quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Mais de 2,8 mil migrantes chegaram à Europa pelo Mediterrâneo nos 15 primeiros dias de 2017

Segundo Organização Internacional para as Migrações (OIM), durante o período houve 219 mortes, em comparação com os 91 óbitos nas primeiras semanas de 2015. O número de vítimas é considerado baixo pelo Projeto de Migrantes Desaparecidos da OIM, que está investigando relatos recentes que acrescentariam pelo menos mais 200 mortes ao número total.
Navio da Marinha italiana levou 186 pessoas que foram resgatadas no mar. Foto: ACNUR/A.D’Amato
Resgate de migrantes náufragos provenientes da Nigéria, Paquistão, Síria, Sudão, Etiópia e Malásia na costa da Itália. Foto: ACNUR/D’Amato
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) informou na semana passada que 2.876 refugiados chegaram à Europa pelo mar nos 15 primeiros dias de 2017, em comparação com os 23.664 migrantes que entraram no continente no mesmo período do ano passado.
Os migrantes desembarcaram principalmente na Itália (2.851) e na Grécia (691), repetindo o cenário observado em 2016.
De acordo com a agência da ONU, durante o período, houve 219 mortes, em comparação com os 91 óbitos nas primeiras semanas de 2015. O número de vítimas é considerado baixo pelo Projeto de Migrantes Desaparecidos da OIM, que está investigando relatos recentes que acrescentariam pelo menos mais 200 mortes ao número total.
Funcionários da OIM de Roma informaram que tiveram a oportunidade de falar com quatro sobreviventes de um trágico naufrágio ocorrido no último sábado (14) nas águas entre a Líbia e a Itália. Há relatos de que um barco com cerca de 180 migrantes a bordo teria virado no mar agitado próximo ao largo da costa da Líbia.
“Parece provável que este incidente tenha resultado na morte de mais 100 pessoas. Ainda não sabemos as nacionalidades das vítimas ou se havia mulheres e crianças no navio. Trata-se de um começo trágico para o ano novo”, disse o diretor do escritório de coordenação da OMI para o Mediterrâneo em Roma, Federico Soda.
Em uma operação de resgate separada na semana passada, três imigrantes morreram de hipotermia em um bote resgatado no mar. Os corpos foram levados para a ilha italiana de Lampedusa.
Segundo dados da OIM, na segunda-feira passada (10), cerca de 1.100 imigrantes foram levados para terra por navios socorristas que patrulham no Mediterrâneo: 272 para Lampedusa; 244 para Augusta; e 566 para Catania. A maioria dos resgatados são cidadãos da África Ocidental.
Muitos migrantes relataram à equipe da OIM que atravessaram o mar perigoso para fugir da violência e dos abusos de direitos humanos na Líbia. Eles afirmam não ter outra opção a não ser arriscar a vida nas mão de contrabandistas sem escrúpulos, que muitas vezes os forçam a embarcar apesar das más condições do mar.
“Muitas pessoas que partem da Líbia viajam em botes de borracha inflável que podem transportar até 140 pessoas, e muitas vezes essas embarcações são incapazes de suportar o mar agitado. Sem o excelente trabalho dos socorristas de navios italianos e internacionais que salvam centenas de vida todos os dias, o número de migrantes desaparecidos seria muito maior”, destacou Soda.
A OMI em Marrocos, por sua vez, alertou que o seu escritório está investigando relatos de mortes de migrantes ocorridas nos dias 13 e 14 de janeiro. O escritório de Atenas também reportou fatalidades nos últimos dias.
A agência da ONU também destacou a nacionalidade de mais de 170 mil migrantes irregulares que se registraram na Grécia após entrarem no país pelo mar em 2016.
Como em 2015, o maior contingente de migrantes veio da Síria (79.467). O segundo maior grupo veio do Afeganistão (41.369), seguido pelo Iraque (25.975), Paquistão (8.353) e pelo Irã (5.278). Somente dois outros países registraram mais de mil chegadas: Palestina (1.945) e Argélia (1.629).
Um número menor de migrantes veio de outros lugares, incluindo a África Subsaariana, o Caribe, a América Latina e o sul da Ásia. As autoridades gregas relataram cerca de 173 migrantes da Nigéria, 816 da República Democrática do Congo, 570 do Marrocos, 801 do Bangladesh e 164 do Sri Lanka.
Outros 316 vieram da República Dominicana; 20 partiram do Haiti, e uma minoria saiu da Jamaica, Guiana, Quênia, Bolívia, Azerbaijão, Colômbia, Panamá, Ruanda e Tanzânia.
Foram relatados também três migrantes irregulares com cidadania cubana e quatro do Vietnã.
ACNUR
www.miguelimigrante.blogspot.com


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