sábado, 1 de setembro de 2012

Parlamentares de Brasil e Europa defendem maior intercâmbio de estudantes


Parlamentares brasileiros e europeus discutiram nesta quarta-feira (29) uma agenda positiva de migração entre os países da União Europeia e o Brasil. Embora o público quisesse saber sobre barreiras para a possível entrada de brasileiros na Europa, o deputado Peter Weiss, do parlamento alemão, disse que estudantes têm cada vez menos exigências para entrar em uma universidade europeia.
Para o deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), episódios de endurecimento das fronteiras de países amigos na Europa, por parte de serviços de imigração, motivaram respostas do governo brasileiro que dificultam a integração. Ele se referia a brasileiros que foram barrados em aeroportos por policiais de fronteira que, em sua opinião, agiram apressadamente. “Perdemos oportunidades da troca de experiências, porque muitos desses problemas ocorreram com pesquisadores e estudantes”, disse o deputado, durante o Fórum Brasil-Europa.
“Já fomos muito criticados por termos critérios muito rígidos para a aceitação de estrangeiros, mas a Alemanha tem abaixado as exigências, principalmente em áreas que temos carência, como a medicina, por exemplo”, respondeu Peter Weiss.
Para o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), os países europeus têm o direito de proteger suas fronteiras e o emprego de seus cidadãos, mas não deveriam fazer isso impondo barreiras, e sim financiando a educação em países de onde vêm os imigrantes. “Se dermos oportunidades nos países de origem, e criarmos a oportunidade, além de mais empregos, teremos melhores condições de vida”, disse.
O presidente do Grupo Parlamentar Brasil-União Europeia, deputado Sebastião Bala Rocha (PDT-AP), tem organizado debates trimestrais entre os dois lados. Já a Fundação Konrad Adenauer organiza anualmente o Fórum Brasil-Europa, que neste ano tem como tema os desafios e oportunidades da migração de profissionais. “Além das oportunidades na Europa, temos de nos acostumar com o contrário, o crescimento do Brasil vai atrair muitos europeus para nosso mercado de trabalho”, disse Bala Rocha.
Diplomas
O deputado alemão Axel Knoerig relatou os trabalhos da União Europeia para o reconhecimento de diplomas dentro do próprio bloco, que levou os países a adotarem uma série de critérios para a validação de cursos e disciplinas entre universidades de países diferentes. Para ele, esse foi o primeiro passo real da integração de pessoas na Europa, e o segundo está dado a partir deste ano pela possibilidade de os cidadãos de 27 países poderem livremente procurar trabalho nos países uns dos outros. “Essa mobilidade deve ajudar a aplacar o desemprego, que atinge os países de maneira diferente”, disse.
A deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO) disse que o Mercosul está seguindo o mesmo caminho, e a Câmara está discutindo a validação de diplomas entre os países do bloco: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela. “Ainda não estamos no estágio do trabalho, mas, pelo menos, vamos assegurar que o aluno pode ir lá estudar e terá seu curso reconhecido”, disse.
O Fórum Brasil-Europa terá continuidade nesta quarta-feira (30), no Hotel Manhattan Plaza, em Brasília.

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