quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Projeto de boliviana ajuda acesso de imigrantes a mercado de trabalho

Como conseguir um posto de trabalho qualificado em um país estrangeiro?
É a dificuldade que muitas imigrantes enfrentam. Na Dinamarca, um projeto de consultoria e construção de redes de contatos tem dado bons frutos.
Antonietta Madeiros gosta de ilustrar livros infantis. Ela nasceu na Bolívia, estudou design em Buenos Aires, na Argentina, e depois retornou a seu país de origem para trabalhar com livros didáticos. No entanto, depois que conheceu seu marido e optou por viver em Copenhague, capital da Dinamarca, sua carreira foi abruptamente interrompida
“Encontrei trabalho apenas em cafés, ajudando pessoas a subirem em ônibus ou distribuindofolhetos em conferências”, relembra Madeiros.
Todas as vezes em que ela se candidatou a vagas que exigiam profissionais com qualificação semelhante à sua, a resposta era negativa. “Pensei que ficaria louca. Mandei meu currículo para tantas agências e para tantos escritórios que trabalham com design, mas a resposta que recebia era sempre ‘nei, tak: não, obrigada’”, conta.
As ilustrações nos livros didáticos na Bolívia são marcadas por uma mitologia milenar
indígena. Logo, a linguagem simbólica usada por Madeiros em seu trabalho era pouco ou nada compreendida na Dinamarca.
Como uma criança, ela passou os primeiros anos no país estrangeiro tentando, como uma criança, aprender tudo a partir do zero.

Perda de identidade

“Tudo é novo, até cozinhar. Tive que aprender a cozinhar coisas congeladas”, conta.
A boliviana também teve que superar muitos obstáculos quando ia às compras, já que
todas as informações dos rótulos eram em dinamarquês, sueco, norueguês ou finlandês.
A auto-estima de Madeiros ficou muito abalada, assim como a da maioria dos imigrantes que freqüenta uma escola de idiomas. “Os dois primeiros anos foram muito
difíceis. Todo mundo fala bastante de integração, mas, há um processo de desintegração. Muitos acho que, ao mesmo tempo imigrantes perdem sua identidade,
porque precisam se orientar em um mundo totalmente diferente. Tudo o que aprenderam antes,de repente, está errado”, conta Madeiros. Foi com a ajuda de uma mentora que ela
começou a se adaptar na Dinamarca.
A editora de livros Eva Maria Fredensborg explicou à designer boliviana como eram feitas as ilustrações para as publicações infantis dinamarquesas e orientou a boliviana também em questões cotidianas básicas. “Eu queria mudar algo realmente, em vez de ficar apenas lendo a respeito das estatísticas, que mostram milhares de mulheres
estrangeiras na Dinamarca sem uma rede de contatos e sem chance de usar suas habilidades profissionais. Eu quis ajudar uma pessoa”, revela Fredensborg.

Modelo de integração

Juntas, Madeiros e Fredensborg criaram o Programa de Aconselhamento para Mulheres.
Segundo Elisabeth Moeller Jensen, diretora da Biblioteca Feminina Kvinfo (Centro Dinamarquês para Informação sobre Gênero, Igualdade e Etnia), o modelo, hoje bem-sucedido, surgiu por acaso. “Minha explicação para o grande sucesso do Kvinfo está na forte discussão sobre imigração e integração na Dinamarca. Como em muitos outros países europeus,


esse debate foi decisivo nas últimas três eleições. A população dinamarquesa é completamente dividida quando o assunto é a forma como os imigrantes devem ser tratados”, diz Moeller.
Uma das discussões sobre integração no Kvinfo deu origem à ideia de criação de
uma rede de aconselhamento. Depois de uma troca de e-mails com as usuárias, a ressonância foi impressionante. Nesse ínterim, milhares de mulheres dinamarqueses já se registraram como mentoras número superior a programas semelhantes em outros países.
“Com a nova legislação, tornou-se muito difícil obter a cidadania dinamarquesa. Muitas mulheres querem algumas mudanças nessa política. E elas se perguntam: como posso contribuir pessoalmente para ajudar as imigrantes?”

Sinal positivo

Moeller Jensen acredita que muitas especialistas se registraram como mentoras junto ao Kvinfo na tentativa de dar um sinal positivo a essas estrangeiras. Além disso, a organização preocupa-se em indicar estrangeiras. mentoras a estrangeiras que tenham experiência profissional e metas semelhantes. Assim como em muitos países, também na Dinamarca a maioria dos trabalhos aparece por meio de redes de contatos pessoais.
Através de relações pessoais entre mentoras e aprendizes, toda uma rede de contatos se abre para as imigrantes. “Embora tenhamos outros critérios, nossos resultados podem ser comparados aos de outras organizações profissionais. Cerca de 25%¨das mulhere
que têm mentoras acabaram encontrando trabalho. Essa é uma boa média, tomando por base outros projetos dos quais já ouvi falar”, diz Jensen.
Com a ajuda de sua mentora Eva Maria Fredensborg, Antonietta Madeiros também conseguiu estabelecer contato com editoras de livros e autores interessados em suas ilustrações. Hoje, a designer boliviana ainda não pode viver completamente do seu trabalho, mas seus novos contatos profissionais a ajudaram a renovar não só sua auto-estima, como também seu traço, que se tornou compreensível também para as crianças
dinamarquesas.

Governo conservador francês apresenta lei que endurece política migratória

PARIS — O governo conservador francês apresentou nesta terça-feira na Câmara dos Deputados uma nova e polêmica lei de imigração que facilitará a expulsão de estrangeiros em situação irregular, incluindo da UE, e retirará a nacionalidade francesa de criminosos de origem estrangeira.
"Estas medidas de luta contra a imigração ilegal são a condição para que o imigrante legal seja integrado", afirmou diante de uma câmara quase deserta o ministro francês de Imigração e da Identidade Nacional, Eric Besson.
O projeto, que Besson havia apresentado horas antes ao bloco da governista União para um Movimento Popular (UMP, direita), retoma as medidas do chamado "discurso de Grenoble" do presidente francês Nicolas Sarkozy feito no final de julho, que marcou um endurecimento do discurso oficial em imigração e segurança, ao ligar diretamente criminalidade e nacionalidade.
Como propôs Sarkozy, a iniciativa contempla a possibilidade de retirar a cidadania francesa de pessoas de origem estrangeira que tenham sido naturalizadas há menos de dez anos e atentem contra um agente das forças de segurança ou um representante da autoridade pública, de um juiz até um bombeiro.
Atualmente, a nacionalidade francesa --que cerca de 100.000 pessoas obtêm todo ano-- pode ser retirada por uma condenação por crimes de terrorismo e contra a segurança do Estado.
Diversas entidades rejeitaram a criação de uma "hierarquia entre franceses de acordo com sua origem" ou, como afirmam alguns, "entre franceses de nascimento e franceses de papel".
O próprio Besson declarou pouco antes em um diálogo com leitores do jornal Le Parisien que ficaria "muito feliz" se seu ministério pudesse "fabricar bons franceses".
O dispositivo, que integra normas europeias e chega ao Parlamento semanas depois da polêmica entre as autoridades francesas e da União Europeia sobre a expulsão de ciganos de origem romena ou búlgara "para garantir a segurança pública", segundo o próprio Sarkozy, prevê a expulsão de estrangeiros que abusarem do direito de estadia, inclusive para os europeus.
Este novo projeto de lei de imigração, o quinto em sete anos, restringe também as condições de estadia em território francês.
O texto aumenta de 32 para 45 dias o tempo de retenção de estrangeiros antes de sua expulsão, uma medida que, segundo organismos de defesa dos Direitos Humanos e dos imigrantes facilita a expulsão e compromete os direitos.
O texto inclui também a luta contra os casamentos em branco (de conveniência), que inclui uma condenação a sete anos de prisão e 30.000 euros de multa, e a limitação de permanência na França dos estrangeiros com problemas de saúde que representem "uma carga" para o sistema público de saúde.
A iniciativa deve ser aprovada sem problemas na Câmara Baixa dentro de uma semana onde a UMP tem maioria. Depois irá para o Senado, onde os debates serão mais agitados

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Bolivianos pagam para não apanhar em escola estadual

Alunos imigrantes da escola estadual Padre Anchieta no Brás(região central de
São Paulo), pagam "pedágio" aos brasileiros para não apanhar fora da unidade.
A compra da "segurança" foi revelada à Folha por alunos e docentes. A própria direção
da unidade confirma. Para se sentirem seguros, os estrangeiros, principalmentebolivianos, pagam lanches na cantina ou dão aos brasileiros o que têm nos bolsos, mesmo que seja R$1
"Caso contrário, apanham do lado de fora da escola", diz Mário Roberto Queiroz, 49, professor de história e mediador -função criada pela Secretaria da Educação para trabalhar junto à comunidade escolar questões como atos de vandalismo, discriminação e violência.
Um aluno e um ex-aluno da escola, ambos de 16 anos afirmam que os casos ocorrem pelo menos desde 2008 "Eles pedem R$1 ou R$2.Entreguei três vezes. Na quarta , apanhei", conta um deles, que está há 14 anos no Brasil A situação preocupa os pais. O boliviano José Alanaco,
costureiro, prefere levar a filha de 15 anos à escola todos os dias a deixá-Ia ir sozinha. "Tenho medo do que pode acontecer."

DIVERSIDADE

Na Padre Anchieta há 2.421 alunos nos ensinos fundamental e médio. Metade é de imigrantes ou filhos de estrangeiros, diz a direção. Além de bolivianos (a maior parte), há paraguaios ,peruanos, chineses, coreanos, angolanos e nigerianos. Segundo a diretora Maria Luiza Villamar, os bolivianos são os mais discriminados. "Chineses e coreanos têm uma condição financeira melhor, e os africanos fazem a própria segurança andando em grupos", explica.

Maria Luiza diz que todos os casos de violência envolvendo alunos são combatidos e também tratados da mesma forma. "Não separamos as ocorrências para não discriminar os imigrantes:"

Para Quézia Bombonatto, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia, os casos de discriminação mostram falha no processo pedagógico da escola. ''A instituição deve discutir
mais a diversidade e a tolerância, principalmente devido ao grande contingente de alunos imigrantes", diz.

COMISSÃO

Em nota, a Secretaria de Estado da Educação informou que uma comissão de supervisores será enviada à escola para analisar os casos de discriminação. A pasta afirmou que, se for constatada omissão da direção, haverá punições. A Embaixada da Bolívia estima que haja aproximadamente 120 mil bolivianos no Brasil, entre regulares e clandestinos. Segundo o MEC
(Ministérioda Educação), em 2009 havia 38.046 imigrantes nas escolas brasileiras de educação básica.

Reino Unido vai dificultar visto estudantil para conter ilegais

Depois de fechar o cerco contra trabalhadores e mesmo refugiados, o governo do Reino Unido vai agora dificultar a entrada de estudantes estrangeiros no pais. No dia 16, o governo britânico revelou um novo estudo que mostra que 20% dos 180 mil estudantes que receberam vistos para o Reino Unido em 2004 nunca retornaram a seus países de origem e ainda vivem nas cidades britânicas.
O endurecimento das políticas de imigração faz parte de todos os governos na Europa, principalmente diante da crise econômica e do desemprego. No Reino Unido, porém, o governo conservador foi eleito com base em sua campanha de limitar a entrada de estrangeiros. Nas últimas semanas, Londres já anunciou novas cotas para profissionais estrangeiros e novos critérios para a imposição de vistos.
Na semana passada, foi a vez de o ministro de imigração, Damian Green, propor outras regras para a concessão de vistos para estudantes não-europeus. Para ele, os atuais números de entrada de estudantes são 'insustentáveis'. A meta de Green é de que apenas 'os melhores e mais brilhantes estrangeiros' recebam o direito de cursar faculdades no Reino Unido e trabalhar. Para Green, o sistema educacional no país tem sido abusado por estrangeiros que se aproveitariam do visto de estudante para permanecer no Reino Unido mesmo depois de terem concluído os cursos. 'Precisamos de controles de imigração mais inteligentes', disse, lembrando que o maior número de vistos dados no exterior foi justamente para estudantes. Entre meados de 2009 e 2010, o número de vistos concedidos para estudantes foi de 307 mil.
O governo vai iniciar uma ampla reforma das políticas de imigração, começando justamente pelos vistos dados aos estudantes. Segundo uma pesquisa realizada pelo governo, essa seria uma das vias mais utilizadas por estrangeiros para obter sucesso no mercado inglês.
Investigação. Outro esforço da reforma será a de entender como estrangeiros têm facilmente trocado vistos temporários por autorizações de trabalho e vistos permanentes. Green acredita que apenas colocar um teto no número de estrangeiros aceitos por ano no mercado de trabalho não resolverá o que ele chama de 'problema'.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Programa Latinoamerica no ar


Esta semana contou com a presença de Paulo Illes do Centro de Apoio ao Imigrante (Cami). Nina Mark da França e Assam Ba de Senegal da Ong Comite Catolico de Combate a Fome e Desenvolvimento(CCFD). No programa, foram abordados os temas o direito ao voto como fator de integraçao de cidadania plena ,bem como a participação na vida polìtica do pais o direito de votar e ser votado, sentir-se representado é de muita importância, diante da necessidade de se colocar em pauta demandas especificas, como a efetivaçâo de políticas públicas de inclusão da populaçâo imigrante e no dia mundial do imigrante a marcha que será realizada em dezembro na cidade de São Paulo o lema e Direito ao Voto e esta causa tem apoio de sindicatos e sociedade civil .
Nina Mark fala sobre o trabalho que realizam na frança com os imigrantes, esta Ong CCFD tem 40 anos de existência, onde desenvolvem especialmente a integração dos imigrantes da África , Marrocos e Argélia , Como iniciatiava de orientaçao socio economica ,economia solidaria , Oficinas de reciclagem,
neste caminhar o mais importante, é a construção de alternativa para a integraçao da população imigrante ,ela fala sobre a declaração do bispos franceses em vista da lei de imigração que sera apresentada esta semana, e a importancia de que o estado possa regulamentar os fluxos migratórios, nesta entrevista, Assane Ba, fala da importancia neste tema como tambem ele coloca o que vai ser discutido no Forum Social das Migraçoes que será realizado no Ecuador (Quito) entre os dias 04 a 08 de outubro de 2010, onde 0 tema é “Povos em Movimento pela Cidadania “,este forum tera 4 eixos temáticos que abordam os desafios da migraçao em âmbito mundial, crises globais e fluxos migratórios, direitos humanos e migrações, diversidades, convivencia e
transformaçoes socioculturais novas formas de escravidao, servidâo e exploração humana.
Paulo ,Nina e Assam ,estarão no forum social das migrações.

Em 30 anos, Brasil será um país "adulto e maduro", diz presidente do IBGE

A redução da taxa de fecundidade para 1,94 filho por mulher; o envelhecimento da população, cuja expectativa de vida atualmente é de 73,1 anos; e a imigração de estrangeiros para o Brasil na última década podem fazer com que, em trinta anos, a população brasileira deixe de ser jovem e passe a ser considerada madura. A previsão é do presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eduardo Pereira Nunes, que apresentou hoje (27) dados preliminares do Censo 2010.

"Mantidas as condições atuais de fecundidade, de mortalidade e de movimento migratório [estrangeiros vindo morar no Brasil e de brasileiros saindo do país], o Brasil será um país adulto e maduro em 2040, quando a proporção da população envelhecida será muito elevada".

Embora o Brasil seja um país jovem, o Censo 2010 está mostrando que, nos últimos dez anos, o topo da pirâmide etária está se alargando. Entre 2000 e 2010 diminui de 65% para 58% o percentual de pessoas com até 34 anos. Entre os mais novos (com até 4 anos de idade) o índice caiu de 9,64% para 7,17%. Já no segmento dos mais velhos, brasileiros com 100 anos ou mais, o percentual não variou (0,01%), mas em números absolutos, a população idosa passou de 14 mil para 17 mil pessoas. "O Censo entrevistou 153 milhões de brasileiros. Faltam cerca de 40 milhões e já temos 17 mil com mais de 100 anos. Certamente, muitos mais serão identificadas com 95 anos ou mais", disse o presidente do IBGE.

Ainda não é possível afirmar quais os fatores que estão permitindo a essas pessoas viver mais. Porém, segundo Pereira Nunes, há indicativos de que estejam ligados à urbanização das cidades e ao "impacto do avanço da medicina", com destaque para as campanhas de vacinação infantil adotadas no país desde a década de 1960.

De acordo com o IBGE, cerca de 80% da população brasileira foram recenseadas desde 1º de agosto. O IBGE já somou, até agora, 153 milhões de pessoas, número que deve chegar a 192 milhões no final do processo. Foram visitados 57 milhões dos 58 milhões de domicílios no país.

O processo é mais lento na Região Norte, onde são grandes as distâncias e o trabalho de recenseamento da população indígena é mais trabalhoso. No Nordeste, o IBGE relata problemas com a estiagem, que dificulta o deslocamento dos pesquisadores que dependem da navegação fluvial. Na Paraíba e no Tocantins, por outro lado, a pesquisa deve terminar antes do prazo final, 31 de outubro.

Ainda segundo balanço divulgado nesta segunda-feira, cerca de 25 mil pessoas optaram por responder a pesquisa pela internet em vez de esperar a visita de um profissional do IBGE. O instituto também informou que voltará a pelo menos 600 mil domicílios para checar os dados apurados

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Manifestação na Bélgica contra política de imigração

Sob o lema “Ninguém é ilegal”, dezenas de pessoas manifestaram-se este domingo às portas de um centro de detenção próximo do aeroporto de Bruxelas, para onde são enviados imigrantes à espera de repatriamento.
O protesto denúncia as políticas de imigração na Bélgica e na Europa, como explica Oscar Flores, um dos organizadores: “Estamo-nos a manifestar contra este centro de detenção, contra as políticas de imigração belgas e europeias, que privam as pessoas de liberdade só porque não estão em consonância com a administração. Não ter papéis não é um crime. Só por causa disso, não precisamos trancar as pessoas, mas aqui fazem isso mesmo com famílias e crianças”.
Com fortes medidas de segurança, os protestos decorreram sob o olhar atento da polícia e de vários helicópteros.
As associações que convocaram a manifestação anunciaram que na próxima semana saem às ruas de Bruxelas para contestar as políticas de imigração europeias

Dois por dia escolhem o Canadá como lar

Os brasileiros nunca viajaram tanto para o exterior e isso não é novidade para ninguém. A novidade é que nunca viajaram tanto para o Canadá, o gigante até então desconhecido para aqueles com destino a países anglófonos. De 2000 a 2007, mais de 375 mil brasileiros entraram no Canadá - 8,2 mil como imigrantes (mais de dois por dia).
Segundo dados do departamento de imigração canadense, comparando-se os anos de 1999 e 2008, a imigração de brasileiros para aquele país aumentou em 330%.
De 1999 para cá, 12 mil brasileiros emigraram para o Canadá - 2 mil somente entre janeiro e setembro de 2009, o equivalente ao total de emigrações em 2008. Pode parecer pouco, mas o número representa apenas os que saem do Brasil já como emigrantes. Não entram aí aqueles com vistos de estudante, de trabalho ou de visitante que, uma vez no Canadá, resolvem ficar ilegais. Vistos como esses somaram mais de 400 mil nos últimos dez anos.
O endurecimento na política de concessão de vistos dos Estados Unidos após os atentados do 11 de setembro de 2001, o alto custo de passagens aéreas para países europeus e Austrália e a propaganda, por parte de agências de viagens, de um Canadá acessível, com excelente educação e qualidade de vida (e vizinho dos Estados Unidos), contribuíram para o aumento do interesse dos brasileiros pelo país.
Aliados a esses fatores está a agressiva política de imigração do Canadá, que vai na contramão de países desenvolvidos, como Inglaterra e França.

domingo, 26 de setembro de 2010

OS APÁTRIDAS

Pe. Alfredo J. Gonçalves, CS
De alguma forma, somos todos apátridas. Experimentamos no corpo e na alma a condição de estrangeiros na face da terra, a caminho de uma pátria definitiva. Órfãos de um paraíso perdido ou protagonistas de um reino a ser construído, seguimos a passos titubeantes em permanentes avanços e recuos. Errantes por caminhos nem sempre conhecidos e quase sempre inóspitos, às vezes prevalece a saudade do passado, outras vezes a ansiedade do futuro.
Mas essa condição de apátridas é infinitamente mais pungente naqueles que, pelos mais diversos motivos, se vêem forçados a deixar o solo onde estão enterrados seus antepassados, e aventurar-se por uma terra estrangeira. Emigrantes e imigrantes, refugiados, deportados e exilados, itinerantes e ciganos, marítimos e trabalhadores dos caminhos, entre tantos outros. Uma pequena parte sofre o golpe da separação ou da despedida, mas lentamente logra recuperar-se e restabelecer a própria dignidade. Com o passar do tempo, adquire meios para desfrutar uma razoável cidadania. Poderíamos chamá-los de vencedores!
A grande maioria, entretanto, após o primeiro golpe, segue vítima de outros cada vez mais graves, especialmente quando se vê necessitada de documentação, trabalho, habitação, escola para os filhos, saúde, etc. Sem papéis, em situação irregular, é tida como população imigrante, anônima, clandestina – não raro vulnerável a todo tipo de exploração e a uma política de criminalização. Mais do que derrotados, em geral não tiveram maiores oportunidades.
Pior ainda é a sorte dos que ficam pelo caminho. Entre o pólo de origem e o pólo de destino, são inúmeras as barreiras que se levantam a quem resolve migrar. Não conseguindo vencê-las boa parte perece, por exemplo, nos desertos inóspitos dos Estados Unidos, nas florestas selvagens da África, nas ondas bravias do mar Mediterrâneo ou do Caribe, nas travessias perigosas da Ásia. Ou então se quedam em países considerados como lugares de trânsito. Nesta perspectiva, os 72 assassinados em San Fernando , estado de Tamaulipas, México, representam uma pequena amostra dos milhões de mártires sem rosto, sem nome e sem família, que tombam pelos caminhos árduos da emigração/imigração.
Uma retrospectiva às chamadas migrações históricas, na segunda metade do século XIX e primeiras décadas do século XX, mostra que elas seguiam um curso mais ou menos ordenado, com origem e destino previamente determinado, e com fins a uma instalação definitiva. Os imigrantes atravessavam os mares para estabelecer-se em no novo continente e aí cultivar a terra, erguer cidades e criar suas famílias. Hoje, em sua grande maioria, os deslocamentos migratórios são antes movimentos repetidos e erráticos, muitas vezes desordenados, motivados pela fuga da pobreza, da miséria e da fome, das catástrofes “naturais”, dos conflitos armados, e assim por diante. Fuga que nem sempre se converte em busca!
As migrações hodiernas são, ao mesmo tempo, mais intensas, contadas em centenas de milhões de pessoas que se deslocam em todas as partes do mundo; mais diversificadas, envolvendo novos povos, nações e culturas; e mais complexas, onde as rotas se cruzam e recruzam com maior freqüência. Longe de se estabelecerem de forma definitiva, as pessoas tendem a seguir migrando, uma, duas, três ou mais vezes. É um vaivém circular ou pendular, temporal e periódico, em busca de oportunidades de trabalho ou de uma sobrevivência que se revela cada vez mais precária. Um exército de trabalhadores, estimados em mais de 500 milhões, girando ao sabor dos ventos da economia.
Os vôos curtos, da zona rural para a zona urbana, podem ser seguidos de vôos médios, em direção à capital do próprio país ou à capital do país vizinho. Em muitos casos, ambos constituem etapas para vôos mais longos e arriscados, com fôlego para atravessar oceanos e continentes e que, em numerosos casos, escravizam os migrantes a uma dívida impagável. É difícil o país que atualmente não esteja marcado pela migração, como lugar de origem, de trânsito ou de destino, ou tudo isso combinado.
Outra característica do fenômeno migratório é que, no passado mais ou menos remoto, a mobilidade geográfica era, com freqüência, sinônimo de mobilidade social. Migrar era correr ao encontro de um futuro mais promissor. A migração costuma abrir veredas para carreiras insuspeitadas. A ousadia de deixar a terra, a família e os amigos, temperada pela coragem, abrigava normalmente uma promessa de vida nova. Hoje em dia, ao contrário, em suas idas e vindas, os migrantes tendem antes a descer no nível social. Partir pode representar não um ganho, mas uma queda progressiva e sem volta. Se em algumas décadas atrás a migração podia simbolizar um trampolim para a ascensão social, atualmente não é raro que ela inicie um processo de descida para o “fundo do poço”, ou seja, para os porões mais sórdidos e ocultos da sociedade.
Felizes daqueles que, em tais casos, ainda conseguem retornar à família e ao próprio país. Grande parte não dispõe de meios para isso, enquanto muitos consideram vexatório um regresso com os bolsos vazios. A vergonha pode mantê-los ocultos da própria família por longos meses ou anos. A migração, que se apresentava como uma luz no fim do túnel para uma porção de jovens sadios e cheios de energia, muitas vezes termina em becos sem saída. Os sonhos e esperanças se estilhaçam contra os muros da fronteira ou contra as crises econômicas, restando apenas os escombros de um amargo pesadelo. Pesadelo de desemprego e subemprego, de perseguição policial, da disputa entre as gangues do tráfico, da prisão e até da morte.
Resulta que, no cenário do fenômeno migratório, a cada movimento pode aprofundar-se a condição de apátrida. Apátridas nos países de destino, porque falam outra língua, têm outros costumes e vêem “roubar” o trabalho dos nativos; apátridas nos países de trânsito, porque causam perturbações, podem ser portadores de droga, sempre intrusos e indesejados; apátridas nos países de origem, porque desde o momento que partiram já são considerados estrangeiros. Pátria aqui equivale a dispor de um mínimo de condições de vida para manter a própria dignidade de ser humano. Os apátridas o são na medida em que, vítimas das crises econômicas, dos traficantes de seres humanos, da exploração trabalhista e sexual e de tantas outras armadilhas, se tornam incapazes de garantir uma cidadania digna e justa.
Na saída e na chegada, cá e lá, carregam o estigma de apátridas. Mas também, ao romper fronteiras, contribuem para a idéia de uma pátria desvinculada de um Estado. Uma pátria acima das leis e dos limites territoriais da nação. Uma pátria universal.

Inmigrantes extracomunitarios pueden votar em España

Ya queda menos para que los inmigrantes extracomunitarios puedan votar por primera vez en las elecciones municipales españolas. La cita será el 22 de mayo de 2011, dentro de ocho meses. Los pertenecientes a países de la UE pueden votar en las elecciones municipales (y también en las europeas, que seguirán vetadas para los extracomunitarios, igual que las generales y las autonómicas) desde 1992, cuando la Constitución fue reformada en este sentido como consecuencia del Tratado de Maastricht.
El Gobierno calcula que serán unos 650.000 los inmigrantes extracomunitarios que podrán ejercer su derecho al voto el próximo año, y es que no podrán votar todos, sino sólo los naturales de los países que hayan firmado con España un convenio de reciprocidad por el que los españoles que residen en ellos también puedan votar en las elecciones locales que se desarrollen allí, siempre y cuando ese convenio haya entrado en vigor.
La relación de países con acuerdos establecidos en vigor incluye a siete, cinco de ellos latinoamericanos: Ecuador, Colombia, Chile, Paraguay y Perú. Los otros dos son Nueva Zelanda y Noruega, el primer país en firmar el acuerdo, en 1991. Hay otros ocho países con los que España ha suscrito también los correspondientes convenios sin que hayan entrado todavía en vigor por diferentes motivos, entre ellos tres latinoamericanos: Bolivia, Argentina y Uruguay. Los otros cinco son Trinidad y Tobago, Cabo Verde, Burkina Faso, Corea del Sur e Islandia. El convenio con Venezuela está en fase de negociación. Si el día de las elecciones estos acuerdos han entrado en vigor, los nacionales de estos países también podrán votar. Si no, tendrán que esperar otros cuatro años por lo menos.
Según la Orden del Gobierno español que detalla el correspondiente mecanismo, para que un inmigrante extracomunitario pueda votar en las elecciones municipales, además de ser ciudadano de uno de los países que tengan acuerdo de reciprocidad con España, debe cumplir los siguientes requisitos: ser mayor de 18 años, estar en posesión de la autorización de residencia en España, haber residido legalmente en España cinco años antes de la solicitud (en el caso de los noruegos, sólo tres) y estar inscrito en el padrón municipal de habitantes y en el censo electoral de extranjeros residentes en España para las elecciones municipales.
También podrán solicitar la inscripción los menores de edad que en el momento de formular la inscripción hayan cumplido 17 años y cumplan con el resto de los requisitoso, a fin de incorporarlos a las listas electorales en caso de que el día de la votación hayan alcanzado los 18.
La inscripción en el censo no es permanente, por lo que es necesario que se haga en cada proceso electoral. El plazo para hacerlo se abrirá el 1 de diciembre de 2010 y se cerrará el 15 de enero de 2011. En las siguientes elecciones municipales (en 2015) se abrirá otro proceso de solicitudes. La Orden establece que la Oficina del Censo Electoral (OCE) remitirá una comunicación, en los meses previos a la convocatoria de las elecciones, a los extranjeros residentes en España que reúnan las condiciones exigidas. El inmigrante al que le llegue una carta de la OCE y tenga su tarjeta de residencia en vigor, sólo tiene que comprobar que sus datos son correctos y remitirlos en el propio sobre que ellos le mandarán. No necesitará sello.
Si no le llega la carta y cumple los requisitos, puede recoger el impreso necesario en su ayuntamiento y presentarlo allí mismo junto a la fotocopia de la tarjeta de identidad de extranjero o al certificado de la Policía para acreditar los requisitos de mayoría de edad y del tiempo de residencia legal e ininterrumpida en España junto a su certificado de empadronamiento. Los ayuntamientos remitirán la solicitud a la Delegación Provincial de la Oficina del Censo Electoral correspondiente a su provincia.
Se espera una alta participación de los ecuatorianos
Mientras se espera que el proceso comience, muchos inmigrantes ya se preparan para poder participar por primera vez en unas elecciones en España. Tal es el caso de Jaqueline Pulupa, directiva de la Asociación Cultural Ecuatoriana Puriccuna, con sede en Madrid, quien comenta: “Yo todavía no tengo nacionalidad, pero tengo mi tercera tarjeta de residencia. Creo que habrá una participación importante del colectivo de ecuatorianos en las próximas elecciones, ya que muchos tienen nacionalidad o residencia permanente. Pero creo que lo más importante será que los inmigrantes puedan también acceder a cargos públicos que les permitan atender a las necesidades reales del colectivo de extranjeros. Nosotros, desde Puriccuna, estamos alentando a la gente a que participe. Sólo espero que haya perfiles adecuados, más allá de los partidos por los que se presenten, y que trabajen para atender esas necesidades”.
Álvaro Zuleta Cortés, director de la Asociación Sociocultural y de Cooperación al Desarrollo por Colombia e Iberoamérica (Aculco), explicó a Latinoamérica Exterior que, “por el momento”, no han visto desde la entidad “mucho interés en los partidos políticos por la captación de los votos de los inmigrantes. Y esto es importante tanto para los partidos mayoritarios, el PSOE y el PP, como para los minoritarios. Tampoco hemos visto ese interés en los partidos catalanes, con los que hemos estado en contacto”, señaló.
Asimismo, Zuleta destacó la falta de “una campaña de sensibilización que dé a conocer de primera mano entre los inmigrantes los programas de los partidos políticos, y esto así se los hemos manifestado a los líderes con los que hemos hablado. Se necesita que los inmigrantes conozcan los programas y que entiendan cuál de los partidos cuenta con las mejores propuestas, tanto en acogida como en participación ciudadana, para sus intereses. Nosotros, desde Aculco, estamos dispuestos a colaborar para que esos programas lleguen a los inmigrantes para que puedan participar con mejor conocimiento”.
Andriyan Ninavia, presidente de la Casa de Bolivia en Cataluña, por su parte comentó que el colectivo boliviano está “muy entusiasmado y tiene mucha expectativa” ante la posibilidad de participar en las próximas elecciones municipales. “Ya que vivimos aquí, ahora podemos decidir y aportar. Esto es fundamental y básico. Hay cosas que nos interesa poder decidir, como cuál será el próximo alcalde. Esperemos que poco a poco también podamos tener la posibilidad de participar en las generales

sábado, 25 de setembro de 2010

Ultradireita xenófoba cada vez avança mais na Europa

BRUXELAS — A entrada da ultradireita no Parlamento sueco confirma o auge dos partidos populistas, xenófobos ou nacionalistas na Europa, que saíram reforçados da crise econômica, com um discurso que ataca sobretudo o multiculturalismo e o islã.
As eleições legislativas de domingo no país escandinavo abriram pela primeira vez a porta do Parlamento aos radicais Democratas da Suécia (DS), com 5,7% dos votos, um êxito eleitoral após os dos xenófobos na Holanda em junho e na Hungria em abril.
O líder da aliança dos movimentos de ultradireita europeia no Europarlamento, Bruno Gollnisch, celebrou o resultado.
"Espero que aconteça o mesmo em outros países, na Europa e inclusive fora da Europa", afirmou o francês.
No mapa europeu, a ultradireita também está presente no governo italiano de Silvio Berlusconi e nos Parlamentos da Áustria, Bulgária, Letônia e Eslováquia.
A crise econômica que afeta o velho continente explica parcialmente o avanço destes partidos.
"A ideologia da ultradireita está fundada na promoção de um nacionalismo que defende a primazia do marco nacional e a homogeneidade cultural", destaca Magali Balent, da Fundação Robert Schuman.
O multiculturalismo em geral e o islã em particular se transformaram com frequência em bodes expiatórios, especialmente após os atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.
Os Democratas da Suécia conseguiram um excelente resultado eleitoral após uma campanha na qual utilizaram um polêmico anúncio de TV - que acabou censurado -, que mostrava um grupo de mulheres muçulmanas vestidas com a burca ultrapassando uma idosa de muletas em uma corrida simbólica para receber os subsídios do governo, diante das opções "imigração" ou "pensões".
Em outros países, alguns governos estão adotando políticas de ultradireita de olho nas urnas, conscientes da rentabilidade eleitoral do discurso xenófobo ou nacionalista em tempos de crise e temor pelo futuro, opinam os analistas.
"É a versão europeia do movimento Tea Party, uma resposta muito reacionária à crise", declara Fabrice Pothier, diretor do 'think-tank' Carnegie Europe, em referência à ala ultraconservadora americana, que avança com força antes das eleições legislativas de novembro.
Neste contexto, a comunidade muçulmana tem sido objeto de várias decisões políticas na Europa como a proibição do uso da burca nos espaços públicos aprovada pelo governo conservador francês, uma legislação que a extrema-direita de Berlusconi pretende imitar na Itália.
Mas o discurso anti-imigração dos partidos de ultradireita e de alguns governos conservadores no poder na Europa esbarra com o paradoxo no momento de contrastar ideias com números.
O repúdio aos imigrantes é palpável, apesar de muitas vezes o número de estrangeiros ser relativamente pequeno. Na Finlândia, por exemplo, a ultradireita recebeu mais de 10% dos votos nas eleições de junho, apesar do país nórdico ter apenas 2,7% de população imigrante.
O número de imigrantes ilegais na Europa está em queda, com uma redução de 36% nos três primeiros meses do ano na comparação com o último trimestre de 2009, segundo a agência europeia Frontex.
As imagens de centenas de imigrantes desembarcando na Europa também perderam o impacto: 3.300 pessoas foram interceptadas nas costas do continente entre janeiro e março, contra 33.000 no primeiro trimestre de 2008.
"Os políticos afirmam que a Europa está sendo invadida, mas se você olhar para as estatísticas percebe que não é correto", explica Sergio Carrera, do Centro de Estudos de Política Europeia em Bruxelas.
Carrera cita como exemplo as controversas expulsões de ciganos na França, onde vivem apenas poucos milhares de pessoas desta comunidade em um país de 63 milhões de habitantes.

Fórum Social Mundial das Migrações: Povos em movimento pela cidadania universal

A quarta edição do FSMM, que acontece de 8 a 12 de outubro, em Quito, capital do Equador, pretende reunir 3.500 pessoas de 90 países para discutirem assuntos em torno do lema: Povos em movimento pela cidadania universal. Estes estarão estruturados nos quatro eixos temáticos que abordam os desafios da migração em âmbito mundial:

1) Crises globais e fluxos migratórios
2) Direitos humanos e Migração
3) Diversidades, convivência e transformações socioculturais
4) Novas formas de escravidão, servidão e exploração humana.

Além deles, os transversais:

1) Gênero
2) Etnicidade
3) Religiosidade
4) Interculturalidade
5) Geracional

As atividades do Fórum acontecerão na Casa da Cultura Equatoriana, na Pontifícia Universidade Católica do Equador (PUCE), na Universidade Politécnica Salesiana (UPS) e na Escola Politécnica Nacional (EPN). A abertura será feita por Stephen Castles (Diretor Associado do Instituto Internacional de Migração, da Universidade de Oxford e professor na Universidade de Sydney, na Austrália), Aurora Javate de Deus (Líder filipina pelos direitos da mulher e presidente da Coalizão Contra o Tráfico de Mulheres da Ásia-Pacífico), Rufino Domínguez Santos (Líder indígena de Oaxaca e coordenador do Centro Binacional de Desenvolvimento Indígena de Oaxaca).

O Fórum concluirá suas atividades em 12 de outubro junto com o V Congresso Mundial da Via Campesina. Ainda em 11 e 12, o município de Quito realizará o II Fórum de Autoridades Locais Cidades Abertas para discutir também as questões de migração com enfoque nos direitos humanos. As autoridades locais receberão uma delegação da Assembleia dos Movimentos Sociais do FSMM.

O FSMM vem incidindo também sobre as políticas públicas. Participou das discussões do Plano de Migração e Comunicação para o Desenvolvimento (PMCD) por meio da Secretaria Técnica do Fórum e a Comissão Nacional Preparatória integrada por diversas organizações da sociedade civil do Equador, como CORAPE, FLACSO, ALER, fé e alegria, entre outras.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Las remesas de los paraguayos sostienen al país

Argentina, Estados Unidos y España son los principales destinos de los paraguayos para contribuir a la economía familiar, que en las últimas décadas se ha constituido en el principal factor de migración.
En 1947, a consecuencia de la guerra civil ocurrida en el país, se dio la primera gran salida de paraguayos con destino a Argentina.
Años después, el motivo fue la dictadura de Alfredo Stroessner (1954-1989) haciendo hoy de Buenos Aires la segunda ciudad con más paraguayos, luego de Asunción, según una investigación del argentino Gerardo Halpern.
El factor económico es el principal motivo de desplazamiento al exterior y, según las estadísticas, la mujer es la que ha tenido que dejar la casa por tener más oportunidades de empleo.
Pese a la crisis internacional, en los primeros meses de este año hubo un incremento del 32 por ciento en las remesas recibidas en el país.
Según un informe del Banco Central del Paraguay (BCP), las remesas enviadas por los paraguayos sumaron 131 millones de dólares, que significan un 32 por ciento más en comparación al año pasado.
Y es desde España de donde llega la mayor cantidad.
El BCP informó que sólo en junio de este año llegaron 12 millones de dólares desde España, un 42 por ciento más que en junio del 2009.
No así lo enviado desde Estados Unidos, que sufrió una disminución del 13 por ciento respecto a junio de 2009.
En cambio las remesas desde Argentina, como las de España, tuvieron un aumento considerable: 130 por ciento más que el año pasado.
Pese a no estar en la tierra en que nacieron, los migrantes paraguayos se han convertido en factor importante para la economía del país, pues enviando dinero a sus familiares contribuyen con el movimiento financiero.

DECLARAÇÃO DOS BISPOS FRANCESES EM VISTA DA LEI DE IMIGRAÇÃO

Neste mês de setembro, será apresentado, na Assembléia Nacional Francesa, o projeto de lei sobre a imigração, proposto pelo ministro da Imigração, Integração, Identidade Nacional e Desenvolvimento Solidário, Eric Besson. Em vista desse acontecimento, os bispos da Comissão para a Missão Universal da Igreja na França fizeram uma declaração sobre os pontos a que, no projeto, consideram importante dar atenção.

Como se lê no documento, o Estado deve regulamentar os fluxos migratórios pensando no bem comum. No que concerne a essa questão, os prelados ressaltam que "a família é a célula base da sociedade e, para os migrantes, ela desempenha um papel essencial na inserção dos mesmos, por isso, ela deve ser preservada".

Os bispos lembram ainda, que o direito de asilo sempre foi defendido pela Igreja e que as medidas que tendem a diminuir o suporte ou as garantias desse tipo de procedimento são inaceitáveis. Reafirmam a importância de dar a palavra a quem está privado de suas liberdades, e ressaltam a importância da ajuda humanitária aos migrantes em dificuldades.

No texto, os prelados afirmam que "seria lamentável que o país contribuísse para o fenômeno da "fuga de cérebros", e recordam que muitos são os migrantes que contribuem com o país através de seu trabalho, energia e honradez".

Finalizando, a comissão manifesta seu reconhecimento e seu apoio a todos os que ajudam os migrantes desinteressadamente. (ED)

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Imigração: Parlasul vai acompanhar situação de emigrantes

De acordo com o Itamaraty, cerca de 3 milhões de brasileiros, legais e ilegais, vivem atualmente no exterior.
O Parlamento do MercosulBloco econômico formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, com o objetivo de criar um mercado comum com livre circulação de bens e serviços, adotar uma política externa comum e harmonizar legislações nacionais, tendo em vista uma maior integração. A adesão da Venezuela ao Mercosul já foi aprovada por Brasil, Argentina e Uruguai mas ainda precisa ser aprovada pelo Paraguai. Chile, Bolívia, Peru, Colômbia e Equador são países associados, ou seja, podem participar como convidados de reuniões do bloco. (Parlasul) estuda a criação de uma comissão permanente para acompanhar a situação dos emigrantes nascidos em países do bloco.
Casos recentes, como o assassinato de 72 pessoas no México, supostamente migrantes ilegais rumo aos Estados Unidos, e a descoberta de uma rede de exploração sexual de homens na Espanha, chamaram a atenção das autoridades para os problemas enfrentados por quem decide viver e trabalhar ilegalmente em outros países.
Membros da Representação Brasileira no Parlasul acreditam que a gravidade dos fatos noticiados possa estimular ações nas esferas legislativa e diplomática. Entre as medidas a serem propostas está a interlocução direta com outros parlamentos, como o da União Europeia e de países como os EUA, a fim de articular acordos para minimizar as consequências da imigração ilegal.
"Precisamos pensar a questão da migração de maneira mais ampla, e isso significa envolver a ONU na criação de regulamentação para os fluxos migratórios", defende o deputado Geraldo Thadeu (PPS-MG), que faz parte da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos do Parlasul.

Segundo ele, nos EUA existe uma incoerência entre o fato de a lei de imigração ter se tornado mais rígida e a necessidade de mão-de-obra disposta a executar trabalhos aos quais os norte-americanos não querem se sujeitar. "Essa demanda implícita por mão-de-obra barata abre espaço para a ação de agenciadores e atravessadores, que desenvolvem um tipo de comércio à custa do sonho daqueles que pensam em construir uma vida no exterior", afirma o deputado.
Legalidade não é suficiente para assegurar direitos ao emigrante, diz deputado
Regularização de imigrantes reduz ação de agenciadores, diz PF
Em relatório apresentado em 2006, a CPMI da Emigração aponta o tráfico de pessoas como um dos principais problemas decorrentes da migração ilegal, com casos envolvendo exploração sexual, trabalho forçado e tráfico de drogas, entre outros.
Punição para agenciadores
Atualmente, a legislação brasileira não prevê punição para os chamados agenciadores ou coiotes. O Código Penal estabelece pena de 1 a 3 anos apenas para quem, mediante fraude, recrutar trabalhadores a fim de levá-los para o exterior. Essa realidade, de acordo com delegados federais e procuradores da República, dificulta as prisões, já que restringe a conduta criminosa aos casos em que os agenciadores ajam comprovadamente por meio de fraude, seja vendendo falsas promessas ou prometendo garantias.
"O agenciador fica imune porque o que ele faz não é tipificado como crime. Ele vende um sonho e para isso toma casa, carro, propriedade, o que acaba gerando uma dívida que leva mais de dois anos para ser paga", relata Geraldo Thadeu, lembrando casos ocorridos em cidades como Poços de Caldas e Governador Valadares, ambas em Minas Gerais.
Com origem na CPMI da Emigração, o Projeto de Lei 6916/06, do Senado, pretende alterar essa situação, ao classificar como tráfico internacional de pessoas qualquer ação que promova a entrada ilegal de brasileiros em outros países. A proposta, que está pronta para votação na Câmara, altera o Código Penal (Decreto Lei 2.848/40) e define pena de dois a seis anos de reclusãoA reclusão é a mais severa entre as penas privativas de liberdade. Destina-se a crimes dolosos (com intenção). Na prática, não existe hoje diferença essencial entre reclusão e detenção. A lei, porém, usa esses termos como índices ou critérios para a determinação dos regimes de cumprimento de pena. Se a condenação for de reclusão, a pena é cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. Na detenção, cumpre-se em regime semi-aberto ou aberto, salvo a hipótese de transferência excepcional para o regime fechado. Há ainda prisão simples, prevista para as contravenções penais e pode ser cumprida nos regimes semi-aberto ou aberto., além de multa, para quem promover, intermediar, facilitar ou financiar a entrada irregular de pessoas em território estrangeiro, com o objetivo de lucro.
Favorável à mudança, o chefe da Divisão de Cadastro e Registro de Estrangeiros da Polícia Federal, delegado Eustáquio da Conceição, afirma que o principal problema da imigração ilegal é o fato de ela estar associada à exploração e ao tráfico de pessoas. "Normalmente os agenciadores oferecem vagas de barman ou de garçonete, mas a primeira coisa que fazem é recolher o passaporte dos emigrantes e colocá-los para trabalhar em atividades completamente diferentes das inicialmente negociadas", explica o delegado, que defende punição para qualquer forma de aliciamento visando à entrada ilegal de brasileiros no exterior.
Conforme a Organização Internacional do Trabalho (OIT), mais de 2 milhões de vítimas do tráfico internacional de pessoas são submetidas a trabalho forçado.

Uruguay un país para migrar

En momentos en que muchos países restringen o ponen trabas a la
inmigración, Uruguay facilita las cosas para aquellos que quieran
hacer del país su casa. De hecho, en 2009, por primera vez en 44 años,
el saldo migratorio fue positivo.
Es decir, de ser un país de emisor de personas, pasó a ser receptor de
migrantes, ya sea uruguayos que decidieron volver al país o
extranjeros que optaron por radicarse en Uruguay.
Esto se debe a una combinación de varios factores, explicó a BBC Mundo
Carlos Flanagans, director de Asuntos Consulares de la Cancillería.
"Uruguay es un país muy estable políticamente, tiene una situación
económica que resulta atractiva para inversores, es uno de los pocos
países de América Latina que no fue afectado por la crisis y eso se
suma a que en 2008 se aprobó una ley migratoria que está a la
vanguardia en cuanto a la igualdad de los derechos y oportunidades de
los inmigrantes frente a los nacionales", indicó.
Beneficios

Uruguay es un país muy estable políticamente, tiene una situación
económica que resulta atractiva para inversores (...) y eso se suma a
que en 2008 se aprobó una ley migratoria que está a la vanguardia en
cuanto a la igualdad de los derechos y oportunidades de los
inmigrantes frente a los nacionales
Carlos Flanagans, Cancillería de Uruguay

La ley 18.250 asegura a los inmigrantes el acceso a la salud, trabajo,
seguridad social, vivienda y educación en pie de igualdad con los
uruguayos. Además, da facilidades a los uruguayos que hayan residido
en el exterior durante más de dos años. Por ejemplo, les permite
introducir libres de impuestos los enseres de su casa, sus
herramientas en caso de tener un oficio y un automóvil.
Carlos Valderrama, coordinador de "La Casa del Inmigrante César
Vallejo", en la Ciudad Vieja de Montevideo, un centro que oficia como
residencia y asesor de los recién llegados, indicó a BBC Mundo que
desde que se aprobó la ley más personas han logrado regularizar su
situación.
El problema principal, explicó Valderrama, es que los inmigrantes
tienen que conseguir un trabajo o demostrar que tienen un medio de
vida para poder obtener la residencia si no tienen familiares directos
en el país.
Eso fue lo que hizo el peruano Michael Alarcón, quien llegó a Uruguay
hace tres años con su hermana buscando una vida mejor. "Primero empecé
a trabajar en artesanías, armé mi empresa. Ese fue el requisito que me
pidieron para sacar mi cédula de identidad provisoria. Ahora estoy
trabajando de marino, en el puerto, y en un par de meses ya me dan la
residencia", dijo a BBC Mundo.
Un país "dulce"

Del otro lado de la escala económica, están aquellos que eligen
Uruguay para invertir o desarrollar su profesión. Es el caso del
holandés Paul Elberse, un asesor financiero que llegó junto a su
esposa e hijos en 2002, en plena crisis económica en Uruguay y la
región, "con el desafío profesional de encontrar una solución para el
problema financiero del Banco Central".
"Nunca entendí por qué tan poca gente venía a vivir a Uruguay. Siempre
hablo con otros extranjeros que viven acá o que vienen por trabajo,
que es tan placentero estar acá que seguramente, si más gente lo
supiera, vendrían muchos más. Ojalá no se difunda demasiado el secreto
porque van a venir todos", bromeó.
¿Por qué decidió radicarse definitivamente en Uruguay? "Por la calidad
de vida, que no es lo mismo que el nivel de vida. Hay muchos países
donde los ingresos per cápita son más altos, pero aquí se encuentra
dulzura, el amor de la gente en general está presente acá", dijo
Elberse, quien anteriormente vivió en Alemania, París, Singapur, Moscú
y Nueva York.

Alentar la inmigración

El presidente José Mujica reiteró durante su campaña a la presidencia
y luego al asumir su mandato, que Uruguay debe alentar la inmigración
para resolver el problema de la falta de trabajadores en el sector
agrícola, por ejemplo, y poblar más las zonas rurales. También hacen
falta profesionales en áreas como informática y computación, sector en
el que hay pleno empleo.
Sin embargo, el país todavía carece de una política migratoria, con
medidas que incentiven la inmigración, indicó Flanagans, de la
Cancillería.
Existen pocos datos disponibles sobre el número y procedencia de
extranjeros. La Dirección Nacional de Migraciones recibe unas 20
solicitudes diarias de trámite de residencia.
Elberse dijo que, aunque no lo puede cuantificar, ha observado un
creciente interés de inversores y profesionales así como también de
jubilados de instalarse definitivamente en Uruguay.
"Es el inicio de algo que creo continuará profundizándose en los
próximos años", aseguró.
“Uruguay es un país muy estable políticamente, tiene una situación
económica que resulta atractiva para inversores (...) y eso se suma a
que en 2008 se aprobó una ley migratoria que está a la vanguardia en
cuanto a la igualdad de los derechos y oportunidades de los
inmigrantes frente a los nacionales”

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Deportação de ciganos continua a dividir a Europa e a criar tensões

A discussão sobre a expulsão de ciganos em países europeus deu origem a um dos dias mais tensos da reunião de cúpula da União Europeia. Nicolas Sarkozy e Durão Barroso tiveram uma acesa troca de palavras sobre a expulsão de centenas de pessoas de território francês: "Os gritos eram tão fortes que se ouviam na outra ponta do corredor", contou um diplomata europeu presente. Ontem, o caso ganhou nova força, com Sarkozy a anunciar que a Alemaha lhe iria seguir o exemplo, mas acabou por ser desmentido por Angela Merkel.

O presidente francês esclareceu depois a conversa com Barroso: "Expus francamente o que França pensa, embora continuemos a trabalhar com Durão Barroso, sem qualquer problema. No entanto, se alguém manteve a calma e se absteve de fazer comentários excessivos, esse alguém fui eu", explicou Sarkozy.

Durante a sessão de trabalho de quinta-feira, Sarkozy considerou que o país ficou "ferido" com as declarações da Comissão, que por intermédio da comissária europeia da Justiça, Viviane Reding, relacionou as expulsões de ciganos às deportações do regime nazi. Essas declarações "foram profundamente ofensivas, e o meu dever como chefe de Estado é defender o país", insistiu posteriormente Sarkozy à imprensa.

Apoio europeu O presidente francês contou com o apoio dos restantes chefes de Estado que se mostraram igualmente chocados com as declarações de Reding. A chanceler alemã Angela Merkel chamou as declarações de Reding de "infelizes", o primeiro-ministro britânico, David Cameron, confessou-se "assombrado" e o chefe do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, pediu à comissária que "contenha a sua força declarativa".

Alemanha Aproveitando o apoio dos restantes países, Sarkozy falou da especial solidariedade expressa pela chanceler alemã. "Merkel garantiu-me que dentro de poucas semanas, também a Alemanha vai começar a deportar ciganos", disse. Por sua vez, Angela Merkel já negou que tenha discutido o tema da deportação de ciganos com Sarkozy durante a cimeira da União Europeia. O ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Guido Westerwelle, assegurou que as declarações de Sarkozy são fruto de um "mal-entendido".

Também o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Bernard Kouchner garante não estar ao corrente de uma conversa sobre a questão dos ciganos entre Nicolas Sarkozy e Angela Merkel. Questionado pela rádio Europe 1 sobre quem está a dizer a verdade, Bernard Kouchner respondeu: "A História o dirá. Eu não assisti [à suposta conversa] e estive lá o tempo todo".

Itália Por sua vez, Silvio Berlusconi já ofereceu o seu apoio incondicional a Sarkozy. De acordo com Roberto Maroni, ministro do Interior italiano, "a França pratica uma política de regresso voluntário. A Itália mostra-se plenamente de acordo, até porque fazemos o mesmo". Em Itália vivem 180 mil ciganos, dos quais 110 mil são imigrantes dos Balcãs. Segundo avança o jornal italiano "La Repubblica", foram realizadas 315 intervenções em acampamentos ilegais nos últimos três anos.

Também Espanha aplaudiu a medida levada a cabo por Sarkozy. "No que respeita à imigração, é importante a ordem e o controlo", lembrou o presidente do governo, José Rodrigues Zapatero.

RR é escolhido para realizar primeiro curso sobre tráfico de pessoas

O Ministério da Saúde (MS) escolheu o Estado de Roraima para sediar o primeiro curso “Saúde, Migração e Tráfico de Mulheres: o que o Sistema Único de Saúde precisa saber”. Tanto o MS quanto a Universidade de Brasília (UnB), terão como base a experiência local para realizar o mesmo evento nos demais Estados da Federação.

De acordo com o assessor do Ministério da Saúde, Sid Pimentel, Roraima foi escolhido por estar em um ponto estratégico, por ser considerado porta de entrada e saída o que facilita esse tipo de crime. “De acordo com nossas análises Roraima apresenta características específicas que propiciam o tráfico de pessoas por ser um Estado multilateral”, justifica.

Uma das propostas do evento é que os participantes possam compartilhar conhecimentos sobre os problemas que afetam às mulheres em situações de tráfico. Assim, todos poderão propor estratégias de inclusão dos serviços de saúde às vítimas de tráfico, migração, exploração sexual e trabalho degradante. E ainda poderão analisar aspectos que facilitam ou dificultam o atendimento a essas mulheres.

Desta forma, tanto o MS quanto as secretarias de saúde e demais instituições envolvidas no processo, poderão reconhecer as principais dificuldades apresentadas em torno do tráfico de mulheres e enfrentar o problema. “Com a troca de experiências sobre casos reais, poderemos incluir propostas que sirvam de ajuda às vítimas no planejamento do Sistema Único de Saúde (SUS)”, afirmou Pimentel.

O Estado pretende avaliar os custos utilizados para recuperar uma vítima de tráfico. Além de apresentar as singularidades que as regiões apresentam em relação a costumes que podem favorecer ao crime e o que a lei apresenta sobre o tráfico. Com isso, os participantes poderão identificar os aliciadores e tratarem de forma adequadas as pacientes. “Por isso, convido à população a se despir de preconceitos para aprendermos e combatermos estes crimes”, enfatiza o assessor do Ministério da Saúde.

A equipe de saúde do município de Caracaraí participou do curso. Segundo a assessora técnica da Secretaria daquele Município, Aldenora Abreu, hoje a Cidade trabalha apenas com serviços voltados ao combate à violência e o curso é o primeiro contato que eles têm com o assunto de tráfico de pessoas.

“Esperamos sair daqui preparados para atendermos estes casos, além de atuarmos como multiplicadores de informações sobre o problema de imigração irregular e tráfico de pessoas e as conseqüências desse problema nas questões de saúde”, afirma Aldenora.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

BRASIL SE QUEDO CON EL CETRO MUNDIALERO EN CAMPEONATO DE CUECAS


Brasil obtuvo el Primer lugar en el marco del Campeonato Mundial de Cuecas organizado por la Municipalidad de Talagante que concluyo el dia domingo 19 de Septiembre pasadas las 21 horas, la pareja integrada por Alejandra Fuenzalida y Germán Rojas obtuvo el máximo cetro en tanto el segundo lugar fue para Argentina y recayó en la pareja integrado por Rosa Herrera y Luis Mera y tercer lugar Canadá con la pareja integrada por Mónica Salvo y Alejandro Franzinni (Madre e hijo) la final resulto emocionante cuando los ganadores recordaron su historia familiar rodeada de sacrificios y dolores, tomando en cuenta que estos extranjeros que participaron en este certamen en su mayoría son hijos de aquellos chilenos que no por su propia voluntad debieron salir de su país .Para el Alcalde Raúl Leiva este campeonato recogió el alma de los chilenos, de esos miles que no están en su patria y que vibran con nuestra Danza Nacional y no pueden estar presentes en esta fiestas principalmente en este Bicentenario –enfatizo el edil mostrándose orgulloso de ser el protagonista y artífice de estos encuentros que permiten que la Cueca recorra el mundo y esté presente en todos aquellos chilenos que morirán añorando volver a su patria algún día desde donde salieron contra su voluntad y por querer un mundo más justo y solidario. Los ganadores se quebraron al escuchar su nombre como ganadores de este campeonato en su calidad de “Cuequeros Mundiales del Bicentenario”

Radio 9 de julho Junto aos Migrantes e Imigrantes


A Rádio 9 de Julho da Arquidiocese de São Paulo, sempre na busca da construção do Reino de Deus, tem consciência da importância dos serviços que deve prestar a toda sociedade, visando colaborar para sua melhoria ou aperfeiçoamento.
Primeiro porque esta postura, diz respeito a sua própria missão evangelizadora e se transforma num compromisso de fidelidade. Afinada com os objetivos pastorais da Igreja no Brasil, estabelecidos pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), nossa emissora está sempre trabalho na construção da sociedade justa e solidaria, para que ela seja um sinal do Reino definitivo.
Segundo, e, também por si tratar de uma emissora de confissão religiosa que deve ser a "Voz de sua Igreja", naturalmente, a ação caritativa visa contribuir para a dignidade humana e sua defesa, a inclusão social dos mais pobres, o respeito e a valorização da cultura dos diversos grupos que constituem esta sociedade, e a garantia de uma informação isenta e que seja expressão da verdade, livre da pressão de qualquer grupo ou movimento social existente.
Estamos comprometidos com defesa dos direitos humanos em nossa programação, o exercício da cidadania no duplo movimento dos direitos e deveres, a construção da paz fruto de justiça. O que nos dá legitimidade é o nosso passado, onde se verifica até o encerramento de nossas transmissões pela defesa intrasigente da democracia e da liberdade de expressão.
Para nós responsabilidade social é veicular programas como o Construindo Cidadania, Com a 9 em revista, onde questões ecológicas e de serviço social são trabalhados.
Acrescente-se a isso a preocupação com os migrantes e imigrantes, especialmente a Comunidade Latina que agora dispoe do Programa Latino América no Ar para auxiliar na sua articulação, aqui em São Paulo. É apresentar um jornalismo que além de informar, anuncia serviços, opções de lazer, cultura e trabalho. Ainda entendemos como Responsabilidade Social, um programa voltado para a Comunidade de Deficentes, muitos deles nos acompanham com fidelidade.
Enfim, para nós Responsabilidade Social é em primeiro lugar cuidar da espiritualidade de nossos ouvintes com seriedade, valorizando os diversos movimentos que esta apresenta, porém focados no essencial: a vida comunitária e o serviço a Deus e aos pobres. Finalmente, é a defesa intransigente dos valores sagrados, como a solidariedade, o respeito, a justiça e a verdade, a democracia que nos educam para a sadia e ideal convivência social.

Mães e Avós da Praça de Maio

Dia 23 de setembro, às 19h30, no auditório 333, será realizado o evento
“Memória e Verdade: o direito à denúncia do terrorismo de Estado no espaço público”.

As representantes das Abuelas e das Madres de Plaza de Mayo, de Buenos Aires, Argentina, integrantes do Conselho de Gestão do Parque da Memória e Monumento às Vítimas do Terrorismo do Estado, estarão na PUC-SP para falar de suas lutas pelo direito à denúncia do terrorismo de Estado, perpetrado pelas ditaduras na América Latina, particularmente na Argentina.
Será tratada a preservação desta memória destacando a experiência na ocupação de espaços públicos, onde monumentos cumprem a função de rememorar o quanto tais barbáries ceifaram vidas. Alguns familiares de vítimas da ditadura brasileira vão expor a atual conjuntura das lutas pelo direito à memória, à verdade e à justiça, bem como o quanto a ausência de uma justiça de transição tem influído na ação cotidiana do Estado, especialmente no que diz respeito à violação dos direitos humanos das populações pobres e periféricas.
Convidamos a todos para participarem desta iniciativa, divulgando o evento e comparecendo ao debate que será aberto após a exposição inicial das integrantes da mesa.

Abertura do evento: Vídeo do Parque da Memória.

Mesa: Memória e Verdade: o direito à denúncia do terrorismo de Estado no espaço público.
- Integrantes do Conselho de Gestão do Parque da Memória e Monumento às vitimas do
Terrorismo de Estado.
• Estela Carlotto - presidente de Abuelas de Plaza de Mayo.
• Lita Boitano - presidente de Familiares de Desaparecidos y Detenidos por Razones Políticas.
• Carmen Lapaco - Madres de Plaza de Mayo – Línea Fundadora.
• Vera Jarach - Madres de Plaza de Mayo – Línea Fundadora.

- Pelas comissões em luta pelo reconhecimento do terrorismo de Estado pela ditadura no Brasil.
• Angela Mendes de Almeida – do Observatório das Violências Policiais–SP.
• Laura Petit – da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos.

Data: 23 de setembro – 19h30.
Local: Auditório 333 - Prédio Novo - PUC-SP - Rua Monte Alegre, 984, Perdizes.
Fone: 36708511. E-mail: histpos@pucsp.br

Coordenação:
Núcleo de Estudos de História: trabalho, ideologia e poder (NEH:TIPO)
Centro de Estudos da América Latina (CEHAL)
Núcleo de Estudos de História Social da Cidade (NEHSC)

APOIO:
APROPUC
AFAPUC
Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos
Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Seguridade e Assistência Social (NEPSAS)
Revista Caros Amigos
***

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Firma de un acuerdo de colaboración por la OIM y la Comisión Nacional de Derechos Humanos de México

Tras la firma, la semana pasada, de un acuerdo de cooperación entre la OIM y la Comisión Nacional de Derechos Humanos (CNDH), se ha procedido al lanzamiento de una campaña de información en Ciudad Juárez, Chihuahua, en la frontera norte del país.
Tanto el cuerdo como la campaña, bautizada como No más trata de personas, sitúan en un lugar central la lucha contra la trata, el secuestro y otra serie de violaciones de los derechos humanos de migrantes mediante la concienciación, la defensa y el fomento de los derechos humanos de todos los migrantes y la provisión de asistencia a las personas más vulnerables.
«El acuerdo de cooperación resulta fundamental para que ambas organizaciones puedan unir sus esfuerzos para defender los derechos humanos de los migrantes y, en especial, de los más vulnerables, como son las mujeres, los menores y los menores no acompañados», afirma Thomas Lothar Weiss, jefe de la misión de la OIM en México.
Según una investigación realizada en 2009 por la CNDH, alrededor de 10.000 migrantes fueron víctimas de secuestros en dicho año durante un período de seis meses, aunque según cálculos aproximados se considera que dicha cifra es mucho más elevada. La mayoría de las víctimas son migrantes oriundos de Centroamérica, principalmente de Honduras y Guatemala, que durante su viaje hacia el norte caen en las garras de organizaciones de delincuentes que han adoptado el secuestro como nueva forma de financiación de sus operaciones.
Los rescates oscilan entre los US$ 500 y los 3.000. En el caso de que las familias no dispongan de los medios para pagar o de que las víctimas se nieguen a colaborar con los secuestradores, suelen ser asesinados, a menudo en grandes grupos, como ha sucedido recientemente en San Fernando, Tamaulipas, ciudad de la frontera norte, donde tuvo lugar la masacre de 72 migrantes.
La campaña de información forma parte de un proyecto regional de lucha contra la trata de la OIM financiado por la Oficina de Población, Refugiados y Migración (PRM) del Departamento de Estado de los Estados Unidos. México es el quinto país de la región –después de Costa Rica, El Salvador, Guatemala y Nicaragua– en el lanzamiento de dicha campaña regional.
A través de la misma, se emitirán anuncios televisivos y radiofónicos, así como una radio novela, que difundirán el mensaje entre la población de ciudades fronterizas del norte y el sur del país como Ciudad Juárez, Chihuahua, y Tapachula, Chiapas, donde la OIM cuenta con oficinas de terreno y lleva a cabo actividades de combate de la trata.
Los estados de Chihuahua y Chiapas son lugares de origen, tránsito y destino de migrantes, muchos de quienes son vulnerables a la trata de personas.
De acuerdo con las cifras proporcionadas por la CNDH, las víctimas anuales de la trata en México, en especial en zonas fronterizas y destinos turísticos, se elevan a 20.000 personas.
Desde 2005, la OIM ha proporcionado asistencia a 176 víctimas de la trata, un 80 por ciento de quienes fueron encontradas y ayudadas a lo largo de la frontera sur del país. La gran mayoría de las víctimas procedían de Centroamérica.

Federal abre vestibular exclusivo para refugiados

- Responsável por organizar o primeiro vestibular específico para refugiados do país, em 2009, a Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) acaba de abrir as inscrições para o processo seletivo para ingresso de refugiados nos cursos de graduação em 2011.
Até o próximo dia 27 de setembro, os interessados devem encaminhar à Pró-Reitoria de Graduação (ProGrad) uma carta de manifestação de interesse, mencionando o curso pretendido. Também devem apresentar documentação comprobatória de conclusão de estudos equivalentes ao Ensino Médio (acompanhada de parecer de equivalência emitido por Secretaria de Estado de Educação, caso os estudos tenham sido realizados fora do Brasil) e documento expedido pelo Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE) que comprove sua situação de refugiado.
Até o dia 13 de outubro será divulgada a relação dos candidatos convocados para as avaliações. A lista de candidatos aprovados será divulgada no dia 15 de fevereiro de 2011.
A UFSCAR é uma das universidades brasileiras que integram a Cátedra Sérgio Vieira de Melo (CSVM), que foi implementada pelo ACNUR na América Latina em 2003 e busca difundir o direito internacional humanitário, os direitos humanos e o direito dos refugiados, promovendo também a formação acadêmica e a capacitação de professores e estudantes nesses temas.
A Cátedra é uma homenagem ao brasileiro Sérgio Vieira de Mello, morto no Iraque naquele mesmo ano e que dedicou grande parte da sua carreira profissional nas Nações Unidas ao trabalho com refugiados, como funcionário do ACNUR. Em 2004, o projeto foi reformulado com o objetivo de incorporar atividades de caráter comunitário, como a assistência aos refugiados e a desburocratização do acesso ao ensino superior.
O processo seletivo para refugiados da UFSCar e está inserido neste marco e faz parte do seu Programa de Ações Afirmativas. Desde 2009, a universidade reserva pelo menos uma vaga para refugiados em todos os cursos oferecidos. Atualmente, cinco refugiados estão na UFSCar, beneficiados por esta iniciativa.
O programa também se propõe a assegurar a continuação dos estudantes refugiados por meio da disponibilização de um tutor que fomenta a continuidade dos estudos, ajudando os refugiados a lidar com eventuais dificuldades de integração na comunidade acadêmica e intermediando entre os estudantes e a instituição. A Universidade oferece, quando necessário, apoio para moradia e alimentação, além de uma ajuda financeira para atividades desenvolvidas na universidade.
As informações completas sobre o processo seletivo podem ser conferidas no edital N° 004 de 24 de agosto de 2010, disponível em
http://www2.ufscar.br/uploads/Edital_004_2010%20Refugiados2011.pdf

domingo, 19 de setembro de 2010

“Crónicas de Lisboa” ■ Imigrantes - Integrá-los ou expulsá-los?

Ao longo da história da humanidade, sempre houve movimentos migratórios, por várias razões, nomeadamente desequilíbrios económicos no desenvolvimento das regiões/países, catástrofes naturais, conflitos bélicos, etc. Foi também assim que se fez o (re) povoamento, pós época dos descobrimentos, de todo o continente americano, por exemplo, até como consequências do genocídio perpetrado sobre os indígenas que ali viviam, pelos descobridores e colonizadores.
Saltando para século XX, omitido aqui a imigração europeia para as “Américas”, foi assim que a Franca, a Alemanha e outros países, devastados, económica e demograficamente, pelos efeitos da segunda guerra mundial, recorreram aos excessos demográficos nos países seus vizinhos europeus, para engajarem mão-de-obra que suportasse a reconstrução dos seus países e, desse modo, contribuíram para o “boom económico” e do seu desenvolvimento.
Se bem se lembram os mais velhos, qualquer português que desejasse emigrar para a Alemanha, na década de sessenta, tinha que obedecer a vários requisitos, pois esta, apesar de necessitada de mão-de-obra, praticava uma imigração cuidada e selectiva; receber uma “carta de chamada”, que era emitida pela futura entidade empregadora, mas também era “avalisada” pela existência de um familiar já ali imigrante e que, desse modo, garantiria o apoio familiar ao candidato a imigrar; depois, tinha que submeter-se a exames médicos no consulado e apresentar diversos documentos, entre eles um certificado de registo criminal. Só com esta aprovação, poderia entrar e trabalhar naquele país. Para França, a imigração foi muito diferente e assentou, essencialmente, em movimentos clandestinos: “ir a salto” significava deslocar-se clandestinamente, muitas vezes por montes e vales, para fugir às autoridades fronteiriças. Alem de perigosa, a “aventura” implicava, muitas vezes, pagamentos elevados aos “passadores”. A integração nos países de destino foi pacífica, muito baseada em valores comuns, por exemplo, na mesma raça e na religião, mas também nesta nossa característica portuguesa de sermos “cidadãos do mundo” e em todo lado nos adaptamos e os portugueses estão espalhados pelos quatro cantos do mundo.
Posteriormente aqueles países, para só citar a Europa, começaram a receber imigrantes de outras raças e origens e têm hoje milhões deles no seu território, incluindo os descendentes ali já nascidos, cujas afinidades, em muitos casos, nem através da língua. No nosso país também tal se verificou e hoje também temos imigrantes de muitas origens, mas com afinidades culturais e linguistas (brasileiros, cabo-verdianos, etc), mesmo que a raça seja diferente da nossa, o que facilita (ria) a sua integração. Como a natalidade nessas comunidades é bastante superior às dos nativos originais, elas não param de crescer e, desse modo, nasceu outro problema mais grave, pois a integração dos descendentes é muito mais problemática e difícil.
Nesta sensível questão da imigração, tem funcionado, essencialmente, e apenas a questão económica, isto é, muito pouco se fez e faz pela integração dos imigrantes na “nação de acolhimento”, tudo isto sob o pretexto das liberdades e dos valores culturais de cada um que aporta a um novo país. Terrível hipocrisia porque, desse modo, cada um alimenta valores e comportamentos que à luz dos nossos até são condenáveis e essa pluralidade, em vez de aproximar afasta as várias nacionalidade e raças existentes num país, criando “guetos” (por cá o erros políticos e urbanísticos já criaram muitos “guetos”nos arredores de Lisboa, Porto e Setúbal, embora estes não sejam apenas habitados por imigrantes e etnias ciganas) que são terríveis barris de pólvora sempre prontos a explodir, muitas vezes alimentado pelos “desenraizados” descendentes dos imigrantes, daqueles que não sentem nem a cultura e a nacionalidade dos países dos seus progenitores nem do país onde já nasceram.

Este “abandono à sua sorte”, por parte das autoridades que, muitas vezes, entendem que atribuindo subsídios estão cumpridas as suas funções (“dar-lhes o peixe ou ensiná-los a pescar?”, evitando que sejam ociosos e dependentes dos subsídios toda a vida - apoiando-os, educando-os, formando-os, etc ; segundo a imprensa, mais de noventa por cento dos portugueses de etnia cigana recebe, subsídios de inserção social e outros benefícios! ) – e esta tem sido a tese das políticas de esquerda aqui e na Europa), e o excesso de “liberdades” (significam estas a não obrigação do cumprimento de regras e valores do país onde vivem e cuja nacionalidades já têm obviamente permitindo-lhes cultivarem e praticarem valores culturais não lesivos aos do país de acolhimento e duma sociedade moderna – é um erro estratégico e cujas consequência se farão sentir num futuro não muito longínquo.
O desequilíbrio económico e social entre países ricos europeus, por um lado, e os enormes “exércitos” de pessoas inactivas e vivendo abaixo do limiar da sobrevivência humana de outros continentes, funciona como forte apelo e desafios á emigração desses países para a Europa (nos USA vs México o problema é ainda mais dramático). Assim, são constante e dramáticas as histórias que nos chegam sobre as misérias daqueles que tentam passar as fronteiras e entrarem no “paraíso”. Se uns vencem as barreiras e conseguem chegar a um mundo “rico” e carecido de mão-de-obra, por força já não do modelo industrial pós guerra, mas essencialmente por força do envelhecimento da população nativa, muito outros sofrem as agruras do desafio e/ou são recambiados á origem. Ambos alimentam as redes de traficantes, tal como citados “passadores” portugueses, mas muito mais desumanas.
Com a abertura da EU a leste, também desses lados das fronteiras começaram a entrar milhares de pessoas e, ao que tudo indica, muitas de etnia cigana. São povos cuja origem rácico e cultural se perde no tempo e no espaço e que vêm à procura das “migalhas dos ricos” e, vivendo nessas e dessas sociedades, nelas não se integram, mantendo, vincadamente, os seus valores culturais, práticas e comportamentos. Culpa deles e/ou das autoridades que governam os países? Veja-se, por exemplo, o que se passa no nosso país onde essa etnia coabita há centenas de anos, mas cujas autoridades a “abandonaram” e, desse modo, mantêm práticas e valores que colidem com os “nossos”, gerando, por isso, sentimentos racistas que explodem em momentos de conflito. Dizem os estudiosos que mais de 80% dos portugueses sofrem de “cigano fobia”. Mas por que será?
Se a maioria dos governantes dos países europeus se limitam a “deixar andar” e escudam-se na hipocrisia dos “direitos individuais” (que são muito bonitos para quem tem a barriga cheia) porque se houver problemas é sempre o cidadão que sofre, o presidente francês Nicolas Sarkozy e o seu governo decidiu atacar o problema da “imigração indigente” (por causa ou efeito da falta duma política de imigração) e está a tentar rever as leis da imigração e da atribuição da nacionalidade francesas, ao mesmo tempo que decidiu expulsar do país todos aqueles que estejam em situação ilegal. Neste momento, os ataques ao presidente francês “chovem” de todos os “defensores dos direitos individuais”, os tais que aboliriam as fronteiras para que todos os que desejassem viessem para a Europa, como se essa fosse a solução do problema da humanidade. Haja pois bom senso e coragem para atacar o problema, que é de todos e não apenas da França, mas que muitos apenas o dizem em surdina e que não fazem o mesmo por cobardia política, mas se tal não for feito, as gerações vindouras não perdoarão aos governantes actuais a falta da adopção de medidas e duma política de imigração correcta e que passa por muitas vertentes, nomeadamente definir quotas e apoiar os imigrantes na sua inserção no pais de destino/acolhimento. Assim se defenderá o futuro da Europa como espaço de coabitação de raças, religiões e culturas e não de grupos de ferozes inimigos dentro da mesma nação que poderá levar alguns países a terem que ser esquartejados em várias nações. Expulsá-los ou integrá-los? Muito mais do que isso é necessário fazer.

Talvez valha a pena conhecer o que faz a Austrália, um país carecido de gente, em termos de imigração e da atribuição da nacionalidade e, nesse caso, Sarkozy não está só. Será que este vai ficar na história, por ser corajoso na abordagem e resolução dum problema e cujos lideres políticos europeus deveriam imitar, implementando uma política da imigração concertada? Ou será que as “leis da EU” só se aplicam àquilo que interessa e as pessoas são consideradas como “objectos”? Haja coragem, porque este é um problema duma Europa “unida” e com reflexos no seu futuro. Está em causa não só o “valor económico e social” dos imigrantes, mas também a sua importância no “repovoamento” duma Europa com a população envelhecida e uma baixa natalidade, mas na qual os valores da coabitação multicultural e de diversas raças sejam pacíficos e tendentes à assunção de valores duma “nação europeia”. Ou não sentem os europeus, que poderão perder os seus valores e liberdades para uma qualquer cultura e religião totalitarista, porque essas não são tolerantes, como é do conhecimento de todos? Valeria a pena pensarmos no risco e perigos que isso representa para o equilíbrio a sobrevivência da Europa.
Serafim Marques

Mesquitas passarão a fazer parte da vida dos alemães

chanceler alemã, Ângela Merkel, disse a um jornal que os alemães já deviam ter percebido há muito tempo quanto a imigração vem mudando o país e que eles precisam se acostumar com a existência de mais mesquitas em suas cidades.
A Alemanha, com uma população de pelo menos 4 milhões de muçulmanos, se dividiu nas últimas semanas por causa de um debate sobre integração, provocado por observações depreciativas sobre os imigrantes muçulmanos feitas por um membro do banco central da Alemanha.
"Nosso país vai continuar a mudar e a integração também é uma tarefa para a sociedade que terá que aceitar os muçulmanos", disse Merkel ao jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung.
"Durante anos temos nos iludido sobre isso. As mesquitas, por exemplo, serão uma parte mais proeminente das nossas cidades, do que eram antes", completou.
A polêmica iniciada pelas declarações de Thilo Sarrazin, do Bundesbank, que disse que os imigrantes turcos e árabes não estavam conseguindo se integrar e estavam inundando a Alemanha com uma maior taxa de natalidade, é um dos diversos conflitos recentes sobre religião e integração.
A Suíça recebeu condenação internacional no ano passado, quando votou para que fosse proibida a construção de minaretes.
Disputas religiosas eclodiram nos EUA nas últimas semanas por causa da intenção de se construir um centro cultural islâmico perto do local onde existiu o World Trade Center.
Enquanto isso, as relações entre Berlim e Paris ficaram tensas essa semana por causa de uma conversa tensa entre Ângela Merkel e o presidente Nicolas Sarkozy, sobre a expulsão de imigrantes ciganos romenos, da França.

sábado, 18 de setembro de 2010

Hispanos golpeados por la pobreza

Brooklyn— Marilyn Núñez no sabe como lo hace. Junto con su pareja, la madre dominicana gana alrededor de 22.000 dólares anualmente y con eso tiene que apoyar a cinco hijos. "No es fácil", dice Núñez, quien vive en el Sur de Williamsburg y trabaja cuidando ancianos. Su esposo hace obras de carpintería y reparos.
Hasta poco, la familia Núñez — que forma parte de los 12,4 millones de latinos pobres en EE.UU., dependía de la ayuda del gobierno, pero recientemente, asegura: "Nos quitaron los cupones", porque otra persona usó el nombre de su esposo para reclamar cupones. "Eso nos ha afectado a nosotros", expresa Núñez, una mujer bajita de 39 años. La Oficina del Censo reveló ayer que 43,6 millones es el número total de personas en el país en condiciones de pobreza en 2009 .Esto implicó una tasa promedio de 14,3%, la mayor desde 1994, lo que en términos simples se traduce en que 1 de cada 7 estadounidenses vive en la pobreza. Específicamente, en el caso de los hispanos la tasa se incrementó, de 23.2% y 25.3%. Es decir que uno de cada cuatro latinos es pobre en EE.UU. .
En Nueva York, el censo reveló que 18.2% de familias están viviendo bajo condiciones de pobreza, o aproximadamente 1,5 millones de personas. Preguntada sobre si se siente ‘pobre,’ dice: "No es mucho lo que gana uno". Núñez, quien gana $200 por semana, tiene hijos de 20,15, y 8 años, y gemelos de 4. Ella piensa que 22.000 dólares anuales es mucho comparado con lo que ganaría en la República Dominicana.
Sin embargo, ella apunta que el costo de vida es mayor en Nueva York, particularmente en Williamsburg, donde las rentas y el costo de la comida ha aumentado durante la última década con la construcción de condominios y la llegada de gente adinerada

Activistas presionan por cambios migratorios

Organizaciones no gubernamentales impulsan transformaciones de fondo en el sistema de migraciones de México aprovechando la crisis provocada por la masacre de extranjeros indocumentados en Tamaulipas.
"La posición de las autoridades migratorias no muestra una real perspectiva de derechos humanos y no responde a la realidad que vive el país en esta materia", dijo a IPS Diana Martínez, sub-coordinadora de defensoría de la no gubernamental Sin Fronteras, dedicada a la asesoría legal de inmigrantes irregulares y a la promoción de sus derechos.
El asesinato de 72 inmigrantes en la localidad de San Fernando, en el nororiental estado de Tamaulipas, cuyos cuerpos fueron hallados el 24 de agosto, desató la peor crisis migratoria conocida en este país.
La matanza, a la cual sobrevivieron al menos un ecuatoriano, un hondureño y un salvadoreño, llevó finalmente a la renuncia de Cecilia Romero al cargo de comisionada del Instituto Nacional de Migración (INM).
Romero, ex senadora del gobernante Partido Acción Nacional, se había aferrado al puesto que asumió el 6 de diciembre de 2006, pero la olla a presión en que se ha convertido el fenómeno migratorio hizo insostenible su permanencia al frente de esa repartición dependiente de la Secretaría (ministerio) de Gobernación.
Al igual que sus predecesores, Romero poco pudo hacer para disminuir la corrupción que afecta al INM, relacionada con el tráfico de personas indocumentadas en ruta hacia Estados Unidos, y para combatir los abusos que éstos sufren a manos de agentes migratorios, policías y bandas criminales, según múltiples denuncias.
La decisión tomada el martes 14 fue el fusible que el gobierno de Felipe Calderón hizo saltar para apaciguar el disgusto de los presidentes Álvaro Colom, de Guatemala, Mauricio Funes, de El Salvador, y Porfirio Lobo, de Honduras, quienes en la última semana llegaron a México en busca de explicaciones y acciones en resguardo de sus connacionales a su paso por este país.
Al menos 31 cuerpos han sido identificados en medio de una tarea que resulta sumamente difícil, entre los cuales hay 12 salvadoreños, cuatro guatemaltecos y un brasileño.
"La salida de Romero es una victoria para los defensores de los inmigrantes", destacó ante IPS Rubén Figueroa, protector de los indocumentados en la localidad de Huimanguillo, en el sudoriental estado de Tabasco.
Anualmente, unos 500.000 latinoamericanos atraviesan México en dirección a Estados Unidos, según cifras de expertos y organizaciones no gubernamentales.
A su paso, se topan con detenciones arbitrarias, extorsiones, robos, violaciones y secuestros, especialmente a manos de Los Zetas, una agrupación criminal que domina el secuestro de inmigrantes irregulares.
"El Estado mexicano tiene que diseñar una verdadera política de Estado en materia migratoria integral, que no se agote en una gestión de flujos de personas sino que tenga como centro los derechos humanos", planteó Martínez.
El Senado ya aprobó reformas a la Ley General de Población, de 1974, para que los inmigrantes, independientemente de su estatus legal, puedan presentar denuncias por abusos en su contra y acceder a la justicia.
El ingreso al país sin los documentos requeridos y el suministro de ayuda a los inmigrantes indocumentados ya no son delitos en este país.
En estos momentos, el gobierno preparara una iniciativa de Ley de Migración, que sustituiría a la Ley General de Población.
La iniciativa propone crear un sistema de protección de los derechos de los inmigrantes, tipificar adecuadamente el delito de tráfico de indocumentados y sancionar a las personas que empleen a estos ciudadanos en situación irregular, a semejanza del marco legal existente en Estados Unidos.
Además, estipularía la estadía legal por razones humanitarias de las víctimas o testigos de algún delito y la distribución de competencias de responsabilidades migratorias entre las instancias relacionadas con esa temática.
Organizaciones de defensa de los inmigrantes instaron al gobierno mexicano a autorizar la visita oficial del abogado chileno Felipe González, relator especial de trabajadores migratorios y miembros de sus familias, de la Comisión Interamericana de Derechos Humanos, adscrita a la Organización de los Estados Americanos.
En su informe de marzo de 2009, el relator especial sobre los derechos humanos de los migrantes de la Organización de las Naciones Unidas (ONU), el mexicano Jorge Bustamante, recomendó reformas legislativas para evitar la impunidad de los abusos cometidos contra estos ciudadanos.

Además, sugirió que el gobierno de México informe anualmente el número de detenciones y condenas contra los autores de estos delitos. Bustamante visitó el país en marzo de 2008.
El tema de la matanza ha llegado al Consejo de Derechos Humanos de la ONU, que desarrolla su 15 periodo de sesiones entre el 13 de este mes y el 1 de octubre en Ginebra. Las organizaciones esperan que este cuerpo emita un pronunciamiento en sus conclusiones.
"Si México emprende una reforma migratoria puede dar el ejemplo ante lo que ocurre en Estados Unidos", planteó a IPS Fernando García, director ejecutivo de la Red Fronteriza para los Derechos Humanos, surgida en 1998 para promover la defensa de las comunidades asentadas en la zona fronteriza entre México y su vecino del norte.
Los más de 12 millones de hispanos que residen sin documentos en Estados Unidos, la mitad de los cuales es de origen mexicano, están a la expectativa de una reforma migratoria que legalice su estadía en ese país, pero cada año esa esperanza se diluye.
"Es el momento para hacer cambios de fondo y que los derechos de los inmigrantes sean respetados" en México, concluyó Figueroa
IPS

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Nace El partido de los extranjeros

El abogado Giulio Adinolfi es el secretario general del Partido de los Extranjeros que preside Victoria Marchuk. Se trata del primer partido político, en España, que lucha a favor de los derechos de los inmigrantes y ha nacido en la Comunidad Valenciana, por ser la primera autonomía española que ha adoptado el Pacto para la Integración de la Población Inmigrante.
La sede general de esta formación política se encuentra en Alicante, una de las ciudades con más alto índice de población inmigrante, cercano al 26 por ciento, según informaron ayer fuentes del nuevo partido. Finalmente, Giulio Adinolfi, explicó que el Partido de los Extranjeros «es la síntesis racional de la dimensión natural de los extranjeros presentes en España».Esta es una buena medida para que los emigrantes con residencia permanente en los diferentes países piensen y hagan valer sus derechos ,por ejemplo en Brasil ya hay propuesta entregadas al Presidente del parlamento de los Diputados y Senadores para que exista el derecho a voto

Dos 4 mil imigrantes que foram deportados este ano em New Jersey, 64% não tinha cometido crimes.

A deportação de imigrantes indocumentados que não cometeram crimes acontece no país inteiro. Mas a probabilidade do fato acontecer em New Jersey é muito maior do que em qualquer outro estado. Nem a agência de imigração (ICE) consegue explicar o porquê.

Segundo reportagem do The Star-Ledger, dos 4 mil imigrantes que foram deportados este ano em New Jersey, 64% não tinha cometido crimes. Em se tratando de nível nacional, o número fica um pouco abaixo de 50%. A disparidade leva os defensores dos imigrantes à fúria. O porta-voz do escritório do ICE em Newark (NJ), Harold Ort, não soube dizer o que causa a desigualdade.

Apesar do presidente Barack Obama ter dito ao ICE para priorizar as deportações de imigrantes criminosos, há ainda quem diga que o simples fato de estar no país sem documentos é motivo para ser deportado.

Casos como o do mexicano Faustino Escamilla, 36, que atravessou a fronteira em 1991, ilustram bem a situação. Depois de morar em Norristown (PA) por sete anos, o imigrante mudou-se para Hillsborough (NJ). O imigrante, que no ano passado foi parado no trânsito com uma carteira de motorista suspensa, está em processo de deportação.

“No meu país não há vida, nem para sustentar uma criança”, desabafou ele, que prefere ir para a Costa Rica, onde a esposa nasceu. Faustino se preocupa ainda com os filhos da esposa, uma menina de 19 anos e um menino de 13 anos, os quais considera como seus filhos legítimos. “Estamos tentando dar a eles um futuro. Sou o tipo de pessoa que trabalha duro. Se preciso, trabalho das 6 da manhã às 8 da noite, como tenho feito. Sábados, domingos”.

Deportando trabalhadores
Nativo da Guatemala, Ramon Gonzalez, 34, também entrou no país pela fronteira com o México. Pego numa batida de imigração em 1998, ele foi ordenado a deixar o país dentro de um ano, mas desobedeceu. Quatro anos depois, compareceu à corte de Trenton pela ofensa de desordem. Em julho último, foi preso pelo ICE ao comparecer ao escritório de Marlton. Depois de seis semanas preso no Centro de Detenção de Elizabeth, Ramon foi solto na semana passada, e precisa deixar o país em três semanas.

Pai de dois meninos que teve com a namorada, o imigrante disse que teme voltar para a Guatemala onde, segundo ele, os criminosos focalizam as pessoas que moraram nos Estados Unidos, pois pensam que elas tem dinheiro. “Não sei o que vou fazer se me mandarem para a Guatemala. Não sei o que vai acontecer comigo”, disse ele. As ações do ICE foram defendidas por Harold Ort, mesmo estando consciente de que Ramon não representa perigo para o país.

“Ele tem uma família. Uma casa. Não é um perigo. É um contribuinte para a sociedade. Até pagou impostos”, disse o advogado de Ramon, Steve Traylor.

Em junho último, o secretário assistente do ICE, John Morton, implantou a política de deportação do ICE, a qual prioriza imigrantes que representam perigo para o país. Mas o memorando diz também que o ICE pode prender qualquer imigrante, independente de histórico criminal.

Segundo os advogados de imigração de New Jersey, as audiências de deportação de imigrantes indocumentados que cometeram ofensas menores (não consideradas crimes) está em alta. “Temos ouvido este tipo de preocupação pelo país inteiro, literalmente casos de dirigir sem carteira. Este é um criminoso violento? Não. …Minha expectativa era de que a administração Obama fosse mais inteligente e efetiva no sentido de cumprir a lei”, declarou Gregory Chen, diretor de apoio da Associação Americana dos Advogados de Imigração (AILA).

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Bruxelas quer processar França pela deportação de ciganos

A Comissão Europeia poderá avançar com dois processos legais contra a deportação de quase mil ciganos para a Roménia e Bulgária levada a cabo pelo governo francês. Na primeira crítica directa à política de imigração de Nicolas Sarkozy, a comissária europeia da Justiça e Direitos Fundamentais acusou ontem o Eliseu de ter comportamentos duplos com Bruxelas e disse que a medida era uma "desgraça". "É chocante que uma parte do governo [francês] venha aqui e diga uma coisa e outra parte faça o oposto", afirmou Viviane Reding. "A minha paciência está a chegar ao limite. Já chega", disse.
O processo legal contra França será baseado na "aplicação discriminatória da directiva de livre circulação de pessoas" e na "falta de transposição das garantias procedimentais contempladas na directiva da livre circulação", explicou
Para a investigação continuar, o procedimento de infracção terá de ser aprovado pelos 27 comissários que compõem o executivo de Bruxelas. Mas Reding garantiu ontem que o processo contra Paris avança "num par de semanas".
Comparando a política de imigração francesa à deportação dos judeus durante Segunda Guerra Mundial, a comissária da Justiça disse estar "horrorizada" com as expulsões de pessoas só por pertencerem a uma minoria étnica. O governo francês reagiu de imediato às críticas: "Não acreditamos que este tipo de de declarações vá melhorar o destino e a situação dos romenos", disse Bernard Valero, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Já o ministro francês dos Assuntos Europeus, Pierre Lallouche, acusou a comissão de hipocrisia: "França é um grande país soberano. Não está na escola, não temos intenção de sermos tratados como um rapaz pequeno", afirmou.
Ainda há dias a comissária afirmou que Paris estava a enviar "sinais muito positivos" acerca da política de imigração. Mas uma fuga de informação é o motivo da reviravolta. Esta causa está uma circular do Ministério do Interior, divulgada pelos media a recordar os "objectivos precisos" definidos por presidente francês: "300 acampamentos ou colonatos ilegais devem ser evacuados daqui a três meses, sendo os dos ciganos prioritários". Nas últimas seis semanas, as autoridades francesas expulsaram quase mil pessoas desta minoria étnica, enquanto diziam repetidamente que os ciganos não eram o alvo principal.

Sara Sanz Pinto

EUA: republicanos com lista interminável contra reforma migratória

(Prensa Latina) O Partido Republicano estadunidense tem hoje uma lista interminável de requisitos de segurança para supostamente favorecer uma reforma das leis migratórias no país.
A modificação do código que permita regularizar a situação de milhões de pessoas que vivem aqui sem documentos é refém dos interesses políticos, segundo ilustra um comentário do jornal californiano La Opinión.
Quem decidirá se a fronteira comum com México enche os cânones de segurança que permitiriam considerar no Congresso um plano de reforma migratória ampla?, pergunta Maribel Hastings, assessora executiva e analista de America's Voice.
O que sim se sabe é que a segurança fronteiriça é bom tema eleitoral, destaca, e nesse sentido os republicanos somam requisitos a sua interminável lista.
A articulista desmascara argumentos esgrimidos sobre problemas de segurança e inclusive estima que os democratas cedem posições a pressões da oposição.
Um exemplo disso, assinala, é o envio de mil 200 Guardas Nacionais à fronteira. Sustenta Hastings que após tanto tambor e prato no Arizona, zona zero do debate migratório, nem sequer estavam prontos para ser despregados em 1 de agosto.
Enquanto o senador democrata de Nova Iorque, Charles Schumer, presidente do painel de Imigração do Senado, afirma que há muita gente, democratas e republicanos moderados, que dizem que não considerariam uma reforma migratória até que não façam algo em torno da fronteira.
A segurança fronteiriça, segundo defina a cada qual, avança, mais não assim a reforma migratória, assinala Hastings.
Apesar dos argumentos de falta segurança no limite entre os dois países, a realidade é outra.
Dados do Escritório Federal de Investigações (FBI) propõem, por exemplo, que quatro das cidades com a taxa mais baixa de crimes violentos estão localizadas em estados fronteiriços.
San Diego, Califórnia, El Passo e Austin, em Texas, e Phoenix, Arizona, onde rege a lei SB1070, têm esta situação.
Cifras do Centro Hispano Pew, citadas por Hastings, põem em dúvida o protagonismo do termo de imigração ilegal.
Entre 25 e 40 por cento dos indocumentados não ingressaram ao país sem documentos mas com vistos que depois expiraram.