sexta-feira, 8 de março de 2019

Mais de 82 mil pessoas desapareceram no Brasil nos últimos dois anos

 Um total de 82 mil e 684 pessoas despareceram no Brasil nos dois últimos anos, drama que aflige hoje milhares de famílias e especialmente mães que lutam para reencontrar seus filhos.

Citado pelo portal de notícias R7, o anuário do Foro Brasileiro de Segurança Pública revela que 786 mil e 71 pessoas desapareceram entre 2007 e 2017, e são inumeráveis as histórias de parentes que vivem por décadas sem notícias sobre o paradeiro de seus familiares.

Só em São Paulo se registraram 24 mil e 368 desaparecidos no ano passado, de acordo com a última investigação do Ministério Público desse estado. A Polícia Civil informou que localizou e encontrou 26 mil e 658 pessoas.

R7 informa que a recente aprovação no Senado de um projeto de lei, que cria a Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas (PLC 144/2017), pode ser um avanço para aqueles que atuam na investigação dos casos.

Entre os principais pontos da proposta, que aguarda a aprovação presidencial para ser posta em prática, aparecem algumas ações articuladas e a reformulação do Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas, criado há 10 anos.

Tal censo ainda carece de medidas que possam facilitar a coleta de informações dos casos.

Uma das muitas brasileiras que sofrem com a ausência de um membro da família, Ivanise Esperidião da Silva Santos, a procura de sua filha há 23 anos, e fundadora da organização não governamental (ONG) conhecida como Mães da Sé, espera que a lei possa romper algumas barreiras que dificultam o trabalho de localização de desaparecidos no país.

'Não quero ser otimista, se a ação não acontece, vou cobrar como mãe e sociedade civil. O que não pode ser é a mãe privada do direito de saber por onde passou seu filho, e isso é o que ocorre hoje', afirmou.

Existem vários motivos para o desaparecimento de uma pessoa. Segundo a ONG Mães da Sé, os casos de solução mais simples são aqueles que envolvem pessoas com deficiência intelectual, esquizofrênicas ou crianças perdidas.

'A criança que realmente desaparece é usado para fins criminosos, como tráfico de órgãos, de seres humanos, adoção ilegal, exploração sexual, entre outros. Quanto maior o tempo do desaparecimento, menor é a probabilidade de que a encontre', avaliou Esperidião da Silva Santos. Precisou que o desaparecimento de menores que se prolongam por muito tempo, em geral, ocorrem em circunstâncias muito parecidas. Por exemplo, enquanto brincam na porta de casa ou no caminho da escola indo sozinhos.

'A impressão é que essas crianças já estavam sendo observadas há algum tempo, não tem outra explicação', ressaltou a integrante da ONG, que aguarda por notícias de sua filha (Fabiana Esperidião da Silva, de 13 anos) desde o dia 3 de dezembro de 1995, após sair de sua casa para visitar uma amiga que fazia aniversário.

Prensa Latina
www.miguelimigrante.blogspot.com

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