O que leva uma pessoa, em qualquer idade e de qualquer origem, a deixar o seu local de nascimento para migrar para outro lugar, onde tudo é diferente — cultura, língua, costumes e ambiente?
Do mistério antigo às facilidades da viagem moderna
Em tempos passados, era muito mais difícil — e até perigoso — abandonar o “ninho” e aventurar-se pelo mundo. Mesmo assim, a rapaziada botava uma mochila nas costas e saía por aí, para o que desse e viesse. Para as garotas não era assim, mas, atualmente, até parece que são elas que mais se apresentam para intercâmbios no estrangeiro.
No estado atual das comunicações, é possível informar-se sobre tudo que se relaciona com o país a ser visitado, seja para estudar ou passear. O que antes acrescentava uma aura de mistério à nova terra a explorar, hoje está ultrapassado.
Migrações e desafios que moldam trajetórias humanas
Só mesmo uma mudança drástica nos planos é capaz de alterar a rota traçada, seja por algum evento no país estrangeiro, problema de saúde ou outro, de natureza particular. No entanto, não são só os jovens independentes que saem por aí.
O que vemos, hoje, é outro fenômeno: a migração forçada de populações inteiras, movidas pela fome, falta de oportunidades, problemas políticos ou da própria natureza, como secas, enchentes, tornados e outros. Regiões de todo o mundo têm sido afetadas.
Exemplo disso são as migrações de europeus — principalmente de italianos e alemães — para as Américas, no século 19. Vindos inicialmente em navios a vela, em viagens que duravam meses, sujeitos a condições sub-humanas, amontoados e com poucos pertences além de algumas roupas e bíblias, esses migrantes sujeitavam-se a tudo para escapar à miséria em seus países de origem. Regiões de clima mais ameno, no Sul do Brasil, receberam muitas levas desses imigrantes, mas não só essas.
Diversidade cultural que transformou as metrópoles brasileiras
Cidades grandes, como São Paulo e Rio de Janeiro, também foram visadas por migrantes com outras ambições, como comerciantes, artistas, intelectuais, principalmente no período entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial.
Cidadãos do Leste Europeu e do Oriente Médio, assim como os japoneses e coreanos, afluíram às metrópoles brasileiras.
Todos esses afluentes culturais trouxeram ao nosso país uma imensa riqueza, em todos os sentidos: tanto na agricultura quanto na indústria, esse encontro entre o brasileiro “raiz” e povos de outras origens e costumes, abriu não só a economia a novas técnicas e meios, mas também enriqueceu a nossa cultura e a inseriu no contexto mundial.
Anamaria Kovács* é jornalista, escritora e professora universitária, com doutorado em Letras, mestrado em Comunicação Social e bacharelado em Comunicação Social pela UFRJ. Atuou como repórter e editora em importantes veículos, como Jornal do Brasil, Correio da Manhã e Jornal de Santa Catarina, além de ter sido colunista por quase uma década. É também revisora e tradutora desde 1996.
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