Comunidades locais plantam sementes nativas no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, Brasil, para ajudar na restauração do ecossistema e fortalecer a resiliência do clima. Foto: OIM/Juliana Hack
Enquanto líderes mundiais se reúnem no coração da Amazônia para a 30ª Conferência das Nações Unidas para Mudança do Clima (COP30), a Agência da ONU para as Migrações (OIM) chama atenção para os milhões de pessoas que já estão enfrentando diariamente as consequências de enchentes, secas e desastres.
A mensagem da OIM em Belém é simples: quando as casas e meios de subsistência das pessoas estão ameaçados, elas merecem a chance de permanecer em segurança, de se recuperar e de planejar o futuro.
“Toda comunidade merece a chance de se adaptar e construir um futuro mais seguro, mas, para muitas, os impactos já são graves demais”, disse a vice-diretora geral de Operações da OIM, Ugochi Daniels, que representará a organização no Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês). “Quando se torna impossível permanecer, as pessoas devem poder se deslocar com segurança e dignidade. É para isso que trabalhamos – por soluções práticas que protejam vidas e fortaleçam comunidades”.
Apenas em 2024, desastres causaram 45 milhões de deslocamentos internos e perdas superiores a US$ 240 bilhões de dólares. Por trás desses números estão agricultores que tiveram suas casas destruídas por enchentes e crianças cujas escolas deixaram de existir. A OIM apoia governos e parceiros locais na recuperação e reconstrução de comunidades, ajudando-as para a próxima tempestade.
Sediada pelo Governo do Brasil, a COP30 é a primeira conferência do clima realizada na Amazônia, destacando o protagonismo dos povos indígenas, comunidades locais e outros grupos mais afetados pela mudança do clima. Diante de enchentes, secas, incêndios florestais e ondas de calor extremo que já forçaram milhões a deixarem suas casas todos os anos, a OIM reforça que as decisões tomadas em Belém devem proteger os direitos das pessoas e fortalecer suas capacidades para adaptação e recuperação.
Entre os resultados esperados da COP30 está a adoção do Objetivo Global de Adaptação, que estabelecerá metas concretas para proteger comunidades com sistemas de alertas precoce, meios de vida mais resilientes e moradias mais seguras – medidas cruciais para reduzir os deslocamentos relacionados com a mudança do clima. Esses objetivos estão alinhados com o trabalho da OIM. Somente em 2024, a OIM ajudou mais de 875 mil pessoas a se recuperarem de desastres e apoiou mais de 100 mil comunidades afetadas por choques do clima e degradação ambiental, contribuindo para que estejam mais preparadas para enfrentar desafios futuros.
O Programa de Trabalho sobre Transição Justa (JTWP, na sigla em inglês) tem como objetivo garantir que, à medida que os países migram para fontes de energia mais limpas, trabalhadores e comunidades recebam apoio por meio de empregos decentes, proteção social e caminhos seguros para a migração. O novo Fundo para Reposta a Perdas e Danos irá direcionar recursos a comunidades vulneráveis para que elas possam reconstruir suas vidas com dignidade.
À medida que as decisões tomadas em Belém moldarão os modos de vida nos próximos anos, a atuação da OIM na COP30 é guiada por um único objetivo: garantir que as pessoas na linha de frente da mudança do clima não sejam deixadas para trás.
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