sexta-feira, 20 de maio de 2016

Maioria de brasileiros aprova entrada de refugiados no país, mas não na própria cidade ou casa, diz pesquisa

Uma pesquisa encomendada pela ONG Anistia Internacional mediu a receptividade do público a refugiados em 27 países, e o Brasil ficou em 18º lugar no ranking elaborado pela consultoria GlobeScan.
O estudo no Brasil ouviu 804 pessoas em Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo, numa amostra que representa 23% da população.
Os resultados mostraram que 39% dos entrevistados no Brasil disseram que aceitariam no país pessoas fugindo de guerras ou perseguição em outra nação.
O percentual de quem não aceitaria a entrada de refugiados no país ficou em 19%. Outros 20% afirmaram que receberiam refugiados em seu bairro, 16% na cidade e 6% na própria casa.
O chamado Refugees Welcome Index (Índice de Receptividade a Refugiados, em tradução livre) listou os países em uma escala de 0 a 100, onde 0 significa que todos os entrevistados recusariam a entrada de refugiados e 100, a aceitação desses imigrantes no próprio bairro ou casa.
O índice do Brasil foi 49, à frente apenas de Argentina (48), África do Sul (44), Nigéria (41), Turquia (39), Quênia (38), Polônia (36), Tailândia (33), Indonésia (32) e Rússia (18).
Os países mais receptivos ao acolhimento de refugiados entre os 27 pesquisados foram China (índice 85), Alemanha (84) e Reino Unido (83).
A maioria dos brasileiros nas cidades que participaram da pesquisa também disse concordar com a ideia de que pessoas devem ter o direito de buscar refúgio em outros países para fugir de guerras ou perseguição - 79% concordaram com a afirmação, em maior ou menor grau.
Outra opinião predominante (80% dos entrevistados) no Brasil foi a de que o governo deve fazer mais para ajudar imigrantes nessas situações.
Panorama global
Para a ONG Anistia Internacional, os resultados da pesquisa mostram que, em geral, as pessoas estão fortemente dispostas a receber refugiados "com braços abertos" - o índice de aceitação global é de 80%, apontou o estudo, que ouviu 27 mil pessoas.
"Esses números falam por si mesmos. As pessoas estão dispostas a tornar os refugiados bem-vindos, mas respostas desumanas de governos à crise de refugiados estão fora de sintonia com as visões de seus próprios cidadãos", afirmou, em nota, o secretário-geral da ONG, Salil Shetty.
Globalmente, uma pessoa em cada 10 abrigaria refugiados na própria casa. O número chega a 46% na China, 29% no Reino Unido e 20% na Grécia, mas cai para 1% na Rússia e na Indonésia. Apenas 17% do total de entrevistados disseram que recusaria a entrada de refugiados em seus países.
O número de pessoas buscando asilo na União Europeia em 2015 chegou a 1,2 milhão - mais do que o dobro do ano anterior, segundo dados do Eurostat, órgão de estatística da UE.
Sírios, iraquianos e afegãos estão no topo da lista desses pedidos, com mais de um terço tendo a Alemanha como destino.
Milhares de migrantes estão chegando à Grécia desde a Turquia diariamente, e muitos estão presos na fronteira norte da Grécia com a Macedônia, após países da UE implementarem controles internos de imigração.


BBC BRASIL

www.miguelimigrante.blogspot

2 comentários:

  1. Penso que geralmente estas pesquisas sao feitas nas grandes cidades nao e? Pq no interior do pais ou seja dos estados as pessoas sao mais receptivas..para aceitar um refugiado. Eu por exemplo nao particpei desta pesquisa...mas nao vejo problema algum em acolher um(a)refugiado(a). Nao situacao wue vive nosso pais o governo ajudando familias para acolher estes refugiados seria mais seguro também. Como a família que acolher o governo fica a cargo de dar um trabalho ao refugiado.

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  2. Muito bom para dar voz aos Migrantes e Refugiados os Programas que vocês estão desencadeando!!!!

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