terça-feira, 9 de setembro de 2014

Ebola: por que também neste caso o dedo é apontado para os imigrantes e refugiados?

O surto de ebola está provocando muitas mortes numa parte da África Ocidental. Ao mesmo tempo, aumentam os esforços para tentar conter este vírus e testar novos tratamentos.
Em outros lugares do mundo, seja no hemisfério norte, seja no hemisfério sul vai se espalhando pânico e alarmismo.
Obviamente não podemos minimizar o risco. Existe, apesar de ser extremamente baixo, o perigo de se espalhar e alcançar outras regiões do planeta. Por esta razão é importante estar por dentro do assunto, receber orientação, conhecer os sintomas, aprender como lidar e a quem recorrer. Neste contexto é louvável que o Instituto de Infectologia Emílio Ribas, unidade da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e referência em diagnóstico e tratamento de doenças infectocontagiosas, tenha promovido nesta sexta-feira, 5 de setembro de 2014, a palestra “O Risco de Disseminação de Doenças em Populações em Deslocamento”, realizando um trabalho de orientação sobre o vírus Ebola.
Porém, chama atenção mais uma vez como algumas matérias da mídia brasileira deixem aflorar preconceitos, apontando os imigrantes e refugiados como ameaças. E por que estas mesmas matérias não fazem referência aos turistas, executivos, técnicos, diplomatas ou jornalistas que provêm destas regiões infectadas pelo ebola?
Se pararmos para pensar é improvável que o vírus do ebola entre no Brasil através de um imigrante ou refugiado. Vários deles demoram até um mês para alcançar o Brasil. Os sintomas da doença já teriam se manifestado há muito tempo! Enquanto as outras categorias de pessoas em poucas horas chegam ao Brasil com a possibilidade de manifestar os sintomas depois de vários dias já em terra brasileira.
Paolo Parise
CEM / Missão Paz


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