sábado, 15 de fevereiro de 2025

ACNUR e a Cooperação Italiana destacam impactos da ajuda humanitária em Roraima

 

Representantes dos governos da Itália e do Brasil, assim agências da ONU, da sociedade civil e pessoas venezuelanas estiveram no evento realizado em Brasília

A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e a Embaixada da Itália em Brasília, em parceria com a Agência Italiana de Cooperação para o Desenvolvimento (AICS), realizaram  evento de encerramento do projeto humanitário voltado à proteção e inclusão socioeconômica de pessoas refugiadas e migrantes venezuelanas no Brasil. Com investimento de 500 mil euros, a iniciativa beneficiou mais de 5 mil pessoas em Roraima, priorizando comunidades indígenas, crianças e adolescentes.

O evento de conclusão do projeto “Fornecendo proteção e assistência humanitária à refugiados e migrantes da Venezuela”, sediado na Embaixada da Itália em Brasília, reuniu representantes dos governos da Itália e do Brasil, do ACNUR, da Associação Voluntários para o Serviço Internacional (AVSI) e de outras organizações parceiras para reforçar a importância da colaboração internacional na resposta à crise de deslocamento venezuelano. Durante os 12 meses de implementação, o projeto garantiu acesso a documentação, educação, saúde, moradia emergencial e apoio financeiro para pessoas em situação de vulnerabilidade nas cidades de Pacaraima e Boa Vista.
O financiamento da Cooperação Italiana reforçou a resposta humanitária da Operação Acolhida, assegurando proteção e orientação legal, além de abrigamento para cerca de 4 mil pessoas refugiadas e migrantes. Aproximadamente 650 pessoas em situação de extrema vulnerabilidade receberam auxílio financeiro para fortalecer sua autonomia.

“Este projeto tem sido um farol de esperança para muitos. Ao longo do último ano, testemunhamos um progresso notável na prestação de proteção essencial e assistência humanitária a algumas das populações mais vulneráveis que entram no Brasil pela fronteira norte. O impacto desta iniciativa nas vidas das famílias refugiadas e migrantes da Venezuela não pode ser subestimado”, afirmou Davide Torzilli, Representante do ACNUR no Brasil.

Atividades esportivas e culturais também foram promovidas, impactando diretamente 500 crianças, adolescentes e adultos, contribuindo para a convivência pacífica e o combate à xenofobia.

O Embaixador da Itália no Brasil, Alessandro Cortese, reforçou a importância da cooperação internacional. “A solidariedade é um valor fundamental para a Itália e estamos comprometidos em apoiar iniciativas que garantam dignidade e oportunidades para pessoas refugiadas e migrantes em situação de vulnerabilidade”.
O Diretor da AICS, Mario Beccia, ressaltou “o compromisso da Itália com a resposta humanitária continua firme, garantindo que aqueles que mais precisam recebam o apoio necessário para reconstruir suas vidas”.

Em nome do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, o Secretário Nacional de Assistência Social, André Quintão, assegurou ser prioridade a integração de refugiados na política nacional. “São pessoas que trazem conhecimentos, competências, culturas e oportunidades que enriquecem nosso país, sendo este um marco delimitador de como enxergamos essas populações. Temos sim desafios, mas destaco a importância dessas populações serem contempladas pelas políticas públicas brasileiras em sua diversidade”, afirmou. Pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, o Secretário Nacional de Justiça, Jean Uema, enfatizou a importância de haver investimentos para as necessidades humanitárias em apoio às organizações que trabalham na temática, “em um cenário de crescente desafios”.

O evento contou com a presença de famílias venezuelanas beneficiadas pelo projeto, evidenciando a superação dos desafios por elas enfrentados. “Somos uma família de quatro membros e nossos filhos foram a motivação para termos decido partir em busca de acesso à saúde, educação, qualificação e liberdade. Em toda nossa jornada, encontramos muitas oportunidades de crescimento que propiciaram hoje estarmos em segurança e trabalhando”, disse a mãe venezuelana Maria Gabriela.

Parceiro do ACNUR e da Operação Acolhida, sendo implementadora do projeto da AICS, Fabrizio Pellicelli, Diretor da AVSI Brasil, destacou em sua fala o componente humanitário da resposta emergencial ao tema dos venezuelanos no Brasil. “A integração das pessoas deve estar relacionada com a sua própria dignidade”, mencionando uma mensagem do Papa Francisco ao tema para acolher, proteger, promover e integrar quem deixou os seus lares em busca de proteção e oportunidades de reconstruir suas vidas.

A Agência da ONU para as Migrações (OIM) esteve presente e reforçou o papel da organização nas diversas frentes de atuação da Operação Acolhida, com destaque para os mecanismos existentes de garantia de direitos da população migrante e refugiada da Venezuela no país.

O ACNUR reforça a importância da responsabilidade compartilhada entre os setores público, privado, agências de desenvolvimento e organizações da sociedade civil, permitindo uma resposta coordenada e eficaz frente aos desafios do deslocamento forçado e que tem sido sistematicamente subfinanciado em relação às necessidades existentes.

A assistência humanitária não apenas garante a sobrevivência da população refugiada, mas também abre caminhos para sua efetiva integração socioeconômica, permitindo que contribuam ativamente para sua autossuficiência e para o desenvolvimento das comunidades que os acolhem. 

Iniciativas como o projeto “Fornecendo proteção e assistência humanitária às comunidades indígenas e às crianças e adolescentes refugiados e migrantes da Venezuela” demonstram como o apoio internacional pode transformar desafios humanitários em oportunidades de inclusão e crescimento para todos, dialogando com a Agenda 2030 das Nações Unidas para que ninguém seja deixado para trás.


ACNUR


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