cerca de 25% do total dos valores investidos por essa população. São investimentos em empresas para concessão de residência no país, procedimento regulamentado por resolução do Ministério da Justiça.
Já os investimentos imobiliários, que correspondem à aquisição de imóveis para concessão de residência, chegaram a cerca de R$ 152 milhões na região Sudeste, representando 56% do total dos valores investidos nessa modalidade.
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