Os estrangeiros que vivem no país estão com dificuldades para obter o Registro Nacional Migratório. O documento é o primeiro passo para o imigrante regularizar a situação no Brasil.
Passageiros fazem fila em frente a Polícia Federal de São Paulo após a suspensão das emissões de passaporte
Crédito: Joyce Ribeiro
POR VINÍCIUS CUSTÓDIO (vinicius.custodio@cbn.com.br)
Imigrantes que chegam ao Brasil têm esperado até três meses para agendar uma data no site da Polícia Federal de São Paulo pra solicitar o Registro Nacional Migratório, o antigo RNE. A situação de refugiados, que em muitos casos não têm acesso à internet, é ainda mais complicada, já que eles dependem de ONGs para realizar esse processo.
Segundo o padre Paolo Parise, responsável pela Igreja Missão Paz, instituição que acolhe refugiados, esse problema tem ocorrido desde o ano passado:
"Todas as instituições que atuam com imigrantes em São Paulo têm essa dificuldade. Esse problema vem se arrastando desde a metade do ano passado."
A escassez deu origem a um monitoramento no site da Polícia Federal em horários alternativos. Muitas pessoas que conseguem achar essas vagas, que são gratuitas, cobram até R$ 195 para fazer o agendamento.
A reportagem da CBN acompanhou um refugiado venezuelano, que pediu para não ser identificado, até uma banca, ao lado da sede da Polícia Federal em São Paulo, que oferece esse serviço. Ele está regularizado no Brasil, mas a mulher precisa renovar os documentos.
"Muitas pessoas precisam desse documento para tirar a carteira de trabalho ou abrir uma conta. Infelizmente, tem pessoas que se aproveitam dessa necessidade", contou.
Se o venezuelano tivesse aceitado a oferta, o nome da mulher dele entraria em uma fila de espera que, atualmente, já conta com cem pessoas. A assessora de regularização migratória do Centro de Direitos Humanos e Cidadania do Imigrante, Nathália Condé Napolitano, destaca que esse impasse começou com a atualização do sistema da Polícia Federal:
"Essa mudança começou em setembro de 2018. Mudou todo o sistema de formulário e de realizar o agendamento na Polícia Federal. Até fevereiro deste ano não havia possibilidade nenhuma dos imigrantes se regularizarem no Brasil."
Patrícia Zucca, delegada responsável pelo Núcleo de Registro de Estrangeiros em São Paulo, é uma das duas servidoras que disponibilizam o agendamento no site da PF. Segundo ela, são abertas de 180 a 240 novas vagas por semana em horário comercial. A delegada explicou que falhas na atualização do sistema, ocorridas em 2018, prejudicam a operação até os dias de hoje.
"O sistema vem sendo aperfeiçoado desde quando foi lançado. Ele travava muito e isso fez com que durante muito tempo as vagas não ficassem disponíveis", explicou a delegada.
Patricia Zucca também esclareceu que quando existe um cancelamento, o próprio sistema coloca essa vaga em um horário aleatório para ser utilizada por um outro imigrante.
Os dados mais recentes divulgados pelo Conselho Nacional de Refugiados mostram que o Brasil reconheceu 10.145 refugiados em 2017. Desse total, 52% moram em São Paulo.
Imigrantes que chegam ao Brasil têm esperado até três meses para agendar uma data no site da Polícia Federal de São Paulo pra solicitar o Registro Nacional Migratório, o antigo RNE. A situação de refugiados, que em muitos casos não têm acesso à internet, é ainda mais complicada, já que eles dependem de ONGs para realizar esse processo.
Segundo o padre Paolo Parise, responsável pela Igreja Missão Paz, instituição que acolhe refugiados, esse problema tem ocorrido desde o ano passado:
"Todas as instituições que atuam com imigrantes em São Paulo têm essa dificuldade. Esse problema vem se arrastando desde a metade do ano passado."
A escassez deu origem a um monitoramento no site da Polícia Federal em horários alternativos. Muitas pessoas que conseguem achar essas vagas, que são gratuitas, cobram até R$ 195 para fazer o agendamento.
A reportagem da CBN acompanhou um refugiado venezuelano, que pediu para não ser identificado, até uma banca, ao lado da sede da Polícia Federal em São Paulo, que oferece esse serviço. Ele está regularizado no Brasil, mas a mulher precisa renovar os documentos.
"Muitas pessoas precisam desse documento para tirar a carteira de trabalho ou abrir uma conta. Infelizmente, tem pessoas que se aproveitam dessa necessidade", contou.
Se o venezuelano tivesse aceitado a oferta, o nome da mulher dele entraria em uma fila de espera que, atualmente, já conta com cem pessoas. A assessora de regularização migratória do Centro de Direitos Humanos e Cidadania do Imigrante, Nathália Condé Napolitano, destaca que esse impasse começou com a atualização do sistema da Polícia Federal:
"Essa mudança começou em setembro de 2018. Mudou todo o sistema de formulário e de realizar o agendamento na Polícia Federal. Até fevereiro deste ano não havia possibilidade nenhuma dos imigrantes se regularizarem no Brasil."
Patrícia Zucca, delegada responsável pelo Núcleo de Registro de Estrangeiros em São Paulo, é uma das duas servidoras que disponibilizam o agendamento no site da PF. Segundo ela, são abertas de 180 a 240 novas vagas por semana em horário comercial. A delegada explicou que falhas na atualização do sistema, ocorridas em 2018, prejudicam a operação até os dias de hoje.
"O sistema vem sendo aperfeiçoado desde quando foi lançado. Ele travava muito e isso fez com que durante muito tempo as vagas não ficassem disponíveis", explicou a delegada.
Patricia Zucca também esclareceu que quando existe um cancelamento, o próprio sistema coloca essa vaga em um horário aleatório para ser utilizada por um outro imigrante.
Os dados mais recentes divulgados pelo Conselho Nacional de Refugiados mostram que o Brasil reconheceu 10.145 refugiados em 2017. Desse total, 52% moram em São Paulo.
CBN
www.miguelimigrante.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário