quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Mais de 300 mil refugiados e migrantes atravessaram o Mediterrâneo em 2016, diz ACNUR

Chegadas à Europa registradas durante os primeiros nove meses de 2016 atingiram valores mais altos que os do mesmo período de 2014. Número de mortos e desaparecidos no ano atual já ultrapassa 3 mil e é apenas 15% inferior ao total de vítimas contabilizadas em 2015. Itália já abriga 158 mil pessoas em centros de recepção.
Refugiados sírios descansam a bordo de um navio da Guarda Costeira Helênica após serem resgatado no mar Mediterrâneo, nas proximidades da costa de Lesbos, na Grécia. Foto: ACNUR / Andrew McConnell
Refugiados sírios descansam a bordo de um navio da Guarda Costeira Helênica após serem resgatado no mar Mediterrâneo, nas proximidades da costa de Lesbos, na Grécia. Foto: ACNUR / Andrew McConnell
Mais de 300 mil refugiados e migrantes já atravessaram o Mediterrâneo ao longo dos nove primeiros meses de 2016, alertou a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) na terça-feira (21). O contingente representa uma queda de 42% se comparado com o mesmo período de 2015, mas ainda está bem acima das cerca de 216 mil chegadas à Europa verificadas em 2014.
O porta-voz do organismo internacional, Willian Spindler, alertou que o número de pessoas registradas como mortas ou desaparecidas até agora — 3.211 — é apenas 15% menor do que o total de vítimas durante todo o ano de 2015 — 3.771.
“Neste ritmo, 2016 será o ano mais letal já registrado no Mar Mediterrâneo”, destacou o representante do ACNUR.
Segundo a agência, de 2015 para cá, o volume de refugiados e estrangeiros chegando à Itália pelo oceano não teve variação expressiva, permanecendo em torno de 130 mil até setembro de cada ano. No entanto, um número cada vez maior de recém-chegados tem decidido permanecer no país e, atualmente, mais de 158 mil pessoas vivem acomodadas em centros de recepção.
Até o presente momento, as solicitações de refúgio praticamente dobraram em comparação ao mesmo período no ano passado”, disse Splinder. Os que chegam à Europa pela Itália vêm principalmente da África — nigerianos somam 20%, eritreus são 12%, gambianos, guineenses, sudaneses e costa-marfinenses representam 7% cada.
O caso grego é bem distinto. “Neste ano houve uma queda brusca de 67.415 chegadas registradas durante o mês de janeiro (em 2015) para apenas 2 mil neste mês, levando o total deste ano até agora para 165.750, uma queda de 57% em relação às 385.069 chegadas registadas na Grécia durante os primeiros nove meses do ano passado”, afirmou o porta-voz.
A maior parte dos que aportam na Grécia vem da Síria (48%) e do Afeganistão (25%), mas há também um grande fluxo de pessoas do Iraque, Paquistão e Irã.
O ACNUR destaca que, até agora, menos de 5 mil solicitantes de refúgio foram realocados da Grécia — 3.791 — e da Itália — 1.156 —, o que corresponde a apenas 3% da meta original de 160 mil indivíduos que seriam supostamente reassentados em outros Estados europeus.
“Temos solicitado que os Estados-Membros da União Europeia reforcem suas promessas, inclusive para crianças desacompanhadas e separadas, aceleremo registro e a transferências de candidatos, e que pessoas de outras nacionalidades que também fogem da guerra e de perseguição tenham acesso ao plano”, explicou Spindler.
Acnur
www.miguelimigrante.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário