segunda-feira, 11 de março de 2019

Alto Comissário da ONU para refugiados visita a Síria e avalia necessidades humanitárias

Em sua quarta visita à Síria como Alto Comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi avaliou as enormes necessidades humanitárias que a população enfrenta. Após oito anos de guerra, ele observou que a magnitude do problema humanitário é alarmante, agravado pelas milhões de pessoas forçadas a se deslocar de suas casas.



Os anos de violência e destruição forçaram, praticamente a cada segundo, sírios a fugirem de suas casas – atualmente, mais de 5,6 milhões de sírios vivem como refugiados em toda a região e outros milhões estão em situação de deslocamento dentro do próprio país.  Estima-se que mais de 1,4 milhão de pessoas internamente deslocadas (IDPs) retornaram para suas casas na Síria em 2018. Alguns sírios também estão lentamente voltando de países vizinhos para áreas onde eles se sentem seguros.
Grandi reiterou a política do ACNUR de ajudar os deslocados – na Síria e no exterior. Ele também disse que os sírios que estão retornando voluntariamente para casa e para suas comunidades precisam de apoio humanitário.
O Alto Comissário se encontrou com repatriados ontem na cidade de Souran, na província de Hama, onde muitos deslocados internos e alguns refugiados tomaram a decisão voluntária de retornar para seus lares destruídos. Os repatriados falaram com ele sobre os desafios de retomar a vida em suas comunidades: edifícios e infraestrutura danificados ou destruídos, falta de oportunidades econômicas e serviços inadequados.
O Alto Comissário também visitou famílias internamente deslocadas em na capital Damasco, que estão vivendo em difíceis condições em edifícios danificados e abandonados. As casas de onde fugiram estavam a apenas alguns quilômetros de distância, mas eles expressaram relutância em retornar, citando preocupações com segurança, infraestrutura e, ainda pior, a falta de meios para reparar os danos.
Em seu encontro com oficiais do governo, o Alto Comissário enfatizou que o acesso do ACNUR às pessoas que estão retornando é de crítica importância para avaliar suas necessidades e promover a reintegração inicial, onde  ajuda é necessária. Ele observou que, onde tivemos acesso, o ACNUR, com parceiros de outras agências da ONU e ONGs , está se esforçando para reabilitar casas, reparar escolas e restabelecer pontos de saúde e padarias, bem como acesso à documentação. O trabalho do ACNUR com os retornados inclui apoio para recuperar documentos, responder às necessidades de crianças desacompanhadas e separadas de seus responsáveis, bem como aconselhamento e apoio específico a indivíduos particularmente vulneráveis.
O Alto Comissário reiterou ao governo a importância de continuar a remover obstáculos de natureza legal e administrativa.
Grandi também expressou grande preocupação com os civis presos em áreas controladas pelo Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) no nordeste da Síria e também pelas condições de 50 mil pessoas que buscaram abrigo no campo Al Hol desde dezembro. Ele expressou preocupação com as condições desesperadas das pessoas em Rukban e pediu uma solução para a situação.
Grandi, que irá para o Líbano visitar refugiados e se encontrar com o governo, enfatizou que o retorno dessas pessoas representa, até hoje, apenas uma fração da vasta população de refugiados sírios. Ele continua pedindo à comunidade internacional que mantenha o apoio aos milhões de refugiados sírios que vivem em países vizinhos e ainda precisam de proteção e assistência, bem como das comunidades locais e governos que têm abrigado milhões de refugiados sírios pelos últimos oito anos.
Acnur 
www.miguelimigrante.blogspot.com

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