quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Com mais de 500 mil refugiados, Uganda possui políticas de refúgio avançadas e inovadoras

Os refugiados têm acesso aos mesmos serviços que os nacionais de Uganda, têm o direito de trabalhar e estabelecer as suas próprias empresas. Eles desfrutam da livre circulação pelo país e ganham terras para plantio, reduzindo a dependência de ajuda humanitária.

Mais de meio milhão de pessoas que fogem de violência e dos abusos de direitos humanos, provenientes principalmente do Sudão do Sul, do Burundi e da República Democrática do Congo, têm agora encontrado proteção e segurança em Uganda.

No início de dezembro, Uganda tornou-se o lar de quase 511 mil refugiados e solicitantes de asilo, o maior número da história do país. Até agora, mais de 100.000 pessoas cruzaram esta fronteira este ano, tornando Uganda o terceiro maior país a hospedar refugiados na África, depois da Etiópia (736.000) e do Quénia (594.000).

Uganda é amplamente conhecida por ter políticas de refúgio avançadas e inovadoras. Ao receber status de refugiado, os refugiados ganham pequenas áreas de terra em aldeias integradas a comunidade de acolhimento local; uma abordagem pioneira, que reforça a coesão social e permite que ambos os refugiados e comunidades de acolhida vivam juntos pacificamente.

Os refugiados têm acesso aos mesmos serviços que os nacionais de Uganda, têm o direito de trabalhar e estabelecer as suas próprias empresas. Eles desfrutam da livre circulação pelo país e ganham terras para plantio, reduzindo a dependência de ajuda humanitária.O governo também incluiu o monitoramento e proteção de refugiados no âmbito de seu próprio planejamento interno junto ao Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND), por meio da Agenda de Assentamento Transformativo. Isso significa que Uganda criou um ambiente propício para a inclusão de soluções duradouras de resposta humanitária aos refugiados e às comunidades de acolhimento.

Mais de 17 mil burundineses refugiados chegaram em Uganda neste ano, entre eles Larson, de 29 anos. Recentemente ele abriu uma farmácia no campo de refugiados Nakivale e atualmente está tentando reconstruir sua vida junto à esposa e dois filhos.

“As pessoas sempre costumavam dizer que Uganda cuida bem de seus refugiados”, disse Larson. “É verdade. Eu gosto daqui. É pacífico. Talvez com o tempo eu poderia um dia voltar para o Burundi, mas por agora estou focado em reconstruir as coisas aqui.”
O representante do ACNUR em Uganda, Neimah Warsame, elogiou o país por sua “generosidade excepcional e hospitalidade” mostrado em relação aos refugiados e solicitantes de refúgio. Ele fez um pedido a todos os parceiros envolvidos para trabalharem em conjunto, desenvolvendo uma abordagem inovadora para a proteção dos refugiados que vai além da assistência de emergência, propiciando desenvolvimento no longo prazo.


Acnur

Frontex aumenta presença em ilhas Gregas para registrar imigrantes

A agencia europeia de Controle de Fronteiras (Frontex) iniciou o desdobramento nas ilhas gregas de cerca de 300 novos funcionários e 15 embarcações adicionais, depois que as autoridades helenas solicitaram mais apoio perante a chegada em massa de deslocados e as dificuldades para registrá-los.

O objetivo desta operação excepcional é cooperar na identificação e tomada de impressões digitais dos imigrantes que chegam às ilhas gregas, em colaboração com agentes locais e tradutores especializados, segundo um comunicado divulgado nesta terça-feira pela "Frontex".
Está previsto o desdobramento de mais de 400 novos guardas fronteiriços, que somados aos navios adicionais, veículos e outras equipes técnicas servirão de apoio às autoridades gregas na gestão de uma pressão migratória sem precedentes.
De acordo com o regulamento da Frontex, a Agência pode realizar um desdobramento temporário excepcional a pedido de um Estado membro que se em frente a uma situação grave de pressão migratória.
Nestes casos, e ao contrário dos supostos frequentes nos quais a colaboração dos países da UE com Frontex é voluntária, os Estados-membros estão obrigados a facilitar à Agência os meios necessários, salvo que também se enfrentem a uma situação excepcional.

EFE

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Refugiados: Finlândia fecha posto na fronteira com a Rússia

A Rússia é uma das rotas das migrações rumo à União Europeia. As temperaturas negativas não demovem os candidatos ao asilo. Algumas dezenas de migrantes encontram-se retidos junto ao posto fronteiriço de Salla, naFinlândia. As autoridades do país nórdico impediram a sua entrada no país.
As autoridades finlandesas apertaram as condições de entrada no país nos últimos dias. Primeiro proibiram o cruzamento da fronteira a pé, depois de bicicleta, e nas últimas horas, de acordo com a televisão russa, fecharam a fronteira.
Desde o início do ano entraram na Finlândia seis centenas de refugiados através da fronteira com a Rússia. Vários migrantes com um visto de residência russo pediram asilo ao país nórdico mas acabaram por ser reenviados para a Rússia por ser considerado um país seguro.


Euronews

La migración cubana: ¿Problema humanitario o negocio humanitario?

Las personas no migran de su tierra natal por gusto o porque les genera placer. La migración es un fenómeno social que responde a múltiples causas, es decir, cada persona tiene diferentes motivos para dejar su comunidad y, en no pocos casos, a su familia; se trata de una decisión extrema, lamentablemente, en muchas ocasiones poco informada y llena de ilusiones falsas en relación con el lugar de destino.
La migración por razones económicas es una de las que más se señala a la hora de justificar por qué se ha dejado el país en que se nació. Se busca mejores condiciones económicas y para ello se está dispuesto a arriesgar la propia vida y todo ello por la ilusión de conseguir un trabajo y tener una vida mejor en el país al que uno se dirige.
El problema es que muchas de esas ilusiones están sustentadas en imágenes falsas, por ejemplo, de lo que ocurre en países como los de la Unión Europea o en Estados Unidos de América. Se piensa que en aquellas sociedades abunda el empleo y que al llegar, serán recibidos con los brazos abiertos y todo será felicidad. Por desgracia la realidad es otra.
Se trata de una ilusión que pronto es apagada por una dinámica social excluyente y discriminatoria. Muchas de las condiciones de esos países impide conseguir trabajo a sus propios ciudadanos, con mucho más razón resulta más complicado para indocumentados, ilegales y para aquellas personas que tengan cualquier otra condición que no sea la ciudadanía oficial de aquellos Estados.
La ilusión de estas personas está sustentada en una serie de mitos que se han reproducido en el tiempo. El cine y los medios de comunicación, por ejemplo, se han encargado de posicionar en la mente de las personas lo que han dado en llamar “el sueño americano”; empero, como suele suceder, una buena cantidad de migrantes la pasan muy mal lejos de su patria, incluso, aquellos que han logrado conseguir algún trabajo estable y remunerado de acuerdo a la ley.
Suele suceder que los migrantes que han conseguido algún tipo de estabilidad no cuentan todas las peripecias que han pasado. Ello se da porque quieren ser percibidos como personas que consiguieron una migración exitosa, es decir, no solo llegaron al lugar de destino sino que lograron estabilidad económica; de hecho, aquellos que viajan a su país de origen después de muchos años, no revelan las condiciones en que viven y mucho menos su situación económica real.
Subrayo que estoy refiriéndome al migrante promedio y no a las excepciones. Algunos migrantes logran ahorrar el dinero suficiente para establecer negocios en sus países de origen o hacerse de unos o varios inmuebles que les asegura una vejez tranquila, pero, se trata de los menos y eso hay que decirlo para que las personas no se hagan falsas expectativas.
Hay personas que piensan a los europeos o los estadounidenses viviendo como en las series de televisión. Personas con un trabajo de oficinista que les permite tener un apartamento, un vehículo, comprar ilimitadamente en el supermercado y asistir al cine o algún evento deportivo los fines de semana; no obstante, la realidad europea y estadounidense es bastante diferente y a la mayoría de los migrantes les toca hacer los trabajos más duros, vivir en lugares iguales o peores a los que habitaban en su país de origen, así como comprar lo justo para su sobrevivencia y no tener tiempo para distraerse de una jornada laboral extenuante.
El tener gente conocida en el país receptor no siempre es sinónimo de tranquilidad y éxito. El hecho de tener familiares en el país receptor constituye una ventaja, sin embargo, muchas veces ellos se encuentran en condiciones precarias que impiden poder ayudar al familiar que está llegando; dicho en palabras sencillas, la existencia de un familiar en el país al que se emigra, no siempre es garantía y produce las ventajas que mucha gente se imagina.
Por eso el drama de los migrantes cubanos nos debe llamar a una profunda reflexión y a un sentimiento de solidaridad inmenso. Debemos ayudarles en lo que podamos y hacer votos para que sus ilusiones se puedan colmar en el mar de incertidumbre que les espera y en la situación que les ha tocado vivir hasta ahora; se trata de seres humanos que les motiva una imagen, una ilusión, un anhelo y por eso tipo de ideas las personas estamos dispuestos a realizar acciones fuera de lo común.
Esperemos que la situación de estas personas se resuelva y que puedan seguir su camino a lo que ellos consideran la “tierra prometida”. Ojalá que todos puedan llegar a su destino y que no queden, como Moisés, destinados a no ingresar a aquella tierra que tampoco iba a ser lo que le prometieron al pueblo judío.
Ahhh! Y en todo esto, desde la antigüedad, hay otros personajes que ganan dinero a costa de estas personas. Basta multiplicar lo que ha pagado cada cubano por todos los que se encuentran en Peñas Blancas, para darse una idea de la magnitud del negocio que hay detrás de esta situación.

 EL PAIS.CR

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Honduras dice que ha reducido en un 70 por ciento la migración de niños no acompañados a EE.UU.

El Gobierno de Honduras informó hoy de que "con grandes esfuerzos" ha logrado reducir en 70 por ciento la migración de niños, niñas y adolescentes no acompañados a Estados Unidos.
Honduras es "el único país del Triángulo Norte de Centroamérica -que además integran Guatemala y El Salvador-, con reducciones en la migración al cierre de 2015", indicó la Secretaría de Relaciones Exteriores de Tegucigalpa en un comunicado.
La nota oficial añade que "Honduras es respetuosa de la política migratoria de cada país, en este caso de los Estados Unidos de América", en respuesta a una noticia divulgada por el diario The Washington Post, en el sentido de que ese país hará deportaciones de inmigrantes centroamericanos a partir de enero de 2016.
"Hasta la fecha la única información oficial recibida por parte del Gobierno americano es que sólo se van a retornar a Honduras aquellas personas que tienen una orden final de deportación, después de haber concluido todos los procedimientos legales a su disposición en los EE.UU.", subraya el comunicado.
Además señala que "Honduras cuenta con tres centros de Atención al Migrante Retornado con todos los estándares nacionales e internacionales para garantizar una reinserción digna e integral de los compatriotas retornados", por vía aérea desde Estados Unidos y por tierra los procedentes de México.
La red consular de Honduras acreditada en Estados Unidos "ha sido debidamente informada y cuenta con personal capacitado para garantizar que en todo momento se respeten los derechos humanos de nuestros compatriotas", indicó la cancillería hondureña.
Los consulados también están "velando que efectivamente se han agotado todas las instancias legales disponibles en ese país para que la deportación cumpla con el debido proceso en cada uno de los casos", añade la información oficial.
El Gobierno de Tegucigalpa también hizo un llamamiento a los hondureños que requieran asistencia en Estados Unidos para que se comuniquen al Centro de Llamadas ALHO VOZ (Atención en Línea a Honduras" en Washington, Chicago, Los Ángeles, Houston, Miami, Nueva Orleans y Atlanta.
Entre 2014 y 2015 miles de niños centroamericanos inmigrantes no acompañados, entre ellos muchos hondureños, guatemaltecos y salvadoreños, fueron detenidos en el sur de Estados Unidos, país que demandó una mayor atención de las naciones de América Central a favor de los menores.
Según fuentes oficiales de Tegucigalpa, en EE.UU. viven más de un millón de hondureños, entre residentes legales e indocumentados, que anualmente envían remesas familiares, que en 2015 superan los 3.500 millones de dólares ( 3.189 millones de euros).

 El Diario

Remessas de imigrantes em Portugal caíram 6% em outubro

De acordo com os dados do Banco de Portugal (BdP), apresentados no Boletim Estatístico, os estrangeiros a trabalhar em Portugal enviaram para os seus países de origem 47,2 milhões de euros, o que compara com os 50,2 milhões que tinham enviado em outubro de 2014.
Os espanhóis, com uma queda de 52,4%, e os britânicos, com uma descida de mais de 30% nas remessas, constituem algumas das nacionalidades cuja quebra no envio de remessas para os seus países foi mais notória.
Em sentido inverso, ou seja, o dinheiro que os emigrantes portugueses enviaram do estrangeiro para Portugal, houve um aumento, mas bastante mais ligeiro.

Em outubro deste ano, e comparando com o mesmo mês do ano passado, os dados do Banco de Portugal registam uma subida de 0,3%, resultado da passagem de 264,4 milhões, em outubro de 2014, para 265,4 milhões em outubro passado.

Jornal de Noticias 

domingo, 27 de dezembro de 2015

Itália resgata mais de 2,7 mil imigrantes no Canal da Sicília em 3 dias

A guarda Costeira e a Marinha da Itália resgataram 2.709 imigrantes nos últimos três dias, em pequenas embarcações que estavam à deriva no Canal da Sicília, próximo ao Mar Mediterrâneo, informaram as corporações em comunicado emitido neste sábado.

De acordo com o que detalhou a Guarda Costeira, 751 pessoas estavam em cinco lanchas e um pequeno barco, e foram localizadas e retiradas do mar ontem. Também nesta sexta-feira, chegou ao porto de Reggio Calabria, no sul do país, um avião da Guarda Costeira para desembarcar 312 homens e 59 mulheres resgatados pouco antes.
Na véspera de Natal, 661 imigrantes, entre eles 12 menores de idade, desembarcaram na cidade de Porto Empedocle, na Sícilia, um dia depois de terem sido resgatados.Na quarta-feira, em várias operações, foram resgatados 859 pessoas, que vinham da Líbia. No dia anterior, 728 imigrantes foram retirados do mar, sendo que também foi encontrado o corpo de uma pessoa. A onda migratória dos últimos dias se deve as boas condições do mar e ao bom tempo, que são mais frequentes neste período do ano.
Ao todo, as autoridades italianas já resgataram mais de 140 mil pessoas em alto-mar, segundo os últimos dados divulgados pela Guarda Costeira.
EFE

Papa pede generosidade dos governos da América Central com imigrantes cubanos

O papa Francisco pediu neste domingo generosidade com os imigrantes cubanos que procuram chegar às fronteiras dos Estados Unidos através da América Central e do México, no centro de um conflito diplomático.

Após sua tradicional bênção do Angelus na Praça de São Pedro, o papa disse que muitos dos cubanos são vítimas de tráfico de seres humanos e exortou os governos da região a encontrarem uma solução para o "drama humano". "O meu pensamento vai neste momento para os numerosos imigrantes cubanos que se encontram em dificuldade na América Central, muitos dos quais são vítimas do tráfico de seres humanos", disse o papa.

Milhares de cubanos deixaram seu país em direção aos EUA nas últimas semanas por receio de uma eventual revogação do estatuto privilegiado de imigração garantido pelo Congresso norte-americano aos cubanos.

Cerca de 8 mil cubanos estão presos em campos de refugiados na Costa Rica desde meados de novembro, quando a Nicarágua começou a rejeitar os cubanos em seu território. Na semana passada, a Costa Rica parou de emitir vistos aos cubanos. 


Fonte: Associated Press

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Itália: Site para acolher refugiados em casas de famílias

Com a promessa de ser uma ferramenta de apoio para os refugiados, o site Benvenuti rifugiati (Bem-vindos, refugiados) foi criado por voluntários e estudantes para fornecer um serviço de acolhimento residencial, em casas de famílias, aos refugiados que solicitam asilo na Itália.
A iniciativa é muito semelhante à criada com êxito na Alemanha no ano passado e tem por objetivo auxiliar no processo de inclusão social. Dessa forma, a plataforma incentiva a inserção do refugiado num modelo de família, contribuindo para o aprendizado do idioma, na procura de um trabalho e até de uma residência.

Assistência completa
Em entrevista à Rádio Vaticano uma das fundadoras do portal, Germana Lavagna, afirmou que não se trata apenas de uma ferramenta on-line para o aluguel em acomodações residenciais, como o conhecido site internacional Airbnb, mas de uma projeto que garante assistência completa e uma orientação para o processo de interação.
“Esta é uma ação que exige responsabilidade. Não é apenas um impulso emotivo, mas é algo que requer um mínimo de empenho. Enquanto o solicitante continuar a fazer parte da associação que o acolheu, o acompanhamento legal, de saúde, cursos profissionalizantes de italiano ficam sempre a cargo dessa associação.”

Acolhida humana
Ainda em período experimental, o site promove uma mudança cultural para esse fenômeno da migração. No último ano, os países da União Europeia registraram mais de 570 mil pedidos de asilo, pouco mais da metade provenientes do Líbano.
“Estamos profundamente convencidos que esta é chave para dar uma acolhida humana, calorosa,  relacional e para facilitar todo o processo seguinte, porque, em nossa opinião, da acolhida, do momento em que se chega a um país, de como se é recebido, depende muito do que ocorre em seguida, por meio dos processos de inclusão e interação”, ressaltou.

O site Benvenuti Refugiati pode ser acessado pelo endereço refugees-welcome.it. (PS)

Radio Vaticano



Revelan nueva cifra de la migración puertorriqueña

Debido a una marcada migración, Puerto Rico perdió a 65,000 habitantes del 1 de julio de 2014 al 1 de julio de 2015, según el Negociado del Censo de los Estados Unidos.
Durante el citado periodo, ocurrieron 34,000 nacimientos y 30,000 muertes, “lo cual equivale a un crecimiento natural de la población”, de acuerdo con un informe demográfico de la agencia federal.
Los datos surgen de estimados anuales que realiza el Negociado del Censo y que fueron citados este martes por el Instituto de Estadísticas de Puerto Rico en un comunicado de prensa.
Los nuevos datos establecen que al 1 de julio de 2015, la población de Puerto Rico se estimó en 3,474,182 habitantes.
“La población de Puerto Rico llegó a su punto máximo hace exactamente 11 años cuando llegó a tener 3.8 millones de personas (3,826,878 personas) al primero de julio de 2004. En estos 11 años, la población de Puerto Rico mostró una reducción de 9.2 por ciento en total, o aproximadamente 0.8 por ciento cada año en promedio (tasa anualizada)”, se informó.


Primera Hora

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Migración forzada en Navidad

Un proyecto creativo inspirado por investigaciones académicas trata de sensibilizar sobre la tragedia de la migración forzada centroamericana. El resultado es un conjunto de animaciones digitales titulado “Navidad es hospitalidad”.

“Navidad es hospitalidad” es una animación digital compuesta por cuatro capítulos de tres minutos cada uno, que combina la investigación interdisciplinaria, el uso de las nuevas tecnologías y la educación popular para dar vida a una campaña de sensibilización que invita a las audiencias a recorrer distintas escenas de la migración forzada centroamericana. La serie se inspira en elementos de la época navideña, pasajes bíblicos y testimonios de migrantes de toda Centroamérica, una mezcla creativa que procura promover un nuevo sentido de la Navidad, en el que sean priorizados valores como la solidaridad y la acogida.
Con canciones originales, cuidadas interpretaciones y un encuentro tan inesperado como transformador entre doña Dolores y doña Silvia, se conduce a los espectadores a conocer un poco más las dolorosas causas y consecuencias de las migraciones, gracias a una conversación entre las protagonistas cargada de matices y sentimiento.
Se estima que más de cinco millones de personas han dejado sus países de nacimiento en Centroamérica, lo que representa cerca del 12% de la población total de la región. La gran mayoría ha partido obligada por la escasez de oportunidades en sus países, la persecución y otras formas de violencia. La mayor parte migra a Estados Unidos, y enfrenta enormes riesgos en el tránsito clandestino por México y al intentar integrarse en una patria distinta, muchas veces hostil.
Es indispensable contribuir con estrategias que modifiquen las percepciones negativas sobre las migraciones. Es en este contexto que surge “Navidad es hospitalidad”, como una acción orientada a fomentar la acogida y el respeto por quienes se han visto forzados a dejar su país de origen. El proyecto de animación digital está producido por la Red Jesuita con Migrantes de Centroamérica.
El Faro

Jesus, pobres, estrangeiros, refugiados, privilegiados e famílias pouco normais


Já aqui escrevi que o Natal — enquanto história, enquanto narrativa, enquanto midrash — nasceu contra o preconceito. O evangelho da infância, apenas constante das narrações de Mateus e de Lucas — de resto, largamente incompatíveis entre si —, está carregado de mensagens contra o preconceito. 
2. A mensagem mais divulgada é a mensagem contra o preconceito social: Jesus nasce em condições altamente precárias. A sua família é notoriamente uma família humilde e pobre. Está transitoriamente deslocada. Procura debalde um alojamento para garantir o parto em condições mínimas de dignidade, mas resta-lhe apenas um estábulo: “E envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem” (Lc 2,7). Jesus nasce na mais desconcertante pobreza e fragilidade. Esta circunstância, só por si, é todo um evangelho. Jesus veio para os mais pobres, para os frágeis, para os que são rejeitados. 
3. A segunda mensagem dirige-se ao preconceito territorial, do tipo nacional ou tribal. Jesus nasce fora da terra da sua família, que era Nazaré, na Galileia. Maria dá à luz em Belém da Judeia, terra de David. Essa localização garante o cumprimento da profecia que vem do Antigo Testamento, embora nada nos assegure historicamente o acerto do lugar de nascença. José e Maria ter-se-iam deslocado a Belém, por José ser descendente de David, para efeitos de cumprir o recenseamento ordenado por Roma. Nesta precisão, seja ela factual, seja ela romanceada, cabe todo um programa: retratar Jesus como o ungido, como o Messias, por ter nascido na cidade assinalada pelas profecias. Mas cabe também um outro sentido, mais prosaico, mas muito presente nos ensinamentos futuros de Jesus: Ele nasce fora da sua terra. É um deslocado: não tem casa nem lar para nascer. Se a isto somarmos a referência de Mateus à fuga para o Egipto, para evitar a perseguição e a matança de Herodes, então reforça-se a ideia de deslocação. O episódio da matança dos primogénitos e da fuga para o Egipto é uma recuperação, na vida de Jesus, da saga de Moisés. E, por isso, a sua verosimilhança é pequena. Mas o seu significado e o seu sentido são transcendentes. Jesus e a família de Nazaré também foram refugiados e foram refugiados por perseguição política e político-religiosa. Se o nascimento em Belém, afirmado por Mateus e por Lucas, só por si, já rompe com o preconceito tribal ou nacional, o refúgio no Egipto — só narrado por Mateus — rompe-o definitivamente. Jesus nasce contra o preconceito territorial: o seu Natal não discrimina contra os que vêm de fora e contra os que têm de ir para fora. Se Jesus nasceu fora, longe de casa, e se teve de fugir para o estrangeiro, logo na primeira idade, como poderia o seu ensinamento forjar as bases de uma discriminação territorial ou nacional? 
4. A terceira mensagem é complementar das duas anteriores, mas é ainda mais global e mais universal: Jesus nasce contra o preconceito racial e Jesus nasce para todos, mesmo para os cultos e ricos. Evidentemente esta mensagem alimenta-se essencialmente da viagem e da visita dos magos do Oriente. A tradição diz que são três e que seriam provenientes de diferentes partes, pese embora Mateus se refira a eles sem fornecer esses detalhes. O número três é decerto uma sugestão das três riquezas oferecidas — ouro, incenso e mirra —–, presumindo que a cada uma delas correspondesse uma pessoa. E naturalmente casa com o lugar sagrado que o número três ocupa na simbologia cristã que vai da santíssima trindade aos três dias de ressurreição, passando pelos três anos de vida pública e pelos 33 anos da vida de Jesus. Pontifica aqui realmente a ideia de que vieram de longe, pois ela aponta inequivocamente para a vocação de universalidade. Agora, não são apenas os pastores de Lucas, gente das redondezas. Agora são também os sábios de Mateus, gente cosmopolita e viajada. Mas mais do que isso: gente culta e bem relacionada, a ponto de ser recebida por Herodes e de suscitar a reunião dos príncipes, dos sacerdotes e dos escribas do povo (Mt 2,4). Jesus veio para todos. E, a julgar pelas riquezas oferecidas, veio também para os ricos e os poderosos. A sua universalidade não é apenas ligada ao território, à origem, à raça; é outrossim social. Ele veio para os pobres, mas não só para eles. Insiste-se: veio para todos. É esse o lugar mítico e místico dos magos.


  
Portugal

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Ban Ki-moon: ‘2015 será lembrado como um ano de sofrimento humano e tragédias com os migrantes’


“2015 será lembrado como um ano de sofrimento humano e tragédias com os migrantes”. A declaração, feita pelo secretário-geral da ONU, marca o Dia Internacional dos Migrantes em 2015 celebrado nesta sexta-feira (18). A data, este ano, honra as 5 mil vidas perdidas de mulheres, homens e crianças durante as difíceis travessias em busca de proteção e uma vida melhor.

“No Dia Internacional dos Migrantes, devemos nos comprometer com respostas coerentes, abrangentes e baseadas nos direitos humanos, guiadas por leis e normas internacionais e por uma vontade comum de não deixar ninguém para trás”, disse Ban.

A data é celebrada todos os anos em 18 de dezembro como um lembrete da Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros das suas Famílias adotada em 1990 pela Assembleia Geral da ONU. Vinte e cinco anos após sua criação, no entanto, apenas um quarto dos Estados-membros da ONU assinaram ou ratificaram o tratado.

Além de incentivar a adesão dos países à Convenção, o chefe da ONU pediu a expansão de canais seguros para a migração regular, incluindo a reunificação familiar, a mobilidade de trabalhadores em todos os níveis profissionais e maiores oportunidades de reassentamento e educação para crianças e adultos.

“Nos últimos 12 meses, mais de 5 mil mulheres, homens e crianças perderam suas vidas em busca de proteção e uma vida melhor. Outras dezenas de milhares foram explorados e abusados por traficantes de seres humanos. E milhões foram transformados em bodes expiatórios e tornaram-se alvos de políticas xenófobas e de retórica alarmista”, disse.

Destacando aspectos positivos, o secretário-geral sublinhou que, com a adoção da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, a comunidade internacional deu um passo à frente para proteger os direitos laborais dos migrantes, combater as redes de tráfico humano e promover a migração e a mobilidade regular.

Em seu pronunciamento, o presidente da Assembleia Geral da ONU, Mogens Lykketoft reafirmou que a migração não é um fenômeno novo e que migrantes em todo o mundo fizeram contribuições fundamentais para o desenvolvimento socioeconômico em países de origem, trânsito e destino.

O representante ainda instou a comunidade internacional a responder às causas dos deslocamentos forçados, incluindo ações específicas para pôr fim aos conflitos, além de trabalhar para acabar com a discriminação em todas as suas formas.


Para marcar a data este ano, a Organização Internacional para as Migrações está organizando uma vigília mundial para lembrar os refugiados e migrantes que tragicamente perderam suas vidas este ano.

Onu

Reconocimiento a la migración

Con su trabajo y esfuerzo, los migrantes traen desarrollo allí donde se trasladan. Pues, cuando una persona deja la seguridad, económica y moral, que deviene de la familia, de la tradición o del Estado en busca de mejores oportunidades no tiene otra opción salvo la de esforzarse para salir adelante; de allí que su desempeño suela ser sobresaliente. Sin embargo, no siempre se reconoce el aporte de los migrantes en favor de las sociedades donde se enraízan.
Al contrario, suelen ser blanco de ataques violentos e injustificados, principalmente de parte de ciudadanos locales que permanecen estancados en su propia mediocridad y prefieren mirar al frente y culpar al “otro” por sus fracasos antes que reconocer sus propios errores. Por éste y otros motivos, la ONU decidió honrar cada 18 de diciembre el esfuerzo y el aporte de los más de 230 millones de inmigrantes que habitan en el mundo.


Este año el Día Internacional del Migrante sirvió para que la Directora de la Unesco recordase a la comunidad internacional la importancia de concientizar en todas las sociedades que la migración ha contribuido y contribuye grandemente a la riqueza cultural, económica, científica y tecnológica de las sociedades, pero también sobre la importancia de luchar, hoy más que nunca, contra toda forma de racismo y discriminación.

La Razon

sábado, 19 de dezembro de 2015

ACNUR apoia encontro em São Paulo para promover acesso de refugiados ao mercado de trabalho

Evento aproximou o setor privado da população em situação de refúgio na cidade de São Paulo. Além de facilitar o ingresso ao mercado de trabalho no Brasil, encontro abordou a contribuição positiva que os refugiados podem trazer para a sociedade e ao desenvolvimento econômico do país.
Encontro realizado em São Paulo promove o debate sobre as possibilidades de trabalho para refugiados. Foto: ACNUR/Dagoberto Nogueira
Encontro realizado em São Paulo promove o debate sobre as possibilidades de trabalho para refugiados. Foto: ACNUR/Dagoberto Nogueira
Aghiad Shallan, refugiado sírio de 42 anos, entra no Auditório da Universidade Presbiteriana Mackenzie em São Paulo com uma pequena sacola nas mãos. Após tomar um assento, Aghiad escreveu seu nome e telefone em uma lista que circulava entre o público presente no encontro “Esperança de um ano novo aos refugiados”, cujo objetivo foi divulgar para diversas empresas uma lista de refugiados que estão à procura de emprego.
“Quando eu morava na Síria, tinha um bom emprego e uma ótima família. Minha família ainda está na Síria, quero trazê-los para o Brasil, mas antes preciso de um novo emprego, uma nova casa”, conta.
Profissional da área de Tecnologia da Informação (TI), Aghiad hoje faz apenas bicos como eletricista. Ao dividir a casa em que mora com outros sírios que conheceu no Brasil, Aghiad almeja um emprego fixo que lhe ofereça mais condições de desenvolvimento. Esta história é semelhante à de centenas de outras pessoas que estão em situação de refúgio no Brasil.

Ingresso no mercado de trabalho
Como forma de facilitar o ingresso de refugiados ao mercado de trabalho no Brasil, foi realizado na última sexta-feira (11) um encontro que contou com a presença da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e de outras representações como o Programa de Apoio para Recolocação dos Refugiados (PARR), o Sebrae e a Secretaria de Emprego e Relação do Trabalho – PAT, entre outros. A ideia do encontro surgiu após uma visita de Daniela Guimarães, organizadora do evento, à Caritas Arquidiocesana de São Paulo, ocasião em que conheceu a história de uma família síria que está em situação de refúgio no Brasil.
Para o assistente de proteção do ACNUR, Vinícius Feitosa, é preciso educar as pessoas e a sociedade em geral sobre o tema do refúgio, que significa uma proteção internacional, e consequentemente o acesso a uma documentação legal para permanecer em determinado território. “É importante saber que as pessoas que estão chegando vêm por motivo forçado, ou seja, alheio às suas vontades. E é nossa obrigação integrá-las”, disse Vinícius.
De acordo com ele, há ainda um segundo ponto a ser destacado: a contribuição que o refugiado pode trazer ao mercado de trabalho local. “O Líbano, por exemplo, recebeu nos últimos dois anos um fluxo de um milhão de refugiados sírios. Justamente nesse período o país registrou um crescimento de 2,5 no seu Produto Interno Bruto (PIB)”, disse, ressaltando também que outras contribuições trazidas pelos refugiados são percebidas no âmbito cultural e linguístico.
Uma das vias de integração do refugiado no mercado de trabalho é o Programa de Apoio para a Recolocação dos Refugiados (PARR), parceria entre a consultoria jurídica EMDOC, o ACNUR e a Cáritas SP – Centro de Referência para Refugiados. “Atendemos os refugiados na Cáritas mesmo, para conhecer suas trajetórias profissional e acadêmica e em seguida cadastrá-los no nosso site. E também vamos atrás das empresas, enviamos e-mails, participamos de reuniões para divulgar o tema”, explica Marília Correa, colaboradora do PARR. Os atendimentos do PARR prestam todas as informações necessárias ao refugiado que busca emprego, como o trajeto à empresa e até dicas sobre o processo de entrevista.
Embora o evento não tenha recebido a presença aguardada de representantes do setor privado, a organizado afirma que novos encontros com a mesma proposta serão realizados. “A gente vai se fortalecer, continuaremos a organizar essas iniciativas, justamente para alcançar o nosso objetivo de os propiciar trabalhos dignos”, conta Guimarães.
Para Aghiad Shallan, o ato de inserir seu nome na lista que será enviada a representantes o setor empresarial traz esperança não apenas de estabilidade financeira, mas de vivenciar um reencontro com quem hoje está distante. “Coloquei meu nome naquela lista para encontrar um emprego, quero trabalhar para poder trazer a minha família, que há dois anos não os vejo”, diz.
Acnur

Dia Internacional do Migrante

Ei-los que partem


Ei-los que partem
novos e velhos
buscando a sorte
noutras paragens
noutras aragens
entre outros povos
ei-los que partem
velhos e novos

Ei-los que partem
de olhos molhados
coração triste
e a saca às costas
esperança em riste
sonhos dourados
ei-los que partem
de olhos molhados

Virão um dia
ricos ou não
contando histórias
de lá de longe
onde o suor
se fez em pão
virão um dia
ou não


Manuel Freire


sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Construtoras são acusadas de explorar trabalhadores em obras para Copa do Catar

A Confederação Internacional de Sindicatos (Ituc) acusou hoje (18) as empresas de construção estrangeiras que trabalham nas obras para o Mundial de Futebol do Catar de explorar os trabalhadores e reduzí-los a “escravos dos tempos modernos”.
Relatório da Ituc divulgado hoje (18), Dia Mundial dos Migrantes, diz que as empresas têm “lucro da ordem dos 15 bilhões de euros", recrutando “cerca de 1,8 milhão de migrantes, que são escravos dos modernos”.
A secretária-geral da Ituc, Sharan Burrow, afirma que os lucros “são favorecidos por níveis de salários assustadoramente baixos, muitas vezes baseados num sistema de discriminação racial”. Ela acusou as construtoras de exporem os migrantes “a riscos elevados de acidentes de trabalho”.
Segundo o levantamento, “cerca de 7 mil trabalhadores poderão morrer no Catar, antes do início do Mundial de 2022”, mas não  foram especificadas as prováveis causas das mortes.
Os projetos de construção referentes ao Mundial2022, com custos estimados em US$ 200 bilhões, têm atraído construtoras estrangeiras que, de acordo com o relatório, pagam salários próximos de US$ 1,5 dólar por hora, baseando-se no sistema kafala. Esses sistema, que as autoridades do Catar já manifestaram a intenção de alterar, permite aos empregadores confiscar os passaportes dos trabalhadores, impedindo que os migrantes mudem de emprego ou saiam do país.
No levantamento, a Ituc pede às autoridades que alterem o sistema e apela por uma intervenção da Federação Internacional de Futebol (Fifa) em “defesa dos direitos dos trabalhadores”.

EBC

2015: a onda migratória alcança a Europa

Número recorde de pedidos de asilo, fronteiras fechadas, apelos de solidariedade e tensões entre países: a crise migratória perturbou um projeto de comunidade frágil e tornou-se o tema central do debate político, inclusive na Suíça. Retrospectiva sobre um ano agitado vista em gráficos.
O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (UNHCR) já tinha soado o alarme no ano passado: desde a Segunda Guerra Mundial, nunca tinha-se visto tantos refugiados, requerentes de asilo e pessoas deslocadas. O que forma um país imaginário de mais de 60 milhões de pessoas que, já em 2014, seria o 24º mais populoso do mundo.

De onde vêm e para onde vão os migrantes?

Em 2015, o coração da Europa é atingido pela onda migratória. Até o final do ano, estima-se que os países da UE e EFTA (Suíça, Noruega, Liechtenstein e Islândia) terão registrado um milhão de pedidos de asilo. O principal destino é a Alemanha, que já recebeu até agora quase um terço desses migrantes. O gráfico abaixo mostra o fluxo de requerentes de asilo na Europa nos primeiros nove meses de 2015.

Quase metade dos requerentes de asilo que procuraram abrigo na Europa em 2015 veio de três países assolados por conflitos: Síria, Iraque e Afeganistão. Na Europa, o debate centrou-se principalmente sobre os refugiados sírios, sem dúvida os mais numerosos, mas certamente não os únicos cujo número tem aumentado significativamente.
Assim, o número de iraquianos quadruplicou em relação a 2014, enquanto o número de afegãos aumentou em duas vezes e meia. Impulsionados principalmente pela crise econômica, os kosovares foram também muitos a emigrar, embora eles saibam que suas chances de conseguir asilo são extremamente baixas, se não nulas.

Um milhão de refugiados, uma crise sem precedentes?

Enquanto a Europa enfrenta uma afluência recorde de migrantes, acima do pico de 700.000 registrados na década de 1990, a Suíça é marginalmente afetada pelo fenômeno. É verdade que a Secretaria de Estado para as Migrações (SEM) prevê a chegada de 34.000 refugiados em 2015, 10 mil a mais do que no ano passado. Mas estes números ainda estão bem abaixo dos registrados em 1999, durante a guerra do Kosovo. Na época, a Suíça recebeu mais de 44.000 pessoas.
A crise na Europa, no entanto, não deixou de despertar um acalorado debate no país, em particular no contexto da campanha eleitoral para a renovação do parlamento federal, que se concentrou principalmente na questão do asilo.

Por que os migrantes pegam a via marítima?

Depois que as embaixadas deixaram de emitir vistos e com o fechamento de praticamente todas as rotas terrestres, bloqueadas por muros e arames farpados, o Mediterrâneo tornou-se a principal porta de entrada para a Europa. Nunca foi visto tantas pessoas arriscando suas vidas no mar: mais de 900 mil em 2015, quatro vezes mais do que no ano passado. E, de acordo com dados do ACNUR, pelo menos 3580 delas morreram ou desapareceram durante a travessia.

Enquanto os africanos continuam tomando o caminho do sul do Mediterrâneo - o da Líbia ou da Tunísia em direção à Itália -, os imigrantes sírios e afegãos abriram a rota dos Balcãs - da Turquia para as ilhas gregas - atualmente o mais frequentado. Este fluxo inesperado de migrantes tomou de surpresa a maioria dos países, mas ajudou – pelo menos no papel - a dar à questão do asilo uma dimensão europeia que já não se limita mais à Itália.

Como a União Europeia reagiu à crise migratória?

Apesar das inúmeras discussões e a emoção despertada pela foto do pequeno Aylan, a União Europeia continua lutando para encontrar uma política comum de migração. Em setembro, os países membros chegaram a um acordo sobre uma chave de distribuição - voluntária – para 160.000 requerentes de asilo nos próximos dois anos. Um pequeno gesto de solidariedade com a Grécia e a Itália que, no âmbito dos acordos de Dublin, deveriam assumir sozinhos a responsabilidade do acolho.
No dia 7 de dezembro, no entanto, apenas 160 candidatos foram transferidos da Grécia e da Itália para outros países. A Suíça, que prometeu acomodar até 1.500 refugiados, continua esperando. E por sua vez, a Eslováquia e a Hungria apresentaram uma queixa no Tribunal de Justiça da União Europeia contra o sistema de distribuição.
Em 2015, a Hungria se viu, de repente, no centro da crise migratória. Embora não seja um destino, mas um país de trânsito, a Hungria registrou o segundo maior número de pedidos de asilo dos países da UE, atrás da Alemanha. A fim de bloquear o fluxo de migrantes, o primeiro-ministro Viktor Orban construiu dois muros nas fronteiras com a Sérvia e a Croácia e a polícia foi autorizada a disparar contra os migrantes. Uma política fortemente condenada pelas organizações humanitárias.
O gráfico a seguir mostra os pedidos de asilo em função da população e do PIB per capita. Se em 2014 a Suíça ocupava o quarto lugar no ranking por milhões de habitantes, nos primeiros nove meses de 2015 ela caiu para a sexta posição.

Dada a ausência de uma política comum, vários países optaram por soluções unilaterais, criando um certo caos nas fronteiras. Na questão da solidariedade, o gesto mais simbólico foi, sem dúvida, a de Angela Merkel, que ofereceu livre acesso aos sírios, apesar disso ter durado só um tempo. O aplauso inicial rapidamente deu lugar a duras críticas, em casa e no exterior. Vários países, incluindo a Alemanha, suspenderam o acordo de Schengen e reintegraram os controles nas fronteiras. De um dia para o outro, a Europa se encontrou dividida internamente por uma série de muros e barreiras que se acreditavam extintas desde o fim da Guerra Fria.
No mês passado, a política de asilo sofreu um novo agravamento após os atentados de Paris e a confirmação de que um dos terroristas se fez passar por refugiado para chegar à Europa.

E além da Europa?

Para tentar conter o fluxo de refugiados, a UE também tem buscado a assistência da Turquia. O país se comprometeu a manter os refugiados em seu território em troca de três bilhões de euros em ajuda, a liberalização dos vistos e o relançamento do processo de adesão à UE.
Mas a Turquia já abriga em seu território mais de dois milhões de sírios, para uma população de 78 milhões. Na verdade, de acordo com o ACNUR, 86% dos refugiados no mundo (12,4 milhões no final de 2014) vivem em países em desenvolvimento ou emergentes. Por si só, Turquia, Paquistão, Líbano, Irã, Jordânia e Etiópia abrigam quase metade (45%).
 SWI swissinfo.ch


Adaptação: Fernando Hirschy, swissinfo.ch

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Dois terços dos imigrantes do mundo são trabalhadores (OIT)

Dois terços dos 232 milhões de imigrantes do mundo são trabalhadores, segundo o primeiro estudo global sobre o tema publicado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
O organismo com sede em Genebra contabiliza 150,3 milhões de trabalhadores imigrantes no mundo, dos quais um pouco mais da metade são homens.
A OIT ressalta que a migração econômica é um fenômeno que afeta todas as regiões do mundo, embora os três quartos dos trabalhadores migrantes estejam em países de alta renda.
Por região, "cerca da metade (48,5%) dos trabalhadores migrantes se concentra em duas grandes sub-regiões, América do Norte e o norte, no sul e no oeste da Europa".
Os países árabes se caracterizam por serem os que têm maior proporção de imigrantes entre seus trabalhadores: um de cada três (35,6%).
Na América do Norte, um de cada cinco trabalhadores (20,2%) são imigrantes e na Europa são um de cada seis (16,4%).
Ao contrário, a proporção de imigrantes é inferior a 2% em várias sub-regiões como o norte da África, América Latina e Caribe, o norte da África e o leste e sul da Ásia.
O leste da Ásia, que inclui a China, é a área com a menor proporção de imigrantes entre seus trabalhadores: 0,6%.
O estudo da OIT permite comprovar que os imigrantes se concentram no setor dos serviços, com 106,8 milhões de trabalhadores, seguido da indústria e da agricultura. Entre todos os trabalhadores imigrantes, 7,7% são empregados domésticos, um dos setores mais regulados da economia.

 AFP