Conflitos armados, desastres naturais e crises sociais impulsionam número sem precedentes.
Um relatório publicado nesta terça-feira (13/05/2025) pelo
Observatório das Situações de Deslocamento Interno, em parceria com o Conselho
Norueguês para os Refugiados, alerta para o número recorde de mais de 83
milhões de pessoas deslocadas internamente em seus próprios países ao final de
2024. O dado representa um crescimento de 7,5 milhões em relação a 2023, e se
aproxima da população total da Alemanha.
Deslocados internos são pessoas forçadas a abandonar suas
residências, mas que permanecem dentro das fronteiras nacionais, diferentemente
dos refugiados que cruzam fronteiras internacionais. O relatório destaca que os
conflitos armados e atos de violência são responsáveis por 90% dos
deslocamentos forçados, afetando 73,5 milhões de pessoas. Esse número
representa um aumento de 80% em comparação com 2018.
Além dos conflitos, desastres naturais como enchentes,
terremotos, incêndios florestais e furacões levaram ao deslocamento de
aproximadamente 10 milhões de pessoas em 2024. Esse número dobrou em cinco
anos, indicando a crescente influência da crise climática sobre a mobilidade
populacional forçada.
O país com o maior número de deslocamentos internos é o
Sudão, com 11,6 milhões de pessoas forçadas a deixar suas casas devido à guerra
civil. A Faixa de Gaza também é destacada no documento, onde grande parte da
população foi obrigada a se deslocar em função dos bombardeios israelenses.
Nos Estados Unidos, o número de deslocamentos internos
chegou a 11 milhões em 2024, motivado principalmente por eventos climáticos
extremos, como furacões e incêndios. O relatório reforça que o fenômeno afeta
tanto países em desenvolvimento quanto nações com maiores recursos.
A diretora do Observatório, Alexandra Bilak, atribui os
deslocamentos forçados a três principais causas: conflitos armados, pobreza e
mudanças climáticas. Ela alerta que as populações mais vulneráveis são as mais
atingidas pelas consequências desses deslocamentos.
O diretor do Conselho Norueguês para os Refugiados, Jan
Egeland, ressaltou que o corte de financiamentos humanitários, especialmente
por parte dos Estados Unidos, compromete o acesso das populações deslocadas a
alimentos, medicamentos e segurança. Ele pediu maior solidariedade global
diante do crescimento acelerado desses números.
*Com informações da RFI.
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