sábado, 30 de novembro de 2013

Recrutamento, trabalho infantil e solidão: a crise das crianças sírias refugiadas

Pesquisa feita pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) sobre a situação de crianças sírias refugiadas no Líbano e na Jordânia revela uma situação generalizada de estresse psicológico, com muitas vivendo sozinhas ou separadas dos seus pais, sem receber uma educação devida e envolvidas com trabalho ilegal.
Os dados constam do relatórioThe Future of Syria - Refugee Children in Crisis (ou O Futuro da Síria – Crianças Refugiadas em Crise), divulgado hoje pelo ACNUR. Trata-se do primeiro relatório aprofundado feito pela Agência da ONU para Refugiados sobre crianças sírias refugiadas desde o início do conflito naquele país, em março de 2011.
O relatório demonstra que muitas crianças refugiadas sírias estão crescendo em famílias desestruturadas e que, em muitos casos, são os principais provedores de seus lares. Mais de 70 mil famílias sírias refugiadas vivem sem os pais e mais de 3.700 crianças refugiadas estão vivendo ou desacompanhadas ou separadas de ambos pais e mães.
“Se não agirmos rapidamente, uma geração de inocentes se tornará a última vítima de uma guerra terrível”, disse o Alto Comissário da ONU para Refugiados, António Guterres.
Ao comentar o relatório, a Enviada Especial do ACNUR, Angelina Jolie, disse que “o mundo precisa agir para salvar uma geração de crianças sírias traumatizadas e isoladas pela catástrofe representada por esta guerra”.
O conflito, que já dura 32 meses, está deixando cicatrizes psicológicas e emocionais. No Líbano, 741 crianças sírias refugiadas deram entrada em hospitais para tratamento de ferimentos. Na Jordânia, mais de mil crianças vivendo no campo de refugiados de Za’atri foram atendidas no ano passado por causa de ferimentos relacionados ao conflito.
Ódio e outras reações emotivas também são comuns entre as crianças: durante discussões em grupo com meninos refugiados, muitos deles expressaram seu desejo de retornar à Síria para lutar. Os pesquisadores envolvidos no relatório também ouviram relatos de crianças sendo treinadas para o combate em preparação a um eventual retorno para a Síria.
Em muitos casos, famílias refugiadas com poucos recursos financeiros enviam suas crianças ao trabalho para garantir um meio de sustento. Tanto na Jordânia como no Líbano, os pesquisadores encontraram crianças de 07 anos de idade trabalhando várias horas por dia, com ganhos insignificantes, muitas vezes em condições de exploração. No campo de refugiados de Za’atri, na Jordânia, mais de 680 pequenos estabelecimentos comerciais empregam crianças. Uma avaliação feita em 11 das 12 regiões administrativas da Jordânia descobriu que aproximadamente 50% das residências de refugiados pesquisadas dependem parcialmente ou inteiramente da renda gerada por suas crianças.
A pesquisa feita pelo ACNUR detalha uma dolorosa vida de isolamento, exclusão e insegurança para muitas das crianças refugiadas. Entre as crianças entrevistadas, 29% disseram que saem de casa uma vez por semana ou menos. O que elas chamam de casa é, geralmente, um apartamento abarrotado de moradores, um abrigo improvisado ou uma tenda.

O estudo inclui vários depoimentos de crianças. Para Nadia, uma refugiada recém-chegada na Jordânia, “nossas vidas estão destruídas, pois não estamos sendo educadas e, sem educação, não teremos nada. Estamos indo ao encontro da destruição”.
O relatório mostra que há mais crianças sírias refugiadas fora do que dentro da escola. Mais de metade das crianças vivendo na Jordânia não estão indo à escola. No Líbano, estima-se que mais de 200 mil crianças em idade escolar permanecerão fora da escola ate o final deste ano.
Outro sintoma preocupante da crise é o grande numero de crianças nascidas no exilio, sem certidões de nascimento – um documento essencial na luta contra apatridia. Dados do ACNUR sobre certidão de nascimento no Líbano indicam que 77% das 781 crianças refugiadas pesquisadas não tinham o documento. Entre janeiro e meados de outubro deste ano, apenas 68 certidões de nascimento foram expedidas no campo de Za’atri.
O relatório informa, em detalhes, os esforços feitos pela ONU, ONGs, governos e até mesmo pelos refugiados para resolver o sofrimento das crianças refugiadas. Assistência financeira para famílias refugiadas tem sido oferecida pelo ACNUR para ajudar os núcleos familiares mais vulneráveis. O relatório enumera atividades criativas do ACNUR, UNICEF, Save the Children e outras ONGs para dar às crianças a chance de retomar seus estudos. A generosidade e a compaixão das comunidades de acolhida são temas ressaltados pelo relatório.
Existe cerca de 1,1 milhão de crianças sírias refugiadas, a maioria vivendo em países vizinhos. Enfatizando que “esta marca vergonhosa do conflito deve gerar mais que noticias”, Guterres e Angelina Jolie pedem apoio aos países vizinhos da Síria para que possam manter suas fronteiras abertas, oferecer serviços e ajudar as comunidades que acolhem refugiados fora dos campos. 
O Alto Comissário e a Enviada Especial do ACNUR também pedem que os países além das fronteiras da Síria ofereçam reassentamento e mecanismos de admissão humanitária para as pessoas que continuam se sentido inseguras no exilio e para as famílias com crianças seriamente feridas.
Após quase mil dias de conflito, o relatório do ACNUR é lançado para enfatizar o drama das crianças sírias refugiadas. De forma inovadora, o relatório é apresentado por meio de um microsite multimídia (www.unhcr.org/futureofsyria) contendo fotografias e vídeos, além de declarações e estatísticas facilmente compartilháveis por meio do Twitter e outras redes sociais.
Alguns dos vídeos foram feitos com câmeras GoPro que seguiram crianças no campo de Za’atari. O microsite convida os visitantes a compartilhar as histórias das crianças, doar e escrever mensagens de solidariedade que serão compartilhadas com as crianças refugiadas.
Por: ACNUR


sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Por ano, 150 mil portugueses deixam o país

A maioria dos especialistas em imigração estima que desde o agravamento da crise financeira cerca de 100 mil portugueses têm deixado o país anualmente em busca de trabalho. Há, porém, cálculos mais agressivos. A Obra Católica para Migrações, departamento da Igreja Católica que acompanha o tema, estima 150 mil saídas de portugueses em 2012 e 100 mil em 2011. O nível é comparável ao observado na década de 60, quando mais de 120 mil portugueses deixavam o país por ano.
Com esse volume migratório, a importância das remessas volta a crescer no balanço de pagamentos. Em 12 meses encerrados em setembro, transferências para manutenção da família foram responsáveis pela entrada de € 2,911 bilhões, segundo dados do Banco de Portugal. O volume cresceu 9,5% em um ano e 21,2% em dois anos.
Se fosse um produto, as remessas já seriam o segundo item mais importante da pauta de exportação. Os quase € 3 bilhões são comparáveis à exportação de óleos de petróleo ou minerais, principal item da pauta de exportações, que somou € 3,42 bilhões em 2012.

 Estadão 

Audiência discute a situação dos presos estrangeiros no Brasil

A situação jurídica do preso estrangeiro no Brasil é o tema da audiência pública que será realizada nesta sexta-feira no auditório da Escola de Magistratura Federal da 5ª Região, no Edifício Anexo I do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, no Bairro do Recife. O encontro, promovido pela Defensoria Pública da União (DPU), tem o objetivo de realizar um diagnóstico e apontar soluções para problemas enfrentados pelos presoshttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png estrangeiros e pelas instituições responsáveis por sua custódia.

Participam do evento o delegado da Delegacia de Imigração (Delemig) da Polícia Federal, Antônio de Pádua, do juiz federal da 13ª Vara Federal da Seção Judiciária de Pernambuco, Cesar Arthur Cavalcanti de Carvalho, do promotor de justiça da Vara de Execuções Penais do Estado de Pernambuco, Marcellus Ugiette, do defensor público federal André Carneiro Leão e do presidente da Sociedade Pernambucana Consular, Consul da República de Malta, Thales Castro.

A audiência foi proposra pelo defensor público federal André Carneiro Leão, do 3º Ofício Criminal da DPU no Recife, que atua com vários casos de 
presoshttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png estrangeiros. Segundo ele, no Brasil há um vazio legislativo para o cumprimento da pena dos cidadãos estrangeiros em território nacional. Ele cita como exemplo o fato de a Lei de Execução Penal obrigar essas pessoas a permanecerem no país até a extinção da pena, com trabalho como método de ressocialização. No entanto, o Estatuto do Estrangeiro considera esse cidadão como estrangeiro em situação irregular, o que veda o acesso a documentos de identificação e autorização para trabalho.

O defensor acrescenta que o estrangeiro – sem documentos que regularizem sua situação no país – apenas aguarda o fim da pena e a consequente expulsão, sendo-lhe negado o exercício dos direitos fundamentais como trabalhar licitamente para manter sua sobrevivência, alugar um espaço para morar, e acessar os serviços de saúde e assistência social. 

Diário de Pernambuco

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Governo repatria milhares de cidadãos que estavam na Arábia Saudita

O ministro dos Negócios Estrangeiros etíope, Dina Mufti, anunciou esta quarta-feira que a Etiópia repatriou mais de 50 mil cidadãos deste país que se encontravam na Arábia Saudiata, depois de Riade ter expulsado os imigrantes ilegais do seu território.

«Contamos inicialmente 10 mil pessoas, mas está a aumentar», declarou Mufti, acrescentando que no total, pelo menos 80.000 pessoas deverão ser repatriadas. 

As autoridades etíopes anunciaram no início de novembro o repatriamento dos seus cidadãos que vivem ilegalmente na Arábia Saudita, após a morte (segundo Addis Abeba) de três etíopes em tumultos provocados pela campanha de expulsão em massa de imigrantes. 

Abola

Primeiro-ministro anuncia cortes de benefícios para imigrantes europeus

Um pacote de medidas anunciado pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron, deve causar polêmica na Europa. O governo do Reino Unido pretende cortar benefícios dos imigrantes de países europeus que, por força da legislação da Comunidade Europeia, hoje têm livre transito para entrar e sair do país. Segundo Cameron, novos imigrantes não poderão reivindicar, nos primeiros três meses de Reino Unido, a ajuda do governo a quem está procurando emprego. 
Depois deste prazo, o benefício, por exemplo, será concedido por no máximo seis meses, a não ser que a pessoa comprove que está perto de conseguir um trabalho fixo. O auxílio-moradia também não será concedido imediatamente a quem chegar no país. 
Além disso, o governo britânico poderá deportar o europeu que for pego pedindo esmola ou dormindo na rua -neste caso, o imigrante ficará um ano sem poder retornar ao Reino Unido. Cameron também vai quadruplicar a multa a empregadores que não pagarem a remuneração mínima exigida para este tipo de imigrante, que é de cerca de 20 mil libras por ano (algo em torno de R$ 75 mil). 
Críticos da política anti-imigração do governo britânico já começaram a se manifestar. Alegam, entre outras coisas, que os benefícios que os imigrantes, europeus e não europeus, levam à economia local são muito maiores do que os custos que geram para o Estado. O pacote foi divulgado ontem à noite e hoje virou o tema principal do noticiário local e da política britânica. 
O governo admite que as medidas foram anunciadas agora porque, a partir de 1º de janeiro de 2014, cidadãos da Bulgária e da Romênia, países que aderiram à Comunidade Europeia em 2007, poderão entrar no Reino Unido com os mesmos direitos dos outros 25 países do grupo -são 28 no total. 
Há uma expectativa de que cerca de 50 mil pessoas desses dois países vão para o Reino Unido por ano sob as novas regras. 
Com essas mudanças, o Partido Conservador espera transformar o país menos atrativo para quem quer tentar atravessar a fronteira em busca de um emprego. O premiê avalia que os cortes de benefícios não ferem a legislação comum da União Europeia. 
Segundo ele, Alemanha, Áustria e Holanda também têm demonstrado o mesmo tipo de preocupação. "Nós estamos mudando as regras para que ninguém venha para este país esperando obter benefícios imediatamente", afirmou o primeiro-ministro. 
Cameron aproveitou para defender alterações nas regras de livre trânsito criadas pela União Europeia. "Nós temos que enfrentar que esse livre trânsito transformou-se num gatilho para grandes movimentos entre a população, causando disparidades de renda", disse. 
Ele criticou ainda o Partido Trabalhista, que o antecedeu no governo, de ter aceito as condições de entrada de novos países na União Europeia em 2004 sem muita discussão.  

Diario do Sudeste

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Mais de 3% da população mundial vive fora do país de origem

Cerca de um bilhão de pessoas vivem fora de sua terra natal. O número foi divulgado pelo Presidente do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, Cardeal Antonio Maria Vegliò, durante o Simpósio no Instituto teológico de Leopoli, na Ucrânia. 

De acordo com a Organização Mundial das Migrações (OIM), os imigrantes e emigrantes somam 232 milhões, o equivalente a 3% da população mundial. Já o número de migrantes ultrapassa os 740 milhões de pessoas. 

"Somando as duas contas, vemos que cerca de um bilhão de seres humanos, ou seja, um sétimo da população global, vive hoje como migrante. Sem contar os marítimos, pescadores, estudantes e pessoas sem casa”, afirmou Dom Vegliò. 

Ainda existem - revela o Cardeal - mais de 27 milhões de pessoas vivendo em condição de escravidão. "O tráfico de seres humanos é um fenômeno que envolve quase todos os países do mundo, como terra de origem, de trânsito ou de destino das vítimas. É a terceira fonte de renda da criminalidade organizada, depois das drogas e das armas". 

O Cardeal destacou que, além da Santa Sé, as conferências episcopais, dioceses e paróquias, mantêm várias iniciativas de acolhimento, acompanhamento e ajuda concreta aos migrantes. 

Dom Vegliò recordou ainda a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que será celebrada no próximo dia 19 de janeiro. "Cada pessoa pertence à humanidade e compartilha a esperança de um futuro melhor com toda a família dos povos", concluiu o Cardeal. 

Radio Vaticano

Obama pressiona republicanos por reforma da imigração

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, renovou o seu apelo para o Congresso aprovar uma reforma de imigração, classificando a questão como crucial para impulsionar o crescimento da economia norte-americana.

Obama afirmou que acredita que o presidente da Câmara dos EUA, o republicano John Boehner, estava falando sério sobre a realização de alguma mudança e disse que não iria se opor se o Congresso adotasse uma abordagem gradual para a legislação de imigração em vez de um projeto de lei abrangente. O presidente acrescentou que a maioria da população norte-americana apoiaria a decisão.

"Quando se trata de reforma da imigração, temos que ter a confiança e acreditar que podemos conseguir este feito e que devemos fazê-lo", disse Obama. "A única coisa no nosso caminho é a falta de vontade de alguns republicanos no Congresso", completou.

Durante o seu discurso, Obama foi interrompido por um manifestante que lhe pediu para tomar medidas imediatas para deter as deportações, dizendo que a sua família havia se separado. O presidente afirmou que não podia tomar nenhuma atitude sem a cooperação do Congresso.

"O caminho mais fácil é fingir que eu posso fazer algo por violar as nossas leis", afirmou Obama. "E o que eu estou propondo é o caminho mais difícil, que é a utilização de nossos processos democráticos para atingir o mesmo objetivo que você quer alcançar", acrescentou.

Segundo dados do instituto Pew Hispanic Center, quase 12 milhões de imigrantes vivem ilegalmente nos Estados Unidos. A administração Obama tem sido reportado por cerca de 400 mil deportações por ano. Fonte: Dow Jones Newswires.


Estadão 

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Deputados discutem flexibilizar concessão de visto para entrada de estrangeiros no Brasil

A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara Federal discute, em audiência pública nesta terça-feira (26), a flexibilização da concessão de vistos para a entrada de estrangeiros no Brasil. O encontro deve reunir representantes dos ministérios das Relações Exteriores e do Turismo, além de empresários do setor. "Nós queremos fazer com que mais estrangeiros visitem o Brasil e, com isso, termos mais emprego e renda aqui, na medida em que, quem visita o país, gasta e consome em nosso território", argumentou à Agência Câmara o deputado Otávio Leite (PSDB-RJ), que solicitou o debate. Dos cerca de 54 milhões de norte-americanos que viajam todos os anos, apenas 1% tem como destino o Brasil. Na semana passada, os deputados aprovaram a concessão de visto de turista no momento da entrada em território brasileiro aos visitantes naturais dos Estados Unidos, Canadá, México, Japão, Austrália e Nova Zelândia. A partir da proposta, o Executivo pode estender a facilidade a turistas de outros países.


Bahia noticias

MEC aponta alta de estrangeiros no país

Nos últimos cinco anos, o número de estrangeiros aprovados na certificação Celpe-Bras, que mede a domínio em língua portuguesa, aumentou 70%. Passou de três mil inscritos em 2007 para quase sete mil em 2012.
Os dados são do MEC (Ministério da Educação) e o crescimento desses números representam, na avaliação de especialistas, o reposicionamento e alta da popularidade do Brasil no cenário internacional. Com a aproximação da Copa Mundial de Futebol, em 2014, e as Olimpíadas de 2016, sediadas no Brasil, o país desponta como destino preferencial no turismo idiomático.
Não só: o destino também é priorizado na busca de oportunidades de estágio. Além de aprender português, os intercambistas querem agregar ao currículo a vivência de uma cultura emergente que está entre as mais pujantes no mundo. 
O país exporta conhecimento e investir nesse “produto” garante o contínuo desenvolvimento. É o que defende o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no vídeo “O Brasil deu certo. E agora?”, idealizado por Maílson da Nóbrega e dirigido por Louise Sottomaior. 
Conhecimento é a riqueza do futuro e tem que ser regado com os sonhos, a espontaneidade e a capacidade de aprender da juventude. No Brasil, o campo está semeado, o sol brilha no céu azul de realizações. Todos os players desse mercado conspiram para ampliar possibilidades de estudantes estrangeiros estudando e trabalhando no Brasil. É o caso da Bridge Brazil -- empresa do grupo Bridge Education -- que tem, entre outras, uma parceria com o Instituto Via de Acesso. A bem-sucedida sociedade deu origem ao “Via Bridge”.
Monica Szwarc, Country Manager, Brazil, explica: “A Bridge Brazil tem parceiros dentro das empresas, são instituições que identificam e disponibilizam vagas para nossos estudantes. Eles vêm de todo o mundo. Juntos, trazem um repertório que certamente acrescentará expertise aos empregadores. É uma troca que, em última instância, contribui para o amadurecimento do jovem e para a competitividade da empresa.”, conclui a gestora.
 

MAIS SOBRE A BRIDGE
A Bridge é uma instituição multinacional dedicada à qualificação profissional e educacional há mais de 25 anos. Com escolas no Brasil, na Argentina, no Chile e nos Estados Unidos -- todas escolas-membro do IALC, que é um selo de qualidade internacional -- tem também o reconhecimento oficial do Departamento de Educação do Governo Americano dentro da AAIEP (American Association of Intensive English Programs), além de usar em todos os cursos os certificados ITEP da Boston Education, aceito em mais de 250 universidades americanas.
 

Os cursos são desenhados para apresentarem uma linguagem atual com enfoque nas várias rotinas das áreas de Comércio e Indústria e são oferecidos nos seguintes idiomas: Inglês e Português para Estrangeiros. Nossos professores são todos treinados na metodologia Bridge, a mesma usada em nossas unidades. 
 

No Brasil, a Bridge atua em projetos de internacionalização na Educação, em parcerias com universidades como a Cândido Mendes (RJ), e trabalha com organizações, sindicatos e empresas de todos os segmentos, como Consulado Canadense, Forças Aérea e Marinha Americanas, 3M, BASF, Bosch Rexroth, Votorantim Metais, FM Global, Boston Consulting Group, FMI, Oracle, Rigesa e Arysta LifeSciences, dentre outras.
MAIS SOBRE O VIA DE ACESSO
O Instituto Nacional de Capacitação e Educação para o Trabalho Via de Acesso é uma ONG voltada à formação e ao aperfeiçoamento profissional de jovens, com o objetivo de preparar e capacitar estudantes, estagiários, recém-formados, trainees e aprendizes por meio de cursos, workshops, palestras, seminários e fóruns de carreira, focando competências e habilidades necessárias para ingresso ou manutenção no mercado de trabalho. Além disso, oferece modelo próprio para a realização de programas de estágio e aprendiz em parceria com pequenas, médias e grandes empresas.
 

Fundado em 22 de maio de 2003, dia de Santa Rita, o Via de Acesso conta com o apoio financeiro e material de diversas organizações e em várias intensidades e condições. Além disso, para ministrar seus programas junto aos jovens, conta com experientes e destacados consultores organizacionais e empresários no seu quadro de conselheiros, entre eles, Almir Pazzianoto, Antonio Limone, Carlos Julio, Carlos Kauffamann, César Souza, César Romão, Elcio Lacroce, Eugenio Mussak, Eurico Brás, Hercílio Ramos, Içami Tiba, Leonel Oliveira, Luiz G. Brom, Maria Tereza Gomes, Oswaldo Melântonio Filho, Paulo Gaudencio, Robert Wong, Simon Franco e Ruy Leal. O presidente do conselho é Reinaldo Polito. Antonio G. Wolff, Nilva Berzote e Leda Figueiredo são, respectivamente, primeiro, segunda e terceira vice-presidentes.
 

Informações para imprensa:
Christiane Brito
FrilaCerto projetos e Negócios em Comunicação
Chris@frilacerto.com.br
Cel. 55 11 9 6055-1159




segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Mensaje del Secretario General en el Día Internacional de la Eliminación de la Violencia contra la Mujer

La violencia contra las mujeres y las niñas afecta directamente a las personas al tiempo que daña nuestra humanidad común. En respuesta a este problema mundial, en 2008 puse en marcha mi campaña ÚNETE para poner fin a la violencia contra las mujeres. Desde entonces, asociados de todo el mundo se han sumado a nuestra iniciativa para proteger uno de los derechos humanos de las mujeres y las niñas: vivir libres de violencia.
Acojo con beneplácito el coro de voces que piden que se ponga fin a la violencia que afecta a alrededor de una de cada tres mujeres a lo largo de su vida. Aplaudo a los dirigentes que están ayudando a promulgar leyes y a hacerlas cumplir, y a cambiar mentalidades. Rindo homenaje, además, a todos los héroes en el mundo que ayudan a las víctimas a sanar y a convertirse en agentes de cambio.
El mes pasado, en ocasión del Día de las Naciones Unidas, tuve el privilegio de reunirme una vez más con uno de esos héroes, el Dr. Denis Mukwege, fundador del hospital Panzi en la República Democrática del Congo al que la mujeres acuden después de sufrir atrocidades terribles. El Dr. Mukwege ha señalado, “Muchas veces nos ahoga el llanto al ver que el daño sufrido es enorme. Pero nos ponemos a trabajar y operamos. Reparamos lo que podemos y eso significa mucho”. Él se inspira en el coraje de las mujeres que trata, incluidas las muchas que siguen adelante para ayudar a otras.
Aunque el Dr. Mukwege hace frente a la violencia contra las mujeres en el contexto de los conflictos armados, su ánimo para actuar contra este problema y solucionarlo debería estar presente en todos nuestros esfuerzos para ayudar a las mujeres que son víctimas de la violencia en los hogares, las escuelas y otros entornos civiles de todo el mundo, en cada país y en cada sociedad.
Tradicionalmente, este Día señala el inicio de 16 días de activismo. Desde el 25 de noviembre hasta el 10 de diciembre, Día de los Derechos Humanos, hacemos un esfuerzo especial para organizarnos y combatir la violencia contra las mujeres, que constituye una violación atroz de los derechos humanos. Este año estamos promoviendo una mayor conciencia sobre este problema usando en nuestra vestimenta el color naranja para simbolizar nuestro compromiso con esta causa.
Una forma de lograr el cambio es contribuir a la labor del Fondo Fiduciario de las Naciones Unidas en apoyo de las medidas para eliminar la violencia contra la mujer, que ayuda a dar respuesta a las violaciones de los derechos humanos y a necesidades que van desde la integridad física hasta la seguridad económica. Si bien la demanda de recursos del Fondo se ha duplicado con creces en los últimos años, los montos que ha podido distribuir han disminuido un 60%. Hago un llamamiento a todos los asociados para ayudar a atender esta gran necesidad insatisfecha de recursos a fin de promover aún más los esfuerzos para prevenir y poner fin a la violencia contra las mujeres y las niñas.
Este Día Internacional de la Eliminación de la Violencia Contra la Mujer es una oportunidad para que todas las personas renueven su compromiso de prevenir y erradicar todas las formas de violencia contra las mujeres y las niñas.

La campaña del Secretario General ÚNETE para poner fin a la violencia contra las mujeres ha proclamado el 25 de cada mes Día Naranja. Entre otras actividades, en ese día se nos invita a llevar alguna prenda de ese color para resaltar el llamamiento a erradicar la violencia contra la mujer sin reservas, equívocos o demora.
Este año la campaña ÚNETE extiende ese Día Naranja a 16 días de activismo contra la violencia basada en el género, desde el 25 de noviembre en que se conmemora el Día Internacional de la Eliminación de la Violencia contra la Mujer, hasta el 10 de diciembre, Día de los Derechos Humanos.
La fecha del 25 de noviembre se eligió para conmemorar a las hermanas Mirabal, tres activistas políticas que fueron brutalmente asesinadas en 1960 por orden del gobernante dominicano Rafael Trujillo (1930-1961)

Hechos y cifras

  • Hasta un 70% de las mujeres sufren violencia en su vida
  • Entre 500.000 y 2 millones de personas se calcula que son victimas cada año de trata, lo que las lleva a la prostitución, a realizar trabajos forzados, a la esclavitud o a la servidumbre, Las mujeres y las niñas representan alrededor del 80% de esas víctimas
  • Se calcula que más de 130 millones de mujeres y niñas que viven hoy en día han sido sometidas a la mutilación/ablación genital femenina, sobre todo en Äfrica y en algunos países de Oriente Medio
  • El coste de la violencia doméstica en los Estados Unidos supera los 5.800 millones de dólares anuales, de los que 4.100 millones corresponden a servicios médicos y sanitarios. A la vez, las pérdidas de productividad suponen cerca de 1.800 millones de dólares.
 ONU.CL

Com reforço de fronteiras na Europa, imigrantes optam por 'rotas da morte'

Com o reforço da segurança nas fronteiras em toda a Europa e nos Estados Unidos, imigrantes ilegais são cada vez mais obrigados a optar por rotas perigosas para chegar aos seus destinos, aumentando o número de vítimas fatais nessas jornadas.
Segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM), já chega a 900 o número de mortos só na travessia do mar Mediterrâneo, rota usada por imigrantes ilegais africanos que tentam chegar às ilhas de Lampedusa, Sicília e Malta, no sul da Europa.

O número é quase o dobro do registrado em 2012 e o triplo de dez anos atrás.
"O número de mortes vem crescendo porque as fronteiras europeias são cada vez mais vigiadas", disse à BBC Brasil Jumbe Omari Jumbe, porta-voz da OIM.
"Há cada vez menos opções para entrar na Europa. Isso leva as pessoas a utilizar alternativas cada vez mais desesperadas e perigosas".
Outra rota amplamente utilizada por imigrantes clandestinos é a da fronteira entre México e Estados Unidos, onde morreram 463 pessoas no ano passado, o maior número desde 2005. Neste ano, apenas em um ponto da fronteira, na região do rio Grande, 70 pessoas perderam a vida.
A travessia via Golfo de Áden, entre a África e o Iêmen e a Árabia Saudita, também é apontada pela OIM como uma rota migratória bastante perigosa. Não há números oficiais, mas as estimativas apontam para entre 100 e 200 mortes anuais nesta rota.
Sírios
O número de imigrantes africanos que tentam entrar na Europa tem se mantido estável de 2007 a 2012, em torno de 20 mil a 30 mil por ano - exceto 2011, quando o conflito da Líbia elevou o número para 63 mil.
A maioria desses imigrantes vem da África subsaariana, de países como Eritreia, Somália, Etiópia, mas também do Sudão, Mali e Gana, além de refugiados de países árabes em conflito.
Neste ano de 2013, o número dos que tentaram a travessia já tinha chegado a 30 mil no início de novembro, graças, em parte, ao número de sírios fugindo do conflito em seu país e que se juntaram aos imigrantes africanos. Estima-se em 8 mil o número de imigrantes sírios que tentaram a travessia do Mediterrâneo neste ano.
Os perigos dessas jornadas vieram à tona mais uma vez com duas tragédias em outubro. Na primeira, um barco com 500 imigrantes africanos naufragou próximo à Lampedusa, causando 360 mortes.
Na segunda, poucos dias depois, outra embarcação também a caminho de Lampedusa, com cerca de 230 passageiros, afundou ao sul de Malta, provocando 87 mortes.

Os dados causam preocupação, pois, apesar de o número de imigrantes em trânsito ser relativamente estável, o total de mortes está aumentando.
"O número de mortes vem crescendo porque as fronteiras europeias são cada vez mais vigiadas", disse à BBC Brasil Jumbe Omari Jumbe, porta-voz da OIM. "Há cada vez menos opções para entrar na Europa. Isso leva as pessoas a utilizar alternativas cada vez mais desesperadas e perigosas".
"As fronteiras terrestres foram reforçadas e o Mediterrâneo se tornou praticamente a única alternativa para entrar na Europa", diz Jumbe, porta-voz da OIM. "No passado, havia várias outras opções, incluindo a Grécia, a Búlgaria e também por avião".
O exemplo mais recente do reforço das fronteiras terrestres na Europa para impedir a entrada de imigrantes é a decisão da Bulgária de iniciar a construção de um muro de 30 quilômetros (e 3 metros de altura) em sua fronteira com a Turquia.
Esse será o terceiro muro na Europa a obstruir o acesso de imigrantes, após o dos enclaves espanhóis de Celta e Melila, no Marrocos, em 1998, e o construído pela Grécia, de 12,5 quilômetros, também na fronteira com a Turquia, finalizado no ano passado.
O porta-voz da OIM afirma ainda que o número de mortes de imigrantes que atravessam o Mediterrâneo para entrar na Europa vem crescendo desde a criação da Agência Europeia para a Gestão da Cooperação Operacional às Fronteiras Externas (Frontex), que acabaou reforçando o controle nas fronteiras europeias.

Segundo dados do OIM, no ano da criação do Frontex, em 2004, foram registradas 296 mortes na rota do Mediterrâneo entre a África e as ilhas de Lampedusa, Sicília e Malta.
Em 2008, esse número havia saltado para 682, mas caiu para 431 em 2009, mesmo assim isso representa um aumento de 45% em relação a 2004.
Números globais
A OIM calcula que 20 mil pessoas morreram desde 1988 na travessia do Mediterrâneo entre a África e o sul da Europa em geral, o que representa uma média de 800 pessoas por ano.
Mortes de imigrantes na rota do Mediterrâneo entre a Africa e Lampedusa, Sicilia e Malta
2004 – 296 mortes
2008 – 682 mortes
2009 – 431 mortes
2012 – 500 mortes
2013 – 900 mortes
Fonte: OIM
A OIM ressalta que as estatísticas de mortes na rota entre a África e Lampedusa, Sícilia ou Malta, via mar Mediterrâneo, são consideradas, desde 2005, as mais realistas na comparação com rotas migratórias de outras regiões do mundo, onde os dados podem ser subestimados.
Por esse motivo, não há números globais de mortes em rotas migratórias.
A Austrália, que recebeu nos últimos anos milhares de refugiados do Afeganistão e Iraque, também possui números considerados mais precisos: 1.484 imigrantes morreram afogados tentando entrar no país nos últimos 13 anos (incluindo os corpos não encontrados), o que dá uma média de 114 pessoas por ano.
O total de mortes na rota México-Estados Unidos vêm crescendo pela mesma razão observada na Europa: reforço cada vez maior da segurança nas fronteiras, o que leva as pessoas a utilizarem caminhos cada vez mais "isolados, traiçoeiros e perigosos", diz a ONG de direitos humanos Wola.
Para especialistas e ONGS, o controle maior das fronteiras dos países ricos também têm feito com que imigrantes caiam nas mãos de redes de tráfico humano.


BBCBRASIL

sábado, 23 de novembro de 2013

'Tokiori' retrata a imigração japonesa em tom poético

Memórias da imigração são sempre muito comoventes. Ainda mais quando tratadas com a sensibilidade empregada por Paulo Pastorelo neste belíssimo "Tokiori - Dobras do Tempo". A entrevistas com personagens, o autor mescla seu depoimento pessoal, cartas, filmes e músicas para compor o painel da imigração japonesa ao Brasil, em particular a São Paulo. Seu foco são cinco famílias estabelecidas no bairro de Graminha, distrito de Oscar Bressane, no oeste paulista, a 500 quilômetros da capital.
O, digamos assim, pivô da história é Yoshie Sato, que chegou ao Brasil aos nove anos de idade, acompanhada dos pais e irmãos. A família chegou a Graminha em 1936 e, através de uma série de casamentos, uniram-se em parentesco às famílias fundadoras do bairro, os Yanai, Yoshimi, Funo e Okubo.
Aos poucos, a memória da imigração vai se estabelecendo através dos elementos reunidos pelo diretor. Em especial, pelo vai e vem que se estabelece entre Brasil e Japão quando o fluxo se inverte e muitos brasileiros descendentes de japoneses seguem para a terra dos ancestrais em busca de vida melhor. Exatamente o que havia motivado esses ancestrais a procurarem uma terra tão distante e improvável como o Brasil.
Pelos depoimentos dos mais velhos, temos um retrato de como nos viam. Uma terra ignota, selvagem, incompreensível. Uma vez estabelecidos, afloram alguns preconceitos, como o de que o "brasileiro não gosta de trabalhar". Por outro lado, a incorporação inevitável dos costumes locais, o feijão com arroz cotidiano à mesa. São experiências contraditórias, cruzadas, aquele sentimento que os franceses descrevem como dépaysement - a falta de solo na ausência do país de origem e das suas referências culturais.
Alguns fatos notáveis emergem em meio às lembranças banais do cotidiano. A guerra e suas consequências, quando os japoneses foram considerados inimigos internos e vistos com desconfiança. A experiência talvez tenha sido ainda mais dramática para os japoneses, com a divisão interna na colônia entre os que acreditavam que os japoneses haviam sido derrotados e os que se recusavam a crer nos fatos.
Mas é no âmbito subjetivo que este documentário apresenta suas melhores cartas. Nas fotos que, em seu rigoroso silêncio, não cessam de falar e nas cartas, uma em especial que narra a longa e penosa travessia marítima do Japão ao Brasil. A magia sofrida da imigração, este estar perene entre duas culturas e duas esperanças, desvela-se então por inteiro. Quem é imigrante, ou de família de imigrantes, sabe o que é isso.
 O Estado de S. Paulo.


Migrações decorrentes das mudanças climáticas são debatidas no Congresso de Direitos Humanos

O I Congresso Internacional de Direitos Humanos trouxe, na manhã desta quinta-feira, 21, uma reflexão sobre as migrações de povos que estão acontecendo e que devem se acentuar em decorrência das mudanças climáticas. O tema foi abordado em conferência ministrada pela professora Carla Amado Gomes, de Portugal. O Procurador de Justiça José Maria da Silva Júnior participou enquanto debatedor.

Segundo a professora, as projeções apontam que, no ano de 2050, cerca de 200 milhões de pessoas terão migrado devido a alterações súbitas ou graduais no ambiente em que vivem. Alagamentos, desertificações e tempestades afetarão, sobretudo, os continentes asiático, africano e latino-americano, que estão mais propensos aos efeitos do aquecimento global.

Na maioria dos casos, os migrantes não poderão retornar aos seus locais de origem, pelo alto nível de degradação do meio ambiente ou mesmo por suas regiões terem desaparecido, ficando submersas. Um conjunto de ilhas do Oceano Pacífico, a exemplo das Ilhas Maldivas, está mais suscetível a esse fenômeno, explicou Carla Amado.

Os refugiados de nações que deixem de existir se tornarão apátridas e irão requerer atenção especial do Direito Internacional sobre a forma como esse contingente de pessoas poderá ser acolhido por outros países.

No Brasil, segundo apontou a conferencista, o risco maior é de que haja migrações internas. Os estados do Nordeste estão mais suscetíveis devido à desertificação, que já afeta 230 mil quilômetros quadrados da região, sendo que parte dessa área já está irrecuperável.

Debatedor
Ao final da palestra, José Maria da Silva Júnior, que possui atuação na área do Direito Ambiental, chamou a atenção para a complexidade social que envolve as migrações climáticas. Considerou que a questão vem sendo discutida, porém não foi, ainda, devidamente internalizada no que tange aos debates sobre os direitos das nações. Também avaliou que será necessário promover, através do Direito, o acesso das populações migrantes a moradia, educação, emprego e outros benefícios.

O Ministério Público Estadual (MPE) é uma das instituições apoiadoras do I Congresso Internacional de Direitos Humanos.

Flávio Herculano
Portal do ministério Público Estadual do Tocantins 

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

ACNUR e UNICEF assinam acordo para proteger crianças refugiadas e apátridas no Brasil

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) no Brasil assinaram um Memorando de Entendimento para fortalecer no país a proteção de crianças refugiadas e aquelas em situação de apatridia.
O acordo prevê a atuação conjunta das agências na articulação de ações que garantam os direitos de crianças e adolescentes solicitantes de refúgio e refugiados, em especial aqueles que chegam ao Brasil separados ou desacompanhados de suas famílias. Outro ponto do memorando é facilitar o acesso a registros de nascimentos, principalmente para crianças que vivem nas fronteiras do país e em comunidades indígenas. Sem o registro, muitas delas ficam em situação de apatridia – sem nacionalidade reconhecida por nenhum país – o que impossibilita seu acesso a políticas públicas de educação e saúde, por exemplo.
Segundo os dados mais recentes do governo brasileiro, o país abriga cerca de 4,5 mil estrangeiros reconhecidos como refugiados pelo Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), vinculado ao Ministério da Justiça. As estatísticas mostram o aumento das solicitações de refúgio no país: entre 2010 e 2012, o número total de pedidos de refúgio feitos a cada ano mais que triplicou (de 566 em 2010 para 2.008 no ano passado). Neste ano, o país já recebeu cerca de 3,5 mil novas solicitações de refúgio.
No que se refere a crianças, em 2012, o Brasil recebeu 148 solicitações de refúgio, 14 delas de menores desacompanhados. Até junho deste ano foram 56 solicitações de refúgio de menores, sendo 4 crianças separadas de suas famílias.

Onu

Limeira tem 408 estrangeiros residentes

Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que existem 408 estrangeiros residentes em Limeira. Destes, 158 naturalizados. Do total de estrangeiros, 223 são homens e 185 mulheres. Os dados são do Censo Demográfico realizado em 2010.
O argentino Eduardo Flores, 71 anos, vive no Brasil há 36 anos. Professor de espanhol, Flores mudou-se para Limeira em 2005. "Eu dava aulas em várias escolas em São Paulo e estava cansado do ritmo de lá. É uma vida muito agitada. Eu gastava seis horas por dia no transporte público. Houve a oportunidade de vir para Limeira e era o que eu estava procurando, uma vida mais tranquila", diz ele, que é natural de Buenos Aires.
Na Argentina, Flores trabalhava como gerente gráfico de um jornal. Em 1975, conheceu um empresário brasileiro que procurava alguém com experiência no ramo gráfico. A oportunidade de um novo emprego e a situação política na Argentina motivaram a vinda de Flores para o Brasil em novembro daquele ano. Ele morou durante cinco anos em Brasília. "Cheguei aqui contratado, com passagem paga e diária de hotel durante quatro meses. Saí da Argentina antes da chegada dos militares e queria sair dos problemas do governo Peronista. Assumo isso como um exílio dourado, um exílio disfarçado", brinca.
Depois de Brasília, Flores tornou-se professor em São Paulo e, desde 2005, vive sozinho em Limeira, em uma casa na Vila Queiroz. "Fiz bons amigos aqui, em Limeira. Moro em uma rua sem saída e é ótimo, não tenho perturbações e me dedico a escrever".
Dos três filhos de Flores, um vive na Capital do Estado e os outros dois ficaram em Buenos Aires. "Fiquei viúvo há doze anos e buscava uma vida tranquila. Consigo chegar ao Centro em, no máximo, dez minutos. O que eu aprecio em Limeira é a tranquilidade".
FOLHEADOS
Com o objetivo de aprender sobre a produção de joias folheadas, o empresário venezuelano Freddy Rangel, 42 anos, tomou uma decisão estratégica há 12 anos - vir a Limeira. Após tornar-se sócio de uma empresa venezuelana que comercializava joias para toda a América do Sul, ele decidiu vir ao Brasil junto com a esposa e o filho, de 1 ano. "Já conhecia Limeira desde 1997, sabia que aqui era o polo de desenvolvimento de joias. Nós não sabíamos produzir naquela época", diz.
A princípio, a mudança ocorreria para Miami, nos Estados Unidos, onde seriam criados pontos de comercialização da empresa. Porém, após os ataques às Torres Gêmeas, em 2001, a situação ficou mais complicada, burocrática e perigosa. "Era um ambiente ruim, não tínhamos necessidade de ficar ali. Foi então que viemos para Limeira com a cara e com a coragem, como dizem os brasileiros".
A princípio, a mudança para Limeira seria temporária. A intenção era aprender o processo de produção dos folheados e voltar para a Venezuela. A partir de 2005, no entanto, a empresa de Freddy começou a prosperar. "Não tínhamos planos de ficar. Foram três anos apanhando e em 2005 houve uma evolução da empresa. Meu filho, Simon, também entrou na escola e os pais dos amigos dele viraram nossa família. Passamos Natal com eles. Fomos muito bem acolhidos", diz o empresário, que é natural de Guaira, cidade próxima a Caracas, a capital venezuelana. "Eu era empresário de conhecimento empírico. Em Limeira, fiz um Master em administração. Foi essencial".
A empresa de Freddy emprega 66 pessoas e atende 80% do mercado externo, a partir de design de joias, galvânica e comercialização. Ele vê Limeira como uma cidade de oportunidades. "Vejo muitas oportunidades de crescimento aqui. Há várias empresas chegando e isso é muito proveitoso. Nós vimos a cidade crescer nesses 12 anos", analisa. "Nossa empresa, por exemplo, está apenas começando no mercado interno, o que já tem dado bastante resultados. Pretendemos abrir uma filial em São Paulo".
Somente o trânsito de Limeira é uma das reclamações do empresário. "Antes, você nunca ficava em uma fila. Hoje, demoro 20 minutos para chegar em casa".
Em 2007, Freddy teve mais uma filha. Desta vez, uma menina. "Sofia é uma brasileirinha. Até já samba", brinca.

Hoje, o empresário, a esposa e o filho são naturalizados brasileiros. " Naturalizamo-nos por opção. Fomos muito bem acolhidos. Só tenho que agradecer ao Brasil. Temos muitos sonhos ainda aqui, em Limeira".

Jornal de Limeira

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Mais trabalhadores latinos optam por imigrar para países vizinhos

Parece o autêntico sonho americano de um imigrante: todo mês, Marco Antonio Serna envia US$ 500 para os pais, a esposa e a filha de 16 anos, que estão na Colômbia. Só que Serna não migrou para os Estados Unidos em busca de trabalho. Ele foi para o Chile, onde trabalha num pequeno cassino nos arredores de Santiago.
"Há uma grande comunidade de colombianos aqui", diz o imigrante de 43 anos.
Numa mudança importante e notável nas correntes migratórias mundiais, milhões de trabalhadores não estão mais imigrando para os EUA tanto quanto costumavam em busca de empregos mais bem pagos que permitiam a eles mandar dinheiro par suas famílias na América Latina, Caribe e Ásia. Em vez disso, eles estão indo para economias em desenvolvimento, gerando uma mudança nos volumes de dinheiro transferidos de países como o Brasil, Chile e Malásia.
Há dez anos, a Western UnionWU +0.54% maior firma de transferência de dinheiro do mundo, gerava mais de 50% de sua receita nos EUA. Em 2012, esse número caiu para 30%. No total, a empresa movimentou US$ 79 bilhões em transferências de dinheiro no ano passado.
A maioria dos especialistas não espera que os EUA percam sua posição de maior fonte de remessas de dinheiro do mundo. Mas a mudança, que está permitindo que um maior número de imigrantes trabalhe mais perto de seus países de origem, continua num ritmo estável apesar das recentes desacelerações em algumas economias de mercados emergentes.
"Um longo período de crescimento nos mercados emergentes criou oportunidades crescentes nas economias em desenvolvimento mais ricas", disse Kenneth Rogoff, professor da Universidade Harvard e ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional.
As remessas de imigrantes no mundo todo ultrapassaram US$ 518 bilhões em 2012, segundo o Banco Mundial, quase 3% acima do total de 2011. O banco projeta que o número vai chegar perto dos US$ 550 bilhões este ano. As transferências, que são cruciais para diminuir a pobreza em vários países, são o triplo da ajuda estrangeira ao mundo em desenvolvimento. Em muitos países, elas proporcionam uma fonte mais estável de moeda estrangeira do que o investimento estrangeiro direto.
As remessas entre países são vistas como um dos poucos indicadores confiáveis de onde os imigrantes estão trabalhando, já que muitos são imigrantes ilegais.
"Estamos vendo países exercerem uma atração regional" para os imigrantes, disse Odilon Almeida, presidente da Western Union para as Américas. "As pessoas que pensavam 'só nos EUA' agora preferem a opção de trabalhar em um país onde é mais fácil de entrar."
O Chile, a Malásia e outros países vão continuar a fornecer matérias-primas, como borracha e cobre, para economias pujantes como a China e a Índia, mesmo que elas desacelerem. Segundo Gordon Hanson, um economista da Universidade da Califórnia, em San Diego, que estuda remessas e migração, "você precisaria de uma grande implosão na China ou Índia para reverter esse novo padrão de remessas".
Imigrantes também estão formando redes que estão enraizando-os em alguns mercados emergentes, disse Hanson. E o aumento da vigilância na fronteira com os EUA continuará tornando os novos destinos mais atraentes para os imigrantes.
Colombianos e peruanos afluíram ao Chile para trabalhar no setor de serviços e ao Panamá para ajudar a expandir o canal e o aeroporto, bem como construir um novo sistema de metrô na Cidade do Panamá. No Brasil, bolivianos estão trabalhando em confecções e comerciantes chineses vendem seus produtos para uma classe média em expansão. Imigrantes de Bangladesh, Índia e Vietnã estão empregados no aquecido setor de eletrônicos da Malásia.
Os países em desenvolvimento estão atraindo até trabalhadores de economias desenvolvidas, mas estagnadas, como Portugal e Espanha. A crise europeia deflagrou uma "migração para fora em países que antes recebiam imigrantes", disse Dilip Ratha, um economista do Banco Mundial especializado em remessas internacionais.
"O que estamos vendo agora é o início de uma nova tendência ... que vai se acentuar daqui para frente", disse ele.
Quase 44% dos imigrantes do Chile têm curso superior, segundo o governo. O país vem atraindo espanhóis e equatorianos que antes viviam na Espanha, além de colombianos, dominicanos e outros historicamente ligados aos EUA.
Portugal se tornou um receptor líquido de transferências de dinheiro: US$ 3,9 bilhões entraram no país em 2012 comparado com uma saída de US$ 1,2 bilhão no ano, segundo o Banco Mundial. Os técnicos portugueses estão se estabelecendo em Angola, a antiga colônia portuguesa rica em petróleo, e no Brasil, que tem escassez de mão de obra especializada.
O português Luis Miguel Cardão Gomes, de 39 anos, mudou-se para o Brasil em 2008, no começo da crise europeia. Ele abriu uma loja de conserto de celulares e comprou uma casa em Goiânia. Todo mês, ele envia 250 euros para sua filha de 9 anos, Almada, "o que faz uma enorme diferença", diz ele.
As remessas interregionais na América Latina costumavam ser limitadas a pequenos corredores: nicaraguenses trabalhando na Costa Rica e bolivianos trabalhando na Argentina, diz Paul Dwyer, diretor-executivo da Viamericas Corp., uma empresa de transferência de dinheiro que atua na América Latina.
A criação do Mercosul permitiu que cidadãos da Argentina, Bolívia, Paraguai e Venezuela trabalhem legalmente nos países do bloco de livre comércio. Mesmo que as economias dos países mais prósperos do Mercosul, como o Brasil, tenham se enfraquecido um pouco, os empregos no país ainda tendem a ser muito mais bem pagos que nos vizinhos mais pobres.
Dez anos atrás, o Chile era um recebedor líquido de remessas, recebendo 70% do total dos recursos que cruzava as fronteiras do país, segundo a Western Union. No ano passado, a distribuição das remessas processadas pela empresa foi de 40% entrando e 60% saindo, uma proporção que vem se mantendo este ano.
"As remessas são uma necessidade, não um luxo", para os remetentes e suas famílias, disse Fabio Mello Fernandez, gerente da mesa de remessas do Banco Paulista, do Brasil, especializado em câmbio.
A Afex, uma empresa de transferência de Santiago, afirma que há cinco anos praticamente lidava apenas com transferências de chilenos vivendo nos EUA, Canadá e Espanha e hoje ajuda imigrantes no Chile a mandar dinheiro para casa em qualquer lugar da América do Sul, Caribe e Espanha.
"Mal havia imigrantes aqui há dez anos", diz o gerente geral Andrés Aguilar. "Nossa empresa teve que se adaptar." As filiais funcionam sete dias por semana em bairros de imigrantes e a receita da Afex aumentou mais de 30% por ano nos últimos cinco anos, segundo ele.
No Brasil, remessas para o exterior representam agora 40% das transferências da Western Union, um salto com relação aos 10% de 2002, de acordo com a firma, e o mercado segue crescendo. Trabalhadores de vários níveis de qualificação devem continuar chegando à medida em que o país investe em infraestrutura para se preparar para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
"Mais países estão reconhecendo que precisam de migrantes para o seu bem-estar econômico", diz Scott Scheirman, diretor financeiro da Western Union, acrescentando que a empresa tem visto um crescimento anual de dois dígitos nos últimos anos.
Quanto aos EUA, eles devem continuar dominando as transferências de dinheiro graças ao contínuo fluxo de mexicanos e centroamericanos em busca de trabalho. Mas Serna, da Colômbia, diz que teve seu pedido de visto para os EUA rejeitado duas vezes. Segundo ele, no Chile ele tem autorização de trabalho e "todos os documentos em ordem". Ele diz que não sonha mais com os EUA. "Aqui eu tenho estabilidade".


Miriam Jordan