Foto Divulgação
O crescente
número de imigrantes e refugiados afegãos no Brasil e no Oeste do Paraná foi o
tema de encontro realizado na manhã desta sexta-feira (5) na Sala de Reuniões
do Gabinete do Prefeito. Na ocasião, integrantes dos poderes Executivo e
Legislativo municipal receberam representantes da Organização Internacional
para as Migrações (OIM) e da Organização da Sociedade Civil (OSC) Panahgah,
sediada em Jundiaí/SP e criada em setembro de 2021 com a finalidade de dar
amparo a quem veio recomeçar a vida em nosso país após a tomada do poder no
Afeganistão pelo grupo fundamentalista islâmico talibã.
A OIM marcou
presença com as assistentes de projeto Isabella Dourado e Marina Faleiro; por
sua vez, quem falou em nome da Panahgah foi a conselheira jurídica Sindy Nobre
Santiago, mãe da idealizadora da OSC, Sophia Nobre. Em nível local, este apoio
é oferecido pelo casal Osmar Fernandes dos Santos e Analice Fernandes da Cunha,
empresários, pastores e fundadores do Projeto Éden.
Membros da
equipe técnica da Secretaria de Políticas para Infância, Juventude, Mulher,
Família e Desenvolvimento Humano (SMDH), pasta responsável pela formulação e
execução de políticas públicas para imigrantes e refugiados que residem em
Toledo, participaram do debate, que também foi acompanhado pelo prefeito Beto
Lunitti e pelos vereadores Valtencir Careca e Dudu Barbosa, presidente da
Câmara.
O chefe do
Executivo lembrou que toda a ajuda é bem-vinda na busca de soluções e que as
mudanças acontecerão a partir dos territórios. “Se não tivermos os sentimentos
de gratidão, amor, perdão e empatia, e adotarmos isso por princípio, não iremos
muito longe. Não podemos agir somente pensando em benefícios próprios”,
sublinha.
Beto ainda
disse que a intenção do município é fazer todo o possível, observando a
legalidade dos processos. “É preciso colocar nossa Agência do Trabalhador como
parceira deste trabalho. É preciso criar novos horizontes. O ser humano não tem
fronteiras”, pontua.
De acordo com
o chefe do Legislativo Municipal, acolher pessoas é uma prática muito
consolidada em Toledo. “Começou com o prefeito Beto Lunitti, ainda em 2013,
esse processo de cuidar das pessoas. E isso vem sendo ampliado. Aqui temos um
território diferente, por conta de todas as nossas políticas públicas, e que
bom que somos uma referência e podemos oferecer algo melhor para tantas
famílias que tiveram que deixar seus países de origem”, destaca Dudu.
Osmar observa
que o trabalho realizado pelo projeto que lidera ao lado de sua esposa
possibilita a vivência plena do Evangelho. “Nós gostamos de Toledo, temos
saúde, educação e segurança. Sempre que foi preciso acessar qualquer serviço do
município, fomos muito bem atendidos. Receber essas famílias, esses imigrantes
faz com que a gente, que um dia também foi acolhido aqui, vivamos
verdadeiramente o que pregamos. Nós, em algum momento, viemos de outro lugar. A
obra social precisa acontecer”, salienta.
Segundo
informações dos representantes locais da Panahgah, há em Toledo três famílias
afegãs à OSC. Somadas, elas reúnem dez pessoas, das quais três são crianças.
A titular da
pasta da SMDH, Rosiany Favareto, fala da importância do diálogo com a
Secretaria do Agronegócio, de Inovação, Turismo e Desenvolvimento Econômico,
através da Agência do Trabalhador, para se verificar as possibilidades de
colocação no mercado de trabalho destas pessoas. “O processo precisa ser feito
de forma ordenada. Precisamos superar algumas barreiras limitadoras com relação
à comunicação e à cultura, em especial”, acrescenta.
A Panahgah
oferece suporte aos afegãos que se refugiam no Brasil, o que inclui ajuda
financeira mensal de R$ 1.200 por pessoa durante um ano. “Não moro no Paraná, mas vejo aqui em Toledo
um potencial de acolhida melhor que em outros lugares que conheço. Para que os
adultos possam ser inseridos de forma célere no mercado de trabalho local,
vamos orientá-los a preencherem, desde já, o Currículo Top. Quanto às crianças,
elas já estão aptas, assim que chegarem, a ingressarem na escola, sendo a
diferença dos idiomas a única barreira a ser transposta”, detalha Sindy.
“Toledo é uma cidade organizada, que acolhe bem os imigrantes. Em ambos os
aspectos, superou minhas expectativas e saio daqui com a sensação boa de que,
com o apoio do município, poderemos avançar muito nesta questão”, comenta
Isabella.
Rosiany
alerta que as questões culturais devem ser respeitadas. “Porém, a legislação
brasileira e o cuidado com as pessoas em nosso município não tolera violações
de direitos e que, dentro das possibilidades, a articulação pode ser feita via
Coordenadoria de Imigrantes, de maneira ordenada, sem impactos negativos para
as famílias migrantes e o município”, pondera.
toledonews.com.br
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