sábado, 11 de maio de 2019

Traficantes de seres humanos alteram modelos de negócio face às políticas anti-migração

Os traficantes de seres humanos têm vindo a alterar os seus modelos de negócio e as rotas em resposta aos esforços de contenção da migração por parte da União Europeia (UE), segundo um relatório apresentado esta sexta-feira.
De acordo com um relatório do Fundo Fiduciário de Emergência da União Europeia para África, apresentado esta sexta-feira em Adis Abeba, as rotas até agora usadas pelos traficantes de migrantes para saída do continente africano foram substituídas por circuitos novos, que agora passam pelo Níger, Argélia e Turquia.

"Não só [os traficantes] alargaram o seu raio de alcance, como descriminalizaram muitos aspetos dos seus modelos de negócio, empregando cada vez mais mecanismos legais para trabalharem a partir da África Ocidental, da Turquia e da Europa", avança o documento, acrescentando que os esforços para combater as transações financeiras ilícitas ligadas ao tráfico de seres humanos estão apenas no começo.

"O tráfico de humanos depende hoje menos da deslocação clandestina e mais das viagens comerciais", aponta o estudo.
Paul Stanfield, diretor da Interpol para o crime organizado e emergente, deixou hoje claro na apresentação do estudo na capital da Etiópia que os grupos criminosos organizados escolhem preferencialmente os migrantes mais vulneráveis, sobretudo aqueles que se encontram a fugir de conflitos.

O relatório revela ainda que a União Europeia está particularmente atenta aos processos de lavagem de dinheiro usados pelos grupos de traficantes e empenhada em formas de anulação destas ferramentas que possam combater eficazmente as redes de tráfico.

JNDireto
www.miguelimigrante.blogspot.com

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