Os traficantes de seres humanos têm vindo a alterar os seus modelos de negócio e as rotas em resposta aos esforços de contenção da migração por parte da União Europeia (UE), segundo um relatório apresentado esta sexta-feira.
De acordo com um relatório do Fundo Fiduciário de Emergência
da União Europeia para África, apresentado esta sexta-feira em Adis Abeba, as
rotas até agora usadas pelos traficantes de migrantes para saída do continente
africano foram substituídas por circuitos novos, que agora passam pelo Níger,
Argélia e Turquia.
"Não só [os traficantes] alargaram o seu raio de
alcance, como descriminalizaram muitos aspetos dos seus modelos de negócio,
empregando cada vez mais mecanismos legais para trabalharem a partir da África
Ocidental, da Turquia e da Europa", avança o documento, acrescentando que
os esforços para combater as transações financeiras ilícitas ligadas ao tráfico
de seres humanos estão apenas no começo.
"O tráfico de humanos depende hoje menos da deslocação
clandestina e mais das viagens comerciais", aponta o estudo.
Paul Stanfield, diretor da Interpol para o crime organizado
e emergente, deixou hoje claro na apresentação do estudo na capital da Etiópia
que os grupos criminosos organizados escolhem preferencialmente os migrantes
mais vulneráveis, sobretudo aqueles que se encontram a fugir de conflitos.
O relatório revela ainda que a União Europeia está particularmente atenta aos processos de lavagem de dinheiro usados pelos grupos de traficantes e empenhada em formas de anulação destas ferramentas que possam combater eficazmente as redes de tráfico.
JNDireto
www.miguelimigrante.blogspot.com
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