A população da Alemanha
cresceu em cerca de 300 mil pessoas ao longo de 2023, informou o Departamento
Federal de Estatística (Destatis) na quinta-feira (25/01). No final do ano, o
país europeu tinha 84,7 milhões de habitantes.
O crescimento populacional
ficou dentro da média registrada de 2012 a 2021, mas é muito menor do que o de
2022, quando foi registrada uma alta excepcional de cerca de 1,1 milhão de
pessoas, impulsionada pela chegada de ucranianos que fugiam da invasão da Rússia.
Como em outros anos, a
migração líquida, ou a diferença entre pessoas que emigram e imigram, foi o
fator determinante para o crescimento populacional, dada a redução gradual no
tamanho da população dentro da Alemanha.
Há décadas, mortes superam
nascimentos
A Alemanha registrou em 2023
uma migração líquida de algo entre 680 mil e 710 mil pessoas, segundo o
Destatis, cerca do dobro do crescimento líquido da população.
Como em todos os anos desde
a Reunificação alemã, em 1990, o saldo de nascimentos e mortes foi negativo em
2023, pois mais pessoas morreram do que nasceram, informou o Destatis. No ano
passado, a diferença entre nascimentos e mortes na Alemanha foi de pelo menos
320 mil pessoas, segundo o departamento.
Migração no centro do debate
político
A migração tem sido um tema
politicamente sensível no país europeu e na União Europeia (UE) como um todo, e
um dos eixos discursivos usados pela ultradireita para mobilizar apoiadores.
Neste mês, por exemplo,
revelou-se que membros do partido de ultradireita Alternativa para a Alemanha
(AfD) haviam participado de uma reunião secreta na cidade de Potsdam, em
novembro, na qual se discutiu a "remigração", ou expulsão de milhões
de estrangeiros e cidadãos "não assimilados" da Alemanha.
O episódio provocou amplo
repúdio e, ao longo de janeiro, mais de um milhão de pessoas foram às ruas em
toda a Alemanha para protestar contra a ultradireita.
O atual governo alemão,
formado por social-democratas, verdes e liberais, recentemente reforçou os
controles de fronteira e prometeu acelerar as deportações de pessoas que
tiveram seus pedidos de asilo negados.
Ao mesmo tempo, Berlim tem
feito esforços para atrair trabalhadores estrangeiros qualificados para suprir
a demanda do mercado de trabalho do país.
O Bundestag (câmara baixa do
Parlamento) aprovou em junho passado uma reforma para facilitar o acesso de
imigrantes ao mercado de trabalho e, em 19 de janeiro, mudanças na lei de
cidadania que facilitam a naturalização para obter o passaporte alemão.
dw.com/pt-br
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