sexta-feira, 19 de maio de 2017

Refugiadas vivendo em São Paulo recebem orientações para ingressar no ensino superior e técnico

Na semana passada, em São Paulo, refugiadas da Síria, República Democrática do Congo, Colômbia, Nigéria e Moçambique participaram de mais uma rodada do projeto “Empoderando Refugiadas”. Foi o terceiro encontro da iniciativa em 2017. No evento, realizado na sede da consultoria jurídica EMDOC, estrangeiras conheceram oportunidades de capacitação em universidades brasileiras e outras instituições.
Refugiadas receberam informações sobre acesso a ensino superior, técnico e profissionalização no Brasil. Foto: Rede Brasil Pacto Global/Fellipe Abreu
Refugiadas receberam informações sobre acesso a ensino superior, técnico e profissionalização no Brasil. Foto: Rede Brasil Pacto Global/Fellipe Abreu
Na semana passada, em São Paulo, refugiadas da Síria, República Democrática do Congo, Colômbia, Nigéria e Moçambique participaram de mais uma rodada do projeto “Empoderando Refugiadas”. Foi o terceiro encontro da iniciativa em 2017. No evento, realizado na sede da consultoria jurídica EMDOC, estrangeiras conheceram oportunidades de capacitação em universidades brasileiras e outras instituições.
A reunião colocou as refugiadas em contato com a Universidade de São Carlos (UFSCar) e a Universidade Católica de Santos (UniSantos), que oferecem mecanismos de acesso diferenciado à graduação para vítimas de deslocamento forçado. Também foram divulgadas informações sobre os cursos técnicos para refugiados que são oferecidos atualmente pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).
“Estou no Brasil há dois anos e quero entrar na universidade para ter um emprego que me faça sentir orgulhosa. Estou descobrindo coisas que não sabia para abrir caminhos que possam me levar mais longe”, disse Maria, de 18 anos, solicitante de refúgio da República Democrática do Congo. Ela já participou dos outros dois encontros do “Empoderando Refugiadas” deste ano, sempre acompanhada da irmã e da mãe.
A UFSCar, que é uma universidade pública, destina aos refugiados que vivem no Brasil uma vaga em cada um dos seus 64 cursos de graduação. Já a UniSantos lança, todo mês de janeiro, um edital que oferece três vagas com bolsa integral para esta população.
Encontro reuniu refugiadas de países da África e do Oriente Médio. Foto: Rede Brasil do Pacto Global/Fellipe Abreu
Encontro reuniu refugiadas de países da África e do Oriente Médio. Foto: Rede Brasil do Pacto Global/Fellipe Abreu
Ambas universidades integram a Cátedra Sérgio Vieira de Mello, iniciativa coordenada pela Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) para estimular o debate acadêmico sobre refúgio e também para dar acesso ao ensino superior para vítimas de deslocamento forçado.
A colombiana Angélica, que cursa psicologia na UFSCar, participou do encontro e recomendou o mundo universitário para as outras participantes do “Empoderando”. “Cheguei no Brasil com poucas malas e meus filhos pequenos. Entrar na universidade foi um recomeço para mim”, disse a refugiada, que vive no país há mais de cinco anos.
Após passar por Manaus, Angélica se estabeleceu em São Carlos e considera “muito boa” a sua adaptação ao Brasil. Hoje, com 41 anos, ela lembra de sua vinda para o Brasil com mais otimismo do que antes: “Mesmo com algumas dificuldades, você não pode perder a fé”.

Ensino técnico e cursos profissionalizantes

A refugiada moçambicana Lara, de 33 anos, ficou mais interessada nos cursos do SENAI. Ela tem formação em Tecnologia da Informação e busca um curso mais rápido para aprimorar seus conhecimentos. “Quero me aprofundar mais na minha área de formação, pois acredito que o mercado absorve mais facilmente quem detém conhecimentos específicos”, avalia.
Segundo informações coletadas pelo ACNUR, uma das principais demandas da população refugiada que vive no Brasil é revalidar seus diplomas universitários e dar continuidade aos estudos para trabalhar em suas áreas de formação originais.
Para Nizreen, da Síria, o “Empoderando” tem lhe ajudado a melhorar seus negócios. “As informações que recebemos aqui são muito valiosas, assim como o fato de conhecer outras mulheres e trocar experiências com elas. Sou técnica em engenharia civil e agora tenho um delivery de comida e doces árabes. Venho ao encontro para aprender mais sobre como empreender no Brasil e tem sido muito bom.”
Refugiadas também participaram de uma oficina de maquiagem. Foto: Rede Brasil do Pacto Global/Fellipe Abreu
Refugiadas também participaram de uma oficina de maquiagem. Foto: Rede Brasil do Pacto Global/Fellipe Abreu
O encontro na EMDOC também apresentou às refugiadas cursos profissionalizantes e de empreendedorismo, como as formações oferecidas pelas Lojas Rennes, pelo Carrefour e pelo Consulado da Mulher. Participantes conheceram ainda as aulas de culinária e as atividades culturais da plataforma de negócios sociais Migraflix.
As refugiadas presentes no encontro também foram divididas em grupos de afinidade para ter um acompanhamento com profissionais de recursos humanos das empresas Facebook, Carrefour, Sodexo, Natura, Whirlpool, Lojas Renner e Consulado da Mulher — corporações parceiras do “Empoderando”. As mulheres participaram ainda de uma oficina de maquiagem e receberam kits de cosméticos da Natura.
O “Empoderando Refugiadas” é coordenado pela Rede Brasil do Pacto Global, pelo ACNUR e pela ONU Mulheres. Tem como parceiros estratégicos a Caritas Arquidiocesana de São Paulo, a Fox Time Recursos Humanos, o Instituto Superior de Administração e Economia da Fundação Getúlio Vargas (ISAE/FGV) e o Programa de Apoio para a Recolocação dos Refugiados (PARR), braço social da EMDOC. O próximo encontro da iniciativa acontecerá em 2 de junho, na sede do Facebook, em São Paulo.
Onu
www.miguelimigrante.blogspot.com

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