terça-feira, 18 de outubro de 2016

Pela 1ª vez, Caritas atende mais italianos do que imigrantes

Situação foi registrada no sul da Itália em 2015


Pela primeira vez na história, mais italianos do que estrangeiros buscaram os centros de atendimento da Caritas, entidade gerida pela Igreja Católica, no sul do país.    
O dado apresentado pelo Relatório Anual divulgado nesta segunda-feira (17), que conta com as informações de 2015, mostrou que 66,6% dos atendimentos nas unidades localizadas no chamado "Mezzogiorno" foram com italianose não com imigrantes.    
O número é muito alto considerando que essa é a primeira região de chegada dos milhares de estrangeiros que atravessam o Mar Mediterrâneo para tentar uma nova vida na Europa.    No entanto, em nível nacional, contabilizando as 1.649 unidades espalhadas por 173 dioceses, o número de imigrantes atendidos representa 57,2% do total.    
Itália é considerada pela União Europeia o país com maior número de pobres no bloco econômico. Conforme relatório da entidade divulgado em abril, 6,98 milhões de italianos vivem em condições com "graves privações materiais", o que representa 11,5% da população total do país.    
Já os dados do Instituto Italiano de Estatísticas (Istat), divulgados em março deste ano, apontam que 4,102 milhões de pessoas vivem em condições de pobreza. O fenômeno é, de fato, mais forte na região sul, o "Mezzogiorno", onde 1,9 milhões de pessoas estão nessas condições.    
- Perfil de quem solicita ajuda: Segundo as informações divulgadas nesta segunda, o "velho modelo" italiano de pobreza, que mostrava que os idosos eram mais pobres do que os jovens, mudou completamente. O relatório mostrou que a pobreza absoluta é inversamente proporcional à idade.    
A idade média de quem busca ajuda na Caritas é de 44 anos, a maioria casados (47,8%) e com estudo até o ensino médio (41,4%). Os desempregados representam 60,8% do total.    
Sobre as necessidades de quem busca auxílio, as ajudas ficam mais na questão material já que os solicitantes estão em pobreza econômica (76,9%) ou com problemas de emprego (57,2%) - no entanto, há diversos casos em que as pessoas têm mais de um dos problemas listados.    
Outra mudança grande nos índices é o fato do número de homens e mulheres que buscam ajuda ter atingindo uma quase igualdade: eles representaram 49,9% das ajudas enquanto elas representaram 50,1%. Essa é a primeira vez que os dados ficam tão próximos já que, historicamente, as mulheres sempre lideraram com folga esse setor.    
- Imigrantes: De acordo com os dados do relatório, foram 7.770 imigrantes - refugiados ou solicitantes de asilo - atendidos pelas unidades do Caritas em 2015. Destes, 92,4% são homens, com idades entre 18 e 34 anos (79,2%), vindos de países do norte da África e da Ásia centro-meridional.    
Muitos são analfabetos (26%) ou com baixíssimo grau de estudo (16,5% com ensino apenas primário). A maioria deles vai aos centros de acolhimento para ter onde morar (61,2%), mas muitos ainda moram em condições precárias e vão às unidades do Caritas em busca de bens materiais (comida, roupas e produtos para higiene).
Agencia Ansa
www.miguelimigrante.blogspot.com

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