Comemora-se no 1º dia de maio o “Dia Mundial dos
Trabalhadores”, tendo como referência a greve geral desencadeada no dia 1 de
maio de 1886, em Chicago, nos Estados Unidos, que foi assumida posteriormente
como data de luta pelos direitos da classe trabalhadora.
Continuar com as lutas de todos os trabalhadores por uma
“vida digna” para todas as pessoas, expressa em jornadas de trabalho digno, em
salários justos e em condições legais e humanas nos vários ambientes de
trabalho é o compromisso do Movimento dos trabalhadores católicos (MMTC), dizem
em Comunicado.
“Reina um capitalismo selvagem, que privilegia a nova ordem
geopolítica mundial de domínio do capital financeiro e Empresas Multinacionais.
Isto “precariza direitos laborais, explora os recursos naturais e culturais dos
nossos povos, aumenta as migrações forçadas e implementa políticas e
estratégias de exclusão, marginalização, criminalização e morte.
É evidente a destruição da nossa Casa Comum e um roubo da
dignidade das pessoas criadas à imagem do Deus da Vida.
O Papa Francisco denuncia todas as “novas formas de
escravidão” a que estão submetidos milhões de homens, mulheres, jovens e
crianças, “milhões de migrantes vítimas de interesses ocultos. Critica a
“escandalosa indigência” de alguns e aponta a urgência de quebrar com o ciclo
de desigualdade e injustiça social que marcam a sociedade atual.
“A riqueza do mundo
está hoje nas mãos de uma minoria, enquanto a pobreza, a miséria, o sofrimento
tocam a vida da maioria”, assinalou.
A Igreja e o trabalho
A questão do trabalho está nas origens do que chamamos hoje
de Doutrina Social da Igreja (DSI).
Em 1891, o Papa Leão XIII, manifestou-se sobre a chamada
“questão operária”, numa época em que se começava a distinguir duas classes
antagónicas: patrão e operários. Na encíclica “Rerum Novarum (RN), definiu o
trabalho como uma atividade humana destinada a prover às necessidades da vida
(RN 6).
Em 1981, o Papa João Paulo II publicou a encíclica ‘Laborem
Exercens” (LE), sobre o trabalho. Definiu o princípio ético de que o trabalho é
para o homem, não o homem para o trabalho, criticando o materialismo económico
no qual o homem é tratado como instrumento de produção.
O trabalho humano é uma vocação para transformar o mundo e
humanizar a sociedade. O homem aperfeiçoa-se através do trabalho quando o torna
meio de santificação, de oração e de participação na obra da criação e da
redenção.
Não se pode separar o trabalho e o capital, nem mesmo
contrapor um ao outro, muito menos ainda colocar o capital acima do
trabalhador.
A riqueza adquirida deve ser posta à disposição de todo o
homem. Este princípio pressupõe a retribuição justa pelos serviços prestados
pelo trabalhador. O Papa alerta para o salário digno e justo para atender às
necessidades do agregado familiar.
Um mundo com mais recursos
O Papa Francisco, falando perante ministros, banqueiros e
economistas de vários países, defendeu que o mundo tem recursos econômicos e
financeiros suficientes para erradicar a pobreza.
“Um mundo rico e uma economia vibrante podem e devem acabar
com a pobreza. É possível gerar e promover dinâmicas capazes de incluir,
alimentar, cuidar e vestir os últimos da sociedade, ao invés de excluí-los”,
disse no Simpósio ‘Novas formas de fraternidade solidária, de inclusão,
integração e inovação’, em Roma.
Francisco referiu que, num mundo cada vez mais rico, os
“pobres aumentam”, apelando a um “olhar solidário a partir dos bancos, das
finanças, dos governos e das decisões econômicas
”.
“Precisamos de muitas vozes capazes de pensar as várias
dimensões de um problema global que diz respeito aos nossos povos e às nossas
democracias”, enfatizou.
Evocou as centenas de milhões de pessoas que vivem na
pobreza extrema, sem alimento, habitação, assistência médica, escolas,
eletricidade ou água potável.
Modelo alternativo de vida
A partir das nossas raízes culturais, alcançaram-se bons
resultados na Defesa e Promoção da Vida, nos nossos territórios e na nossa Mãe
Terra.
Com um enfoque no agro-ecológico sustentável e no equilíbrio
e harmonia com a Mãe natureza, promovendo diversas estratégias familiares e
comunitárias de produção agrícola, pecuária, de pequena indústria, do
cooperativismo, dos serviços mutuais e de comercialização coletiva dos
excedentes, através dos múltiplos mercados solidários.
A partir desta experiência sectorial, familiar e comunitária
renovamos princípios e valores que fundamentam o direito à “Terra, ao Teto e ao
Trabalho”, e a consciência de que outro mundo é possível fundamentado no
Ser-Humano e na Mãe Terra, acima do capital e do mercado.
Contribuir a partir do local,
nacional e internacional na Dignificação da Vida da Classe trabalhadora e na
construção de uma Mesa e uma Casa Comum, em Justiça e Solidariedade.
Jornal da Madeira
www.miguelimigrante.blogspot.com
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