Um homem no albergue Senda de Vida, em Reynosa, Tamaulipas, no dia 26 de junho de 2025. (Foto: Nayeli Cruz)
A migração para os Estados Unidos, um fenômeno histórico, enfrenta uma nova realidade. O fluxo migratório mudou drasticamente, com uma queda nas tentativas de cruzar a fronteira e um aumento no número de migrantes que permanecem no México, buscando trabalho e residência. As detenções de migrantes caíram a mínimos históricos, refletindo essa nova dinâmica.
O campamento Río Camp, em Reynosa, no México, que chegou a abrigar cerca de mil migrantes, agora está vazio. Os migrantes, que antes sonhavam em cruzar para os EUA, estão retornando para seus países de origem ou se estabelecendo em outras cidades mexicanas. As políticas de imigração mais rígidas, implementadas durante a administração de Donald Trump, resultaram em um aumento do fenômeno migratório do norte para o sul da América Latina.
Dados recentes mostram que as detenções de migrantes no México caíram 80% entre janeiro e maio de 2025, enquanto as detenções na fronteira dos EUA diminuíram 88% no mesmo período. A Organização Internacional para as Migrações (OIM) documenta um aumento nas solicitações de asilo no México, com 250 pedidos diários, quase o mesmo número de 2024.
Mudanças nas Rotas Migratórias
Com a redução do fluxo migratório, muitos migrantes decidiram permanecer no México. Cerca de 46% dos migrantes agora veem o país como um destino final, um aumento significativo em relação aos 24% do ano anterior. Essa mudança é acompanhada por um aumento nas solicitações de trabalho e residência, com muitos migrantes já empregados em setores como construção e comércio.
Entretanto, as causas estruturais que forçam as pessoas a deixar seus países ainda persistem. A invisibilidade dos migrantes que permanecem em trânsito é uma preocupação crescente, conforme as políticas de controle se tornam mais restritivas. Especialistas alertam que a necessidade de migrar não desapareceu, apenas mudou de forma.
Impactos no Crime Organizado
A diminuição do fluxo migratório também levanta questões sobre o papel do crime organizado. Com menos migrantes para explorar, os cartéis podem redirecionar suas atividades para as populações locais, aumentando o recrutamento e a extorsão. As tarifas cobradas pelos "coyotes" para cruzar a fronteira aumentaram, refletindo a nova realidade do tráfico de pessoas.
As organizações humanitárias estão se adaptando a essa nova dinâmica, com muitos albergues enfrentando uma queda nas doações e recursos. A resposta a essa situação exige uma reavaliação das estratégias de assistência, já que a mobilidade dos migrantes se torna mais complexa e arriscada.
A situação atual revela um cenário em transformação, onde a migração continua a ser uma questão central, mas com novas rotas e desafios. Os migrantes, que antes buscavam o norte, agora enfrentam a necessidade de se estabelecer em um novo contexto, enquanto as políticas de imigração moldam suas vidas de maneiras inesperadas.
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