sábado, 30 de julho de 2011

La feminización de las migraciones


En Bolivia, organizaciones de mujeres, de la sociedad civil y activistas por los derechos humanos iniciaron el debate en perspectiva de formular y demandar la aprobación de una Ley General de Migración y Extranjería con perspectiva de género.

La convocatoria para el debate fue lanzada por la Mesa Nacional constituida por iniciativa de la Coordinadora de la Mujer y del programa “Abriendo Mundos”, que socializará las bases de su propuesta en todo el país.

El encuentro inaugural se realizó en el salón Auditorio de la ciudad de La Paz, que congregó a más de una centena de activistas que definieron los lineamientos para la formulación de la ley y acordaron una estrategia de incidencia política para su discusión y aprobación en la Asamblea Legislativa Plurinacional.

“La feminización de las migraciones es un signo de este tiempo, las mujeres ya no migran como acompañantes, son protagonistas de este fenómeno mundial”, puntualizó Mónica Corona en una ponencia que dio cuenta del perfil de las migraciones en los países de la región andina.

Destacó que para el caso de Bolivia más del 50 por ciento de la población migrante está constituida por mujeres y que éstas son las que realizan los mayores aportes a sus familias y al Estado a través del envío de remesas, a pesar de estar sometidas a precarias condiciones de inserción laboral.

Por su parte, Alfonso Hinojosa, presentó un documento base de discusión en el que destaca que “la globalización de los cuidados y las familias transnacionales no sólo constituyen una nueva fuente de desigualdad, también actualizan viejas jerarquía de clase y género en las sociedades de origen y de destino”.

A tiempo de puntualizar la necesidad de contar con una normativa que reglamente las migraciones, lamentó que este tema “sigue siendo considerado secundario y está ausente en las políticas públicas”.

En el marco del análisis de la situación migratoria de las mujeres bolivianas, planteó que “no sólo es importante demandar derechos laborales para, por ejemplo, las trabajadores del cuidado sino también cuestionar, incidir y hacer seguimiento de las políticas de los Estados hacia las familias migrantes”.

Kattya Uriona, Directora de la Coordinadora de la Mujer, informó que con el taller inaugurado en La Paz se iniciaba un proceso de consulta a nivel nacional para consensuar una propuesta de ley que incorpore el enfoque de género.

Asimismo, convocó a participar de manera activa en una estrategia de incidencia pública que permita colocar en agenda el tema migratorio, y específicamente las demandas particulares de las mujeres migrantes.

Luego de una sesión plenaria, el debate continuó en mesas de trabajo que se organizaron en función de varios ejes temáticos: libre tránsito y derecho a no migrar; igualdad de derechos con los nacionales; derechos laborales de las mujeres; aporte de las mujeres a la economía del cuidado; acceso a la información; trata y tráfico de mujeres y niñas.

Además de analizar la normativa nacional e internacional que sustenta la demanda de una ley de migración y extranjería, se abordaron temas como: violencia de género, salud reproductiva y violencia sexual contra la mujer migrante; retorno y reunificación familiar; regularización y servicios consulares.

medida facilita regularização definitiva de imigrantes no Brasil



Portaria publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (29) facilita a regularização definitiva de estrangeiros no Brasil. Agora, bastará uma declaração de próprio punho do imigrante com firma reconhecida em cartório para que se transforme o visto provisório em permanente.

Esta, no entanto, é uma condição especial para o caso de o estrangeiro não conseguir reunir nenhum dos 15 documentos que serão levados em conta pelo Departamento de Imigração da Polícia Federal. Carteira de trabalho, qualquer contrato empregatício, declaração de Imposto de Renda, comprovante de investimentos e declaração de dependência econômica são algumas das opções, o que já representa uma facilitação do trâmite em relação às normas que vigiam até agora.

A portaria atende a reivindicações apresentadas pelos imigrantes durante audiência com o secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão – 42 mil estrangeiros foram beneficiados em 2009 por conta da anistia oferecida pelo governo Lula. Agora, essas pessoas precisam transformar a residência provisória em definitiva.

Em abril, Abrão ouviu dos imigrantes e de representantes diplomáticos peruanos preocupação com o número de documentos exigidos para a regularização. O secretário se comprometeu a revisar tais exigências, o que basicamente é atendido pela regra publicada hoje no Diário Oficial.

A comprovação de que o imigrante não deixou o país nos últimos 90 dias, outro requisito para o visto permanente, também pode ser feita mediante declaração de próprio punho a partir de agora. Para isso, será preciso indicar ainda quantas vezes e em quais períodos a pessoa deixou o território brasileiro nos últimos dois anos.

Como foi informado pelos imigrantes sobre a truculência de alguns agentes da Polícia Federal no trato pessoal, o secretário de Justiça prevê na portaria que aqueles que tiveram o pedido indeferido pela entidade possam agora reapresentar a solicitação de acordo com as regras.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

França: Partido Socialista critica redução de empregos a imigrantes



O Partido Socialista (PS) da França criticou a proposição governamental enviada aos sindicatos de reduzir à metade a lista de famílias de profissões abertas aos imigrantes não provenientes da União Europeia.

Uma vez mais o Governo quer fazer recair sobre os estrangeiros a responsabilidade de nossas dificuldades econômicas, enfatizou um comunicado do grupo político.

O PS recordou que neste país há quatro milhões de pessoas inscritas no escritório de emprego e a imigração trabalhista a cada ano é de 20 mil pessoas.

Manifestou que após ter anunciado há alguns meses a vontade de diminuir o êxodo legal, o ministro do Interior, Claude Gueant, passou ao ato às escondidas em pleno coração do verão.

Embora a tragédia que acabamos de conhecer (em referência a matança na Noruega) devesse incitar o Governo a deixar de fazer o jogo da extrema direita, este segue abastecendo suas teses ao prosseguir seus amalgamas entre imigração e desemprego, sublinhou.

Na proposta enviada na segunda-feira passada aos sindicatos, um dos setores mais afetados será o da informática, no qual só serão mantidos os postos que requeiram formação especializada.

Também desaparecerão drasticamente os empregos para estrangeiros na esfera de BTP, a categoria na qual se agrupam todos os trabalhos vinculados à construção de edifícios e a obras públicas, noticiou o diário Les Echos.

França e Europa necessitam da imigração para construir seu futuro, por isso edificaremos, a partir da vitória da esquerda, uma política baseada em normas claras, estáveis e justas, declarou o PS. Ao contrário do que o Governo estabelece atualmente, sentenciou.

2ª Mostra da Cultura Boliviana


2ª Mostra da Cultura Boliviana, que será realizada na Oficina Cultural Oswald de Andrade, Bairro do Bom Retiro, de 30 de julho a 05 de agosto de 2011.
No 186º Aniversário da Independência da
Bolívia, com intuito de prosseguir com a divulgação e preservação da cultura
deste país e tendo em vista a repercussão da exposição que a antecedeu o ano
passado, os idealizadores apresentam em uma versão mais encorpada e sofisticada a 2ª MOSTRA DA CULTURA BOLIVIANA que visa
à integração multicultural das nações Brasil e Bolívia, através de suas
manifestações culturais.
Contaremos com a exposição de artesanato, esculturas, pinturas, máscaras, fotografias, trajes folclóricos típicos e instrumentos musicais, além de atividades para crianças (Espaço Antawara), espaços para leitura / lingüística, jogos típicos, gastronomia, exibição de filmes e oficinas de introdução às danças folclóricas bolivianas.
A cerimônia de abertura do evento ocorrerá no dia 30 de julho às 15hs00, com a participação especial da Banda da Polícia Militar, do Grupo Musical Nueva Expresión e apresentação de dança dos grupos Sociedad Folklorica Boliviana - idealizador do projeto - e Caporales San Simón - SP. Durante os dias de evento, teremos também a presença e apresentação dos grupos Kantuta Bolivia, Ballet Folclórico Boliviano e Tinkus Huayna Lisos, além do encerramento com a Sociedad Folklorica Boliviana

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Crea vai fiscalizar estrangeiros


O Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) iniciou uma campanha de fiscalização para conferir se estrangeiros estão registrados nos conselhos regionais.
Em 2010, dados da Coordenação Geral de Imigração do Ministério do Trabalho e Emprego apontaram um crescimento de 27% nas autorizações concedidas a engenheiros estrangeiros, totalizando 2.804 autorizações.
De acordo com nota divulgada pelo Crea serão fiscalizadas no Paraná as indústrias Milenia Agrociências e Ingersoll-Rand, em Londrina; Café Iguaçu, em Cornélio Procópio; e a Yazaki do Brasil, em Santo Antônio da Platina.
“Todo estrangeiro que atua no Brasil tem de ter registro no Conselho, seja permanente ou temporário”, enfatiza Álvaro José Cabrini Júnior, presidente do Crea Paraná.

Ataques reacendem debate sobre imigração na dividida Oslo


Oslo é uma das capitais mais plácidas e agradáveis da Europa, mas ela é também uma cidade dividida. A zona oeste da cidade é rica, segura e predominantemente branca, mas a zona leste é mais pobre, menos segura e povoada por imigrantes, muitos deles muçulmanos.
A Noruega recentemente endureceu suas antigas leis imigratórias liberais de asilo em meio a um longo debate sobre assimilação e multiculturalismo. Apesar da riqueza do petróleo da Noruega e do baixo desemprego, tem havido uma preocupação crescente com o tamanho cada vez maior da população muçulmana no país, especialmente após os atentados de 11 de Setembro de 2001 e a crise dinamarquesa a respeito da publicação de caricaturas de Maomé no final de 2005, que também foram publicados na Noruega.
Mas a população muçulmana está crescendo e o islã é agora a segunda maior religião do país. O impacto de uma crescente e cada vez mais visível população muçulmana em uma Noruega etnicamente homogênea, liberal e igualitária levou a uma onda de popularidade do Partido do Progresso, anti-imigração, agora o segundo maior no Parlamento. E esse parece ter sido um dos motivos para o massacre realizado contra a elite branca da Noruega. O suspeito, Anders Breivik, alega que foi compelido a agir pelo fracasso dos políticos tradicionais - incluindo o Partido do Progresso - em conter a onda islâmica

De muitas maneiras, tais argumentos parecem absurdamente aumentados. A Noruega, com 4,9 milhões de pessoas, tem cerca de 550 mil imigrantes, cerca de 11% da população, sendo que 42% deles têm cidadania norueguesa. Metade dos imigrantes são brancos europeus, especialmente poloneses e suecos, em busca de melhores salários na rica Noruega.
Mas o número de imigrantes na Noruega quase triplicou entre 1995 e 2010, e os muçulmanos em território noruguês, como no resto da Europa, tendem a ter famílias maiores do que a população local. E seja por causa da economia, do desejo de viver com outros muçulmanos ou devido a falhas políticas de assistência social, algumas cidades têm muito guetos informais que impedem a fácil assimilação da língua, cultura e sociedade norueguesa.
Em Furuset, um bairro quase no extremo leste da linha de metrô de Oslo, os imigrantes superam os noruegueses, que estão fugindo da área. Uma grande mesquita foi construída ao lado de um centro comunitário em uma pequena colina perto da estação de metrô, que é cercada por um pequeno parque cheio de bancos. O parque possui uma estátua de Trygve Lie, ex-chanceler que viveu no exílio durante a Segunda Guerra Mundial e se tornou o primeiro secretário-geral das Nações Unidas, um símbolo da resistência norueguesa e de como o país abraça sua responsabilidade internacional.
"Quando me mudei para cá em 1976, essa era uma área nova e havia apenas noruegueses na região", disse Lisbeth Norloff, uma professora norueguês. "Agora há muito poucos, e alguns deles estão deixando a região”. Ela fica feliz que seus filhos estejam crescidos agora e vivam em outros lugares. "Assim não preciso me preocupar com o que fazer”.
Em suas aulas em Furuset, ela disse, apenas dois de seus 40 alunos são noruegueses e ela teve de diminuir o nível do ensino porque muitos dos seus alunos não falam norueguês em casa. "Acho que ambos os lados estão perdendo", disse ela.
Fenômeno
Harald Stanghelle, editor de política do jornal Aftenposten, disse que em muitas escolas em Oslo a maioria dos alunos não vem de famílias que falam o norueguês. "Esse é um fenômeno novo na Noruega", disse Stanghelle, "e ele tem gerado um novo tipo de debate”.
Em geral, esse debate é sobre como integrar os imigrantes em um país pequeno, com sua própria e difícil língua, se não forem capazes de aprender a falá-la bem, mesmo nas escolas estaduais.
Embora o debate ecoe aquele existente em outros países da Europa Ocidental, a Noruega é estável, rica e tem pouco desemprego, o que faz da competição por empregos não ser um grande problema. Outra diferença fundamental é que a Noruega, dados os seus princípios, tende a receber algumas das mais pobres vítimas de conflitos, como refugiados - sejam pessoas que viviam em barcos vietnamitas décadas atrás ou somalis e eritreus de agora.
Esses refugiados geralmente não são bem-educados e muitos passaram por experiências terríveis. Eles têm grande dificuldade de assimilar a cultura local até pelo menos a segunda ou terceira geração. Muitos vietnamitas, segundo Stanghelle, inicialmente tiveram problemas, mas seus filhos e netos estão se saindo muito bem na escola e integrando o coração da vida da Noruega.
Um membro do Partido do Progresso pediu anonimato por não querer colocar política no luto nacional. Mas ele disse que não há mais consenso hoje sobre uma posição mais dura e restritiva."Nossas políticas de imigração têm sido extremamente ingênuas e nossas políticas de integração também, mas isso é algo que todos os nossos partidos políticos passaram a reconhecer", disse ele.
No passado, qualquer crítica à imigração ou ao asilo era considerado racista, "mas isso mudou agora", disse ele. "Nós estamos tendo um verdadeiro debate sobre imigração e integração, e uma eleição a cada quatro anos. Somos um país de consenso, esta é a Noruega, e estamos juntos nisso".
Arne Strand, ex-editor político do jornal Dagsavisen, vê Breivik como um "cavaleiro solitário" cujo manifesto não representa toda a tensão real do debate na Noruega, mas uma exceção. Mas embora os noruegueses odeiem essa noção, ele acha que o massacre terá algum impacto sobre a política. "Esse ataque, esse assassinato em massa, abalará esse debate novamente, e há eleições municipais no próximo mês", disse ele.
Imigrantes
O debate também é real entre os imigrantes em Furuset, que temem que o isolamento dos noruegueses prejudique as chances de seus filhos de uma vida melhor aqui.
Yemane Mesghina, 39 anos, veio para o país há nove anos como refugiado da Eritréia e ficou muito grato com a recepção hospitaleira dos noruegueses. Ele é faxineiro e vive em Furuset com um bebê e sua namorada porque a região, ele diz, "é barata" em uma cidade muito cara.
Ele se sente em casa na Noruega? Ele ri. "É diferente culturalmente e na língua", disse ele. O distrito é dominado por paquistaneses, segundo ele, que vieram para cá como trabalhadores convidados na década de 70 e 80, quando a Noruega precisava de mão de obra.
Cerca de 90% das pessoas no seu prédio são paquistaneses, disse Mesghina. E o bairro também é famoso por uma gangue criminosa paquistanesa, conhecida como Gang B.
Mesghina disse que há um aspecto positivo consequente da maioria muçulmana no bairro: "Aqui não tem álcool", disse ele. Mas ele se preocupa com seu filho e como será capaz de se integrar à vida na Noruega quando há tão poucos noruegueses ao redor.
"Estou preocupado que o meu menino não aprenda a língua norueguesa e entenda as piadas", disse.
Mas ele, como muitos aqui, não ficou muito preocupado que as mortes causadas por Breivik significarão nova pressão sobre os muçulmanos. "A coisa mais importante é o que a maioria pensa", disse ele. "E a maioria nos aceita muito bem".

*Por Steven Erlanger

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Ajudas para retorno de imigrantes aumentaram 47%


São os efeitos da crise expostos no mais recente Relatório da Imigração, Fronteiras e Asilo, ontem divulgado pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras: em 2010, houve menos estrangeiros a estabelecer residência em Portugal e mais a pedir ajuda para regressar ao seu país. As emissões de primeiros títulos de residência diminuíram 17,41%, levando a crer que o país é cada vez menos atractivo para a imigração. Contas feitas, a população imigrante residente em Portugal encolheu quase 2% em apenas um ano.

O Brasil continua a ser o principal emissor de imigrantes para Portugal, 119 363, um número que continuou a aumentar, mesmo durante o último ano. No entanto, foram também os brasileiros quem mais ajuda pediu para voltar para o seu país. O programa de apoio ao retorno voluntário criado pelo Estado português beneficiou 559 cidadãos estrangeiros em 2010, um aumento de 46,7% face ao ano anterior. O Brasil foi o destino de mais de 80% destes regressos com ajuda. Seguiu--se Angola, para onde regressaram 50 angolanos com este apoio.

A evolução dos números relativos à imigração é influenciada pela legislação em vigor, mas também pelas condições socioeconómicas dos países implicados. Neste caso, Portugal, que segundo as previsões do FMI será o único país do mundo em recessão em 2012, contrasta com a realidade de países tradicionalmente emissores, como Brasil e Angola, com perspectivas de crescimento económico exponencial durante os próximos anos.

Os romenos, terceiro maior grupo de imigrantes em Portugal (os ucranianos são o segundo), também aumentaram o número de presenças em Portugal, para 36 830 cidadãos em 2010. Só que neste caso o cenário é diferente.

Marius Pop, padre ortodoxo em Lisboa desde 1999, tem acompanhado de perto a evolução da população romena no país. Pensa que dificilmente a crise portuguesa afectará a vinda de romenos para o país. "Como na Roménia é pior, não a sentem. São gente de sacrifícios." As diferenças entre romenos e outros tipos de imigrantes são notórias. Segundo Marius Pop, os romenos "vivem num limbo, sem saber se voltam ou não. Para estas pessoas, cada ano é uma guerra".

Apesar da crise, há quem esteja de pedra e cal. Como Hemant Devani, 33 anos, dono de um restaurante indiano em Lisboa, onde vive há seis anos, depois de ter passado também pelo Reino Unido. "As coisas estão piores por toda a Europa, e melhor na Índia. Mas não nos podemos queixar", diz. "Escolhi viver aqui, vou lutar por isto. Fugir seria coisa de cobarde e acredito que a Europa há-de voltar ao que era."


Vanessa Lyu, 32 anos, partilha a opinião: "É preciso aguentar aonde der." Mesmo depois de ter visto a loja onde trabalha perder 50% das vendas desde que abriu, há três anos. Mesmo depois de ter sido obrigada a despedir pessoas e a ver cerca de 20 dos seus amigos regressarem à China. "Os chineses não gostam de voltar para trás, mas tem de ser", disse sobre os outros. Ela pensa ficar, até porque o marido é português. No entanto, deixa a porta aberta: "Mais para a frente é uma hipótese. Na China ganha--se o dobro. Quem ganhava 200 há três anos ganha 400 ou 800 agora."

Witza Andrade, 52 anos, é brasileira e vai ficar, mas por outros motivos. Em Portugal há 20 anos, está a acabar um curso de Pastelaria para montar um negócio. Voltou a São Paulo uma vez, mas foi assaltada ao chegar. "Não conseguia viver com aquela violência", explica. "Sei que no último ano muitos brasileiros têm regressado. O emprego lá está a crescer, mas os bons empregos encontram-nos os portugueses que vão para lá."

Discurso xenófobo vai se acirrar na Europa, prevê estudiosa



Estudiosa nas áreas de imigração e refugiados, a psicóloga e psicanalista Taeco Toma Carignato, do Laboratório Psicanálise e Sociedade (USP) e do Núcleo de Pesquisa: Violência e Sujeito (PUC-SP), prevê um acirramento do discurso xenófobo na Europa. O debate voltou a ganhar destaque após os atentados que deixaram dezenas de mortos na Noruega, na última sexta-feira (22). Em manifesto na internet, o autor dos ataques em Oslo e na ilha de Utoeya, Anders Behring Breivik, declarou-se contrário à entrada de muçulmanos na Europa, bandeira anti-imigração levantada pelos grupos de ultra-direita.

- Infelizmente, nas crises econômicas esse tipo de discurso se acirra. Tivemos isso na Alemanha nazista. As pessoas enxergam o "outro" como o responsável pelas dificuldades. Ninguém procura ver o que está acontecendo em termos estruturais. É uma visão maniqueísta e os governos contribuem para isso. Sempre houve esse discurso, mas era uma minoria, não se dava muita atenção até que a Social Democracia começou a falhar na Europa. Vieram as crises, o medo do desemprego, o próprio desemprego, o temor da perda dos privilégios da classe média. Isso fez com que o imigrante virasse um bode expiatório - afirma, lembrando que a intolerância anti-islâmica também está cada vez mais fortalecida nos Estados Unidos.

A especialista se diz surpresa com o fato de os atentados terem ocorrido na Noruega, país com o melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do mundo e um dos poucos sem um partido forte de extrema-direita.

- Por isso, não dá para dizer exatamente o que aconteceu com esse rapaz (Breivik). Quais as circunstâncias que o levaram a esse gesto. Enquanto não houver esses detalhes, são fantasias que criamos em torno dessa violência, uma violência inconcebível. Por enquanto, só se pode fazer uma análise baseada nas circunstâncias políticas e econômicas que a Europa está vivendo.

Ana Cláudia Barros

terça-feira, 26 de julho de 2011

Primeiro imigrantes, depois turcos e agora muçulmanos


Eles foram chamados de mão-de-obra imigrante. A população local os denominava "turcos" ou "albaneses". Hoje em dia são chamados de "muçulmanos".
Segundo uma pesquisa do Fundo Nacional, a "minoria islamita" é uma construção política e midiática.

Cada vez mais a "minoria islamita" foi apresentada nos últimos anos na Suíça através dos canais públicos de comunicação como uma ameaça. Essa é a conclusão de um estudo do Fundo Nacional de Pesquisa sobre a direção dos professores Patrik Ettinger e Kurt Imhof da área de pesquisa "Opinião Pública e Sociedade" na Universidade de Zurique.

Graças à cobertura da imprensa sobre guerras e atentados é possível mostrar como a imagem dos muçulmanos na Suíça se transformou, afirmam os autores. Generalizações e utilização de chavões teriam aumentado na política e nas mídias até a votação da iniciativa (projeto de lei votado em plebiscito) que pediu a proibição da construção de novos minaretes na Suíça.

"Na Suíça foi muito menos a cobertura dos atentados de 11 de setembro, do que os atentados em Madri e Londres, assim como a questão das caricaturas (na Dinamarca). Através da cobertura da imprensa sobre esses importantes acontecimentos, a imagem de violência do Islã e de um conflito de culturas se estabeleceu lentamente", afirma Patrik Ettinger.

"Foram, sobretudo, o Partido do Povo Suíça (SVP, na sigla em alemão - partido majoritário no Parlamento federal) e, em menor escala, a União Democrática Federal (EDU), que transformou a imagem dos islamitas do contexto internacional ao contexto nacional."

Através dessas influências, os imigrantes islamistas se converteram lentamente em "muçulmanos". Antes, avalia Ettinger, essas pessoas eram divididas segundo suas origens étnicas como turcos, bósnios e outros. "Eu não acredito que a identidade muçulmana já existia ao fundo. Sou da opinião que essa filiação especial foi construída através dessa visão."

"Autoimagem prejudicada"
O pano de fundo que explica como ocorreu a mudança de percepção do vizinho turco para o "muçulmano" estaria na autoimagem dos suíços. Para os autores, ela foi prejudicada. "Tivemos uma rápida transformação social na Suíça através da migração de pessoas de classe média e alta, que terminou por tornar insegura a classe média helvética."

Além disso, a sociedade vive amplas discussões sobre a posição da Suíça na Europa e no mundo. Também a elite política do país estaria desacreditada, como avalia Ettinger. "Nesse contexto existe apenas um ator populista e de direita, que reforça e provoca ainda mais essa insegurança, além de querer impor uma definição específica do que é "suíça e isolar os muçulmanos do resto dos estrangeiros."

A capacidade de integração dos suíços teria tido pouca atenção, é o que concluem os autores do estudo. "Também durante a imigração de italianos nos anos 1960 existiam sérios receios. Como hoje se provoca o medo da islamização da Suíça, na época temia-se que cidades protestantes na Suíça alemã pudessem ter uma maioria católica", diz Ettinger. "E assim como os italianos e espanhóis católicos não interpretam o seu Catolicismo de forma fundamentalista, a minoria muçulmanos também não o faz."

Crítica do SVP
Na sua tomada de posição sobre o estudo, o secretário-geral do SVP, Martin Baltisser, declara à swissinfo.ch: "A cobertura da imprensa sobre o Islã foi desacoplada no estudo da situação real e da percepção da população".

Do ponto de vista do seu partido, o estudo é de "duvidosa utilidade". As áreas efetivas de tensão existiriam hoje em dia em dimensões crescente: dezesseis mil muçulmanos viveriam na Suíça em 1970, em 2010, já seriam mais de 400 mil.

Existe um fundo real para os debates na opinião pública: as questões ligadas à integração de estrangeiros, o cumprimento das leis, as condições familiares, os meios escolares e das autoridades de um lado; do outro, também a exposição de representantes das comunidades islamistas. Os autores do estudo, como explica Baltisser, colocam um "entendimento particular da causalidade no debate": a ação recíproca da percepção popular é mais complexa.

Aprovação do imame zuriquense
Em contraste, o imame que representa os muçulmanos bósnios em Zurique, Sakib Halilovic, considera que os resultados do estudo apontam a direção correta e que o trabalho lhe pareceu sério. "A mim me parece especialmente correta a afirmação de que a mídia não teria conseguido diferenciar entre o terror global, de um lado, e o Islã e a maioria bem integrada dos muçulmanos na Suíça, do outro."

Há anos Halilovic defende-se contra as generalizações que, como diz, tem efeitos difamatórios. São as mesmas que ele já enfrentou uma vez na Bósnia antes da guerra. Para ele é um mistério como islamitas das mais diferentes classes sociais e de outros mundos como Europa, África ou Ásia, sejam especialistas altamente qualificados ou solicitantes de asilo em fuga, possam ser colocados no mesmo contexto islâmico. "O problema não é o Islã em si."

Problema dos suíços convertidos
"Depois de 11 de setembro de 2001, cada muçulmano passou a ser visto de uma forma diferente. O estudo tem razão nesse sentido", declara Yahya Hassan Bajwa, chefe de uma empresa especializada em comunicação intercultural. Ele frequentou a escola primária na Suíça e também é membro do parlamento do cantão da Argóvia.

"Até meu médico de longa data já me questionou se eu não teria nada a ver com o terrorismo". A forma como o SVP faz política tem, seguramente, uma influência direta na nova imagem ofensiva dos "muçulmanos ou Islã", avalia Bajwa.

Isso foi demonstrado através da iniciativa do minarete, no qual previamente todas as previsões estavam incorretas. Bajwa também critica os suíços que se converteram ao Islã e que, com suas intervenções, desagradam não apenas o público das mídias importantes com autoconfiança e exigências radicais, mas também a maioria das organizações muçulmanas.

As mídias pintam muitas vezes a realidade preta e branca, sem tons cinza, e dariam pouco espaço aos muçulmanos na sua cobertura jornalística.

Eveline Kobler e Alexander Künzle, swissinfo.ch
Adaptação: Alexander Thoele

Chegada na Espanha - depoimento

Venho estudando a imigração espanhola desde 2008. Já sabia das arbitrariedades cometidas pelas autoridades espanholas nos aeroportos. Mas ontem por duas vezes quase tive problemas, o que me livrou foi ter a dupla nacionalidade.
Fiz o trajeto Rio- Madrid- Santiago de Compostela. Na chegada à Madrid, saindo do avião antes de passar pela imigração, eu e Guilherme (MEU FILHO DE 8 ANOS) fomos abordados e impedidos de seguir até mostrarmos nossos passaportes espanhóis. Em Santiago, porém, a situação foi pior. Fomos abordados depois que recolhemos nossas bagagens, já tínhamos passado por todas as barreiras. Quando um policial viu "GIG" na bagagem nos abordou novamente e fez exatamente estas perguntas
- Vocês são do Brasil. Vivem aqui ou no Brasil?
Vieram de férias?
No Brasil possui trabalho?
Tem parentes espanhóis aqui na Espanha?
Há alguém da família aguardando do lado de fora?

Eu fui respondendo todas as perguntas enquanto procurava meus passaportes dentro da bolsa, e também estava curiosa pra saber o que seria feito de nós caso não tivéssemos a dupla. Mas temi porque estava com o Guilherme e apresentei logo os passaportes e o policial nos liberou.

Isso prova as arbitrariedades da polícia de imigração espanhola que coloca guardas em outros locais além daqueles burocráticos dificultando o acesso de brasileiros em seu território. Como pode um policial abordar dessa maneira antes e depois de todo o processo legal?

Ainda em Madrid, percebi a má vontade perante os brasileiros. O aeroporto de Madrid é enorme e confuso, muda o portão de acesso aos vôos a toda hora sem aviso, temos que ficar de olho nas pantalhas de informação o tempo todo. Alguns brasileiros perderam a conexão para outras partes da Europa porque os funcionários davam as informações erradas.

Lembrando que a nacionalidade que mais é deportada em aeroportos espanhóis é a brasileira!!!
Também fiz trabalho de campo em migraçoes na Espanha para minha tese de doutorado e posso te assegurar que nao há nada contra os brasileiros em particular. Todos os imigrantes estao sujeitos a esses controles massivos de identidade grotescos. Muito especialmente se vc. nao é branco do tipo européu.

Ana Paula Moreira Rodriguez Leite
Professora de História
Mestranda do Programa de Pós Graduação em História Comparada PPGHC/UFRJ
Pesquisadora do Laboratório de Estudos do Tempo Presente TEMPO/UFRJ

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Europa: estocada à livre circulação


Em recente cúpula em Bruxelas, a União Européia (UE) lembrou restringir a livre circulação de pessoas, com o que proporcionou um novo matiz ao Tratado Schengen, estabelecido em 1985 para facilitar o livre fluxo de pessoas e bens.

Depois desse passo, a Comissão Européia (CE) apresentará em setembro uma proposta para modificar o regulamento do Tratado, que estabelecerá cláusulas de excepcionalidade para que os países signatários possam reintroduzir seus controles.

Um bloco encabeçado por França e Itália, e ao qual se somaram Holanda, Bélgica e Dinamarca, defende a restauração de fronteiras nacionais, com o pretexto de enfrentar recentes ondas de imigrantes, principalmente do norte da África.

A reforma resultará na primeira alteração para o estipulado no Espaço Schengen desde sua criação em 1985 e vigente desde 1995, para permitir o livre fluxo de bens e pessoas entre os países europeus.

Antes da cúpula de Bruxelas, a Espanha defendia a posição de manter inalterável o Tratado, mas o chefe do Governo, José Luis Rodríguez Zapatero, considerou o reforço dos controles, ainda que sem desvirtuar o princípio de livre circulação.

No documento conclusivo dessa reunião, a UE estabeleceu que o chamado mecanismo de salvaguarda só poderia ser posto em marcha em situações excepcionais e claramente definidas, tais como a pressão inesperada de fronteiras exteriores ou quando um Estado membro descumpra suas obrigações.

O espaço Schengen abarca aos países da UE, menos Reino Unido, Irlanda, Chipre, Romênia e Bulgária. Também pertencem a esse pacto Noruega, Islândia e Liechtenstein.

Imprecisões e falta de clareza

Para muitos euro-deputados, as alterações no Tratado não estão claras, como explica Franziska Keller, do Grupo dos Verdes-Aliança Livre Européia.

O CE mostra imprecisões com respeito às referidas exceções. Só se fala de situações de emergência, mas sem especificar a que se considera uma emergência, sublinhou Keller.

Euro-deputados pertencentes ao citado grupo, advogam manter inalterável o estipulado quando se estabeleceu o espaço Schengen e reforçar as fronteiras externas e a política comum de imigração.

Joseph Daul, do Partido Popular Europeu, sustenta, de outro lado, que o recente acordo da UE está marcado por incongruências. Pode ser que sejam necessárias algumas melhoras técnicas, mas sem que o assunto constitua um problema, agregou.

Schengen em perigo

A poucas semanas da decisão do bloco de reformar o Tratado, o próprio presidente da CE, José Manuel Durão Barroso, admitiu que a reintrodução de controles internos na livre circulação prejudicaria ao mercado e ao próprio projeto regional.

Barroso sublinhou que vigiarão de perto as restrições de movimentos iniciada por Dinamarca em suas fronteiras com a Alemanha e a Suécia, sob a justificativa de combater a imigração e o contrabando.

A CE estuda a resposta dinamarquesa a uma carta que se lhe enviou em maio pedindo esclarecimentos sobre sua decisão com o fim de se assegurar de que a medida respeita os princípios de Schengen.

Sobre esse tema, o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, cujo país exerce a presidência semestral do Conselho da UE, considerou que a iniciativa de Copenhague não foi a mais correta para fazer frente à segurança interna.

Entendo a preocupação dos que buscam limitar os fluxos migratórios em massa, mas desconfio da solução escolhida, assinalou Tusk em referência à modificação do tratado Schengen, lembrado pela entidade a 24 de junho.

Analistas e colunistas europeus consideram que a restauração dos controles fronteiriços na Dinamarca revela a debilidade do Governo ante a extrema direita e causa mal-estar no resto de Europa.

O jornal Dernirês nouvelles d'Alsace, de Estrasburgo, sustentou num editorial que ao se afastar do Schengen, o governo de Lars Rasmussen põe em evidência sua debilidade e demonstra o perigo que resulta se converter em refém da extrema direita e de seus conceitos xenofóbicos.

Por sua vez, um artigo no jornal alemão Süddeutsche Zeitung afirma que o exemplo dinamarquês fará escola, já que ninguém se atreve a contradizê-lo categoricamente; e essa é a verdadeira catástrofe para Europa, acrescentou.

A tentação populista de voltar a fechar as fronteiras aos indocumentados é uma epidemia que se estende também a outros países, advertiu o rotativo germânico, ao mesmo tempo em que convocou aos inconformados a atuar a respeito.

No meio do debate sobre a restauração dos controles, o Parlamento Europeu aprovou a inícios de julho uma resolução que censura a modificação do Tratado.

Frente ao temor do que representa uma alteração ao livre fluxo de bens e pessoas, o documento mostra rejeição à restrição da liberdade de circulação impulsionada por França e Itália.

A Eurocâmara considera que qualquer nova isenção das normas atuais, tais como razões adicionais para reintroduzir os controles fronteiriços, não reforçará de jeito nenhum o sistema de Schengen.

É o nascimento de uma nova ameaça de extrema direita?


A Noruega, um país tradicionalmente pacifista, enfrenta do seu interior um forte impulso nacionalista com consequências visíveis.
A euronews entrevistou Mariano Aguirre, diretor do centro de construção para a paz:
“Ainda que seja a ação de um assassino solitário ou de um pequeno grupo, creio que é preciso situá-lo num contexto mais geral, de um clima crescente, especialmente nos países nórdicos, na Escandinávia, e noutros países como a França, num exemplo de crescente hostilidade face aos emigrantes, face ao islão.
Creio que é um atentado de forte conteúdo político contra o partido trabalhista e contra o governo de Stoltemberg a quem este senhor, ou o grupo, se houver, o vê como demasiado suave e demasiado flexível com a imigração e com o islão.
A política norueguesa e deste governo, comparada com outros países, é imensamente generosa.
Hoje há a ideia de que na Noruega não existem problemas com a imigração, mas acredito que a partir deste momento poderá surgir uma reflexão forte sobre como integrar o fenómeno da imigração e dos refugiados, provavelmente o mais lógico é que o país adote medidas de segurança mais fortes em fronteiras, aeroportos e mesmo dentro da própria sociedade.”
Se a primavera árabe, especialmente no Norte da África, continuar aumentando o fluxo de imigrantes para a Europa, extremistas de direita e terroristas podem ganhar um novo sentido e articular novas ações, aumentando a apreensão pública sobre a imigração de muçulmanos para o continente.

sábado, 23 de julho de 2011

México: 'La mirada de los migrantes no descansa nunca'


Los inmigrantes, sean de la nacionalidad que sean, son sujetos capaces de quitarle "el aura de naturalidad a lo que nos rodea" y que por ello tienen la virtud de contar con una mirada singular "que no descansa nunca", declaró la escritora mexicana Cristina Rivera Garza.

"Creo que la del migrante es una mirada que no puede permitirse dejar el estado de alerta que significa estar fuera de lugar", explicó en una entrevista la autora de "Verde Shangai" (Tusquets, 2011), una novela en la que se cuelan historias de la comunidad china emigrada a México.

"A mí me parece que ese estado de alerta, que puede ser cansado, tóxico en muchos sentidos, también es un estado de creación muy relevante. Es un estado muy crítico en todo caso", sostuvo la escritora.

A Rivera Garza (Matamoros, 1964) el punto de vista del Otro, el de fuera, le ha resultado siempre "interesante y productivo" y convive a diario con ella como emigrada a San Diego (California, EE.UU), donde ejerce de profesora de creación literaria en una universidad.

"(El de los inmigrantes) siempre es un punto de vista en movimiento, siempre tiene la posibilidad de regresarnos a esa realidad chueca (torcida, en sentido positivo) así como distinta".

Afirma que en México tradicionalmente se da poca importancia a la migración hacia el país exceptuando la que protagonizaron más de 20.000 exiliados españoles como consecuencia de la Guerra Civil (1936-1939).

"Se nos olvida con mucha frecuencia que urbes como la Ciudad de México son cosmopolitas, muy variadas en sus acentos, y me refiero a ello en el sentido más amplio del término", añade.

Rivera Garza eligió un verso del poeta argentino Antonio Porchia (1885-1968: "Si olvidara lo que no fui, me olvidaría de mí mismo") para comenzar su última novela, que tiene que ver con la importancia de la imaginación y de las vidas evocadas o invocadas por las personas.

"A veces, en días epifánicos o funestos, nos podemos topar con esas vidas que pudieron haber sido nuestras o que tal vez lo son, no sabemos hasta que nos las encontramos", explica.

La historia de su novela comienza con un accidente de tráfico "muy anodino" que sufre Marina, una mujer que a partir de entonces "empieza a tener una relación distinta con un pasado del que no necesariamente sabe todo".

En ese pasado está Xian, una mujer china que ya se coló en algunos relatos de Rivera Garza y cuyo nombre evoca el de la capital de la provincia china de Shaanxi y famosa por los guerreros de terracota del emperador Qin Shi Huang.

En el libro la misteriosa presencia de Xian obedece a la necesidad de encontrar un punto de vista capaz de devolverle a la autora "una noción de la realidad extraña", de alguien "que no embona, que no pertenece" plenamente a determinada comunidad.

Así, la escritora construye su novela que más juega con el tiempo en un relato que se acerca a "nuestro Otro más extremo", la comunidad china que vive en México, cuyos personajes regentan un café en la capital del país conocido como el "Verde Shangai".

Incluso en la obra Rivera Garza se servirá del hallazgo de los guerreros de terracota en la urbe china en 1974 como metáfora de lo que implica encontrar "algo enterrado, que no se ve de fuera", y a lo que se accede a través de la memoria.

"La novela es eso, este proceso de ir identificando primero dónde excavar (en nuestro pasado)" y dar sentido a esos elementos del presente con los que se debe descubrir cada día quién es.

Doctora en Historia Latinoamericana a Rivera Garza se la considera cercana al grupo del "Crack" que forman los también mexicanos Jorge Volpi, Eloy Urroz, Ignacio Padilla, Pedro Ángel Palou, Vicente Herrasti y Ricardo Chávez Castañeda.

Autora de novelas, cuentos, poemarios y ensayos, entre su obra destaca "Nadie me verá llorar" (2000), "Ningún reloj cuenta esto" (2002), "La cresta de Ilión" (2002), "Lo anterior" (2004) y "La muerte me da" (2007).

Rivera Garza obtuvo el Premio Sor Juana Inés de la Cruz 2001, el Internacional Anna Seghers (2005), entre otros galardones.

Correios italianos vendem casas, mas não aos imigrantes


Cgil e Associação dos Estudos Jurídicos sobre Imigração afirmam que se trata de uma discriminação e apresentam queixa contra os Correios Italianos


Os Correios Italianos fazem negócios com os imigrantes não só através de produtos postais e bancários, mas também por meio do fornecimento de serviços específicos como o encaminhamento de pedidos para concessão e a renovação do permesso di soggiorno, e cada requerimento rende 30 euros ao grupo dirigido por Massimo Sarmi. Entretanto, o interesse da empresa postal nos clientes estrangeiros parece parar por aí.

Num edital, pelo qual os Correios anunciam o leilão de 17 apartamentos - em Brescia, Novara Taranto, Vercelli e Verona -, o veto de compra pelos estrangeiros é claro. Podem participar, segundo o aviso, apenas as pessoas físicas que possuem os requisitos previstos pelas normas vigentes e, em particular, somente aquelas que possuem a cidadania italiana

A Cgil de Brescia e a Associação dos Estudos Jurídicos sobre Imigração consideram a decisão dos Correios Italianos uma discriminação, principalmente porque o Texto Único sobre Imigração determina de forma clara que os imigrantes regulares, titulares de uma carta di soggiorno ou de um permesso bienal, são equiparados aos italianos no acesso às casas populares.

Além de terem apresentado uma queixa contra os Correios, as duas associações pediram a intervenção do Departamento Nacional Anti-discriminação Racial (Unar). No dia 13, a entidade solicitou que a Poste Italiane S.p.a retroceda da decisão. Mas, por meio de uma nota enviada ao portal StranieriinItalia, a empresa postal justificou que "o requisito da cidadania italiana é estabelecido pela lei e é pedido por todas as entidades que vendem moradia Erp".

No comunicado, ressaltou ainda que a "Poste Italiane respeita a normativa vigente no procedimento de venda dos próprios imóveis, frisando que o imigrante que possui a cidadania italiana poderá participar livremente do leilão para a compra de uma moradia". O caso, portanto, promete novos desdobramentos, pois o Unar já aventou a possibilidade de que a questão poderá ser resolvida no Tribunal.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Eurobarómetro: Integração de imigrantes


Pela primeira vez o Eurobarómetro, serviço da Comissão Europeia que mede e analisa as tendências da opinião pública em todos os Estados-membros da União Europeia, dedicou um relatório exclusivamente às questões da integração de imigrantes. O documento, apresentado a 20 de Julho de 2011, sintetiza as opiniões saídas de diversos grupos de discussão sobre questões como o impacto dos fluxos migratórios na economia; a integração, em aspectos como o domínio da língua ou o direito de voto; e a responsabilidade pessoal ou a cidadania.
As principais conclusões deste inquérito qualitativo passam pelo facto de haver um vasto consenso sobre o contributo positivo dos migrantes para a cultura local. Ambos os grupos (nacionais e imigrantes) estão de acordo sobre os factores que favorecerão a integração: falar a língua, ter um emprego, respeitar a cultura local e possuir um estatuto legal. Os cidadãos da UE e os migrantes que participaram no inquérito também concordam que será necessário redobrar esforços, de parte a parte, para tirar partido da imigração. A falta de conhecimentos linguísticos e a segregação de que os migrantes são alvo em zonas desfavorecidas são considerados como os principais obstáculos à integração.
As entrevistas, conduzidas em Março e Abril de 2011, partiram da dinamização de dois grupos de discussão em cada país membro, com cidadãos de faixas etárias diferentes. Foi criado um terceiro tipo de grupo, com nacionais de países terceiros, em 14 países incluindo Portugal. No total, foram ouvidos quinhentos cidadãos da União Europeia e duzentos imigrantes.

o relatório na integra esta ;http://www.oi.acidi.gov.pt

Imigração receberia bilhões de dólares com reforma migratória ampla nos EUA


Os cálculos foram feitos tendo como base as tarifas atuais cobradas pelo USCIS

Um relatório elaborado pelo Centro para o Progresso Americano (CAP) revelou que, caso o Congresso aprovasse uma reforma migratória ampla e o Presidente Obama a assinasse, as taxas cobradas pelo Departamento de Serviços de Imigração (USCIS) gerariam milhões de dólares para os cofres do Governo em curto espaço de tempo. Segundo dados do Pew Hispanic Center, um grupo sediado em Washington-DC que estuda os movimentos migratórios, e o Departamento de Segurança Nacional (DHS), o número de imigrantes ilegais nos EUA atinge 11 milhões, sendo a maioria da América Latina. Já o CAP estima o número de ilegais em 13 milhões.

Tomando como base a tabela atual do Departamento de Imigração (ICE) e o plano de reforma migratória apresentado por um grupo de senadores democratas (que inclui uma forma regulamentada de legalização), cada ilegal deveria pagar:

• Multa para iniciar o processo: US$ 1 mil.

• Multa para solicitar a residência: US$ 1 mil.

• Formulário I-485 (Ajuste de status): US$ 985.

• Formulário I-765 (Permissão de trabalho): US$ 380.

• Tomada de impressões digitais: US$ 85.

• Total: US$ 3.450.

Se depois de 5 anos como residente permanente, o imigrante aplicar para a cidadania, ele deverá desembolsar mais US$ 595, mais US$ 85 pela tomada das impressões digitais.


Conforme dados do PEW e DHS, os quais determinam que existam atualmente 11 milhões de ilegais no país, a reforma migratória geraria em taxas ao Departamento de Serviços de Imigração (USCIS) o volume de US$ 37.950 bilhões e, se for somada a cidadania, o montante sobe para US$ 45.430 bilhões.

Caso sejam levados em consideração os números apresentados pela CAP, que 13 milhões de ilegais poderiam se legalizar através da aprovação de uma reforma migratória, o USCIS receberia a quantia astronômica de US$ 44.850 bilhões e, se for somada a cidadania, o montante sobe para US$ 52.330 bilhões.

Os cálculos foram feitos tendo como base as tarifas atuais cobradas pelo USCIS. Advogados consultados pelo portal eletrônico Univision advertiram que os cálculos são somente “hipóteses”, que o “Congresso ainda não aprovou nada”, que “ninguém deve pagar nada a ninguém” por enquanto e que “os valores podem variar dependendo de cada caso”.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Gael García Bernal e Diego Luna são premiados nos EUA


Os artistas mexicanos, Gael García Bernal e Diego Luna, e a Corporação Educativa para o Desenvolvimento da Costa Rica são os ganhadores dos prêmios de Direitos Humanos 2011 do Escritório de Washington sobre a América Latina (Wola).
O Wola, um grupo independente de estudos sobre a América Latina e suas relações com os Estados Unidos, indicou que entregará as distinções no dia 13 de setembro em cerimônia na sede da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington.
O prêmio aos mexicanos Bernal e Luna inclui o produtor Pablo Cruz e a diretora-executiva Elena Fortes e seu festival de cinema itinerante "Ambulante", informou em nota oficial.
Os artistas e os produtores "serão homenageados por seu sólido trabalho na promoção dos direitos humanos por meio de documentários que, frequentemente, levam os filmes a lugares de pouco acesso".
Anualmente, o Ambulante A.C. é realizado em colaboração com Canana, Cinépolis e o Festival Internacional de Cinema de Morelia, um festival itinerante que percorre 12 estados do México com uma seleção de mais de 50 documentários provenientes de todo o mund, apresentados em mais de 140 sedes.
O festival aproveita a oportunidade para exibir documentários atuais, históricos e clássicos, e é atualmente um dos festivais de maior visibilidade no México. Além disso, acrescentou Wola, "o trabalho que García Bernal realizou sobre os problemas da imigração proporcionou ao público uma compreensão melhor" das complexidades que rodeiam este fenômeno.
Por sua vez, a corporação costarriquenha Cedeco receberá um prêmio por seu trabalho com "pequenos produtores na área das fazendas sustentáveis e da empresa agrícola". O desenvolvimento rural e as oportunidades econômicas, acrescentou WOLA, têm um papel importante nos esforços para reduzir a imigração.

ANISTIA PARA OS IMIGRANTES: UM DIREITO TRANSFORMADO EM CALVARIO PELA POLICIA FEDERAL

O Brasil, país conhecido mundialmente pela simpatia e pelo acolhimento do seu povo possui atualmente uma das piores políticas de atendimento aos imigrantes na América do Sul. Os problemas se iniciam pela lei de imigração, o Estatuto do Estrangeiro, que data de 1980, época da ditadura militar e é totalmente inspirado da doutrina de segurança nacional. Na continuidade, responsável pela aplicação desta lei é a Polícia Federal que desempenha de forma arbitrária a sua atribuição de decidir sobre quem pode ou não entrar no país e, mais ainda, quem pode permanecer e como pode permanecer.
A revista Isto É noticiou em sua edição de maio de 2011 o problema da terceirização dos funcionários da Polícia Federal, referindo-se ao controle de migração nos aeroportos "Quem desembarca no aeroporto internacional de Guarulhos (SP), o mais movimentado do Brasil, acredita que está sendo recebido por treinados agentes da Polícia Federal ao apresentar seus passaportes para entrar oficialmente no País. Mas, na verdade, os funcionários que checam e carimbam os documentos de viagem, fazem entrevistas de imigração e vistoriam bagagem em busca de drogas e armas são pessoas comuns, funcionários de uma empresa privada, sem nenhum treinamento ou compromisso com a defesa da soberania do Estado”.
Do mesmo modo, um imigrante que chega ao Departamento da Polícia Federal em São Paulo, ou na fronteira de Foz do Iguaçu é recebido por uma destas pessoas sem o mínimo de formação humana e totalmente desinformado a respeito dos procedimentos burocráticos que deve cumprir. O despreparo dos atendentes e a falta de estrutura da Polícia Federal no cumprimento de suas competências se convertem em um verdadeiro calvário para trabalhadores imigrantes e suas famílias que tem seus direitos de pessoa humana violados.Para denunciar e reverter esse estado de permanentemente violação de direitos por parte dos agentes públicos os imigrantes necessitam buscar informações corretas em outros organismos, sobretudo da sociedade civil e reivindicar o cumprimento dos mesmos incessantemente, com muitas idas e vindas e resultado incerto.
Para que se tenha uma ideia do problema, até março de 2012 mais de 34 mil imigrantes, só no Estado de São Paulo, terá que renovar o visto provisório concedido pela anistia de 2009 que pretendia documentar a todos os imigrantes irregulares no país. Dois anos se passaram e agora, no momento da transformação em permanente surgem interpretações da Polícia Federal sobre os documentos que serão aceitos como cumprimento dos requisitos. Em 3 meses a Policia Federal já divulgou cinco folhas com diferentes documentos, muitos deles absurdos. Citam-se como exemplos, a exigência para as crianças de comprovação de matrícula escolar dos últimos 6 meses, quando a matrícula é realizada apenas uma vez por ano; para as pessoas cadastradas como microempreendedor individual pedem que se inscrevam na previdência social (imposto já incluído nas tarifas mensais do Empreendedor Individual).
Pior ainda é constatar que estas exigências nem são o problema mais grave, já que a cada consulta tais exigências mudam. Assim, antes de questionar que documentos serão aceitos, é necessário pedir que respeito aos direitos e profissionalismo dos agentes e/ou funcionários da Polícia Federal. Já se tem relatos de imigrantes que fizeram exatamente o que lhes foi solicitado na Polícia Federal, mesmo que isso comportasse pagar duplamente alguns impostos, e ao chegar ao Balcão da PF, recebidos por outro atendente, não recebem nenhuma orientação, tem seus pedidos indeferidos e o RNE provisório retido, mesmo quando não vencido.
Apesar do discurso inovador no cenário internacional, as arbitrariedades cometidas pela Polícia Federal contra os imigrantes são quotidianas e mancham a imagem do país que se diz aberto, acolhedor, defensor da integração com os vizinhos da América do Sul. Os

Paulo Illes

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Migrantes latinos, entre añoranzas, utopías y resistencias


Un análisis de la compleja y difícil realidad del emigrante marcó las sesiones del recién finalizado Coloquio Internacional Identidades Culturales y presencia latina en Estados Unidos, organizado por Casa de las Américas.

Desde una perspectiva histórica y contemporánea, especialistas de las letras, el arte y las ciencias sociales mostraron lo común de esos grupos poblacionales y la manera en que preservan y transforman su identidad cultural en una sociedad que los margina, pese a sumar 50 millones.

El director del Programa de Casa para esta temática, Antonio Aja, se refirió al proceso negociador que, en términos de identidad, emprenden las personas durante los movimientos migratorios, un fenómeno cada vez más complejo y creciente que vincula a los países de origen con los receptores.
Dolorosas y enriquecedoras experiencias ofrecieron las panelistas Yrene Santos, Juana Ramos y Margarita Drago, del York Collage de la City University of New York.

La nostalgia por su patria y los recuerdos personales de estas tres mujeres propician, a través de sus obras, una mirada múltiple a la compleja realidad de los inmigrantes.

Es el caso de la salvadoreña Ramos, a quien el exilio político de su familia la obligó a emigrar. Su inquietud por escribir nació de la necesidad de reflexionar sobre el pasado y el presente de su país y Latinoamérica, en la sociedad que le tocó
vivir, pero que no siente suya.

Agregó que el destierro signó la nostalgia, el desamparo y el desarraigo de su obra, en cuya fase creativa no hay cabida para el inglés porque es la manera de resistirse ante un país que dejó una amarga huella en el destino de El Salvador “y porque en español encuentro mi hogar”.

Particular interés tuvo el impacto y reconocimiento, entre los migrantes residentes en Nueva York, el Latino Artists Round Table, un proyecto creado en 1999 con el objetivo de promover la cultura de esa comunidad, que se debate entre pasado, presente y utopías.

En ese afán de romper los estereotipos que imponen los grandes medios de comunicación se inserta Gente y Cultura, un programa televisivo de resistencia, producido por el cubanoamericano Mario Picayo, director de la editorial Campana, que llega a más de un millón de personas en la nación norteña.

Sobre este fenómeno recalcó que sólo entre el uno y dos por ciento de las noticias en los espacios nacionales son de temas latinos y, de ellos, el 80 por ciento se relaciona con los indocumentados y el crimen.

El resto, puntualizó, se asocia a la farándula, los deportes y en última instancia a Cuba y Venezuela, en el caso de la política.

Otro momento importante del Coloquio fue el referido a la producción teatral, tema que abordó Dinorah Coronado a través de Repertorio Español, la compañía de mayor prestigio en Nueva York, en tanto promueve la dramaturgia escrita en español desde los clásicos hasta autores más contemporáneos como los cubanos Nicolás Dorr y Abelardo Estorino.

Sobre el concepto de identidad en la frontera habló Ofelia López, de la Universidad mexicana de Guanajuato, quien en su intervención se apoyó en los pachucos, término acuñado por el Premio Nobel de Literatura Octavio Paz, para identificar un fenómeno que sintetiza la hibridez en la línea divisoria entre las culturas mexicanas y estadounidense.

En ese híbrido, Paz construye un ser culturalmente fracturado “en continua oposición a México y Estados Unidos”, pues se trata de jóvenes que viven en ciudades sureñas del país vecino, y se resisten a volver a su origen y aceptarse como norteamericanos, indicó la académica.

Ese dilema de “identidades en el borde” fue tratado también por Nahela Hechavarría, especialista de Artes Plásticas de Casa de las Américas, a través de un estudio de la fotografía mexicana, en el que la transnacionalidad resulta una constante.
¿Quién soy, de dónde vengo, por qué estoy aquí, son las preguntas más frecuentes que a menudo se realizan los latinos en medio de fuertes contradicciones por encontrar su verdadera identidad, y motivaciones que satisfagan la irremediable necesidad de emigrar.

Migrações, uma década em revista


O antigo Comissário Europeu António Vitorino considera que se deve afastar cenário de regresso em massa dos imigrantes, em Portugal, e sublinha papel da Igreja Católica, no terreno

Olhando para esta década do terceiro milénio os fluxos migratórios alteraram-se significativamente?

António Vitorino (AV) – Eu penso que há dados de continuidade e dados de mudança. Os dados de continuidade são que a pressão migratória se manteve mas, manifestamente a partir de 2008, a partir da crise financeira global, verifica-se uma diminuição dessa pressão migratória, quer dos fluxos legais quer dos fluxos ilegais. Isso corresponde aliás a uma das características dos fluxos migratórios no mundo contemporâneo. Eles são extremamente sensíveis às oportunidades de trabalho e quando há, naturalmente, uma retração da oferta de trabalho nos países mais desenvolvidos os fluxos migratórios também tendem a compreender esses sinais e retraírem-se.

Há um elemento muito importante de compreensão também. Embora haja essa retração, isso não significa que haja um retorno em massa, isto é, aqueles emigrantes que estão nos países desenvolvidos, designadamente no caso do continente europeu, nos Estados Unidos da América e no Canadá, embora atingidos muitas vezes em primeira linha pelo impacto negativo pela crise financeira não retornam ao país de origem. Isto é, tentam usar as suas reservas, a solidariedade familiar e da comunidade onde se inserem para passarem os períodos de crise à espera de dias melhores.

AE – Também no caso português?

AV – Sim, também no caso português. Houve uma retração nos fluxos migratórios, talvez aqui haja algumas destrinças a fazer, a comunidade brasileira continua a ser a mais importante, o ritmo de aumento manteve-se durante os primeiros tempos da crise e agora terá abrandado um pouco mais. Não houve contudo um retorno em massa.

AE – Que indexação têm estes fluxos migratórios à resolução dos problemas demográficos?

AV – É uma ilusão pensar que a imigração é a solução do envelhecimento demográfico que é um padrão muito preocupante em todo o continente europeu, e nalguns países em particular, entre os quais o português. É um elemento que pode contribuir para o rejuvenescimento da população mas não resolve…

Não é possível criar essa ilusão que esse rejuvenescimento se resume ao aumento de fluxos migratórios, se vir os censos, cujos números preliminares foram agora divulgados, chega-se à conclusão de que o aumento líquido da população portuguesa é, em quase 90%, fruto da imigração. O que significa que há um problema para além do fluxo migratório que é o próprio comportamento da sociedade portuguesa, no que diz respeito à diminuição da taxa de natalidade. E, portanto, uma política de rejuvenescimento da população, primeiro não produz efeito “ao virar da esquina”, estamos sempre a trabalhar em ciclos longos; em segundo lugar, tem a ver com os incentivos que são dados para que as pessoas possam ter filhos e garantir condições económicas e sociais para a educação desses filhos; em terceiro lugar, tem a ver com o combate cultural, muito da quebra da natalidade resulta do aumento do egoísmo e do fechamento dos agregados familiares e da desagregação de alguns agregados.

A questão do rejuvenescimento da população também passa pela alteração dos padrões culturais das pessoas: menos egoísmo, menos consumismo, maior realização pessoal na criação de uma família e na existência de crianças nas famílias.

AE – Voltemos a esse problema dos fluxos migratórios, mesmo do caso português.É assim tão significativa a saída de portugueses, nomeadamente para a Europa, nos últimos anos?

AV – Sim, tem-se verificado um aumento continuado. Eu tenho nesta matéria uma posição algo particular, na medida em que normalmente não tenho uma visão negativa desses movimentos, pelo contrário.

Posso mesmo dar-lhe o meu próprio exemplo, eu incentivo os meus filhos a que parte da sua formação académica e profissional seja feita no estrangeiro porque esse é o mundo em que eles vão viver. É preciso distinguir muito claramente o que é a emigração derivada das condições económicas, que era a esmagadora maioria dos emigrantes das década de 60 em Portugal, do que é hoje que, tendo uma base económica, designadamente a falta de oportunidades de trabalho para jovens licenciados em Portugal, gera um movimento circular porque nos meus contatos com os emigrantes portugueses, designadamente os qualificados que saem, é de que eles saem e isso vai enriquecer-lhes a sua vida profissional mas eles mantêm todos a firme convicção de que na primeira oportunidade regressam.

Portanto há uma diferença substancial no padrão da emigração hoje com aquela que era há 30 anos atrás. Hoje a emigração é de quadros muito mais qualificados o que ajuda também a fazer uma ideia diferente e uma imagem diferente do país no estrangeiro. São pessoas que vão e que se valorizam a elas próprias e que valorizam os países onde vão estar a trabalhar e que têm e mantêm uma ligação de retorno a Portugal.

Em resumo, eu não creio que as pessoas devam emigrar porque sim, mas há um aumento de emigração que temos de ver como uma oportunidade e não como uma fatalidade.

AE – Em todo o caso também há os que emigram porque precisam…

AV – Certo. Continua a haver emigração económica mas essa há desde sempre… Repare que houve uma altura que se calculava que cerca de 120 mil portugueses estariam a trabalhar na construção civil em Espanha. Foi uma altura em que houve um grande boom em Espanha e uma retração do investimento em obras públicas e em construção civil em Portugal.

Esses trabalhadores não eram qualificados e muitas vezes iam fazer trabalhos extremamente árduos em Espanha, que não os fariam em Portugal, onde esses trabalhos são destinados aos imigrantes de países terceiros.

AE – Agora cada vez menos, talvez…

AV – Creio que o que se está a passar é o regresso dessas pessoas por razões da crise económica também em Espanha. Muitos deles hoje aceitam trabalhos em Portugal, particularmente duros, que há uns anos não aceitariam…

Nesse sentido, não nego que em certo setores da atividade económica se gera uma concorrência aos mesmos postos de trabalho entre portugueses e imigrantes de países terceiros.

AE – Gera também uma maior tensão social?

AV – Não gera no sentido de dizer que tenhamos um problema generalizado nessa matéria, mas um potencial desse tipo de conflitos existe. Portanto, maior é a responsabilidade das autoridades públicas, dos serviços sociais, mas também da sociedade civil e das próprias comunidades de emigrantes nas políticas de integração da sociedade portuguesa nestes tempos de crise onde os fatores de atrito são potenciados.
AE – Os que já cá estão integrados e veem agora esta situação poderão ver um fim antecipado e inesperado?

AV – Eu espero que não, vamos ver. Sejamos extremamente claros, há maior tensão, pode haver concorrência direta aos postos de trabalho entre imigrantes e portugueses e isso tem de ser visto com muito cuidado e muita ponderação.
Convém recordar aos portugueses que esses imigrantes que estiveram a trabalhar em Portugal na última década contribuíram com os seus impostos e se hoje estão em risco social têm direito à proteção social em condições equiparadas à dos cidadãos portugueses. Portanto, eu acho que o Governo anterior tomou uma decisão acertada que foi de reduzir as exigências da prova de meios para efeitos de renovação das autorizações de permanência no território nacional tendo em linha de conta os impactos da crise nas comunidades de emigrantes e o valor da solidariedade não se distingue nem em função da território de origem, nem da nacionalidade nem cor da pele, é um valor de solidariedade humana.

AE – Pelo que se percebe será também uma tendência do atual Governo?

AV – Ainda é cedo para julgar, mas eu acho que sim. Portugal é um país que tem a felicidade, e sublinho bem esta expressão, a felicidade de não fazer da política de imigração uma arma de conflito político interno. E isso é um fator distintivo de Portugal em relação a muitos países europeus onde a imigração é um assunto de controvérsia interna e mais, essa controvérsia é um local de cultura onde medra a xenofobia, o racismo e a discriminação. Portanto eu espero que essa característica se mantenha no atual Governo.

AE – Qual é o papel que as associações e ordens religiosas têm na integração e no diálogo, seja pessoal com os imigrantes seja com as instituições que determinam as políticas de imigração?

AV – Nós temos também a felicidade de ter uma sociedade civil no seu conjunto e com especial destaque para a Igreja Católica e às instituições ligada a ela, que atribui uma relevância à questão da integração dos imigrantes, não só teórica ou retórica, mas estando presente no terreno.

Isso é referenciado às associações patronais, aos sindicatos que têm um papel muito importante, às autarquias locais e toda a sua rede e à própria Igreja Católica, na plataforma de integração aos imigrantes que eu coordeno na Fundação Calouste Gulbenkian e que congrega todas as fundações portuguesas.

O papel desempenhado pela Obra Católica tem sido muito importante, não apenas do ponto de vista de proteção social mas também do ponto de vista cultural, do ponto de vista do diálogo pela tolerância, diversidade e diálogo inter-religioso, porque é um elemento de integração dos imigrantes. Reconhecemos que muitos deles não têm a mesma religião que a maioria dos portugueses professa.

Este diálogo tem encontrado sempre na Obra Católica das Migrações não apenas um defensor mas também um ator ativo de promoção dessa tolerância, desse diálogo e dessa pluralidade.

Agência ECCLESIA

terça-feira, 19 de julho de 2011

El secuestro de Europa – inmigración, una solución convertida en problema.

“Cuando la princesa Europa, fue secuestrada por Zeus disfrazado de toro, su padre, Agenor, rey de Tyro, envió a sus hijos, en busca de su hija perdida. Uno de ellos, Cadmo, navegó a Rodas, desembarcó en Tracia y comenzó a explorar las tierras que más tarde recibirían el nombre de su desventurada hermana”. Así empieza Europa. O, por lo menos, así empieza el libro del filósofo de prestigio, Zygmunt Bauman, Europa – una aventura inacabada.

Europa empieza migrante y ahora quiere acabar con ellos.

También en el libro de Bauman, Naomi Klein, nos recuerda que hay dos formas de hacer un muro. Yo interpreto que, de fuera hacia adentro, como los Estados Unidos subvencionaran el Gobierno de México para hacerlo: con órdenes de matar quien se acerca al muro. La frontera.

De una forma no muy distinta y contando con mares como fronteras, Europa siempre ha hecho así, desde fuera hacia adentro, pero con estrategias diferentes. Mantener el colonialismo o reinventarlo como neocolonialismo. Mantener la gente de países sometidos a injustas relaciones comerciales, sin acceso a recursos básicos como educación, para no saber como adquirir un billete de avión, mucho menos por Internet; sin salud, para no tener condiciones físicas de traspasar los muros; o sin un dólar o euro, para efectivamente no poder adquirir, jamás, ninguna posibilidad de salir del sitio donde ha nacido. Pero Europa se ha olvidado de decir a la publicidad de sus productos en los canales de televisión de todo el mundo que tengan cuidado al decir que lo bello está acá, en el sueño europeo. Y la gente viene. Ya no se puede seguir diciendo que vienen como mercancías, porque estas, por lo menos, no sufren tantas restricciones.

Sigo la pista de Klein. La otra forma de cerrarse es de dentro hacia fuera. Y así viene la nueva normativa europea sobre inmigración, a la Berlusconi y a la Sarkozy, sus íconos. Y, porque no decir, a la Europa de derechas. Cada vez más dividida entre los xenófobos, los que se asustan con la xenofobia (y los que se asustan con la inmigración creciente que hace reactivar lo xenófobo). Sin olvidar los que ya no se asustan con nada más de esa vieja Europa. Y que hay otros tantos que la denuncian y luchan contra esta misma Europa xenófoba.

Ahora, vamos a protestar otra vez contra el incumplimiento de los derechos humanos por parte de la UE, o por lo menos, deberíamos hacer-lo. Pues ha servido para despertar en los medios de comunicación mundiales una sensación de que alguna cosa no va bien con el viejo sueño europeo. Los partidos de izquierda, por ejemplo, votaran divididos y ahora hay mucha expectativa para ver como será la adopción de la “mano dura” en cada país.

Hay también que considerar: a) que para defenderse de las posibilidades de la barbarie, en el post 2ª Guerra Europea (la estrategia es decir guerra mundial, la guerra de “ellos”) se creó la Declaración Occidental de los Derechos Humanos (la estrategia es decir Universal, los valores “nuestros” - pero que no se pueden negar que ahora más que nunca hay que tener un mínimo de respecto a estos mismo derechos, antes de intentar universalizarlos a “los otros”); b) hace tiempo que el neocolonialismo de la UE y el neoimperialismo de los Estados Unidos no sabe que hacer con los Derechos Humanos, cuando estos no colaboran con sus intereses privados; c) hasta para erguir muros, sobretodo de dentro hacia fuera, hace falta fuerza de trabajo; y la fuerza de cada trabajadora o trabajador está en la libertad de sus mentes, antes que en sus brazos. Mismo que vendidos como fuerza de trabajo. Por más que se intente transformarlos en mera mercancía, es inalienable su condición humana. Y de esto Europa sabe. Hannah Arendt ya lo había denunciado, cuando europeos eran víctimas (de otros tantos europeos).

¿Qué és Europa además de una historia de movilidad entre pueblos, inherente también a la condición humana?

“Immanuel Kant juzgaba que el conflicto humano fue el recurso que la naturaleza disponía para obligar hombres primitivos a salir de su conforto y de la estabilidad de sus casas. En el local de origen, así como el ganado que pasta, quizás sean felices, pero, si no fueran igualmente ansiosos y inquietos, no podrán ser verdaderos seres humanos (…). Gran parte de las historias que contamos sobre nuestro pasado, y muchas de ellas respecto de nuestro futuro, son, por tanto, historias de andanzas” (Anthony Pagden, considerado el primero historiador de la migración humana, en Pueblos y Imperios – una historia de migraciones y conquistas).

Muchos pueden decir que no se puede hacer homogéneo un concepto de Europa (un proceso inacabado o inacabable, según Bauman). Pero hay una fuerte homogeneidad en el significado de este continente sobre el no-europeo. Y sobre sus aportaciones en el pasado y futuro de la humanidad. No se puede olvidar el pasado colonialista, como amnesia colectiva. No se puede desconsiderar la existencia del neocolonialismo en la planificación del futuro de la política mundial. No se puede hablar de la historia de la humanidad sin tener en consideración las consecuencias del “proceso civilizatorio” europeo sobre todo el mundo. Y la barbarie que también ayudó a diseminar.

Hoy Europa disfraza prisiones dentro de aeropuertos. No puede salir disparando como a los coyotes en el desierto de México, en el sitio donde las familias europeas embarcan en aviones de vacaciones hacia el Sur. Por esto Europa aprisiona cada vez más inmigrantes, no hace falta explicar nada. Sólo recordar la presunción de su inocencia hasta que se pruebe lo contrario – y el precio de la prueba aún cabe hacer pagar a lo que hace la denuncia. Por esto, en Europa, la más sutil selección se hace entre los no autóctonos que tendrán un carnet azul (el “blue card”) o ojos azules, y los que no tienen. En ciertos sitios de Europa ya se cobra muy caro solamente para tener el permiso de hacer el cruce de una frontera. No hay un puesto con un cobrador de billete de entrada en cada frontera porque las cosas se hacen de forma muy sutil. Como sutil lo es el racismo, la discriminación – pero que también puede ser explícita, hay que decirlo.

Recuerdo la cara de un empleador dando vueltas para intentar explicarme lo que quería decir cuando había anunciado trabajo para estudiantes: yo era estudiante, pero no tenía la beca Erasmus, de la Unión Europea. Mejor si hubiera anunciado “estudiante europeo”, pero hay quien no sea europeo, pero tenga ojos azules. Yo no!

En Barcelona, en un tren vacío, un joven español agredió una joven ecuatoriana pelo hecho de ella ser inmigrante. Las cámaras de seguridad lo captaron todo. Los canales de televisión lo cansaran de exhibir. Lo joven no fue preso. De la noche al día, pasó a ser una celebridad, con derecho a decir lo que quiera en la televisión, mientras se dejaba fotografiar bebiendo una cerveza con sus amigos.

El problema de Europa es la inmigración sí, convertida en problema por los propios dirigentes de la Unión Europea. Un problema para todos, sobretodo para los inmigrantes. Pueden los barómetros decir que es el desempleo. Pero están hablando, sin hablar, de inmigración. Pasa lo mismo cuando se dice que el gran reto (para no decir problema, y ni pensar oportunidad) es el terrorismo, el hambre en el mundo, la crisis de los recursos naturales, el envejecimiento de la población, la participación de las mujeres en el mercado de trabajo, la educación pública de calidad etc. En todos estos temas no hace falta ir muy lejos para aproximarse al tema de la inmigración: ¿a quien toca el subempleo? ¿Cual es el estereotipo del terrorista? Qué hace la Política de Agricultura Comunitaria de Unión Europea que tiene que ver con el hambre en el mundo y la guerra del petróleo? ¿Quien se queda con el subempleo de cuidar de los hijos y abuelas para que la mujer europea se libere para ir a trabajar “de verdad”? ¿Porque hay escuelas públicas que son guetos de inmigrantes?

“¿Qué haré con mi dependienta?”, preguntaba la portada de un importante periódico, en el día que la Unión Europea debatía la nueva directiva sobre inmigración.

¿Qué ha hecho Zeus, disfrazado de toro, con el secuestro de Europa?

Kafka, encierra el libro de Bauman:

“Por lo tanto, si nada encuentras en los corredores abre las puertas; si detrás de esas puertas no encuentras nada, hay todavía otros pisos; si arriba tampoco encuentras nada, no es grave: esfuérzate y ve escaleras arriba. Mientras no dejes de subir no se terminan los escalones: crecen bajo tus pies que suben”.

Flávio Carvalho
Sociólogo, Coordinador del Colectivo Brasil Catalunya y de la Red de Brasileños en el Exterior.

Parlandino condena lei dos EUA que autoriza prisão de imigrantes


O presidente do Parlamento Andino (Parlandino), o peruano Wilbert Bendezú, repudiou hoje o projeto de lei aprovado pelo Comitê Judicial da Câmara de Representantes dos Estados Unidos que autoriza a prisão por tempo indeterminado dos imigrantes ilegais detidos em centros de imigração.

Para Bendenzú, essa norma afeta os imigrantes sem documento que se encontram no país, entre eles cerca de meio milhão de peruanos, assim como a refugiados e residentes estrangeiros que tenham cometido algum delito e sejam passíveis de deportação, de acordo com as leis migratórias.

O presidente do Parlandino explicou que a medida poderá ser aplicada caso estas pessoas não cooperarem na identificação de sua verdadeira identidade, se forem portadores de alguma doença contagiosa, entre outros.

Segundo ele, essa lei viola o artigo fundamental da liberdade individual da Constituição norte-americana, além de ser "desumana" já que pode ser aplicada a pessoas "com doenças graves que seguramente precisam tratar-se" em locais especializados.

"A perseguição contra imigrantes ilegais cresce vertiginosamente nos Estados Unidos. Isto é irreversível", sentenciou Bendezú.

Ele ainda defendeu a necessidade de criação da Secretaria Nacional do Migrante Peruano, promessa de campanha do presidente eleito do Peru, Ollanta Humala, que toma posse no próximo dia 28.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

inmigrantes


La crisis no ha detenido el flujo de extranjeros, solo lo ha ralentizado – Las políticas restrictivas son inútiles a largo plazo – La globalización se demuestra irreversible.

Los números rojos de la economía de los países que han visto crecer en los últimos años el porcentaje de extranjeros entre su población no pueden volver a levantar las barreras destruidas por la globalización. Y el aumento del número de parados en Occidente no va a alterar esta tendencia a largo plazo.

Según el último informe sobre Inmigración, publicado ayer por la Organización para la Cooperación y el Desarrollo Económico (OCDE), en 2009 el flujo de inmigrantes permanentes en los 24 países miembros de la organización se ha reducido en un 7%, pero en cifras absolutas -4,3 millones de personas- está aún en niveles superiores a cualquier año anterior a 2007, es decir, los albores de la recesión mundial.

“Muchos de los factores que empujaron al alza el número de inmigrantes antes de la crisis no han desaparecido. Sigue habiendo una necesidad estructural de trabajadores extranjeros en varios países y el envejecimiento de la población avanza, así como la globalización de las economías y la integración europea”, explica por teléfono Thomas Liebig, del departamento de Migraciones Internacionales de la OCDE.

Europa es una de las zonas, junto a Japón y Corea del Sur, donde la reducción de los flujos migratorios ha sido mayor, sobre todo en países como República Checa (un 46% menos), Irlanda (42%), Italia (25%) o España (con una caída del 18%, mucho más reducida del 43% registrado entre 2007 y 2008). Mientras que en otros países de la OCDE, como Australia, Canadá e incluso Estados Unidos -donde los datos del desempleo no paran de crecer-, ha habido un ligero aumento. Los movimientos entre los Estados de la UE se colocan entre los datos más bajos: un 22% menos.

Cifras importantes pero no tanto como, según la OCDE, cabía esperar dada la magnitud de la crisis y el endurecimiento de las políticas migratorias registrados en algunos países. A pesar de que las primeras cifras estimadas para 2010 indican que sigue esa tendencia de repliegue, “la demanda de trabajadores emigrantes volverá a subir”, pronosticó ayer el secretario general de la organización, Ángel Gurría, en la presentación del informe en Bruselas.

En general, mientras los chinos, como viene siendo habitual en los últimos 10 años, siguen siendo los ciudadanos que más emigran (son el 9,2% del total, aunque entre 2007 y 2009 la cifra ha bajado en un 14%), han disminuido las llegadas desde América del Sur (36% menos) y Europa del Este (12% menos), sobre todo, porque menos personas se desplazan desde Rumania, Bulgaria y Polonia. Un caso, el polaco, es singular: el país que con su entrada en la UE desató el pánico de la invasión (Francia vivió una campaña contra el “fontanero polaco” en el debate del referéndum de la Constitución europea) empieza a emerger ahora como lugar de destino gracias a los buenos datos económicos mantenidos durante la crisis.

“La reducción de la inmigración, más que los cambios en las políticas nacionales, la ha determinado el empeoramiento de la situación económica. Más que la política, ha influido la reducción de la demanda, y es una reacción natural”, explica Liebig. Además, si bien la inmigración ha entrado en el debate público sobre la crisis, los cambios aplicados a nivel normativo han sido “bastante cautos”. Algo positivo, según el experto. “No ha habido una reacción como la que se registró en los años de la crisis petrolera de los setenta, cuando países como Alemania, Austria, Bélgica, Holanda y Francia cerraron completamente las puertas. Esto no lo hemos visto ahora: por ejemplo, España ha reducido el contingente en las áreas de difícil cobertura, pero no se ha cerrado del todo el acceso. Y es lo que hay que hacer: no cerrar las puertas en las áreas donde hacen falta trabajadores inmigrantes y no adoptar medidas que impidan que la inmigración contribuya a la recuperación económica”.

Liebig es consciente de que se trata de recomendaciones difíciles de transmitir a la opinión pública, sobre todo en circunstancias como la española, en la que la tasa de paro es de más del 21% y supera el 30% entre la población extranjera (una tendencia general: en 2009 el desempleo registrado en los países OCDE era del 14,7% entre los extranjeros frente a una media del 8,9% entre los nativos). Precisamente por eso, dice, la obligación que tiene ahora la política es “tener un discurso equilibrado sobre la inmigración” y “poner todas las cifras sobre la mesa”, recordando la aportación que, en tiempos de bonanza, los trabajadores inmigrantes han hecho al crecimiento económico. Es decir, evitar “sobreactuar” y las propuestas alimentadas más por el populismo que por la realidad. En España, recordó ayer Gurría, el estallido de la población inmigrante -”singular”, porque se “produjo en 10 años un incremento que en otros países necesitó décadas”- no fue una carga, al contrario: “Fue emigración legal, lo cual alivió las cuentas públicas y de la Seguridad Social, porque los inmigrantes contribuían con sus impuestos” al sistema.

Aunque entre esos inmigrantes abundaban los no cualificados, Gurría subrayó como hecho positivo el que logró “incrementar la productividad de España, al permitir el acceso al mercado de trabajo de las ciudadanas españolas”, ya que las trabajadoras inmigrantes se han encargado del cuidado de los hijos y de la casa. “Era una situación en la que todos salían ganando, pero que con la crisis ofrece su cara negativa: aquellos inmigrantes reclaman ahora el subsidio de desempleo y otros servicios sociales”, dijo Gurría, a quien no se le escapa que “en un entorno de alto desempleo, los inmigrantes” sufren más el paro.

“Los Gobiernos deben pensar dónde recortan. No tienen que olvidar que hay que invertir en la integración de los inmigrantes y esto es importante, sobre todo para países como España”, subraya Liebig. Y el experto atribuye el aumento de la xenofobia en economías como Alemania, Holanda, Bélgica o Francia a una falta de previsión en la puesta en marcha de políticas de integración, ya que la crisis no ha golpeado allí tan fuerte como en otras partes de Europa y que tienen a los trabajadores extranjeros bien integrados en el mercado laboral. “La reacción que vemos en estos países se debe a que no han invertido en integración. Quizá porque pensaban que la gente que llegaba volvería a su país de origen”, subraya. Para Liebig se trata de la “inversión de futuro” más necesaria precisamente donde, como en España y los otros países del sur de Europa, la inmigración ha sido consistente en los últimos años y muchas personas se han visto atrapadas, junto a la población local, en la espiral del paro.

La preocupación podría ser que una inmigración aparentemente poco cualificada se conviertiera en una rémora para una economía que debe competir en un mundo globalizado y, por lo tanto, requiere sobre todo alta cualificación. Al respecto, los responsables de la OCDE hicieron notar ayer en Bruselas cómo el 24% de los inmigrantes llegados a España tienen titulación universitaria, frente al 18% de la población española en general, datos que deben imponer cautela a la hora de establecer estereotipos negativos sobre los inmigrantes.

John Martin, director de Empleo de la OCDE, señaló que “cuando la economía española se recupere harán falta trabajadores cualificados, pero también seguirán haciendo falta empleos no cualificados, que serán cubiertos por inmigrantes. Esto permitirá a los españoles cualificados entrar en el mercado de trabajo”, y añadió: “Los países deberán atraer personal cualificado y en eso España está por detrás de los países europeos”.

Migração para os EUA não é mais tão atrativa para mexicanos


A extraordinária migração mexicana que enviou milhões para os Estados Unidos nos últimos 30 anos está por um fio e uma pesquisa aponta uma causa surpreendente: mudanças sem precedente no México tornaram mais atrativo ficar em casa. Um crescente conjunto de evidências sugere que a mistura de acontecimentos – expansão econômica e oportunidades educacionais, aumento do crime na fronteira e famílias diminuindo – estão sufocando a migração ilegal tanto quanto a desaceleração da economia ou a repressão da imigração nos Estados Unidos.
Nos planaltos de terra avermelhada de Jalisco, um dos três maiores estados propensos à emigração no México desde o século passado, uma nova dinâmica emergiu. Para uma típica família rural como os Orozcos, ir para El Norte sem papéis não é mais um rito de passagem inevitável. Em vez disso, suas casas estão cheias de parentes que voltaram, irmãos mais velhos que um dia cruzaram as fronteiras ilegalmente estão esperando vistos e os caçulas da família estão ficando em casa.
“Eu não vou para os Estados Unidos porque estou mais preocupado com os meus estudos”, disse Andres Orozco, de 18 anos. De fato, no recente instituto de tecnologia onde ele está estudando engenharia industrial, todos os estudantes em uma aula recente disseram ter uma educação melhor que a de seus pais – e que hoje eles planejavam ficar no México ao invés