quinta-feira, 7 de julho de 2016

Deputados defendem aprovação da nova Lei de Migração

A proposta define os direitos e os deveres do migrante e do visitante no Brasil e está pronta para a pauta na comissão especial criada para a discussão do tema.

Deputados de diferentes partidos defenderam, nesta quarta-feira, a aprovação da proposta que cria a Lei de Migração (PL 2516/15, do Senado). A matéria está pronta para a pauta na comissão especial criada para a discussão do tema. O relator, deputado Orlando Silva, do PCdoB de São Paulo, recomenda a aprovação na forma de um texto substitutivo.
A proposta de Lei de Migração define os direitos e os deveres do migrante e do visitante no Brasil; regula a entrada e a permanência de estrangeiros; estabelece normas de proteção ao emigrante brasileiro e também diretrizes para políticas públicas ligadas ao assunto. Se aprovado pela comissão especial da Câmara dos Deputados onde está em estudo, o texto vai substituir o Estatuto do Estrangeiro (Lei 6.815/80), adotado durante o regime militar.
O assunto foi discutido nesta quarta em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, a pedido do deputado Carlos Zarattini, do PT de São Paulo, que criticou a atual lei sobre o assunto.
"O Brasil tem uma lei de migração, chamada de Estatuto do Estrangeiro, que foi concebida na época da ditadura militar. Ela enxerga o estrangeiro, o imigrante, como um inimigo, como um camarada a ser vigiado, punido se cometer algum erro, qualquer tipo de erro."
A presidente da comissão especial que analisa o projeto, deputada Bruna Furlan, do PSDB de São Paulo, defendeu o caráter humanitário da proposta de Lei de Migração.
"Nós estamos descriminalizando o fluxo migratório. Passaremos a criminalizar o traficante de pessoas, o coiote, o empregador que abusa do empregado por sua condição migratória. Nós faremos também um cadastro biométrico desses imigrantes, dizendo exatamente o motivo de eles estarem no Brasil, seja por reunião familiar, seja por trabalho, seja por ser um refugiado."
A audiência na Comissão de Relações Exteriores contou com a participação de parlamentares italianos. Eles expuseram aos brasileiros a forma como a Itália tem se posicionado frente à imigração crescente, principalmente de refugiados de guerra.
Segundo a deputada Marina Sereni, vice-presidente da Câmara de Deputados italiana, o país europeu adota como prioridade salvar a vida dos refugiados que aportam em suas praias, antes de discutir como fazer o acolhimento dessas pessoas. A crítica feita por Sereni é que não existe hoje na Europa um entendimento unificado sobre imigração.
Reportagem — Noéli Nobre


Agencia Camara 

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