quinta-feira, 21 de julho de 2016

MSF denuncia “graves distúrbios de saúde mental” em imigrantes na Europa

A especialista em Saúde Pública e autora do comunicado, Silvia Mancini, avançou que, 60% dos 387 entrevistados apresentavam distúrbios mentais durante as atividades de apoio psicológico. Por outro lado, das 199 pessoas que foram seguidas durante a sua estadia nos centros de acolhimento italianos, cerca de 87% afirmaram, que, desde que ali estavam, “a sua estadia tinha piorado substancialmente”.
Silvia Mancini defendeu ainda que a instabilidade em causa pode provocar uma intensa ansiedade nos imigrantes e “gerar outras condições de stress”, lamentando que “o sistema de asilo está sobrecarregado e o processo torna-se extremamente longo e complicado em Itália. Isto significa que homens, mulheres e crianças ficam retidos em centros de acolhimento de emergência durante longos períodos de tempo”.
Para obtenção destes dados foi utilizada informação recolhida entre julho de 2015 e fevereiro de 2016 a partir de diferentes centros de acolhimento de emergência situados em Roma, Trápani e Milão. Noutros centros, como por exemplo na província de Ragusa, na Sicília, dos 199 pacientes atendidos diretamente pelas equipas dos MSF, 42% apresentava distúrbios mentais associados ao stress pós-traumático e 27% tinham ansiedade.
O estudo apontou as condições de vida nos centros de acolhimento de emergência como uma das causas que levou a esta situação. Os espaços para acolher imigrantes, criados em 2014, foram pensados para fazer face à grande crise migratória, não estando, por esse motivo, preparados para uma estadia a longo prazo.
Contudo, apesar de terem passado dois anos, ainda não há solução. “Todos aqueles que chegam não têm outra opção, se não a de permanecer durante meses em centros que não reúnem as condições adequadas para a sua estadia”, informaram os Médicos Sem Fronteiras.

 Jornal Medicos


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