segunda-feira, 2 de maio de 2016

Empresa ajuda na integração de refugiados no Paraná

A empresa de cunho social Linyon tem mais de 900 currículos de refugiados e imigrantes em seu cadastro para direcionamento a empresas interessadas em contratá-los. Ela também acompanha de perto três projetos empreendedores destes estrangeiros e dá cursos de sensibilização sobre refúgio em escolas e empresas no Paraná.
Amanda Queiroz/Divulgação
Gilian (esq.), Marcela (centro) e Raquel (dir.) com empreendedores sírios
A Linyon fica em Curitiba, na capital paranaense, e foi fundada por Marcela Milano, profissional de Relações Internacionais que sempre se sentiu inquieta diante do tema da imigração e da integração ao trabalho dos estrangeiros. A experiência de morar fora do País, na Irlanda, em 2011, aumentou esse interesse, conta ela por telefone à ANBA.
No ano passado, depois de uma campanha de financiamento coletivo, Milano conseguiu começar a colocar o projeto em pé. A operação iniciou de fato em outubro, com foco de encontrar trabalho para refugiados e imigrantes no mercado local. Mas as vagas de emprego logo diminuíram no Brasil e a profissional percebeu que era hora de ampliar o horizonte.

“Começamos a questionar essa forma de atuação e olhar para o empreendedorismo como um novo caminho”, afirma Milano, contando que também pesou o contato com os refugiados sírios. “Os sírios começaram a procurar a gente, mas com a intenção de ter um negócio”. A Linyon, então, também passou a fazer acompanhamento individual de projetos de empreendedorismo, orientando sobre localização de empresas, mercado para produtos, questões burocráticas e bancárias.
Michele Bravos/Acnur Brasil
Linyon: consultoria para negócios de refugiados
Atualmente, além desta consultoria, a Linyon também trabalha com sensibilização sobre os refugiados em escolas e empresas. O objetivo é quebrar preconceitos. Milano relata que as próprias crianças, que são livres de preconceitos, levam para casa o tema. As empresas que contratam oferecem a sensibilização para os funcionários e gestores e normalmente são aqueles que resolveram contratar um imigrante.

Milano afirma que o próximo plano é oferecer ainda workshops sobre empreendedorismo para os refugiados, o que deve ocorrer em junho. A Linyon também tem trabalhado para ajudar os estrangeiros a encontrarem vagas de emprego em suas áreas, o que tem sido complicado em função das dificuldades de validação dos diplomas no Brasil. “Eles acabam tendo que ir para trabalhos mais braçais”, lamenta a fundadora.

A Linyon tem um espaço de coworking (área compartilhada de trabalho) na região central de Curitiba e é levada adiante por três profissionais. Além de Marcela Milano e sua sócia Raquel Correia, também formada em Relações Internacionais, uma advogada, Gilian Pacheco, trabalha para o projeto. Antes de colocar o projeto em pé, Milano foi até o Acre, por onde desembarcam os refugiados no Brasil, para conhecer mais de perto as suas realidades.

Os refugiados chegam até a Linyon encaminhados por organizações que trabalham na sua acolhida e atualmente também por indicação de outros imigrantes. A Linyon se mantém com o pagamento de empresas aos seus serviços. Eventualmente há patrocínio para algumas ações.

Agencia de Noticias Brasil- Arabe
www.miguelimigrante.blogspot.com

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