Irmã Rosita Milesi, advogada dos migrantes e refugiados
Uma das láureas de maior prestígio no reconhecimento de personalidades, projetos ou instituições de destaque na proteção e defesa de migrantes e refugiados mundo afora, o Prêmio Nansen, foi anunciado nesta quarta-feira, 9 de outubro. A premiação, que será entregue no dia 14 de outubro em Genebra, na Suiça, recaiu em 2024 na Ir. Rosita Milesi, religiosa Scalabriniana brasileira, que por mais de 40 anos, atualmente ela tem 79, entrega sua vida em favor dos migrantes e refugiados.
Ajuda a migrantes e refugiados no Brasil
O reconhecimento é concedido anualmente pela Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR) a pessoas e organizações destacadas no apoio aos refugiados. A religiosa tem ajudado milhares de pessoas para conseguir documentos, moradia, alimentos, cuidados de saúde, formação e emprego no Brasil. Em 1997, a Ir. Rosita Milesi exerceu um papel destacado na aprovação da lei para os refugiados no Brasil.
Junto com a religiosa brasileira, que recebeu o Prêmio Internacional, outras quatro mulheres recebem prêmios regionais: a ativista Maimuna Ba, de Burkina Faso; a empresária de origem sírio, Jin Davod; a refugiada sudanesa Nada Fadel; e a nepalesa, Deepti Gurung. Mulheres que têm oferecido respostas diante da crise humanitária e na busca por soluções. Junto com elas, foi reconhecida com uma menção especial à Moldávia, pela resposta diante da crise humanitária na Ucrania.
O Prêmio Nansen existe desde 1954 e está a cargo do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) que, a cada ano, indica uma pessoa ou instituição a receber este Prêmio. A solenidade de entrega do prêmio ocorre anualmente em Genebra, na Suíça. O Prêmio Nansen homenageia um indivíduo ou organização que dedicou seu tempo e fez a diferença na tarefa de ajudar pessoas deslocadas à força de suas casas ou que muito colaborou com a causa do refúgio e dos refugiados.
É o segundo brasileiro em receber o Prêmio
A Ir. Rosita Milesi é o segundo brasileiro a receber o Prêmio Nansen, que foi entregue em 1985 ao cardeal Paulo Evaristo Arns. Um prêmio que recebeu o nome de Fridtjof Nansen – explorador norueguês dedicado às causas humanitárias que serviu como o primeiro Alto Comissário para Refugiados da Liga das Nações, órgão precursor do ACNUR. Nansen foi cientista, diplomata, humanitário e laureado do Prêmio Nobel da Paz.
Ele conseguiu a repatriação de 450 mil prisioneiros da Primeira Guerra Mundial, sendo um grande mediador entre os governos e agências de voluntariado. Nansen serviu como primeiro Alto Comissário para Refugiados da Liga das Nações de 1920 a 1930. Além de ter ajudado centenas de milhares de refugiados a voltar para casa, seus esforços permitiram que muitos outros se tornassem residentes legais e achassem trabalho nos países onde haviam encontrado refúgio.
Nansen viu que um dos maiores problemas enfrentados pelos refugiados era a falta de documentos de identificação internacionalmente reconhecidos. Sua solução, que passou a ser conhecida como “passaporte de Nansen”, foi o primeiro instrumento jurídico para a proteção internacional dos refugiados.
Padre Modino - Vaticano
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